Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 12
Cálice de Fogo - 07


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo segue o FILME:
Harry Potter e o Cálice de Fogo - (Parte 07)



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A primeira aula daquela semana seria Arte das Trevas, e nem um dos alunos saiu satisfeito ao ver as Maldições Imperdoáveis serem apresentadas daquela forma agressiva pelo Professor Moody. Neville havia sido um dos mais prejudicados, e todos notaram isso quando viram sua cara na hora que a Maldição Crucio fora feita. Saindo daquela aula, os alunos da Sonserina iriam para uma aula de Advinhação e os da Grifinória teriam aula de Feitiços. Harry, Hermione e Rony estavam descendo as escadas, quando Neville fora chamado de volta para a sala por Moody. Ellie estava atrás dos três, e ia conversando com Lilá, uma de suas novas colegas de quarto.

– Acha que ele sabe? - Lilá segurava os livros com tanta força quanto agarraria Rony se pudesse.

– Que você gosta dele? - Ellie também olhava para Rony - Acho que não. Porque você não conversa com ele?

– Eu tentaria. Mas ele sempre está com eles! - Lilá também falava de Harry, mas olhava mais para Hermione. Os três já se afastavam um pouco, de modo que Lilá pôde continuar em um tom mais alto e doce em meio a um suspiro - Ele é meu Uon-Uon!

– O QUE? - Ellie não se aguentava em risadas - Seu Uon-Uon? - Por um momento Harry virara a cabeça para trás olhando para as duas. Não porque ouvira o que elas disseram e sim porque Ellie estava ali. Mas nem ela nem Lilá perceberam.

– Não ria! - Lilá também ria pois sabia que o apelido era exagerado. - Ele será meu um dia!

– Credo! - Ellie ria, mas ainda meio assustada pela possessão de Lilá. Essa não dava ouvidos a amiga e só olhava para Ron à sua frente.

Andando pelos corredores, Lilá e Ellie ainda trocavam palavras quando Parvati veio fala com elas. Ellie não estava tão interessada nas palavras que Parvati e Lilá trocavam sem parar, então resolveu diminuir o passo discretamente em direção à sala de Feitiços, ficando atrás dos alunos que seguiam em sua frente. Sem ninguém perceber, Ellie sumira dentre os alunos que seguiam em grupo. Havia sido fortemente puxada por alguém para um canto.

– Deixa eu adivinhar... Você foi escovar os dentes e bateu com a cabeça na pia!

– O que? - Ellie se assustou quando viu que fora Draco quem a puxou com força para um canto do corredor, que estava vazio agora. - Você não devia estar na aula da Professora Trelawney?

– Deveria sim, mas acho que a sanidade da minha irmã é mais importante!

– Draco, do que você tá falando?

– Da sua nova amizade. Nosso querido Potter. - Draco não fazia voz de quem estava brincado. Ellie nunca vira os olhos do irmão daquele jeito. Mas sabia do que ele estava falando.

– Ah! O Harry, ele...

– Deixa eu te explicar uma coisa! Se você acha que eu vou aceitar você andando com esse idiota por ai, como se fosse a coisa mais normal do mundo, você está enganada Ell, e muito enganada.

– Draco, desde quando você manda em mim? - Ela também levantara a voz, mesmo em tom se sussurro - Deixa eu te explicar uma coisa! Você e seu pai podem gostar de fazer inimigos, mas eu não sou assim! E outra, eles são da minha casa. Com quem você quer que eu ande? E também se não fossem não vejo mal nenhum...

– Escute a você mesma! - Draco finalmente largara o braço de Ellie - É do Potter que estamos falando. E se já não bastasse quem ele é, olhe com quem ele anda!

– Eu não vou discutir isso de novo com você. Não mesmo. - Ellie olhara para o lado fugindo do olhar de seu irmão.

– Ellie. - Draco olhara para cima procurando paciência, ainda soltando ar pela boca como quem quisesse tirar a raiva interna por meio de um sopro - Tudo bem... Você não liga? Ótimo. Quer se envolver com eles? Só não se envolva demais. - Draco fitara os olhos em Ellie - Mas lembre-se do que meu pai fez com você na Copa. Por mim, você pode ser amiga desses infelizes. Não vou dizer que não ligo, mas se é o que você quer, quem sou eu, não é? Mas lembre-se: Não sou eu que vou te castigar se descobrir com quem você anda conversando.

