Lobos Do Norte escrita por Raquelzinha


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Uma explicação básica dos fatos!!!



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A construção de pedras se erguia imponente contra o céu azul. Protegida por muros altos e bem guarnecidos por sentinelas, entre árvores gigantescas e centenárias, no alto de um morro, tendo a volta várias moradias simples de camponeses e aldeões.

O burburinho do povo simples no lado de fora contrastava com a serena movimentação da parte de dentro.

Aquele era considerado um lugar tranquilo por todos que lá viviam, lugar onde se poderia desfrutar em paz das tarefas diárias, onde os impostos não eram exorbitantes, nem havia excessivo trabalho, o povo considerava seu senhor como um homem justo e digno que os mantinha em segurança, protegidos de ataques externos.

Este pequeno lugar aprazível era conhecido como condado do sul e pertencia ao Conde Alfred Swan.

Mas, estes momentos tranquilos, onde o trabalho e o lazer praticamente se uniam, tiveram seus dias contados. Os problemas começaram quando um grupo de guerreiros bárbaros atacou o condado vizinho, do leste, incendiando plantações, matando homens e animais, abusando das mulheres, fazendo prisioneiros e destruindo tudo o que havia ao redor, tivesse vida ou não.

O terror tomou conta dos condados vizinhos e na tentativa de evitar um ataque semelhante, os outros condes da circunvizinhança foram em busca de guerreiros mercenários capazes de protegê-los de um ataque semelhante.

Foi exatamente nesse período que um grupo chamado Lobos do Norte apareceu por lá, um bando formado basicamente por guerreiros nômades que trabalhava por recompensas materiais. Vieram, trazidos pelo senhor do condado do norte, Sir Yorkie, numa tentativa extrema de proteger suas terras, seus bens e seu povo.

Os Lobos do Norte, eram homens acostumados a guerra, a batalhas ferozes e a carnificina. Não tinham medo de nada, além de serem capazes de grandes sacrifícios quando se prontificavam a assumir um chamado, fosse ele qual fosse. Tinham a seu favor o fato de nunca atacarem aldeias ou condados e apenas servirem como protetores a quem lhes pudesse pagar satisfatoriamente os serviços prestados.

Apesar disso, eram temidos, e alguns povoados os consideravam como selvagens por não terem moradia fixa, nem um código de conduta conhecido. Entretanto, esse bando possuía grande firmeza de caráter e honra inabalável, todo membro deveria obedecer ao líder, chamado de Alfa, e quem não se submetesse a hierarquia, as rígidas regras do grupo ou cometesse algum ato que o desonrasse, era descartado sem chances de retorno.

Foi assim, que após serem devidamente contratados pelos condes locais, o grupo intitulado Lobos do Norte, entrou em batalha com os bárbaros que haviam tomado o condado do leste. Seu pagamento e prêmio seria o próprio condado, já que seu dono por direito, assim como sua família e descendentes, haviam sido dizimados pelos conquistadores.

O que importava para o povo dos três condados restantes naquele momento de angustia, era manter o grupo de bárbaros longe daquela região, e na garantia de que isso se concretizasse, deram como pagamento para os Lobos as terras pelas quais eles lutaram. Na cabeça dos condes e também de seu povo, se o bando por ali permanecesse , seria a garantia de proteção contra a chegada de novos conquistadores.

Esse tratado após ser devidamente firmado, foi confirmado e cumprido pelas partes interessadas por pacíficos oitenta anos.

Passado o período de trevas, a paz e a prosperidade voltaram a reger o lugar apesar de uma parte da nobreza ainda se sentir insatisfeita com a presença de um grupo considerado tão feroz vivendo entre pessoas nobres e trabalhadores rurais. E principalmente como donos de um território vasto e muito fértil.

Os Lobos do Norte eram intitulados por seus vizinhos como uma raça inferior, inferior até aos camponeses e artesões. Não tinham contato com os outros condados, apenas serviam e eram pagos quando se precisava deles. Sua pele bronzeada, cabelos e olhos escuros os diferenciavam claramente do resto da população vizinha e os afastava de qualquer contato social.




Naquele período, o condado do sul havia mudado de senhor, o filho mais velho assumira o lugar do pai que morrera há poucos anos. Sir Charles Swan, assim como seu progenitor, era um homem justo, que considerava a honra e os deveres de um cavalheiro. Viúvo, o conde tinha apenas uma única filha, Isabella, jovem ainda, a garota era o maior tesouro de seu pai, mas se ressentia da ausência de outra presença feminina próxima que pudesse auxilia-la devidamente, além de sua ama Suellen.

