Christmas With You escrita por Candy_Rafatz


Capítulo 6
Cinco.


Notas iniciais do capítulo

E que tal mais um?
Espero que gostem.



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Bella não entendeu exatamente porque estavam em um hospital. Tinha passado os últimos meses em um, estava fugindo de hospitais e ele deveria saber, não podia ser alguma piada doente, disse a si mesma, então resolveu não dizer nada, apenas o seguiu em silêncio.

Edward desligou o carro, pegou a sacolinha da loja de doces e desceu batendo a porta. Deu a volta no carro e foi um perfeito cavalheiro – abriu a porta, lhe ofereceu a mão para ajudar e fechou a porta. Bella soltou sua mão e deu dois passos a frente, esperando. Ele ativou o alarme do carro e logo estava ao seu lado.

— Vamos? — ofereceu sua mão novamente, assim como um sorriso.

Bella respirou fundo, soltou o ar e sorriu, pegando sua mão. Edward não hesitou em entrelaçar seus dedos, surpreendendo-a, mas aceitou e fechou os dedos junto aos dele. Sentiu uma leve onda elétrica percorrer seu corpo com o toque de sua mão; a mão dele era grande e abraçava a sua completamente, estava um pouco mais fria, mas era tão confortável. Devia ser estranho se sentir segura e em casa com um simples aperto de mão? Bem, não importava, gostava de tocá-lo. E percebeu isso no primeiro abraço que compartilharam naquele dia.

Eles entraram no hospital e foram direto para os elevadores. O hospital estava mais vazio que normalmente, apenas alguns internos e plantonistas perambulavam, assim como alguns pacientes e seus familiares, apenas das pessoas internadas. Bella olhava ao redor, enquanto Edward chamou o elevador e leu o mapa preso a parede ao lado. Instantes depois entraram no elevador e ele apertou o botão pro terceiro andar. Pediatria.

Aquele sim era um andar vazio. Eles caminhavam pelo corredor vazio, procurando por alguém até que uma médica interna se aproximou. Ela vestia um jaleco branco sobre uma calça jeans e uma blusa preta com o rosto do Jack – de O estranho mundo de Jack – na frente, usando um gorro de natal. Ela era alta e tinha um corpo atlético, sua pele era morena e seus cabelos negros e extremamente lisos até os ombros, e tinha traços indígenas. Era exoticamente bonita e abriu um sorriso amigável assim que os viu, ficando ainda mais bonita.

— Estão perdidos ou procurando por algo? — perguntou divertida.

— Sim, eu sou Edward Cullen, telefonei para o hospital e conversei com a Leah Clearwater, ela está?

— Ah, sou eu mesma. Então o senhor veio mesmo. — disse animada, olhou para Bella rapidamente e voltou a ele. — Eu fico feliz.

Edward entendia o motivo. Quando conversou com Leah, a interna responsável pela pediatria na véspera e no natal, ele pediu as permissões necessárias, mas disse que não tinha certeza se iria, porque precisava de sua Bella ao seu lado e contou sobre o acidente e sua memória; nem soube por que, mas quando percebeu, tinha contado. E realmente foi bom conversar com alguém sobre aquilo e acabou fazendo com Leah, uma completa estranha.

— Eu também. — concordou sorrindo. — Essa é a minha... Essa é Bella, é a minha duende ajudante de hoje.

Leah e Bella riram. E Edward sorriu com o som da risada dela.

— É um prazer conhecê-la também, Bella. E eu sou Leah, nada de doutora ou qualquer outra coisa, apenas Leah, por favor. — sorriu.

— E então, podemos ver as crianças? — Edward perguntou.

— Claro, me sigam, por favor. — ela começou a andar em direção a uma porta. — Somos um hospital menor do que o de Nova York, como vocês podem ver. E não temos muitas crianças internadas nessa ala, então não terão muitas crianças para ficarem, para ser exata, tem apenas uma hoje. E eu fico muito feliz que tenham vindo.

— Por que só uma?

— Na véspera de natal normalmente as crianças ficam com as famílias. Algumas são liberadas para irem para casa para as festas e aquelas que não podem sair, ficam nos quarto com a família comemorando. Vanessa é a única que não tem família para comemorar então fica com as enfermeiras. Na verdade, comigo.

— E o que aconteceu com a família dela? — Bella finalmente falou hesitante e triste pela criança.

— A Nessie só tinha a mãe, mas a filha de uma... — parou. — Bem, ela abandonou a menina no hospital por não suportar passar por todo esse sofrimento. Simplesmente assinou os papéis abrindo mão dos direitos legais da criança e foi embora. A Nessie é criança tão especial, acabou aceitando tudo com um sorriso, ela é incrivelmente muito madura para a idade dela e lida muito bem com toda a situação. É impossível não ser conquistada pela menina, ela conquistou a todos no hospital. Eu me apaixonei e, com a ajuda do doutor, assinei todos os papeis para ser responsável pela menina no hospital, assim ela não seria mandada para qualquer lar adotivo ou hospital precário, mas de qualquer maneira, ela só continua internada no hospital pela bondade do Dr. Carlisle.

