Aurora Boreal escrita por Mr Ferazza


Capítulo 16
XIII. COISAS QUE NÃO SE VEEM TODO O DIA.


Notas iniciais do capítulo

Acho que eu "viajei" nesse capítulo. As coisas estão meio completamente loucas agora.



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XIII. COISAS QUE NÃO SE VEEM TODO O DIA

Já estava tudo pronto para minha viagem solitária e urgente. Eu iria até a Itália para tentar conseguir os poderes de Alec, Jane, Demetri, Chelsea e de Renata.

Não tínhamos certeza sobre esse último. Edward achava que o que Renata fazia era físico. – como Jasper e Alice. – Eu explicara a ele minhas teorias sobre isso e conseguira convencê-lo por um momento.


– Edward, isso com certeza pode nos ajudar. – Dissera eu, fitando-o e tentando convencê-lo. – E se não funcionar, pelo menos eu tentei. Não vou desistir sem tentar. Eu protegerei Renesmee, você, Alice e todos os que necessitarem.

Ele me olhou nos olhos e me beijou, depois disse:

– Bella, querida, não vale a pena que você se arrisque. Você já conseguiu poderes suficientes para, quem sabe, derrotar os Volturi e dizimá-los. – Dissera ele, ainda com os lábios nos meus. – Isso é uma missão quase suicida, considerando que isso é extremamente desnecessário. Nesses seis anos você já conseguiu o dom de Zafrina. Isso já poderá cegá-los. Eu insisto que essa viagem é uma loucura.

Ele quase me convencera de suas palavras. Mas o “quem sabe” me fez hesitar.

Quem sabe?! Eu não quero ter uma vaga ideia de que esse confronto será favorável a nós. Quero ter certeza, Edward. – Eu disse, com certeza; encerrando ali a conversa.


Naquela manhã Edward, eu e Renesmee fomos juntos caçar. Eu abatera dois cervos; estava pronta para o terceiro. Edward já terminara, juntamente com Renesmee.

Quando terminei me juntei a eles. Renesmee tocou meu rosto.

Ela queria ver os “belos quadros” que agora eu era capaz de conjurar; eu havia conseguido o dom de Zafrina cinco anos atrás. Já possuía pleno domínio do que eu conseguia fazer com ele; não era muito diferente das capacidades de Zafrina, porque eu não conseguira encontrar uma parte que fosse melhorada.

Embora Renesmee já tivesse o tamanho de um adolescente de quatorze anos e meio, ela nunca deixava de se impressionar com minha capacidade de criar paisagens com a mente.

Nessie era gloriosa; Seus cabelos castanho-avermelhados, como os de Edward, estavam na altura de sua cintura; ela suportava tanto quanto eu a ideia de cortá-los.

Então conjurei para ela a paisagem dos Alpes suíços no inverno; mesmo eu não deixava de me impressionar com aquela paisagem magnífica, apesar de não conseguir vê-la muitas vezes. Mas eu já havia treinado bastante para fazê-lo sem ver.

Ela sorriu para mim enquanto corríamos de volta à casa dos Cullen. Ela, Edward e eu corremos de mãos dadas. O vento ia de encontro ao rosto de Nessie e seus cabelos esvoaçavam para trás como uma grande capa cor de bronze; era digno de uma deusa da Grécia antiga – Eu duvidava que mesmo Afrodite tivesse uma beleza tão estonteante como a de Renesmee. Ela era minha filha e estaríamos juntas pelo resto da eternidade. É claro, junto com Edward – Outra razão de minha existência - e o resto de nossa família.

Quando chegamos a casa Renesmee pôs se a estudar latim – Carlisle era seu professor hoje, pois Edward tentava argumentar comigo sobre minha “missão suicida”; era assim que ele via.

– Bella, de novo, é perigoso demais. – Disse ele, quase implorando, mas com a expressão inflexível. – Mesmo com o poder da corrente elétrica você poderá correr perigo; Basta que Felix seja meio milésimo de segundo mais rápido que você. – Ele acabou seu argumento e se encolheu como se fosse doloroso para ele – E era; seria para mim também, se fosse ao contrário. Contudo, nossa sobrevivência dependia daquilo. - somente pensar nessa ideia.

Eu já havia descoberto que o poder da corrente elétrica poderia ser real – não uma ilusão mental, mas poderia ser sentido realmente como um choque e poderia até reduzir um imortal a cinzas, se eu quisesse. Um talento ofensivo realmente útil. Mas eu deveria garantir uma proteção máxima para minha família – Principalmente para Alice, que ainda era o alvo da obsessão de Aro e Caius.

