Aurora Boreal escrita por Mr Ferazza


Capítulo 10
VII. COLEÇÃO




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/308367/chapter/10

VII. COLEÇÃO

 Ficamos sentados - em silêncio agora – enquanto, lá fora, a noite chegava.

            Podia ouvir Alice se perguntando por que não vira isso acontecer. Eu também queria essa resposta. Todos a queriam.

                Renesmee agora estava em meus braços dormindo. Jacob estava recostado no sofá e também dormia.

                Eu estava impressionada. Não sabia se isso era possível ou por que. Não tinha idéia do motivo pelo qual Alice não previra isso.

                Eu só tinha certeza de que Aro deveria ser mantido longe disso. Conhecendo-o, todos sabiam que ele não descansaria até me ver fazendo parte de sua guarda.

                Não queria imaginar-me de novo com aquela capa preta e com os olhos injetados de sangue – era mais apavorante do que os olhos de um recém-criado. – E principalmente não queria ajudar a “fazer justiça”. – Agora que todos sabíamos que os Volturi usavam artifícios para manipular sua própria lei. – Isso ficou bem claro naquele último dia do ano passado. – ainda que eles tenham ido “em paz”. – Os Volturi fariam de tudo para arrumar um pretexto para um novo confronto se soubessem de minhas habilidades.

                Mas isso era praticamente inevitável. Cedo ou tarde eles ficariam sabendo, então a paz estaria acabada. – De novo.

                - Não – murmurei.

                Todos me olharam.

                - O que há Bella? – Perguntou Alice. – Viu alguma coisa? – disse ela espantada fitando-me.

                - O quê? – perguntei. – Não. Porque perguntou se vi alguma coisa?

                - Ah, bem... – começou – agora que você tem essa habilidade, pensei que você estivesse prevendo o futuro também.

                - Não. Só posso ter poderes mentais. – lembrei a ela.

                - Oh, é verdade. – disse ela – então o que há?

                - Na verdade não é nada de mais. – menti. Se tratando dos Volturi nunca nada é “Nada de mais”. – Só estava pensando, como já havia feito, que os Volturi não podem saber disso. Na verdade eu já havia dito isso a Edward.

                -Sim. Tem razão, mas sabe que cedo ou tarde eles saberão. – Advertiu ela, dizendo-me o que eu já havia deduzido.

                - Sim, é claro. – disse – É impossível esconder algo de Aro.

                - E ele pode arrumar qualquer pretexto para uma luta. Com certeza ele vai tentar fazer com que nos juntemos a ele.

                O plural das palavras fez me lembrar de que Aro também queria Alice.

                Embora só nós duas estivéssemos conversando, todos prestavam atenção em nós.

                - Um poder desse faria com que Aro abrisse mão das melhores peças de sua coleção. – disse Eleazar. Ninguém precisava que ele concluísse a frase para saber que ele falava de Alec e Jane. – Se ele a tivesse a guarda toda poderia ser “dispensada”, ou seja, ninguém mais seria necessário na guarda a não ser você.

                - Não sei se você está correto, Eleazar. – Começou Edward.  – Acredito que Aro nunca deixaria Alec e Jane irem. – disse ele – Mesmo com dons iguais aos deles e melhorados. – concluiu.

                - Alec e Jane sempre foram as jóias de Aro e ele não os substituiria, mesmo sendo por dons idênticos. – Acrescentou Edward.

                - Se Aro ficasse sem eles, o que aconteceria? – Perguntei curiosa.

                - Bem... – começou Edward. – Eu duvido muito que isso aconteça, uma vez que ele tem Chelsea. – explicou ele. – Mas, hipoteticamente falando, no momento em que alguns imortais ficassem sabendo, eles iriam até o fim para destruir os Volturi – explicou Edward. No momento em que ele explicou lembrei-me imediatamente de Vladimir e Stefan.

