Ops! - Entre o desespero e a esperança escrita por Fran Carvalho


Capítulo 6
A outra face de Inajara


Notas iniciais do capítulo

Lembrando que não estou julgando o comportamento de Inajara. Quem julgou foi Camila.



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Mal sabia do perigo que corria naquela noite.

Inajara me convenceu a irmos a Teen Music, apesar de André ter tido que resolver problemas.

– No caminho - ela dissera - Vou te apresentar uns novos amigos meus e ver no que isso dá.

Concordei, e agora, estávamos na rua da escola, se aproximando de garotos da mesma idade que nós. Talvez alguns fossem mais velhos.

– Mas olha quem resolveu aparecer! - gritou um dos garotos de aspecto forte e cigarro na boca - Inajara!

– Oi, Luis Henrique! - riu Inajara - Já chapado, cara?

– Todos, menos eu - riu um garoto de cabelo bagunçado e aspecto mais velho - Até agora.

Vi o garoto tirar do bolso um papel e um certo pó, que transformou imediatamente em um cigarro de maconha.

– Aceita um, Iná? - ofereceu o garoto misterioso.

– Sabe perfeitamente que não fumo maconha, Niterói - respondeu Inajara - Alguém aí tem um cigarro?

Eu observava tudo, tentando ser o mais natural possível, mas surpresa com as amizades e atitudes da minha melhor amiga.

– Eu tenho - um garoto mais novo tirou do bolso uma carteira de cigarro preta, que ofereceu a Inajara.

A garota agradeceu e acendeu o cigarro no cigarro de maconha de Niterói. Ofereceu um para mim que neguei imediatamente.

- Faz muito bem - riu o garoto Luis Henrique - Não siga  os passos da sua amiga aí, não.

O tapa da palma aberta de Inajara voou para a cabeça de Henquique O garoto caiu de bruços pra frente e riu, erguendo-se.

- Lezado - riu Inajara - Mas ele tem razão, Mila, você não deve seguir meu exemplo, não.

Assenti, constrangida.

- Não se preocupe com meus amigos - continuou dizendo minha amiga - Com exceção de Niterói, eles não fazem parte da turma de viciados. Só fumam maconha pra se divertir.

Acenei com a cabeça, mas não concordei. Para mim, droga era droga, não importava se fosse para se divertir ou por vício.

O loirinho tinha um capuz sobre a cabeça. Niterói e Luis Henrique o acompanharam. Percebi que Inajara flertava descaradamente com o garoto de roupa de marca ao seu lado.

Segurei o ar, surpresa, quando ele a agarrou sem cerimônias em um beijo.

Luis Henrique aproximou-se delicadamente de mim, que recuei, ao olhar nos olhos vermelhos do garoto. Ele riu.

- Calma - pediu ele - Meu amigo quer ficar com você.

Ia logo dizer que não, mas a curiosidade sempre foi maior que eu.

- Quem? - perguntei.

Ele apontou para o rosto encapuzado de Niterói.

- Não - falei, rispidamente.


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