– Edward, os Volturi não vão me ver, vou estar invisível. Isso sem dúvida é extremamente útil. – Disse eu, tentando argumentar com ele; sabia que nada do que eu dissesse o faria mudar de ideia. Mas, antes que eu pudesse perder completamente as esperanças, vi sua expressão mudar: O temor e a incerteza daquela ideia se transformaram em um sorriso – O meu sorriso preferido.

– Ah. – Disse ele com um alívio que eu não compreendi. – Porque não me disse que você estaria invisível, amor?! Teria nos poupado dessa conversa.

– Bem, eu não falei porque pensei que fosse óbvio. – eu disse a ele, fitando-o sem acreditar que ele não tivesse chegado a essa conclusão antes. Bem, eu não era masoquista então...

Francamente, como Edward pensou que eu iria fazer algo dessa magnitude sem a máxima proteção possível? Era como dizer a Aro: “Olá, estou aqui porque quero que me matem. Poderia pedir a Felix para fazer isso, por favor?”.

Então ele me beijou.

– Desculpe-me, amor por ter sido tão tapado dessa forma. Eu deveria ter pensado nisso antes. É claro; além de seu escudo nada é mais seguro do que estar invisível. – Disse ele com seus lábios ainda nos meus. – Dessa forma não me oponho a esta viagem; basta que você tome muito cuidado. Mesmo invisível, há riscos; isso não pode ser ignorado.

– É claro que vou tomar muito cuidado; sei que quando se trata dos Volturi a sorte não pode ser superestimada.


Eu estava indo de minha casa a dos Cullen. Parecia que não havia nenhum vampiro em casa. E não havia. Todos estavam caçando. Alice e Renesmee estavam fazendo compras em Los Angeles. – Para a sorte e total deleite de Alice, Renesmee também gostava de fazer compras, como ela, embora Renesmee fosse um pouco mais ciente e não tivesse um closet de aproximadamente o dobro do tamanho da casa.

Somente Jacob estava em casa, esperando Renesmee.

Quando entrei pela porta da frente vi Jacob fitando o chão, imaculada e impecavelmente branco, sem nada ver.

Estava tão absorto em si mesmo que não ouviu meus passos pela casa.

Pigarreei para chamar sua atenção, mas ele não levantou a cabeça. Talvez nem tivesse ouvido. Era como se ele estivesse completamente só ali na enorme sala dos Cullen.

Resolvi, então, concentrar-me em seus pensamentos. Talvez descobrisse o motivo de tantas reflexões.

Em sua mente, a imagem de uma bela mulher me chamou a atenção. A garota que dominava seus pensamentos era linda, assim como Alice ou Esme. Seus traços eram, sem dúvida nenhuma, de uma mulher da tribo Quileute de La Push. – reconheci alguns sutis traços de Jacob no rosto dela.

Ela era gloriosa – Sua palidez de vampira reforçava ainda mais sua beleza.

Vampira. Uma Quileute vampira. Aquilo era ... era... – Eu quase não tinha palavras para aquilo, então pensei na palavra mais óbvia que se pode pensar em uma situação dessas. – impossível.

Ao lado da linda vampira, estavam duas outras pessoas.

Outro belo vampiro de cabelos negros; sua pele era um mistura de branco cor de giz com um caramelo. Era surpreendente. Embora sua cor me fosse familiar, não havia traços quileutes em seu rosto. Ele parecia ser latino. Sua estatua mediana, e o porte de seu corpo comprovavam isso. Sem dúvida este belo vampiro – que me lembrara tenuamente Eleazar – era o companheiro da outra linda vampira, que agora eu reconhecera.

No meio dos dois vampiros estavam dois adolescentes – Gêmeos; um menino e uma menina - de, mais ou menos, quatorze anos. Seus traços eram também familiares. Embora não parecessem vampiros, também não pareciam humanos. Eram os filhos do glorioso casal.

Resolvi chamar a atenção de Jacob. Pigarreei, mas ele não respondeu. De novo.

Então resolvi aplicar-lhe um pequeno choque nos dedos de seus pés. Lancei lhe uma baixíssima voltagem, somente para ter sua atenção.

Provavelmente fora mal-educado de minha parte, mas a curiosidade estava, agora, me consumindo como veneno de vampiro. – Não doía, é claro.

Um arrepio percorreu suas costas. E eu soube que a corrente era algo parecido com sensações de calafrios – Isso, é claro, com aquela insignificante voltagem.

– Bells?! – Disse ele fitando-me, ainda um pouco distraído. – Me assustou. Bem...isso não importa. – Disse ele. – Você ouviu o que...? – Ele não acabou a frase. Sabia que eu sabia do que ele estava falando. Jake me conhecia quase tão bem quanto Edward ou Alice.

