Gil Grissom:

Tentei segurar a porta e chama-lá, mas a mesma entrou em seu carro correndo.

GG: Droga.- Suspirei, fechando a porta.- Ela entendeu tudo errado.

HK: O que ela estava falando sobre a camisa que voce me emprestou?

GG: Ah, ela gosta dessa camisa.- Me sentei no sofá.

HK: Se quiser eu posso trocar.

GG: Não, pode ficar.. Eu acho que ela nunca mais vai usar mesmo.

HK: Ok.- Se sentou ao meu lado. Ficamos em silencio, até que ela o quebrou.- Quer conversar?- Sorriu convincente. Eu deitei no seu colo, ela fazia carinho na minha cabeça.- Como na faculdade, quando voce e a Catherine brigavam ou quando voces ficavam sem se falar.- Sussurrou.

GG: Pois é. Voce sempre teve tempo para mim e para as minhas burrices.- Ri.

HK: É.. Eu acho que por isso eu me tornei psicologa.- Brincou.- Me diz, o que ela falou que te deixou tão incomodado?- Acariciava o meu rosto.

GG: Ela desconfia que eu tenha matado o Eddie.

HK: Ela tem motivos para isso?- Falou baixo, com a voz calma.

GG: Tem, e muitos. Na primeira vez que eu o vi, ele estava batendo nela, então eu fui lá e, nós brigamos. Eu o deixei no chão, quase morto e ele prometeu vingança desde aquele dia. Depois, quando eu estava na casa dela, ele foi lá e eu o tirei, dizendo que o mataria se chegasse perto dela novamente, essa foi a segunda ameaça. Então, aconteceu um monte de coisas e a ultima gota foi ele ter quase a matado. Quando eu descobri isso, eu fiquei de cabeça quente, eu só pensava em me vingar dele. Então, eu sai da sua sala furioso e segui logo para a casa dele. Ele abriu a porta para mim, com uma risada sarcastica, dizendo que tinha dormido com ela, que ela tinha dito que o amava. Foi o primeiro soco. Nós brigamos, rolamos no chão, eu o destruí. Mas eu o deixei vivo, eu tenho certeza disso, eu sai de lá e ele estava bem vivo.

HK: Voce foi para onde quando saiu de lá?

GG: Eu voltei para o departamento, trabalhei como se nada tivesse acontecido. Eu só descobri que o Eddie era a “vitima” do meu caso, quando a Catherine entrou lá com o Brass.

HK: Voce comentou com alguem, ali dentro, sobre o Eddie?

GG: Não, eu não confio em mais ninguem ali dentro desde que o Warrick e o Nick armaram para mim.

HK: Esse negocio de Nick e o Warrick armarem para voce, voce não me disse.- Me olhou diretamente.- Eles parecem muito divertidos.

GG: Mas não são.- Retruquei.- O Warrick pode até ser, mas o Nick não. Só porque eu não o ajudei a sair com a Catherine, ele inventou uma mentira junto com o Rick, dizendo que eu tinha feito uma aposta de duzentos dolares, se eu conseguisse dormi com a Cath.

HK: Ela acreditou? Boba.- Sorriu.- Voce a esperou por tanto tempo, deu basta em tantas meninas por ela, e a mesma achou que voce dormiria com ela por duzentos dolares. Tola.- Sussurrou.- E a Sara? Ela sabia desse Eddie não é?

GG: Sim, mas ela não o mataria tambem. Eu a vi no departamento o dia inteiro com o Greg.

HK: Eu posso dar a minha opinião?

GG: Pode, claro.- A olhei.

HK: Catherine não te merece. Voce faz de tudo e, ela não acredita em voce. Ela não confia em voce, como eu confio. Por certo modo, eu não a culpo por isso, ela é apenas uma garota, ela é apenas uma menina. Ela passou exatos seis anos longe de voce, sem noticias, sem contato. Eu não quero ser que nem a sua a mãe, que implicava com ela e falava que eu era a garota certa para voce. Por ter a mesma idade, os mesmos objetivos e por ter um corpo bonito, que antes, Catherine não tinha. Eu nunca concordei nesse ponto com a sua mãe, mas sempre concordei quando ela dizia que Catherine era uma criança para voce, ela continua sendo. Ela cresceu fisicamente, se tornou uma linda mulher, mas não cresceu mentalmente.. Ela se parece com uma garota insegura, mimada e autoritaria.. E nós sabemos, que não é disso que voce precisa. Sabemos que voce precisa de uma mulher, uma mulher ao seu porte, uma mulher que te complete.- Sussurrou, em uma voz doce e calma. Levantei do seu colo, apoiando a mão no sofá e a olhando diretamente.