No ano em que os problemas voltaram a acontecer Isabella contava a idade de quinze anos. Era uma garota esperta e cheia de vida, seus interesses variavam: lia com afinco e muito prazer todos os pequenos livros de narrativas poéticas que eram trazidos por seu pai de viagens a lugares distantes, deliciava-se em longos passeios em seu corcel, caminhava entre os artesões com frequência, dando-lhes atenção e dispensando gentilizas.

Como uma boa jovem nobre, aprendera a tecer a tapeçaria sob a tutela de Suellen, havia ainda no condado professores que a auxiliavam na escrita, no estudo das ciências e das artes.

Sir Charles tinha a intenção de preparar muito bem sua herdeira para um futuro casamento, talvez com o filho de Sir Carlisle Cullen, Edward, do condado do oeste, ou com o jovem Eric, filho de Sir Michael Yorkie do condado do norte.

Aquela era a idade propícia para que uma jovem, como Isabella, com tantas qualidades se casasse. Principalmente se o pai levasse em conta os ótimos pretendentes de sangue real que poderiam desposar sua filha. Entretanto, os problemas oriundos do mau convívio entre o condado de Sir Carlisle e o grupo Lobos do Norte que assumira as terras antes pertencentes ao condado do leste afetaram o decorrer tranquilo dos acontecimentos.

Os condes, netos dos primeiros a fazerem o trato, os consideravam não aptos a terem recebido aquelas terras, afinal eles não passavam de seres inferiores em conhecimento, inteligência e honra, além de não possuírem um título nobre, o que os caracterizava como pessoas indignas de tamanha deferência.

Na reunião, promovida mensalmente pelos condes, houve intensa discussão quanto ao assunto. Sir Calisle acreditava que deveriam entrar em guerra com o grupo que ocupava as terras do leste na tentativa de expulsa-los e defendeu veementemente seu pensamento.

Vendo seu voto ser vencido, Sir Charles teve que acatar a decisão tomada pelos outros nobres, mesmo acreditando que ganhariam mais se os mantivessem como aliados e não inimigos.

A guerra se instalou por dez longos anos com grandes perdas de guerreiros, empobrecimento da população e esgotamento dos recursos dos condados.

Entretanto, o grupo que ainda se intitulava Lobos do Norte não parecia sofrer com as investidas, estavam acostumados à guerra, haviam se preparado durante muitos anos para se protegerem de qualquer ataque, e enfrenta-los apenas enfraquecera os outros três condados enquanto eles permaneciam firmes e fortes.

Percebendo a pouca ou praticamente nenhuma vitória de seus aliados, seus recursos diminuírem sensivelmente, além da indignação e reclamação constante de seu povo, Sir Charles acreditou que o melhor a fazer seria render-se. Dar-se por satisfeito com a convivência mesmo que indesejada e conceder finalmente a paz ao grupo de guerreiros.

Sua decisão não foi bem aceita pelos outros dois condes, eles pretendiam continuar a batalha, tinham ainda contra aquele povo que tanto os auxiliara, a ausência de um sangue real entre eles.

Aquele, para Sir Charles, em sua benevolência, era um impasse impossível de ser resolvido, pois os Lobos do Norte se mantinham fechados em seu espaço que agora muito se assemelhava a uma fortaleza, continuar a tentativa de retirá-los de lá seria uma tarefa extenuante e sem resultados positivos.

Com a intenção de promover uma aproximação cordial, Sir Charles enviou um emissário levando um convite para uma conversa aberta entre si e o líder dos Lobos do Norte, convite que foi prontamente aceito, não era interesse do atual Alfa; Billy Black como o chamavam, de se manter aquela interminável guerra entre eles.

O homem grande, de cabelos grisalhos e caídos sobre os ombros, chegou ao castelo de Sir Charles uma semana depois de ter aceitado o convite, veio acompanhado de seu único filho Jacob, e de um grupo de jovens guerreiros. Foi recebido com toda a cortesia destinada aos nobres, e sentiu-se satisfeito por isso.

A conversa entre os dois líderes foi cordial e não se estendeu por muitas horas. Eles apenas trataram de reorganizar e reafirmar o tratado feito por seus antepassados dando fim as contendas.

Billy, enquanto falava, observava detidamente seu anfitrião e até bem pouco tempo, adversário. O líder dos Lobos era um homem inteligente e sabia que estaria em relativa desvantagem enquanto não possuísse entre seu povo alguém com sangue real. A população que vivia em suas terras jamais teria descanso enquanto esse fato não se modificasse e construíra em sua mente uma proposta que lhe parecia satisfatória para ambos os lados.

