Ops! - Entre o desespero e a esperança escrita por Fran Carvalho


Capítulo 10
A casa caiu!


Notas iniciais do capítulo

Vamos dar um pouco de emoção de verdade para essa história aí



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Ainda no intervalo, entrei no banheiro da escola e ouvi minha melhor amiga - ops, ex-melhor amiga - conversando com a inimiga dela - ops, amiga dela - , enquanto passavam brilho nos lábios.

Parei no pequeno corredor que levava a parte principal do banheiro, e fiquei escutando, sem que me vissem. Então ouvi meu nome.

- Eu to falando pra você, ela não presta - disse a voz enjoada de Bruna - Pode ser até má influência pra você.

Entrei no banheiro, passando pela pia de mármore falso em que as duas conversavam, fingindo não ter escutado. Entrei em um desses banheiros.

Saí de lá, e as duas ainda conversavam, como se não tivessem notado minha presença ali. A raiva era tanta, que a infantilidade foi mais forte que eu. O batom ultra-vermelho que ela usava serviu de auxílio, quando esbarrei em Inajara, manchando a blusa amarelo-ovo.

Ela olhou a blusa, surpresa, antes de falar qualquer coisa.

- Qual é teu problema, garota? - bufou.

Ri com o canto do lábio. Por dentro, meu coração chorava, já desesperado dentro de mim. Mas, sabia que tinha que estar a altura da menina em minha frente.

- Não sei, curiosidade, talvez - fingia pensar - Talvez um bando de amigos falsos.

E ri. Bruna tocou o ombro de Inajara, fingindo solidariedade.

- Iná, não deixa ela falar assim!

Vi os olhos de Inajara lacrimejarem. Arrependimento? Tarde demais.

- Cala essa boca! - gritou - Você não sabe nem falar, se não fosse por mim, nem provocar desse jeito saberia!

Era a verdade.

Quando cheguei a Estrada Alegre, mal sabia ignorar uma pessoa, ainda mais provocá-la desse jeito. Ela me ajudara a me defender e ser menos inocente.

Com o orgulho ferido, voei a mão no rosto dela, deixando lá minha marca de dedos. Furiosa, Inajara agarrou meus cabelos e fez com que eu caísse no chão.

Mal consegui me defender, quando vi os socos chegando, ela em cima de mim.

♥♥♥

O olhar desaprovador da diretora, fez com que nós duas trocássemos os famosos "olhares que falam" uma para a outra, mesmo brigadas. Sabíamos bem o que a outra estava pensando. Tínhamos olhado um filme em que a diretora sofisticada tentava conversar com as duas personagens que brigaram.

- Meninas - o olhar da diretora gerava piedade - Isso que vocês fizeram não é comportamento de duas meninas lindas. Violência só gera violência...

Eu e Inajara, que achamos graça no discurso repetitivo da diretora, nos seguramos até agora, mas acabamos por soltar uma gargalhada, lembrando do filme e das palavras em comum.

- O que foi? - indagou a mulher, agora irritada de verdade - Por acaso fiz alguma piada?

A risada era involuntária e não conseguíamos parar. Sem ter o que fazer, ela mandou que nós nos retirássemos.

- Conversem esse período - ela disse - Depois podem voltar para a sala de aula.

Tentávamos parar de rir, para podermos conversar, mas sem escolha, nos olhávamos e caíamos na gargalhada. Quando finalmente paramos de rir, Inajara entristeceu-se e baixou a cabeça.

- Desculpa por tudo isso, Mila - ela falou - Eu não devia fazer isso, vey, você só queria matar uma curiosidade sua, isso é normal - ela olhou para mim, os olhos suplicantes - Eu e a turma toda , a gente combinou de te dar um castigo, para que ingenuamente, cê não entrasse nesses trem aí, entende? Eu sei, foi idiota, me desculpe.

Completamente idiota.

Minha turma teve a infeliz ideia de fazer uma brincadeira comigo. Todos iriam me ignorar, e André e Inajara iriam conversar com as pessoas que normalmente não eram no seu círculo de amizades.

Nada legal, a brincadeira.

Eu dei um sorriso, e as lágrimas escorreram, copiosamente pelo meu rosto.

- Eu quebrei uma promessa que fiz ao meu pai, ao meu tio e a André. Você tinha razão de estar brava. Eu fui uma idiota.

Ela sorriu para mim, e me deu um forte abraço.

Tudo voltava a ser o que era.

Por pouco tempo.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam dessa brincadeira dos amigos de Camila?



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