Encontros e Desencontros escrita por Juubs


Capítulo 18
Conrad: O amigo inimigo.




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WB: Catherine!- Gritou, mas finji não escutar e continuei andando.- Catherine!- Falou mais uma vez, me alcançando e impedindo que eu saisse do departamento.

CW: O que voce quer Warrick?

WB: Eu preciso de voce, alias toda a nossa equipe precisa de voce.

CW: Precisa para que?- Perguntei curiosa

WB: Um caso, que surgiu agora. Voce é a única especialista de sangue, voce tem que nos ajudar

CW: Lamento, não faço mais parte do seu turno, então não sou obrigada a ajudar voces.- Falei tentando sair novamente, mas ele me puxou devagar.

WB: Por favor.. Não é para mim e nem para o Ecklie, é para a vitima.- Falou com a voz doce. Erguei as sombrancelhas, mas acabei concordando.

CW: Ok, tudo bem.- Ele sorriu, andando lado à lado comigo, até a sala de evidencias. Cheguei lá, encontrei todos menos Sara e Nick.- Quem é ela?- Falei, olhando para uma mulher de cima abaixo, que estava ao lado de Gil.

HK: Voce deve ser a famosa Catherine Willows.- Sorriu.- Eu sou a Heather Kessler, prazer.- Falou simpatica. Ela era ruiva, estava com um vestido preto, apertado no corpo e com um salto alto, preto tambem. O seu vestido havia um curto decote. O batom em um tom vermelho, bem forte, marcava os seus labios.

CW: Famosa?- Falei surpresa.

HK: É, eu fiquei sabendo muito de voce antes do Griss me trazer para cá. Nós estudamos juntos, ele falava de voce a todo tempo.

CW: Ah, então voce estudou com o Griss? E ele que te trouxe para cá?- Debochei, olhando para ele, que desvenciliou o seu olhar do meu.

HK: Foi sim, nos formamos juntos.- Sorriu.- Então, quando ele soube que tinha uma vaga sobrando no turno da noite, ele me indicou e eu acabei sendo contratada.

CW: Há quanto tempo voce foi contratada e eu não fui avisada?- Me virei para todos ao redor da mesa, todos desvenciliaram o olhar do meu e ficaram em silencio.

CE: Não preciso comunicar uma ex integrante da equipe, sobre quem eu contrato ou não.- Ironizou.- Quem toma as decisões aqui sou eu.

CW: Heather, me diga. Qual é a sua especialidade?- Voltei a olhar para ela, ingnorando Ecklie.

HK: Psicologia forense.

CW: Warrick, de que especialista voces precisam aqui, agora?- Me virei para ele.

WB: Especialista em sangue.- Falou baixo. Sorri, olhando para o Ecklie.

CW: Isso só comprava mais uma vez sua incompetencia, Conrad. Já que voce manda aqui, poderia achar uma especialista em sangue, não uma psicologa, pois ela não ajudará em nada.- Falei direta- Ah, eu quase me esqueci, voce não precisa das minhas opinioes, não precisa de ninguem, pois  voce acha que pode fazer tudo sozinho.- Falei sarcastica, com um sorriso ironico no rosto. Acertei a minha bolsa e ameaçei sair da sala.

CE: Espera Catherine!- Gritou.- Voce sabe que há essa hora eu não posso conseguir nenhuma especialista em sangue. Sabe que infelizmente, eu preciso de voce. Então, fica aqui.

CW: Jura que voce precisa?- Ri. Ele balançou a cabeça, positivamente.- Ok, eu fico, com uma condição.

CE: Qual?

CW: Pede com jeitinho para mim, ajoelhe-se no chão e implore.- Sorri.

CE: Isso é ridiculo.