Ele vira as mazelas as quais o povo daquele condado estava sendo submetido, após tantos anos de guerras. As terras do sul não eram mais as mesmas, não produziam como antes, seu povo estava insatisfeito e como Billy tinha consciência de que Sir Charles era um homem justo e interessado pelo bem daqueles que viviam em seus domínios, considerava possível que seu pedido fosse aceito.

A proposta era muito simples, se resumia na união de seus filhos, um casamento que colocaria os Lobos do Norte dentro das necessidades impostas pelos outros condados já que Isabella possuía sangue nobre e, por conseguinte daria fim à guerra.

Não aceitar esta solução, ambos sabiam, poderia efetivar a situação atual de guerras, dores e fome. Billy tinha conhecimento, assim como Sir Charles, que os únicos que sairiam perdendo se a situação perdurasse mais alguns anos, não seria ele, pois estava bem preparado e muito bem protegido, entretanto, o líder dos Lobos do Norte queria a paz.

Sir Charles, totalmente surpreso e até levemente ofendido com a proposta, pediu algum tempo para pensar, não sabia muito desse povo e temia por sua filha mais velha vivendo entre eles. Nos dez anos passados em guerras, ele se casara novamente e tinha mais dois filhos, entretanto, Isabella continuava a ser sua menina, apesar de contar agora 25 anos.

Seus olhos profundos e determinados de pai, observaram com calma o rosto do jovem filho de Billy, ele era tão forte, tão alto e tão firme quanto o pai, trazia no rosto a determinação que o conde via nos traços do homem mais velho, seus cabelos eram um pouco mais longos e totalmente negros, de cada lado da face uma trança fina pendia trazendo na ponta uma conta colorida, a barba não muito espessa, característica da raça, contornava a pele bronzeada dando-lhe um ar mais velho e levemente austero.

O silêncio após o pronunciamento da proposta era quase palpável dentro da enorme sala, sentados de frente os homens se encaravam seriamente, havia agora o impasse, aceitar, e orar aos céus para que Isabella fosse bem tratada entre eles, e respeitada pelo jovem guerreiro. Ou recusar e ver seu condado definhar dia a dia, mês a mês, ano a ano como vinha acontecendo, até que não sobrasse mais nada para si e para seus descendentes.

Sir Charles não tinha resposta imediata para uma proposta que exigiria tanto de si e principalmente de sua filha, não poderia dispor assim da vida de Isabella sem antes consulta-la.

Como pai ele tinha consciência da integridade moral de sua menina, de seu coração generoso, do interesse genuíno sempre demonstrado por ela pelo povo, mas lhe era por demais dolorido imaginar-se privado do amor e do carinho de uma pessoa tão importante. E provavelmente seria isso que aconteceria se a obrigasse a um matrimônio indesejado.

Pediu assim alguns dias para dar a resposta a Billy, o homem não pareceu surpreso com o pedido, foi cordial em aceitar esperar e garantiu que a jovem, caso aceitasse a união, seria tratada com as mesmas regalias e cuidados dispensados a ela na residência paterna.

O grupo então, após esse breve encontro, regressou aos seus domínios, carregando consigo um facho de esperança, a proposta não fora recusada, talvez se concretizasse trazendo assim um período de paz e boas novas para todo o povo que vivia sob sua proteção.

Jacob Black, montado em seu cavalo, o conduzia calado apesar de seus amigos conversarem animadamente a sua volta, seus pensamentos preocupados dominavam-lhe a mente, e mesmo que soubesse não haver outra possibilidade de paz ou de solução que não passasse por esse matrimônio, ainda lhe era difícil aceitá-lo.

Suas regras de grupo, ele aprendera desde menino, determinavam que uma esposa deveria ser a dona do coração e da vida de um Lobo, ele seria integralmente devotado a ela e a sua felicidade. Mas como ele cumpriria isso? Como devotaria seu coração e sua vida a uma mulher que não conhecia? Se não a admirava como mulher e principalmente como guerreira e companheira como seria sua vida juntos?

E como ela o veria? O que esperaria dele? Tantas histórias ouvira contar! Casos de mulheres nobres que viviam em camas alheias sem importarem-se com a honra de seu maridos.

Estava disposto a assumir a responsabilidade de manter esse casamento, mas considerava difícil que um dia essa união lhe trouxesse felicidade ou fizesse dele um homem completo.



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Notas finais do capítulo

Está aí!!!
Espero q curtam!!!
Vou querer saber as opiniões...bjssssssssssss