Na mesma rapidez que alertara Ellie, Draco a deixara ali parada enquanto saía andando nervoso pelo corredor, dando sua última palavra. Ellie não teve chance de responder, mas em alguma coisa ela concordava com Draco. O fato de que, se o Sr. Malfoy descobrisse, Ellie estaria em maus lençóis. Ela podia jurar que Draco não contaria nada a seu pai, mas até mesmo no mundo mágico as paredes têm ouvidos, e às vezes, até literalmente falando. Por um momento, enquanto voltava ao caminho que Draco lhe tirara até a sala de Feitiços, Ellie sentiu um certo medo lhe cortando por dentro. Depois apenas riu sozinha imaginando a cara de Lúcio ao vê-la se abraçando com Harry. E mais que por um só momento, Ellie gostou do que imaginou.

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Durante aquela semana não só o alerta de Draco deixara Ellie agitada. Depois que os alunos colocassem seus nomes no Cálice de Fogo, Dumbledore anunciaria os campeões que competiriam ao longo do ano letivo. Estavam todos reunidos e Ellie sentara ao lado de Cedrico, já que queria evitar o olhar de Draco se ele a visse com Harry. Alvo Dumbledore começava a discursar.


– E se você for selecionado? - Ellie parecia mais agitada que o amigo.

– Então dedico o premio a você se ganhar. – Cedrico estava sendo gentil, mas Ellie sabia que não era só isso.

– Cedrico, eu já pedi. Por favor, não comece, ok?

Victor Krum! - Dumbledore tirara um dos papéis do Cálice que flamejava.

– Está bem. Mas você sabe o que eu sinto. – Cedrico olhara mais de perto para ela, o que fez Cho do outro lado mudar a direção de seus olhos do cálice para eles. Ellie percebera.

– Porque ao invés de criar minhocas nessa sua cabeça... – Ellie sorria e cutucava a cabeça de Cedrico com um só dedo – Você não presta atenção ao seu redor... – Com o mesmo dedo, ela virara o rosto de Cedrico para a direção em que Cho estava. Cedrico percebera Cho, mas virara novamente para Ellie.

– Digamos que eu torço mais pra Grifinória do que para Corvinal. – Cedrico abrira aquele sorriso que somente os garotos mais lindos conseguem dar. Cho continuava olhando para eles. Estava escrito no seu olhar seu interesse por Cedrico e seu ódio por Ellie.

Fleur Delacour! – Dumbledore tirara mais um papel.

– Ótimo. – Ellie revirara os olhos, também fugindo de Cedrico - Agora só falta a senhora Fleur-perfeição ganhar o Torneio. – Cedrico nem ouvira Ellie. De repente sua atenção voltou-se para o Cálice, que flamejava mais uma vez. Ellie se esqueceu de Fleur também.

Cedrico Diggory! – Dumbledore tirara o que deveria ser o último papel.

Cedrico levantou-se piscando para Ellie, que riu sem saída. Os amigos de Cedrico festejavam o fato de um aluno da Lufa-lufa ser escolhido. Mas logo a animação se desfez quando Dumbledore e os demais alunos olharam para o cálice que flamejava mais uma vez e arremessara seu último papel, e nele escrito Harry Potter. Ellie levantou-se primeiro que todos, até antes de Harry, e arregalara o olho para Dumbledore. Muitos viraram os olhos para a garota esperando uma reação, mas nada ela fez. Assim, os olhos da multidão voltaram para Harry. O diretor respondeu a Ellie o mesmo olhar assustado. Harry percebeu, mas estava tão desnorteado quanto a quantidade de conversas paralelas que começaram. Harry foi para onde os outros sorteados estavam, seguido dos professores que andavam perplexos. Ali no Salão Principal, as conversas não paravam. Só se ouvia algumas palavras soltas: ‘’Harry’’, ‘’Contra as regras... ’’, ’Menor de idade’’, ‘’Traidor’’...

