Encontros e Desencontros escrita por Juubs


Capítulo 5
Se esquecer dela... Impossível de conseguir.




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- Agora me diz, que gaveta é essa?

GG: Ah, elas me davam os números dos seus celulares, eu nem pedia. Para não fazer desfeita, levava para casa. Jogava tudo no mesmo lugar, por pura preguiça e, quando eu fui ver, tinha um monte de números espalhados por lá.

CW: O meu... Foi se perdendo em meio a esses números?

GG: Não, o seu eu guardava na minha carteira, eu nunca me desapeguei dele... Demorei meses para jogar fora.

CW: Por quê?

GG: Porque eu o encarava todas as noites antes de dormi, deitado na minha cama passava milhões de pensamentos pela minha cabeça. Tentava tomar coragem todas as noites para te ligar e perguntar se você estava pelo menos bem, mas não conseguia, sempre dizia que ligaria no dia seguinte, porém perdia novamente a coragem. Tinha medo de ligar e outro menino atender ou você me rejeitar. Tinha medo do que eu iria dizer como eu iria dizer. Sentia-me igualmente como os homens que você ignora, não me sentia dominado por você, mas com o mesmo medo que eles tem.

CW: Eu me senti um monstro agora. - Sorri tímida. - Você não queria conhecer a cidade?

GG: Ainda quero.

CW: Então vamos.

Levantamo-nos, ele jogou o dinheiro na mesa e andamos juntos para a saída da lanchonete, a garçonete ainda nos observava. Sorri para ela e envolvi o meu braço no dele. Andamos devagar, olhando cada rua, cada cassino, cada luz que iluminava a cidade.

CW: Eu posso te fazer uma pergunta também?

GG: Nada mais que justo. - Sorriu. - Pode sim.

CW: Você é virgem?- O olhei diretamente.

GG: Não. - Disfarçou, olhando para o céu.- Daqui não dá para ver as estrelas.

CW: Foi com quem?

GG: As luzes são muito fortes.

CW: Não muda de assunto. - O puxei pelo ombro e o fazendo parar diante a mim. - Foi com quem? - Repeti.

GG: Eu não vou responder isso.

CW: Qual é, por que não?

GG: Não devo entrar nesses detalhes com uma dama.

CW: Ok então. - Falei contrariada.

GG: E você? É?

CW; Não.

GG: Com quem foi?

CW: Não é o tipo de coisa que uma dama comenta. - Ironizei.

Ele me olhou sorrindo de lado. Continuamos andando um ao lado do outro.

GG: Você gostaria de me ajudar a arrumar a minha casa?- Me olhou diretamente.

CW: Isso é um convite?- O olhei sorrindo.

GG: Tecnicamente. - Sorriu. - Aceita?

CW: Não! - Sorri sarcástica. - Não é porque nos conhecemos tão bem a tanto tempo, que você me convida para lanchar, eu aceito, brinco e me divirto... Nada disso quer dizer que eu devo te ajudar a arrumar a sua nova casa. E tem mais, minha especialidade é sangue, não faxina.

GG: Calma, eu só pedi uma ajuda. Não te chamei com segundas intenções não, se essa é a sua preocupação. - Falou ofendido. - Só estou querendo que me ajude com algumas coisas.

CW: Tenho cara de diarista, por acaso?

GG: São poucas coisas, eu juro. Eu só preciso de uma mulher aplicada, autoritária, linda e com bom gosto para dar um toque, um ar, um cheiro especial a minha casa. - Eu parei diante a ele, sorrindo. Ele me olhava aliviado, com um sorriso lindo.- Isso é um sim? - Perguntou carinhoso.

CW: Olha, se eu fosse uma garotinha iludida pelo seus olhos azuis, eu aceitaria na hora, mas para o seu azar eu não sou. Eu não caio nesse seu papinho, Gil.- Continuei andando, ele vinha atras de mim.- O que foi isso? Um sorriso para me seduzir? - Parei, o esperando me alcançar. - Tem que treinar.

GG: Ok, eu vou treinar meu lado “sedução”. Mas, agora, eu preciso da sua ajuda. Por favor, Cath.- Falou com uma voz doce, um rosto angelical.

CW: Sabe, eu sou a favor de uma empregada. Há muitas agências espalhadas por aqui.

GG: Eu não vou pôr uma estranha na minha casa. E tambem, onde arranjarei uma empregada que não tenha nojo de nenhum dos meus insetos?