CW: Ridiculo? Eu vou te dizer o que é ridiculo: Ridiculo é voce ser a primeira opção para um dos maiores cargos do departamento e ser substituida por um imbecil. Ridiculo, é voce ser mudada de turno contra a sua vontade, mudar o seu horario, ficar longe das pessoas que sempre estiveram por perto e ir para um lugar onde só tem gente como o imbecil que a substituiu. Ridiculo, é voce ser enganada pela pessoa que mais confiava e por um dos seus melhores amigos. Ridiculo, é perder a confiança de um homem que eu mais admirava de uma hora para outra, pois uma coisa muito pessoal minha foi espalhada aqui. Isso que é ridiculo! Agora, ajoelha e implore para que eu fique e resolva esse caso, ou eu vou embora e voce vai ter que se virar para arranjar uma nova especialista sanguinea e se não conseguir, provavelmente, será rebaixado por fracassar logo no seu primeiro caso como chefe. E quem voltará ao turno da noite para esfregar na sua cara o quanto voce é um idiota? Eu!.- Sorri sarcastica. Ele lançou olhares furiosos, olhou para a porta e se ajoelhou aos meus pés. Warrick, Greg, Gil e Heather tentavam disfarçar os risos.

CE: Catherine fique, por favor, pois eu preciso de voce nessa equipe, pelo ou menos nesse caso.- Sussurrou.

CW: O que? Fale mais alto.

CE: Catherine fique, por favor, pois eu preciso de voce nessa equipe, pelo ou menos nesse caso.- Falou em um tom relevante.

CW: Por que voce precisa de mim?

CE: Porque voce é uma especialista sanguinea.

CW: Apenas isso?

CE: Não, voce é uma otima especialista sanguinea.

CW: Otima?

CE: A melhor que eu já vi.

CW: E?

CE: Uma otima e honesta CSI, como eu jamais serei.

CW: Isso mesmo. Mais o que eu sou?

CE: Uma mulher linda e inteligente.- Falou contrariado.

CW: Continue.

CE: Eu preciso de voce na minha equipe, pois alem disso tudo, voce enxerga muito alem de mim.

CW: Modestia parte, eu sou extraordinaria em todos os aspectos- Sorri.- Eu fico, só para esse caso.- Ele se levantou, limpando o joelho.- Conrad?

CE: O que?

CW: Não falta nada?- Ironizei.

CE: Obrigado Catherine, por atender o meu pedido.- Falou com raiva.

CW: De nada.- Sorri sarcastica.

GS: Podemos falar do caso agora?- Tentou falar sério, ao olhar Ecklie.

CW: Claro, me deixe a par de tudo.- Tirei a minha bolsa, a colocando em cima da mesa.

GS: Um corpo de um homem foi encontrado na sua casa. Nick e Sara estão lá agora.

SS: Chegamos.- Sorriu, segurando o kit e entrando junto com o Nick.

NS: Ei Cath, o que faz aqui?- Perguntou curioso, olhando em volta.

CW: Estou no caso junto com voces.- Sorri, olhando para Ecklie que virou o rosto.

GG: O que voces descobriram?

SS: Quase nada. Ele tinha acabado de se mudar, os vizinhos não sabem nada dele, nem mesmo o nome. Falaram que na casa dele não tinha grande movimentação.

CW: E as evidencias?

NS: Não tinha. A cena do crime foi totalmente limpa, sem vestigios de sangue, não tinha digitais e nem pegadas. A porta não foi arrombada e nem nada.

HK: Talvez ele conhecesse o assassino.- Relevou a voz, fazendo todos olharem para ela.

WB: É, talvez.- Sorriu para ela.- Cade o corpo?- Virou para Nick.

NS: Autopsia.- Jogou um par de luvas para ele.- Agora é com voce.

WB: Ok.- Pos as luvas e saiu.

CW: Fotografaram o local e o corpo?

SS: Claro.- Falou pegando um envelope, tirou as fotos e entregou na minha mão. Passava devagar, olhando a casa por completo e chegando finalmente a foto do corpo. Era o Eddie, suspirei, deixando as fotos cairem no chão.

GS: O que houve Catherine?- Me olhou surpreso, ao ver as fotos se espalharem pelo chão.

CW: Nada.- Falei baixo, me agachei, as enfileirei e me levantei.- Eu preciso falar com o Jim.- Falei segurando as fotos, olhando para Gil com receio e saindo

CE: Sobre o que? É sobre o meu caso?- Gritou a me ver sair, porém eu não dei importancia.

Continuei seguindo os corredores, em passos apressados. Cheguei em frente a sala de Jim, encarei a porta por alguns segundos, tomando coragem para falar com ele e, finalmente, abri a porta.

CW: Jim.- Falei baixo, o olhando preencher alguns papeis. O mesmo se virou para mim.