– Ah, Jake, desculpe-me pelo susto. E também pela invasão. – disse eu.

Ele assentiu.

– É que você estava tão concentrado que eu fiquei... Você sabe... Curiosa. – Eu lhe disse, dirigindo-lhe um sorriso amigável. – Desculpe-me, não farei mais isso.

– Não precisa se desculpar por isso, Bells – Ele murmurou, olhando-me nos olhos. – Eu estava mesmo uma pilha de aflição. Ainda não consegui dividir com alguém toda essa história estranha e miraculosa. Não informei nem à matilha. – Ele deu de ombros.

Eu assenti para ele. Sentei-me ao seu lado.

– Pode falar Jake. Somos os melhores amigos deste planeta. – Eu disse, passando a mão em seus cabelos desarrumados e molhados pela chuva fria do início de fevereiro. – Ou... É um segredo? – Perguntei

Ele sorriu e começou a falar.

– Não, Bella. É só uma história muito... – ele lutou com seu vocabulário para encontrar a palavra – Bizarra. É uma história extremamente esquisita.

Pensei nos irmãos que, sem dúvida eram vampiros, mas também eram humanos. Jake achava Nessie Bizarra?

– Nada é tão esquisito que com paciência não possa ser compreendido, Jake – Eu o tranquilizei.

Ele me fitou como se olhasse para um palhaço fazendo brincadeiras sem graça.

– Ah, obrigado senhora Aristóteles – Ele riu.

Eu também. Filosofia barata não era o que eu mais gostava de fazer.

– Tudo bem, desculpe. – Disse a ele, ainda rindo. – Então, Jake, conte-me o que o está incomodando.

– Na verdade, isso não me está incomodando. Pelo menos não diretamente. – Disse ele. – É que está me fazendo questionar muitas regras que nós tínhamos como subentendidas.

Eu sabia que ele falava sobre a vampira. A mãe dos lindos gêmeos.

Jake continuou.

– Muito bem. Lembra-se, pelo menos vagamente de minhas irmãs? – Perguntou ele, esperando uma resposta positiva.

É claro que eu me lembrava. De seus nomes, Rachel e Rebecca. Paul havia tido um imprinting com Rachel assim que ela pusera os pés em La Push. – Estava no Hawai.

Contudo, seus rostos eram outra coisa. Lembranças humanas, principalmente de minha infância, eram um tanto difíceis de resgatar.

– É claro, Rachel e Rebecca. – Eu disse a ele, assentindo.

– Rebecca se divorciou de seu marido, o surfista de Samoa. E há alguns anos foi fazer um intercâmbio em Havana. Lá ela conheceu um vampiro. Chris. Ela se apaixonou, como você com Edward. Mas Chris não era vegetariano. Então foi muito mais difícil para que os dois conseguissem conciliar seu relacionamento. Então certo dia... – Jake hesitou – Bem... você sabe o que aconteceu.

“A gravidez de Rebecca teve menos riscos que a sua, por assim dizer. Pelo menos sob as circunstâncias em que ela estava. O corpo dela era mais forte que o seu. No final, ela saiu da gravidez somente com a bacia e o fêmur esquerdo quebrados.”

Esperei que ele continuasse, enquanto ele esperava algum comentário meu. Não disse nada.

“Quando Victor e Bianca nasceram, seu pais sabiam que eles não eram somente humanos, e que também não eram somente vampiros, embora eles tivessem certeza que os gêmeos também o eram. Foi Victor que transformou Rebecca. De fato, somente os garotos são venenosos.”

Lembrei-me de Nahuel – Ele também transformara sua tia. Entretanto, suas irmãs não possuíam veneno, assim como Renesmee também não possuía.

Parecia-me impossível. Eu já soubera que o veneno de vampiro era fatal para todos os quileutes. Fora o que Jake dissera, há algum tempo.

— Eu perguntei ao Billy como isso era possível, e você sabe o que ele me disse? — perguntou ele, com um tom indignado na voz rouca e repentinamente com um toque de ultraje e preocupação.

Eu balancei a cabeça; era óbvio que eu sabia, mas, mesmo tendo ouvido falar que o veneno era fatal, eu não podia ter certeza. Então, mesmo assim, eu conjecturei:

— Pelo que eu sei, ele só pode ter dito que era fatal; mas como assim? Porque ela não morreu? Como isso foi ocorreu, se sua irmã tinha sangue quileute tanto quanto você. Isso é confuso. — Agora eu estava quase tagarelando para ele, a confusão fluindo por minha voz como água escorrendo no leito de um rio rochoso. Continuamente.