                - Isso mesmo. Vladimir e Stefan. Eles tentariam destruir os Volturi, mesmo sabendo que isso seria quase impossível. Não foi preciso que seu escudo estivesse fora de sua mente para deduzir isso. – esclareceu ele, vendo-me fitá-lo.

                - Não seriam só eles – Kate e Tanya disseram juntas. – Não nos esquecemos do que Caius fez com Irina. Nós também iríamos queimá-lo, na verdade nada nos agradaria mais. – Lembrei-me de meu desejo de sangue naquele dia em que os Volturi vieram para destruir. – De repente eu estava experimentando uma fúria homicida, mas o meu desespero dera lugar ao desejo de matar. Eu própria os teria desmembrado. Empilharia os corpos em uma fogueira e teria dançado em volta enquanto os corpos ardiam. – Lembrei-me também do sorriso que dei quando tive essa idéia.

                - Estamos falando hipoteticamente, ou seja, não é algo real, pois Jane e Alec nunca deixariam os Volturi – Disse Edward, acabando com as esperanças de Kate e Tanya.

                - A não ser que...  – comecei, mas não continuei. Não queria que todos acreditassem que eu tivesse enlouquecido.

                - A não ser que...  –instigou Edward.

                - Não. Não é nada, só uma idéia infeliz que tive – disse a ele.

                “No que está pensando?” – pensou ele, sem se dar conta que eu estaria ouvindo.

                - E se eu tivesse os poderes de Chelsea? – perguntei retoricamente, mas respondendo, de certa, forma à sua pergunta que não fora verbalizada.

                - O que tem isso? – perguntou ele assustado. – Nem pense em ir até Volterra tentar pegá-lo. – sua voz era preocupada. – Você diria o que a Aro? Ele iria querer ler sua mente também e saberia o que estava planejando. – lembro-me ele.

                - Bem... – comecei. – eu poderia primeiro submeter-me à privação sensorial de Alec e depois cegá-los para que não possam vir atrás de mim.

                - E o que pretende com isso? – perguntou Carlisle, sentado no outro sofá.

                - Bem, queria que Aro provasse do próprio veneno. Queria que quando viessem novamente, com a intenção de pegar a mim e à Alice. Queria poder “passar” Alec e Jane para nosso lado.        

                - Mas se você os cegasse eles não viriam, pois saberiam de seus poderes antes que você quisesse que Aro tomasse conhecimento disso, e você não poderia fazer isso. – disse Carlisle.

                É claro que não pude argumentar com sua lógica incontestável.

                - Tem razão. – disse, sem esperanças. – Isso é loucura. Além disso, é impossível fazer isso.

                Levantei-me do sofá para pegar Renesmee, dormindo, que estava com a cabeça no ombro de Jacob, também dormindo. Perguntei-me como Renesmee não acordava com seus roncos.

                Ela estava em meus braços agora. Voltei a sentar-me ao lado de Edward que não havia se mexido

                “Não seria possível que, se por acaso os Volturi soubessem, Bella os ‘eletrocutasse’ e os parasse até que nos dê tempo para agir?” – perguntou ele.

                Eleazar e eu o estávamos fitando.

                - Edward! – dissemos juntos

                - Quero manter isso longe de Aro pelo maior tempo possível, e não penso em enfrentá-los tão cedo. – eu disse, quase sibilando. Como Edward poderia querer outra visita dos Volturi sabendo que desta vez eles não voltariam de mãos vazias?  Sabendo que agora era a morte ou servir a eles?

                - Bella, cedo ou tarde eles virão com certeza. Aro virá pessoalmente também, quanto a isso não há dúvidas. O padrão dos dois séculos estará quebrado. – explicou-me ele. – É melhor sabermos nossas possibilidades para podermos lidar com elas e evitar que os Volturi consigam algo.

                - Você tem razão, sob esse ponto de vista. Não posso discordar. É melhor nos prepararmos. – falei.

                Se tratando dos Volturi era melhor não superestimar a sorte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aurora Boreal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.