JB: Oi.- Falou no mesmo tom, mas um pouco frio.- O que voce faz aqui?- Soltou a caneta.

CW: Eu vim falar com voce.- Sentei a cadeira a sua frente.

JB: Sobre?- Perguntou curioso.

CW: Sobre isso.- Peguei as fotos e expus na mesa. Ele as olhou, passando normalmente.

JB: Um homem morto.- Continuava a olha-lás.- Sem identificação?

CW: Para os outros sim, para mim não.

JB: Como?

CW: Eu o conheço Jim, o conheço intimamente.- Sussurrei, ele me olhou surpreso.

JB: Defina o intimamente.

CW: Eu sai com ele algumas vezes, o seu nome é Eddie, não chegamos a dormi juntos, pois eu não quis.

JB: Ele forçou alguma coisa com voce?- Perguntou carinhoso, segurando a minha mão. Eu desvenciliei o meu olhar do seu, encarando o chão.

CW: Sim.- Falei baixo.- Mas o Gil o impediu, pelo ou menos por uma vez.

JB: O que voce quer dizer com isso?- Desconfiou.

CW: Ele vem me perseguindo há algum tempo. Foi ele que quebrou o meu carro e me mandou uma carta me ameaçando. E ontem... Ele passou de todos os limites.- Falei tentando engolir o choro, abaixando a cabeça, enquanto Brass me olhava fixamente.

JB: O que ele fez?- Falou baixo, levantando o meu queixo, me fazendo olha-ló.

CW: Ele me bateu Jim, ele me bateu muito.- Levantei a manga da minha blusa, mostrando arranhoes no meu braço. Jim me olhou incredulo.- Eu pensei, que não estaria viva hoje.- Deixei lagrimas rolarem pelo meu rosto, sem medo de esconde-lás.

JB: Por que voce não me disse antes? Eu poderia ter impedido isso!

CW: A vergonha e o orgulho não deixaram. E, tambem eu tinha o Gil ao meu lado, o Gil me protegia... E agora, agora eu não tenho ninguem.

JB: Não diz assim, eu estou com voce.- Sorriu, se levantando. Eu me levantei tambem e por impulso o abraçei, forte.

CW: Voce não pode mais confiar em mim, mas eu confio em voce com os olhos fechados. Voce para mim, é o pai que eu nunca tive.- Sussurrei, entre o choro. Ele passou a mão no meu cabelo devagar, como se estivesse me acalmando.

JB: Calma, vai ficar tudo bem.- Me tirou do seu abraço, me olhando nos olhos.- Vamos resolver isso, eu vou junto com voce.- Me puxou pela mão e andamos juntos pelo corredor, em direção a sala de evidencias. Entramos lá e todas as atenções se voltaram para mim.- Catherine está fora do caso.- Falou em alto e bom tom, fazendo todos se entreolharem.

CE: Como assim? Ela não pode me deixar!- Se desesperou, se ajoelhando novamente diante a mim. Todos começaram a ri, inclusive eu.- Por favor Catherine, eu preciso de voce, não saia desse caso, por favor!- Gritou, chorando desesperado.- Se eu ficar sem uma especialista sanguinea e não conseguir resolver meu primeiro caso como lider, eu perco a minha promoção, eu não posso falhar! Eu preciso de voce, mais que tudo nesse momento.- Pegou a minha mão e a beijou.

CW: É lindo ve-ló assim, mas levante-se Conrad, deixe de fazer esse papel ridiculo e humilhante!- Falei limpando a minha mão na roupa, ele levantou devagar, limpando o rosto e se virando para todos que riam como crianças.

JB: Voltando a dizer, Catherine está fora do caso.

SS: Mas, por que? Eu estava tão contente que ela trabalharia com a gente novamente.

CW: Eu não posso, eu conheço a vitima.

WS: Conhece?- Interrompeu, entrando na sala.- Então, me diga, pois eu não o achei no CODIS.

CW: O nome dele é Eddie, eu só sei sobre isso. Eu sai com ele um tempo atras.

NS: Por isso o choque em ver as fotos?- Perguntou curioso.

CW: Tambem.- Respirei fundo, olhando para Brass que fazia um sinal negativo com a cabeça. Levantei a manga da minha blusa, mostrando o ferimento dos meus braços.