CW: Voce é um pão duro, não quer é gastar dinheiro.- Ri. - Eu tenho uma solução para os seus problemas.

GG: Qual?

CW: Chame as meninas que deram em cima de voce. Elas nunca negariam algo à você. Use seu charme, as faça de escrava.- Ri

GG: Voce é malefica. Coitada delas.

CW: Coitada delas não é? De mim você não tem pena, tanto que está me chamando.

GG: E tambem, não foi uma boa ideia. Elas são taradas, encalhadas e descontroladas. Corro risco de vida com elas na minha casa, elas não podem com um homem bonito e, tambem não quero ficar mal falado no departamento logo no meu segundo dia de trabalho.

CW: Estou surpresa, voce pensa em tudo!- Ri

GG: Pois é. - Riu.- Eu tenho uma ideia.

CW: Qual?

GG: Eu vou chamar a Sara e os meninos. - Eu o olhei e tive um espontaneo ataque de risos - O que foi? Qual é a graça?

CW: Eu vou te contar uma coisa. Eu não confio nenhum par de luvas meus na mão de nenhum dos meninos, quem dirá uma casa. Eles mal sabem cuidar de si mesmo, apostam quem consegue ficar mais dias com uma cueca. E a Sara? Ela nem sabe ligar o fogão, da ultima vez que fez isso, quase explodiu a sua casa. - Ri, ele me olhou assustado.- Mas, se voce quiser ir em frente, vá. Eu só sei que não perco isso por nada, vou pedir para a Sara gravar para mim e me mandar, para me divertir um pouco. - Brinquei.

GG: E quem ganhou?

CW: O que?

GG: A aposta de cuecas.

CW: Greg, ele ficou com uma por dois meses e 10 dias.

GG: E como eles sabem que ele não trapassou? Que ele não trocou?

CW: Eu prefiro não saber sobre esse detalhe.- Ri.

GG: Fracos! - O olhei.- Eu conseguiria mais de 6 meses.- Falou vitorioso

CW: Seus nojentos! - O olhei incredula, ele começou a ri. Caminhamos até o carro que eu dirigi. Ele ficou em silencio, olhando a janela distraido. - Eu... Eu vou ajudar você. - O olhei rapidamente, me virando novamente para o transito.

GG: O que você disse? - Falou ainda distraido.

CW: Que eu vou ajudar voce a arrumar a sua nova casa.- Sorri de lado.

GG: Por que? De repente caiu uma bondade sobre você?- Brincou

CW: Você é tão gracinha. - Ri.- Eu vou te ajudar, pois sou uma boa garota e ninguem merece passar pela humilhação em ter Sara e os meninos arrumando a sua casa.

GG: Isso é porque eles são seus amigos e, ela a melhor amiga. - Falou baixo, eu apenas ri.

CW: Eu estou disposta a ajudar, se voce não quiser.. Tudo bem. - Falei no mesmo tom que ele.

GG: Não, eu quero sim. - Olhou para mim diretamente.

CW: Então, ta bom.

Segui em frente, cheguei na minha casa e parei o carro. Saimos juntos, paramos um diante ao outro de frente para a minha casa.

GG: Então, obrigado por ter me mostrado a cidade e por ter resolvido me ajudar a arrumar a minha casa.- Sorriu timido, me olhou nos olhos.

CW: De nada.- Retribui o sorriso.

GG: Tenha uma boa noite.- Falou baixo, sem jeito. Eu me aproximei dele, o abraçando, ele hesitou ou não acreditou, fazendo-me afastar-me dele.- Então... Até amanha!

CW: Até.- Falei me distanciando, indo em direção à porta de casa.

GG: Cath.- Falou voltando alguns passos, mas ainda mantendo uma certa distancia de mim. Se virou me olhando por completo.- Dorme bem, tenha bons sonhos- Falou com um tom doce, um quase sussurro.

CW: O mesmo para você.- Sorri. Ele retribuiu o sorriso e, saiu andando com as mãos nos bolsos. O acompanhei com o olhar, com a cabeça encostada na porta. Assim que o perdi de vista, entrei em minha casa.

Logo após, tranquei a porta e joguei o molho de chaves em cima da mesinha. Subi as escadas correndo, chegando rapidamente ao meu quarto. Entrei no meu banheiro e tomei um banho demorado.

Sai de lá, com uma camisola preta, acima do joelho e com o cabelo penteado. Fui de encontro a minha janela, olhando o céu por alguns minutos, me perdendo em meio aos meus pensamentos. Logo depois, deitei à cama e adormeci.


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