Encontros e Desencontros escrita por Juubs


Capítulo 32
Pequenos grandes motivos para o fim.




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Catherine Willows:

Suspirei, encostada na porta. Sentei no chão, pegando o anel, no qual eu fiquei olhando por bastante tempo, com um sorriso no rosto. Levantei logo em seguida, indo em direção à janela, olhando disfarçadamente, certificando-me de que Gil já tinha ido embora.  Mantive-me ali, até ter certeza de vê-ló indo embora.

Em seguida, subi para o meu quarto, onde fiquei deitada olhando o anel até adormecer.

No dia seguinte, acordei um pouco disposta, muito disposta em comparação ao dia anterior. Fui direto ao banheiro, onde me arrumei e logo desci, saindo de casa e indo em direção ao departamento.

Cheguei lá, rapidamente. Saia do carro, pegando a minha bolsa que estava jogada no banco do passageiro. Andava, apressada, até chegar ao departamento. Continuava com o mesmo andar decidido até a minha sala.

SS: Catherine!- Falou assim que me viu abrir a porta.

CW: Você e a sua mania em invadir a minha sala.- Sussurrei, jogando a minha bolsa na poltrona.- Bom dia.

SS: Não sei para quem! Temos muita coisa a fazer: Provas do vestido de noiva, escolher as flores do buquê, a decoração da igreja...

CW: Não, temos não.- Falei calma, a olhando.

SS: Claro que temos, porque não sei se você se esqueceu, mas a noiva aqui é você.

CW: Não, eu não estou mais noiva.- Mostrei a minha mão.- Não há nada entre mim e Gil.- Falei naturalmente.

SS: Como é que é?- Disse sem entender, me encarando.

CW: Eu terminei o noivado, o namoro, seja lá o que for que tínhamos.

SS: Espera ai... Isso é uma pegadinha?

CW: Não.

SS: Ah, então eu já sei! Não quer que eu ajude nos preparativos do casamento e inventaram isso para não me magoar.

CW: Tambem não.- Continuei natural.

SS: Então você só pode estar maluca!- Exclamou

CW: Não, eu estou em perfeita condição mental. Essa é uma decisão completamente...

SS: Retardada- Interrompeu-me.- Meu bem.- Aproximou-se de mim, delicada, segurando a minha mão e se sentando ao meu lado na poltrona.- Entenda uma coisa, você não pode destruir um casamento assim. Não com essa naturalidade e essa sua cara irônica. Estamos falando do seu futuro, estamos falando da sua vida.

CW: Isso mesmo.- Interrompi.- Uma decisão que só cabe a mim.

SS: Não. Cabe aos dois... Por que você destruir tudo que construíram juntos até agora?

CW: Eu não agüento mais Sara. Eu estou exausta em agüentar calada a provocação, comparações, ironias, atrevimentos da senhora Grissom. Talvez, se ele me apoiasse, eu conseguiria levar tudo isso no mesmo tom que ela, mas não... Ele a defende se deixar, ele não diz nada. Quando eu fui jantar na casa dele, a mãe dele me disse que ele e a Heather tinham namorado, logo depois que ele terminou comigo. E ele não tinha me dito. Heather mora na casa dele, ele é um homem, ela uma mulher... Você entende isso?

SS: Não, eu entendo que ele ama você.- Sorriu.- Você não pode estragar o seu futuro com uma coisa que aconteceu no passado, há 6 anos atrás. Eu não dou razão à você, em desistir de um casamento assim, do nada, só por causa de algumas provocações, ou de um namoro de adolescentes.

CW: Não são “ algumas” provocações. É a mãe do Gil. Ela me tira do sério, ela é a única que consegue tirar toda a minha paciência com poucas palavras. Ela fere o meu ego de uma forma inexplicável. Eu sinto medo, eu sinto insegurança, eu me sinto destruída perto daquela mulher.

SS: Voce já disse isso à ele?

CW: Preciso?- Falei espantada.

SS: Sim, ele não vai adivinhar.- Se levantou.- Eu não vou ficar aqui lhe dando lições de moral, conselhos, pois você está muito grandinha e sabe muito bem o que deve fazer da sua vida. Eu sei e você sabe também, que nunca vai amar uma pessoa como ama o Gil. Mas, se você quer jogar tudo isso fora, por causa dessa mulher, jogue. A escolha é sua, a vida é sua. Se você quer, praticamente, entrega-ló nas mãos de Heather, entregue. Mas depois, depois, eu não vou escutar reclamações e nem choramingas no meu ombro. Porque não adianta se arrepender depois que o vê nas mãos de outra.- Falou direta, me olhando nos olhos, me deixando até mesmo sem jeito. Fiquei em silencio, não a encarei. Apenas abaixei a cabeça. Ela caminhou até a porta, abriu e ficou a me olhar.- Pense no que eu te disse, eu não estou brincando. Você não pode deixar uma pessoa só estragar uma mulher tão firme como você, não pode. Assim, você não parece a Catherine Willows que eu me tornei amiga, a Catherine que todos aqui respeitam. Desse jeito, você não passa de uma menininha fraca, que só quer chamar atenção.- Saiu.

