EPÍLOGO: ALTERNATIVAS.

Quando foi que deixamos essa situação escapar do controle? Todos nós? O que poderíamos fazer com isso agora? De quem era a culpa? Por que isso havia acontecido? Quem havia sido o culpado, ou a culpada?

Eram perguntas um pouco simples, eu tinha de admitir. No entanto, não era simples ver a verdade. Principalmente uma verdade que cospe na sua cara, e deixa bem claro, que a maior parte da culpa é sua.

Havíamos errado? Talvez. Havíamos feito algo para merecer isso? Talvez, de novo. Havíamos, inclusive, deixado de cumprir nosso papel para que a situação chegasse a esse extremo? De forma alguma.

Nesses últimos vinte anos, não havíamos, nenhuma vez sequer, deixado de ter o cuidado que sempre tivéramos.

A lei, em si, agora era aplicada por todos nós. O que, de certa forma, nos deixa livres para aplicarmos da forma que bem entendermos. Mas isso não aconteceu; não de nossa parte. Tomávamos o máximo de cuidado em todas as caçadas; os animais eram controlados e catalogados, para que não houvesse um desequilíbrio no meio ambiente.

Só há muito pouco eu me dera conta de que deveriam ser os que existiam de forma diferente da nossa que estavam caçando de uma forma indisciplinada... No entanto, pensando melhor, agora, manter a lei era responsabilidade de todos; ela estava em todos os lugares. Volterra podia até abrigar o centro do que, uma vez, fora o matriz da organização governamental dos vampiros. Mas não era mais.

Antes de nossa saída de Volterra, Aro havia sugerido que um clã tomasse conta dos deveres que a lei exigia. Um clã para cada continente. Nós havíamos ficado com toda a extensão de terra que era compreendida como “continente americano”. E isso não era bem um desafio. Monitorávamos a ordem frequentemente. No entanto, nada nunca saía de sua ordem normal. Normalmente.

Recentemente, havia começado uma onda de indiscrição em algum lugar da América Central. Nossa família nunca ficava muito feliz quando uma expedição de verificação era iminente. Nem eu. Era desconfortável e, inevitavelmente, nos sentíamos incrivelmente intrometidos. Em todos os três incidentes, só Alice, Edward, Jasper e eu havíamos ido verificar os boatos perturbadores. E como não houve necessidade de punição — eu ainda relutava em pensar que, algum dia, teria de fazer isso —, só havíamos advertido os vampiros indiscretos. Depois partimos em paz.

Flashback on:

— Sabe que não podemos ser tão benevolentes — Jasper havia me dito depois que eu me havia recusado a pensar em uma execução — Principalmente quando se trata de recém-criados. Eles estavam chamando a atenção.

Eu havia revirado os olhos e dado de ombros. Já estava melhorando na indiferença. Aliás, eu havia tocado o vampiro indiscreto. Quando todos os pensamentos de sua vida invadiram minha mente, eu pude perceber que ele não havia chamado a atenção ao nível de revelar algo muito perturbador.

— Eu sei — disse a ele depois de algum tempo pensando sobre isso. — Mas, se não dermos uma chance a quem se dispõe a mudar, estaremos sendo melhores do que os Volturi?

Eu me encolhi visivelmente ao dizer esse nome; Aro, Jane, Alec, Chelsea, Marcus, Renata, além das esposas, agora formavam um clã sem subordinados. Todos eram membros iguais ali. Eles foram os encarregados de cuidar do segredo na Europa e na Ásia... Eram bem fortes, apesar do último desfalque, para isso.

Jasper assentiu para mim; estava claro que ele podia ver minha lógica. E apesar de não concordar com a decisão da maioria, concordou, pelo menos, em deixa-los viver.

Edward me beijou de leve nos lábios e, com as mãos dadas, ao lado de Jasper e Alice, seguimos para Chicago, o nosso lar. Por enquanto. Estávamos nos preparando e, em alguns anos, voltaríamos para Forks.