Ellie estava com a cabeça longe e nem notou que um dos alunos da Durmstrang, Eriky Basov, ao lado de Krum, continuava lhe olhando mesmo depois dela ter se sentado. Seu primeiro impulso foi de seguir Harry e os professores, mas hesitou. Olhou para Draco que parecia gostar da notícia que Harry poderia correr perigo no torneio ou, no mínio, estaria encrencado. Ela viu o olhar desapontado de Rony e o de preocupação vindo de Hermione. A notícia que muitos esperavam saiu junto com o diretor, vindo da porta que ele passara com Harry e os outros professores.

– Nossos quatro competidores, começaram a se preparar a partir de hoje. E nada muda os fatos de que as aulas continuam. Então, por favor, sigam para seus dormitórios com seus monitores e descansem. - A voz do diretor invadiu um salão que entrou em silêncio com sua presença. Era uma voz firme como de sempre, mas obviamente havia nela um tom de preocupação. Eram quatro competidores, então, a partir daquele momento Harry estava entre os campeões do Torneio Tribuxo.

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Em meio à agitação daquela semana, Ellie não conseguiu falar com Harry. Talvez ele mesmo estivesse evitando aparecer muito. Todos desconfiavam que o próprio Harry havia posto seu nome no cálice, e as fofocas não agradavam nenhum pouco ao garoto. Resolvendo falar com Sirius, Harry foi ao Corujal naquele fim de tarde, onde recebeu uma carta de seu padrinho querendo se encontrar com ele na lareira do Salão da Grifinória. Ainda segurando o dedo machucado, onde a coruja de Sirius o bicara, Harry caminhava pelos corredores do castelo em direção ao Salão Principal para jantar, quando viu Ellie conversando sozinha com a Prof. Minerva no meio do corredor, mas as duas não perceberam o garoto passando.


Harry falara com Sirius naquela noite depois do jantar pela lareira do Salão Comunal. A sala estava vazia, pois os alunos já tinham ido se deitar. Todas as meninas de seu dormitório já estavam dormindo, mas Ellie ainda estava lendo um livro quando ouviu Harry e Rony discutindo lá em baixo. Resolveu descer. Ela viu Rony já indo se deitar deixando Harry sozinho após a discussão.

– Harry? – Ela descia o último degrau – Você está bem?

– Estou... É só o Ron...Ele... – Harry ainda estava agitado – Deixa pra lá.

– Eu acredito em você.

– O que? – Harry se sentou em uma das poltronas e Ellie o acompanhou sentando-se em outra.

– Sei que não foi você quem colocou seu nome no cálice.

– Obrigado – Harry levantou as sobrancelhas. Não esperava aquilo dela. – Pena que Ron não pense assim.

– Dê um tempo pra ele. É difícil mesmo acreditar.

– E como você acredita em mim? – Harry se inclinara na poltrona em que estava.

– Simplesmente acredito. Está em seus olhos.

– Acho que Ron não vê isso... – Harry abaixara o olhar triste.

– Deve ser por que ele enxerga primeiro a sua cicatriz – Ellie se levantara da poltrona ao lado da de Harry e ajoelhara na frente ao garoto. Lentamente, ela levou sua mão próximo ao rosto de Harry, colocando de lado a franja do garoto que tampava a cicatriz de raio – Ele está vendo primeiro a fama – Ela olhava para a marca na testa de Harry – Eu estou vendo você – Ela desviara o olhar para os olhos claros dele agora.

– O que tem minha fama? – Harry percebeu a delicada mão de Ellie empurrando a franja para trás, mas ficou imóvel e não disse nada a respeito para que ela não a tirasse dali.

– Não deve ser fácil estar sempre nos bastidores da vida do famoso Harry Potter. Isso deve deixar Rony confuso às vezes. – Ellie tirara a mão de Harry e se levantara – Dê tempo a ele... – Ela repetiu e percebeu que Harry a olhava intensamente depois que lhe tocara os cabelos. Tentou disfarçar.

– Obrigado. Espero que você esteja certa.