GG: Talvez voce tenha razão.- Sussurrei ao mesmo tom que ela, a olhando nos olhos.

HK: É, talvez.- Sorriu, um sorriso magico. Eu me encantava pelos seus olhos verdes claro. A olhei de uma forma totalmente diferente, não a via como uma amiga, a via como uma mulher. A olhava do mesmo modo que eu olhava para Catherine, porém de uma forma mais madura. Me aproximava devagar de seu rosto, passando a mão no seu rosto, levemente. Acariciava o seu cabelo, deixando a minha mão deslizar. Ela não reagia, apenas sorria. Seus labios chamavam os meus, o seu batom no tom vermelho escuro atraia atenção de qualquer um. Sua boca parecia uma maça, de tão vermelha, eu não hesitei em beija-lá. O beijo foi intenso e ao mesmo tempo doce, devagar e empolgante.

A deitei lentamente no sofá, ainda a beijando. Parei um pouco e a olhei, com um sorriso em meio aos labios. Ela revidava com um olhar duvidoso, surpreso.

GG: Não diz nada, não dê uma de psicologa. Eu não estou errado, voce sabe.- Sussurrei, voltando a beija-lá. Passava a mão nos seus cabelos, os jogando para trás. Desci a minha boca, mordiscando o seu queixo de leve, a fazendo ri. Minhas mãos, subiam até a cintura, passando pelas suas pernas. A peguei no colo, ela era tão leve, a mesma entrelaçou as suas pernas em volta do meu abdomen, me prendendo a ela. Acariciei o seu rosto e a beijei novamente, um beijo mais intenso. A guiei até o meu quarto, a deitei na minha cama lentamente e começei a beijar o seu pescoço, a fazendo contorcer na cama. Segurava a sua mão, a prendendo na cama, em um gesto carinhoso. Minha boca subia lentamente até a sua, a encarei por alguns segundos, olhando diretamente os seus olhos verdes. Ela me puxou pela nuca e me beijou. A mesma me virou, ficando por cima. Com um olhar sedutor, sentou sobre mim, pegando as minhas mãos e pondo em sua cintura. Ela me guiava até chegar ao primeiro botão da camisa que ela estava usando. Abri o primeiro, com a sua ajuda. O segundo, desisti.

De repente meus pensamentos não estavam mais em Heather. O meu encanto por ela tinha desaparecido e eu não a via mais como uma mulher sedutora, que eu estava prestes a dormir. A via como uma amiga, a amiga que sempre foi.

Heather, desapontada, saiu de cima de mim. Ajeitou a sua roupa e os seus cabelos. Eu me sentei na cama, sem graça a olhando.

GG: Desculpa, eu não posso- Sussurrei.- Eu não estou preparando, eu não consigo.

HK: Ok.- Falou em um tom baixo, recusando me olhar e levantando da cama.

GG: Espera.- Segurei o seu braço devagar, a fazendo me olhar.- Eu fui impulsivo, eu fiz isso por vingança, pela Catherine não me entender, por ela desconfiar de mim. Eu sei que fui eu que te beijei e, peço desculpas por isso, não quero que influencie na nossa amizade. Você é uma mulher linda, divertida, sedutora.. Mas, não é a Catherine.

HK: Eu acho que entendo.- Desvenciliou o seu braço do meu.

GG: Olha, dorme aqui na cama. Deixa que eu durmo na sala.- Levantei, peguei o meu travisseiro e um cobertor. Heather me olhava de pé, em absoluto silencio. Me aproximei da mesma, acariciando o seu rosto e a olhando diretamente. Em um gesto delicado, a ruiva fechou os olhos ao sentir o meu toque. Beijei a sua testa e logo após, a abraçei. Nos distaciavamos lentamente, olhando um para o outro. Sorri para ela e logo em seguida sai do quarto, à caminho da sala.

Arrumei o sofá e deitei. Ficava pensando se tinha feito a coisa certa, ao me afastar de tal forma de Heather. Encarei inumeras vezes a porta do meu quarto, pensando em formas de voltar lá e terminar o que eu já tinha começado. Porém, rapidamente, a minha mente vinha Catherine. Mesmo com uma mulher tão completa quanto Heather, eu sentia falta da Cath.

Ajeitei a minha cabeça, encontrando a posição adequada e, logo depois, adormeci.