Jake continuou, tentando desfazer a confusão que eram minhas palavras.

— Ouça. Nós, de fato, pensávamos que era fatal. Porque todos os nossos ancestrais que foram mordidos partiram dessa para melhor. Estão comendo a grama pela raiz. — ele sorriu um pouco. — É verdade. Mas Billy me disse que, durante alguns estudos que ele fez, juntamente com o Carlisle — Você certamente se lembra de quando ele estava me tratando, de meus ossos quebrados, Blá, Blá, Blá. —, que pagou um pouco de meu sangue com o objetivo de estudar a minha espécie. Pois é: ele descobriu que o veneno de vampiros não é mortal para nós; só em certas circunstâncias.

Ele parou e me fitou por um segundo.

— Que tipo de circunstâncias? — perguntei. Porque ele não continuava? Rápido?

— Carlisle disse que o veneno age, em nós, como uma espécie de AIDS líquida; Ou seja, se estivéssemos feridos e um vampiro nos mordesse, o veneno impediria que o processo de cura começasse, de modo que o veneno, em si, não mata. Ele só impede que a cura se realize em nosso organismo. E é o ferimento que mata. Não a substância.

— Mas... Como é que ele não transforma os lobos? — Perguntei ainda confusa — E, além disso... — Eu não terminei o que ia perguntar.

— Sim. Sei onde você quer chegar, Bells. Mas o veneno não nos transforma se estivermos sadios. Ele só nos incapacita temporariamente, de modo que não há transformação ou a dor recorrente. Mas isso só serve para quem consegue assumir a identidade animal. Para os outros, para quem tem os genes, mas eles não agiram, transformação consegue se completar.

Jake continuou. Dessa vez, falando sobre a prole dos dois vampiros.

– Victor e Bianca são, sem dúvida, meio-humanos e metade vampiros. – Disse ele. – Mas você deve estar se perguntando como isso seria muito diferente para mim, já que convivo diariamente com Renesmee.

Eu assenti sem dizer nada - Ainda estava paralisada — nem tanto — com a ideia de um quileute sendo transformado em vampiro.

– Muito bem, Bells. Essa é a parte verdadeiramente esquisita. – disse ele. Então a parte verdadeiramente esquisita ainda estava por vir. E eu que pensava que a parte estranha já havia passado, mas, ainda assim, isso não me surpreendeu tanto, já que a maioria das coisas que rodeavam os lobos eram estranhas.

“Rebecca transmitiu seus genes quileutes a seus filhos, é obvio. Victor e Bianca estavam comemorando seu aniversário no mês passado. — Rebecca já estava notando algumas mudanças nada sutis em Victor. — E exatamente naquele dia ele explodiu em um enorme Lobo-Vampiro, com a pelagem perfeitamente branca, com o dobro da força de um lobo ou de um vampiro, uma mistura perfeita de espécies inimigas. Sem falar de sua velocidade. A verdadeira velocidade da luz, multiplicada por dois. Seus sentidos também são inigualáveis. Creio que Demetri perderia seu posto se os Volturi colocassem os olhos nele e soubessem de seus sentidos. Ele sente o cheiro de qualquer criatura a centenas de quilômetros de distância.”

“E pode mudar uma pessoa enquanto está na forma de lobo. Pode ouvir os pensamentos de toda a matilha sem estar transformado em lobo. Isso é assustador, às vezes. Pelo menos para o restante da matilha, que pensávamos que, pelo menos na forma humana tínhamos alguma privacidade.” Jake riu um pouco, mas não estava realmente achando graça.

Eu arfei. Isso era muito, muito esquisito. Era como se... Como se dois inimigos mortais – Quase isso, agora que as regras do sobrenatural estavam indiscutivelmente contrariadas – tivessem se juntado em uma só pessoa.

Jake continuou.

“Victor e Bianca eram muito diferentes quando eram recém-nascidos – É claro, não da forma que se espera que gêmeos fraternos sejam – Bianca crescia na velocidade que Renesmee cresce. Victor crescia um pouco mais rápido.”

“É claro que, a olhos humanos, eles crescem na mesma proporção.”

“Contudo, quando eram bebês, a diferença entre eles era evidente até para os humanos.”

“Hoje em dia eles crescem na mesma proporção, ou seja, eles não podem avançar seu desenvolvimento mais do que isso. Paralisados aos quatro anos de idade. Entretanto, aparentam ter dezesseis.”

Eu não tinha palavras para nada do que ele acabara de dizer. Em vez de preencher o silêncio com palavras, me limitei a assentir, dizendo a ele que entendera tudo o que ele me dissera; ainda estava absorvendo parte daquilo, na verdade.