GS: Voce caiu?- Disse, pondo a lanterna sobre os ferimentos.

CW: Antes fosse isso.- Suspirei. Eles olharam um para o outro, surpresos. Ficaram um tempo em silencio, até que Heather o quebrou.

HK: Olha, se voce quiser conversar comigo...

CW: Não obrigada, prefiro ficar traumatizada ou entrar em depressão profunda, do que falar com uma psicologa que se acha perita.

WB: Voce sabe mais alguma coisa, que possa nos ajudar?

CW: Não. Eu só sei o nome dele, o primeiro nome.

CE: Espera ai.- Sorriu.- Voce conhecia a vitima intimamente, tinha motivos e é uma CSI...

CW: Voce estava ajoelhando aos meus pés e agora acha que eu o matei?- O interrompi, assustada.

CE: Qual é Catherine, voce tinha motivos, voce é uma CSI, é habilidosa e minusciosa. Por que não mata-ló? Voce estava com raiva, sua arma carregada, ninguem te reconheceria lá. Ele abriria a porta para voce normalmente. Voce se vingaria facil!

CW: Voce está querendo roubar o emprego da Heather tambem? Ou quer me dar motivos por um crime que eu não cometi?- Ironizei.

CE: Será que realmente, voce não o cometeu?- Desconfiou.

JB: Conrad, para de acusa-lá sem provas!- Falou nervoso.- Isso são apenas teorias, voce não tem nada que possa culpa-lá.

CW: Não Jim, deixa ele.- Ri.- O que voce quer que eu diga?

CE: Nada, só quero a sua arma.

CW: Ok.- Peguei a arma da minha cintura e entreguei na mão de Sara, ela a descarregou e viu que todas as balas estavam ali.- Warrick, que horas o Dr. Robbins disse que ele morreu?

CE: Não fale, ela é uma suspeita.

WB: Foi entre as 10:00 e 14:30, ele não pode ser exato.

CW: Conrad, eu odeio te desapontar, mas na hora determinada pelo legista, eu estava no departamento.

CE: E no horario de almoço?

CW: Eu comi no restaurante perto do departamento. Sabe se eu fosse voce, parava de me acusar sem provas e ia atras do verdadeiro acusado, pois a sua “carreira” está por um triz.- Ri.

CE: Eu sei que foi voce.- Falou sério.- Voce tinha motivos, raiva e é uma CSI, eu já disse.

CW: Só para começar, não tem como matar uma pessoa em uma hora, arrumar a casa, voltar para o departamento, trocar de roupas e finjir que não houve nada. Eu não usaria a minha arma para mata-ló e depois diria para todos que eu o conhecia e que ele me bateu. E tambem, sabendo que voces investigariam o caso, porque eu deixaria o corpo dele para ser identificado? No minimo, iria desova-ló ou queima-ló.

CE: Então... Voce pensou nisso?- Ergueu as sombrancelhas, me fazendo ri.

JB: Conrad, voce sabe que não foi ela. Para de fazer gracinhas e começe a trabalhar para achar a pessoa que fez isso.

CE: Como voce pode ter tanta certeza?

JB: Eu confio nela.- Me olhou carinhoso, me fazendo sorri.- Se não se importa, sairemos para deixar voces resolverem o caso.- Peguei a minha bolsa, e sai junto com Brass, olhando disfarçadamente para Gil.

CW: Aquilo que voce disse para o Ecklie, é sério?- Sorri sem jeito, o olhando.

JB: O que eu disse?- Parou no corredor.

CW: Que confia em mim.- Parei diante a ele.

JB: Claro que sim. Eu nunca deixei de confiar, só fiquei chateado por voce ter mentido para mim.- Sorriu.

CW: Acho melhor eu ir para casa.

JB: Eu vou te levar, moçinha.- Brincou, percorrendo o corredor junto a mim. Ele pegou as chaves do meu carro, abriu o banco do passageiro para mim e entrou no do motorista. Dirigia atento e em absoluto silencio até chegar a minha casa. Ele o colocou na garagem e me acompanhou até a porta da frente.- Se cuida Cath, qualquer coisa liga para mim, eu vou trabalhar a noite toda.- Sorriu, se afastando e andando devagar. O olhei, até perde-ló de vista.


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