— Carlisle? — Bella ergueu a sobrancelha.

— Sim. Mesmo responsável por ela, não teria dinheiro para bancar o tratamento, então como ele é o diretor-geral do hospital, deixou que ela ficasse aqui e o tratamento dela sai sem nenhum custo, ele é um homem muito bondoso. Conhece o Dr. Carlisle?

— Ele é o marido da minha tia.

— Ah, então você é a filha de Charlie Swan? — ela assentiu. — Eu conheço seu pai, assim como seu tio e tia, eles são pessoas bem legais. E eu sinto muito pela sua mãe e o marido dela, o Carlisle comentou comigo, sou interna dele.

— Tudo bem, eu estou bem. — sorriu desconfortável, não gostava desse assunto.

E Edward percebeu, pois lhe salvou logo em seguida:

— E você, por que não vai passar natal com a família?

— Eu moro em Seattle sozinha, quer dizer, moro com meu namorado Jacob, mas ele é médico aqui no hospital e está de plantão hoje, vai vir para cá apenas quando for noite e não tiver pacientes. E minha família está pelo mundo; meu pai está morto, meu irmão está na Austrália, e minha mãe mora no Brasil com meu padrasto. É bem complicado passarmos um tempo juntos.

Entraram na sala de conveniência infantil que parecia ao mesmo tempo uma brinquedoteca. Várias mesas pequenas e coloridas, em um canto um tapete almofadado e vários brinquedos arrumados em uma estante, as paredes com desenhos coloridos e em uma das mesas uma menina desenhado.

Devia ser a pequena Nessie. E ela era realmente pequena e parecia frágil. Um pijama de manga comprida rosa bebê e calça rosa escura, que fazia conjunto; os cabelos dela eram meio arruivados e encaracolados, eram finos e soltos alguns centímetros abaixo do ombro, dando um belo contraste com a pele extremamente branca salpicada de sardas graciosas. Tão absorta no desenho.

— Hey Nessie, temos visitas! — Leah disse animada.

A menininha ergueu a cabeça, sem soltar o giz de cera, virou para olhá-los. E só naquele momento ficou claro que a menina estava doente, pois tinha um tubo transparente de respiração preso sob seu nariz e ligado a ele, seu rosto era magro e tinha sombras escuras sob seus olhos. Mas ainda assim, adorável.

— Tia Lee-lee!  — ela sorriu animada para a enfermeira que já conhecia e um pouco mais tímida para os dois desconhecidos — Oi.

— Esses são Edward e Bella, Nessie, eles vierem passar o dia com a gente. Que tal?

— Legal, está chato ficar desenhando sozinha.

— E eu? Não sou ninguém?

— Ah tia Lee, você fica indo até a entrada toda hora, não é a mesma coisa. — fez um beicinho, mas logo sorriu faceira — Mas eu ainda amo você, Lee-leezinha!

— É, sei bem. — riu Leah — Eu também te amo, Nessiezinha. Vocês podem ir lá, ela é legal e parou de morder, não é mesmo Ness?

Nessie assentiu rindo.

Bella soltou a mão de Edward, sentindo-se mais confiante e a vontade. Tirou o cachecol que usava e o casaco, colocando os dois pendurados em um gancho que tinha na parede e andou até a mesa. Edward colocou a sacola de doces ali também, tirou o casco e se aproximou.

— Posso me sentar com você, Nessie?

— Claro que pode tia Bella. — falou animada e Bella sorriu; a pequena já estava lhe chamando de um doce jeito.

— E então, o que você está desenhando?

— É um desenho pra tia Leah e para o tio Jake, que é o namorado dela. Você também pode se sentar tio Edward, mas você é grande e não sei se vai conseguir sentar na cadeirinha, como eu e a tia Bella.

— Acho que vai ser um tanto complicado, mas posso sentar no chão. — ele falou rindo, afastou a cadeira e sentou no chão junto à mesa, ficando na altura certa. Passou a mão no cabelo.

— Seu cabelo é todo bagunçado — Nessie riu.

— É difícil pentear isso.

— Tudo bem, é bonitinho de qualquer jeito, não é tia Bella? — olhou para Bella, que assentiu timidamente, então esticou o braço e passou os dedos sobre os fios. — E é quase ruivo, né? A tia Leah disse que é o meu também é quase ruivo.

— Acho que só o meu não é. — Bella fez beicinho.

— Não mesmo, mas o seu tem cor de chocolate e todo mundo gosta de chocolate. E você é muuuuuito bonita mesmo assim, tia Bella.

— Eu concordo plenamente. — Edward sorriu para Bella.

E Bella sentiu o rosto esquentar – maldita facilidade para corar –, devia estar vermelha como um pimentão. Então, mesmo sem saber, fez o que sempre fazia quando estava envergonhada, sorriu timidamente enquanto mordia o próprio lábio inferior.

Edward sorriu, adorando rever aquele simples gesto tão familiar.


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