Jake continuou falando depois que assenti.

— E se você pensa que a parte mais estranha é essa, vai se surpreender agora. – Disse ele.

Extra, Extra, uma pessoa duas vezes enganada! Era impossível e era irritante.

Rá. Não era realmente hilário, é claro. Mas a parte estranha ainda estava por vir. Isso seria interessante, mas eu não tinha ideia do que era. Não sabia se era uma coisa de vampiros ou de lobos, agora que estava tudo uma confusão louca; se isso continuasse, íamos precisar de terapia. Todos nós.

Eu esperei.

Assim que Victor a Bianca puseram os pés em La Push, aconteceu. Seth viu Bianca e Leah viu Victor. Então... BAM! – disse Jacob.

Eu conhecia aquele “BAM”. Isso, no “dicionário-do-Jacob”, significava somente um coisa. – Eu jamais o vira usar esse “BAM” para qualquer outra situação – Imprinting.

– Então... – Começou ele.

Eu ergui a mão para silenciá-lo. Ele não precisava continuar – Eu já sabia o que havia acontecido.

Eu falei.

– Já sei, já sei onde isso vai dar. Seth e Leah tiveram um imprinting com os gêmeos. – Eu disse, sorrindo para ele.

– Exatamente. Não fique preocupada com Seth; ele está contente.

– E Leah? – perguntei sobre quem ele não mencionara a felicidade.

– Bem... Leah ficou chocada no início, ou seja, anteontem. Mas agora já está um pouco melhor. – Disse ele. — Já que Victor também teve um imprinting com Leah, ou seja, o amor de ambos é completamente correspondido.

Aquilo era algo muito bom de se ouvir, por que eu sabia dos comentários; Leah, já havia muitíssimo tempo, sofria por Sam, e — quase isso, agora que ela trocara de matilha — tinha de conviver diariamente com isso.

Isso não era tão estranho assim. Jake havia tido um imprinting com Renesmee – que era meio imortal –, e todos nós convivíamos com isso diariamente. Devia ser mais estranho para os membros de matilha; eles tinham de conviver com os pensamentos uns dos outros.

Jake continuou.

— E há mais uma coisa nessa história; essa parte não é tão estranha quanto as outras, mas é, de certa maneira, bem incomum também. – Disse Jake. – O pai das crianças, Chris, tem um poder bem raro. Mas, qual deles não é? Ele pode fazer com que você o veja como ele queira.

Eu o fitei, a confusão atravessando meus olhos.

— O que quer dizer com isso? — Perguntei. Não havia entendido sua declaração.

Ele riu um pouco e depois continuou.

– Ele pode se transformar em qualquer ser vivo que quiser. Em outra pessoa ou animal. Até mesmo em uma planta, ou uma bactéria. Ele é, pode-se dizer assim, um... Um vampiro-camaleão. – Jake riu para o termo que acabara de inventar.

Era algo inacreditável. Eu achava que isso nunca aconteceria. Que um imortal nunca teria esse poder. Era coisa de desenho animado. Como seu estivesse assistindo a um episódio de X-Men Evolution.

Jake continuou.

— Mas esse poder é como o de Edward. Você pensa que está vendo outra forma, mas, na verdade, é uma ilusão de sua cabeça. – disse ele. – Bem... Não exatamente de sua cabeça – ele apontou para mim – já que, certamente, você não pode vê-lo de outra forma a não ser a real.

Eu assenti para ele, pensando na longa história que acabara de me contar; certamente algo que não se ouve ou se vê todos os dias.

Eu podia tirar conclusões dessa história improvável.

Primeira: O mundo vampiro que eu conhecera, o que sempre fora um padrão inviolável, havia mudado. Agora possuíamos e víamos possibilidades infinitas a nossa frente; tanto de criar novas espécies híbridas como a possibilidade de que os eternos inimigos – Vampiro e lobo – poderiam coexistir de boa vontade e até mudar sua essência eterna. Juntar as espécies e criar um novo ser duplamente forte.

Segunda: Com a existência de uma criatura que era uma perfeita mistura de duas espécies tradicionalmente inimigas – e que, somente por um detalhe, era duas vezes mais forte do que vampiros ou lobos -, nada mais fazia sentido nesse mundo que se tornara repentinamente imprevisível.

E, terceira: Algumas pessoas não poderiam saber disso. Não que elas, agora, intimidassem alguém. Era uma questão de comodidade; Isso significaria, sem dúvida, conflito iminente.



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Notas finais do capítulo

Gente, no próximo capítulo teremos uma surpresa; acho que vão adorar...