Petúnia Dursley observou a sala, a sala da sua futura antiga casa, observando o cômodo com poucos pertences e moveis; O que era de valor, seja monetário ou em memórias, foi embalado, guardado e colocado no carro deles. Restou apenas aqueles que nenhum deles achou importante levar.
Ela morava naquela casa desde seu casamento com Vernon Dursley; E isso tinha sido há quase vinte, ou vinte um anos, Petúnia não sabia dizer de certeza. Eles tinham comprado aquela casa com o dinheiro do fundo dele, assim como Petúnia ajudou dando o dinheiro que recebeu de herança dos falecidos pais. Foi entre aquelas paredes que Petúnia criou lembranças da sua nova família, assim como criou o filho.Foi ali que ela formou sua família e era ali que planejava viver até os fins dos seus dias. Deixar aquela casa, e sua história, era uma coisa difícil a se fazer.
Do lado de fora, Vernon reclamava em alto e bom som sobre a mudança. Petúnia conseguia enxergar perfeitamente o marido com o rosto vermelho, as veias inchadas de raiva, e seus movimentos bruscos parado no meio do jardim gritando coisas que faria os vizinhos acharem que ele enlouqueceu. Assim como a mulher, Vernon não queria deixar aquela casa. A ideia de não poder mais sentar em sua poltrona velha e gasta para assistir aqueles programas de TV besta que tanto gostava, lhe desagradava.
Acima dela, em seu quarto, Dudley tentava colocar em sua mala mais coisas do que cabia. Seus passos pesados estralando no chão, suas mãos tremiam tanto que ele deixava cair o mesmo objeto varias vezes no caminho da cômoda até a mala. Ele até podia não compreender totalmente por que ele precisava sair urgentemente daquela casa, mas sabia que era algo sério – mortalmente sério.
— Vocês tem que ir — O garoto avisou entrando na sala
A mulher observou o garoto, quase um homem, e soltou um longo suspiro. Ali estava o motivo de ela ter que deixar sua casa, sua vida, tudo para trás. Ali estava o motivo dela não ter paz. Ali estava o motivo de ela conviver diariamente com a culpa todos os dias.