Ops! - Entre o desespero e a esperança escrita por Fran Carvalho
Notas iniciais do capítulo
Lembrando que não estou julgando o comportamento de Inajara. Quem julgou foi Camila.
Mal sabia do perigo que corria naquela noite.
Inajara me convenceu a irmos a Teen Music, apesar de André ter tido que resolver problemas.
– No caminho - ela dissera - Vou te apresentar uns novos amigos meus e ver no que isso dá.
Concordei, e agora, estávamos na rua da escola, se aproximando de garotos da mesma idade que nós. Talvez alguns fossem mais velhos.
– Mas olha quem resolveu aparecer! - gritou um dos garotos de aspecto forte e cigarro na boca - Inajara!
– Oi, Luis Henrique! - riu Inajara - Já chapado, cara?
– Todos, menos eu - riu um garoto de cabelo bagunçado e aspecto mais velho - Até agora.
Vi o garoto tirar do bolso um papel e um certo pó, que transformou imediatamente em um cigarro de maconha.
– Aceita um, Iná? - ofereceu o garoto misterioso.
– Sabe perfeitamente que não fumo maconha, Niterói - respondeu Inajara - Alguém aí tem um cigarro?
Eu observava tudo, tentando ser o mais natural possível, mas surpresa com as amizades e atitudes da minha melhor amiga.
– Eu tenho - um garoto mais novo tirou do bolso uma carteira de cigarro preta, que ofereceu a Inajara.
A garota agradeceu e acendeu o cigarro no cigarro de maconha de Niterói. Ofereceu um para mim que neguei imediatamente.
- Faz muito bem - riu o garoto Luis Henrique - Não siga os passos da sua amiga aí, não.
O tapa da palma aberta de Inajara voou para a cabeça de Henquique O garoto caiu de bruços pra frente e riu, erguendo-se.
- Lezado - riu Inajara - Mas ele tem razão, Mila, você não deve seguir meu exemplo, não.
Assenti, constrangida.
- Não se preocupe com meus amigos - continuou dizendo minha amiga - Com exceção de Niterói, eles não fazem parte da turma de viciados. Só fumam maconha pra se divertir.
Acenei com a cabeça, mas não concordei. Para mim, droga era droga, não importava se fosse para se divertir ou por vício.
O loirinho tinha um capuz sobre a cabeça. Niterói e Luis Henrique o acompanharam. Percebi que Inajara flertava descaradamente com o garoto de roupa de marca ao seu lado.
Segurei o ar, surpresa, quando ele a agarrou sem cerimônias em um beijo.
Luis Henrique aproximou-se delicadamente de mim, que recuei, ao olhar nos olhos vermelhos do garoto. Ele riu.
- Calma - pediu ele - Meu amigo quer ficar com você.
Ia logo dizer que não, mas a curiosidade sempre foi maior que eu.
- Quem? - perguntei.
Ele apontou para o rosto encapuzado de Niterói.
- Não - falei, rispidamente.
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