Ops! - Entre o desespero e a esperança escrita por Fran Carvalho


Capítulo 5
Misterioso André




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- Só me diz o que aconteceu com a irmã dele - implorei, já vestida de blusa amarela e calça jeans -  Ela era sua amiga, você deve saber.

- Pergunte isso a ele, Camila! - insistia Daiane, sem mudar a expressão séria do rosto.

- Ela estuda na sua sala? - perguntou a garota mais nova.

- Estudou, no ano passado - respondeu Daiane, sem mudar a expressão séria do rosto. Estendeu uma toalha na janela do quarto e virou as costas - É só isso que vou dizer.

Deixou-me sozinha, pensando no que tinha nas mãos.

- Estudou - refleti - Então deve estar no terceiro ano. Ou no segundo, se tiver repetido o ano.

- Quem? - perguntou André atrás de mim, dando um susto em mim e na minha curiosidade - Se está falando de Justin Bieber, ele deve estar no segundo, mas não repetiu o ano.

Ri. O sorriso devolvido por André iluminou meus olhos verdes.

- Podemos ir? - perguntou o garoto, fazendo um gesto antigo de cavalheiro, estendendo a mão.

Balancei a cabeça, concordando, mas neguei a mão estendida.

- É injusto - eu disse.

- Também acho - brincou André - O salário minímo deveria aumentar em cem porcento.

Eu ri, entrando na brincadeira.

- To falando de você - expliquei - Sabe de toda a minha vida e eu não sei nada sobre você.

Ele endireitou a coluna, limpou a garganta, ajeitou uma gravata imaginária e perguntou:

- O que você quer saber?

Dei de ombros, confusa.

- Quantos anos você tem? - perguntei - Quantos irmãos?

- Ah - riu André - Tenho quinze anos e cinco irmãos, dois meninos e três meninas. Alias, meus dois irmãos são gêmeos, como sua mãe.

Suspirei. Detestava que lembrassem minha mãe. Mudei de assunto.

- Qual a idade deles? - perguntei, sempre curiosa.

André suspirou.

- A Bia, de dois anos; a Deby, de sete; Tenho os gêmeos, Elias e Gui, de doze anos; e a Fernanda - parou de falar, abruptamente.

- A Fernanda... - encorajei.

- Bom, eu não quero falar dela, por favor.

Concordei. Era curiosa, mas não mal-educada.

Atráves das grades do brinquedo do parque, eu via a multidão de pessoas, feito formigas encaixotadas. Ao meu lado, André ria, segurando forte no banco da frente.

O brinquedo dava voltas no alto, me deixando com as mãos suadas e trêmulas. Só me desliguei do medo, quando ouvi meu nome.

- Rola um beijo nas alturas, Camila? - perguntou André, dando um leve sorriso malicioso.

Eu ri, balançando a cabeça em afirmação. Lentamente, segurei atrás do cabelo arrepiado do garoto, agora sem boné, e o beijei.

E era isso que eu pensava, quando juntos, eu e André estávamos sentados perto de uma árvore no fundo do parque. Ele sentado no chão puro, escorado na cerca de madeira baixa. E eu, feliz e sorridente, apoiando minha cabeça na perna dele. E, juntos, sorriámos para as crianças correndo no lugar cheio de pessoas.

- No que está pensando? - ele perguntou, acariciando levemente meu rosto muito branco.

- No nosso beijo - sorri.

Ele riu. Seu sorriso iluminava meus olhos, me trazia uma sensação de bem estar,  de felicidade interior. Só tinha medop que não fosse pra sempre.

- Eu não ia detestar namorar você - ele disse, em tom de brincadeira.

Eu ri, beijei seus lábios com carinho e acenei com a cabeça.

- Se isso foi um pedido de namoro, eu aceito - ri.

E assim, meu namoro tão sonhado começou.


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Notas finais do capítulo

E aí, quanto tempo dura a felicidade desse casal?



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