Fiquei parada, em total silencio. Virei-me rapidamente, só quando escutei o barulho da porta se bater. Ajeite-me no sofá, olhando para o teto, pensando e repensando cada passo que eu tinha dado até agora. Nunca tinha visto a Sara falar assim, tão radicalmente, comigo. Confesso, fiquei até assustada.

Gil Grissom:

Olhava de longe, Sara saindo da sala da Catherine. Estranhei o jeito que ela saiu, autoritária e com um andar que parecia muito com a da sua amiga. Andei, apressado até ela, a chamando no caminho.

GG: Sara!- A puxei pelo braço, parando-a no meio do corredor.

SS: O que foi?- Falou grossa.

GG: Pode não ser da minha conta, mas porque você saiu assim da sala da Catherine?

SS: Você ainda pergunta?- Riu sarcástica.- Ela acabou com o casamento, porque você não agiu como um homem!- Cutucou o meu peito, me fazendo recuar.- Você é um idiota, sabia?! Deveria ter contado que tinha namorado a Heather, deveria ter tirado aquela mulher da sua casa. Você deveria ter a defendido, quando a sua mãe a faltou com respeito!- Gritou

GG: Calma!- Segurei a mão dela, falando no mesmo tom.- Ok, eu errei. E entendo também, você está brava comigo, afinal Catherine é a sua melhor amiga e você tem que defende-lá.

SS: Catherine? Ela é uma mimada! Onde já se viu, terminar um casamento assim? Será que eu sou a única que enxerga que era isso mesmo que a insuportável da sua mãe queria?

GG: Não fala assim da minha mãe!

SS: Se eu falar assim, voce vai fazer o que, filhinho da mamãe?- Falou sarcástica- Ela é insuportavelmente chata! Eu sei e você sabe.- Sussurrou, respirando fundo.- Olha, eu vou falar te falar uma coisa: No começo, eu era contra esse casamento, pois eu pensava que seria a maior besteira da vida dos dois. Tão novos, querendo uma família, ainda mais em Las Vegas e trabalhando onde trabalham. Mas agora, o que eu mais quero é que isso aconteça. Eu sei que você a ama, mesmo sendo um otário, você a ama. E ela também te ama muito. Se não, não estaria tão ofendida com tudo o que a sua mãe vem dizendo todos esses anos. Não teria faltado trabalho ontem, só porque iria o encontrar aqui e além do mais, não estaria com o anel que você deu a ela ainda no dedo. Tudo bem, não está no dedo certo, mas está na mão dela. É melhor você ter alguma coisa para reconquista-lá, melhor você fazer ela ir para o seu próprio casamento. Porque se não fizer, vai ser a maior burrice da vida dos dois. E eu, eu não vou ficar escutando arrependimentos depois. Não vou querer ver os dois andando que nem zumbis por esses corredores e mal-humorados. É melhor você dar um jeito nisso.- Desvencilhou o seu braço e continuou a andar, em direção oposta no corredor.

A olhei espantado, paralisado no corredor. Quando me recompus, caminhei mais um pouco, entrei na sala da Catherine, sem ao menos bater.

CW: Porta existe.- Falou tampando o rosto, sentada na poltrona.

GG: Está chorando?- Sussurrei, sentando-me ao seu lado.

CW: Não te interessa.- Disse direta. Tirei as suas mãos devagar do seu rosto. Acariciei o mesmo, limpando as lagrimas que insistiam em cair.

GG: Tudo que esteja relacionado à você, me interessa.- Sorri, a olhando diretamente.- Você é tão linda, não deveria estar chorando como uma boba.

CW: Pessoas me dão motivos.- Ironizou, tirando a minha mão do seu rosto. Ela se levantou, saindo de perto de mim.- O que você quer comigo? É sobre algum caso?

GG: Não, é sobre nós dois.- Levantei-me também.- Novamente, eu peço desculpas à você. Eu sou um idiota, eu sou um otário.

CW: Sim, você é.- Interrompeu-me.


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