– E eu tenho cara de quem erra com alguém? Se estou acertando com você... – Ellie se afastava e começava a subir os degraus de volta – Estou certa sobre Rony. – Ellie já estava no fim da escada e os olhos de Harry a seguiam lá de baixo. – Boa noite, Harry. – Ela sumiu na entrada que levavam aos dormitórios.

– Boa noite. – Harry sentiu sua voz falhar. Não sabia se fora o toque de Ellie em seus cabelos, ou as palavras dela que o acalmaram em relação a Rony, mas se sentia leve. Ellie devia ter veelas na família, para conseguir encantar Harry daquele jeito, ou somente o encantava por ser ela mesma. Ou mais ainda, por ela acreditar nele. Harry foi dormir mais tranquilo naquela noite.

Na manhã seguinte encontrara Hermione, que vinha acompanhada de Rony e Gina. A amiga, em meio a palavras confusas, disse a Harry para encontrar Hagrid, que mais tarde lhe contaria sobre a primeira tarefa: Dragões. No desespero, Harry se isolou mais ainda naquela semana, e só teve tempo de contar a Cedrico o que também descobrira. Percebendo isso, o Prof. Moody tentou aconselhar Harry, o que o ajudou em muito no dia da prova dos Dragões. Durante as semanas que se seguiram até o dia em que a primeira tarefa do Torneio Tribuxo seria feita, Harry não encontrou com Ellie, sem que fosse nas aulas.

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No dia da prova, Harry já estava ansioso e não precisava de Rita Skeeter ali lhe entrevistando mais uma vez. Ele tentava não pensar em um animal quarenta vezes maior que seu tamanho, mas era impossível. Hermione acabara de sair junto a Dumbledore e o Sr. Crouch. Os dragões já estavam selecionados para cada um dos participantes, e nenhum deles conseguia esconder o nervosismo. A voz que chamava cada participante invocava seu nome, sua escola e o dragão que iria enfrentar. Os campeões foram sendo chamados um a um.

– Harry? – Ellie estava escondida atrás de um dos panos, do mesmo jeito que Hermione fizera minutos atrás para lhe desejar boa sorte ao amigo.

– Ellie? – Todos os participantes já haviam competido e conquistado o ovo. Harry estava sozinho na tenda aguardando ser chamado. – Como conseguiu entrar aqui?

– Não importa. Você já sabe o que vai fazer? – Ellie se aproximou – Já sabe?

– Sei sim, eu vou pe...

– Ok. Qualquer coisa olhe para mim na arquibancada, entendeu? – Ellie estava com um tom maternal em sua voz – Está me entendendo? Olhe para mim se algo não sair como você planejou. Eu vou te ajudar. Você está me ouvindo?

– Eu acho que isso é contra as regras e...

– Olhe para mim, só isso! – Ellie o cortara. Pensou em abraçá-lo, mas era tarde demais.

Harry Potter, Grifinória. Representante de Hogwarts. Seu Dragão será o Rabo- Córneo Húngaro! – Um dos juízes acabara de anunciar a entrada de Harry

– Boa sorte. – Ellie tinha um olhar triste. Já Harry não sabia o que tinha sido aquilo, mas gostou da preocupação de Ellie, e mesmo que não fosse olhar para a garota, gostou mais ainda de ter alguém em quem se assegurar se algo desse errado.

Nada deu errado: Harry conseguira pegar sua vassoura, havia enfrentado o dragão e roubado o Ovo de Ouro. A multidão antes calada soltava gritos de vitória quando viu Harry pegar o ovo.

– Isso! Isso! – Ellie já estava ao lado de Draco na arquibancada, e esquecendo-se da presença do irmão, dava pulos e gritos – Harry! Harry! – Cantava junto a multidão.

– Sério mesmo? – Draco a olhava.

– Nem vem, Draco! É por Hogwarts que estou torcendo. – Ela abaixara os braços que erguera para bater palmas no alto – Não é pelo Harry! – Ellie olhava fixamente para Harry que ainda voava sorrindo com o ovo em suas mãos. Soltara um suspiro de alívio– Só por Hogwarts... – Mentia tão bem quanto seus olhos.



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Notas finais do capítulo

Capítulo 13 em breve!