Encrenca Em Dobro escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 9
Capítulo 9




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– Hm, Rosa? – Chamei ela pela escadaria, ela desceu as escadas.

– Oi, Rui. A Íris disse que você queria falar comigo.

– E ainda quero! Então, eu pedi para o Lysandre revisar comigo e ele aceitou. – Ela ficou surpresa.

– Ele aceitou? – O queixo de Rosa caiu. Mas qual o problema?

– Aceitou! Nós fomos a um parque aqui perto, nos sentamos perto de um chafariz e ele me explicou tudo. O lugar era de tirar o fôlego... Mas Rosa, não vai passar disso, eu sei que não, eu prefiro tê-lo como um amigo...

– Ok, só não dê a entender que quer mais, ou então o Lys vai ficar magoado.

– Tenho certeza que não dei a entender mais. – Será? – Agora eu preciso ir ver o Nath. Até mais, Rosa, espero poder esbarrar em ti nas férias!

Fui até a sala dos representantes e Nathaniel já não estava lá, o jeito era correr até o pátio e ver se ele já estava indo embora. Dito e feito, ele estava lá. Corri até Nathaniel e ele me olhou surpreso.

– Da última vez em que você correu atrás de mim como louca, você quase caiu. Se lembra?

– Mas eu tinha você para me segurar. – Eu disse enquanto recuperava o fôlego. – Ainda tenho, né? – Apoiei uma mão no ombro dele. – E aí, como foi nas provas?

– Fui muito bem. – Ele abriu um sorriso – E você?

– Ah... mais ou menos! Eu meio que... esqueci das provas um dia antes. O Lysandre foi quem me lembrou.

– Mas é claro...

– O quê?

– O que o quê?

– Não me confunda assim, Dreamy.

– Tarde demais! Agora eu preciso ir, Rui. – Ele deu um beijo em minha testa – Se cuide e não me abandone nas férias.

– Eu não faria isso. – Dei uma última passada na escadaria para guardar minhas coisas e fui embora.

No outro dia...

– Acorda, Merui, acorda! – Minha mãe estava me balançando.

– O que foi? Mãe, eu estou de férias! – Falei enquanto esfregava meus olhos.

– Por isso mesmo, vamos à praia!

– Eu, você e Aishe?

– Não, a Aishe foi para casa de uma colega. Levanta, menina!

Me levantei e fui fazer minha higiene pessoal. Então quer dizer que eu não terei que aguentar Aishe? Bom saber, ela sempre reclama quando vamos à praia. Coloquei meu biquíni roxo e branco e fui apressar minha mãe. Ela estava falando no telefone, parecia estar séria. Fiquei um tempo esperando ela desocupar, quando ela diz:

– Surgiu um problema no trabalho e eu não vou poder ir. Por que você não chama uma de suas amigas e vai?

– Todas elas foram viajar, mas eu vou sozinha, não tenho nada a perder, não é mesmo? Quem sabe eu não encontro alguém conhecido.

– Mas tome cuidado, menina, tem muita gente com más intenções por aí.

– Pode deixar! – Dei um sorriso confiante e saí.

Na praia...

– Esse lugar é enorme! Vai ser impossível achar alguém conhecido por aqui. – Reclamei sozinha, bom, se eu não achasse, pelo menos eu poderia tomar um banho... e só. Comecei a andar pela praia, por um lado, por outro, sem nem ver um rosto familiar. Estava ainda andando quando sinto alguém segurar meu pulso.

– O que uma garota tão bonita está fazendo sozinha? – Um garoto louro, bronzeado e com muitas tatuagens era quem estava me segurando.

– Pintando as unhas, não é óbvio? – Tentei ser mais sarcástica possível para me livrar dele, mas não adiantou.

– Qual o seu nome, gracinha?

– Merui. – Não respondi mais do que o necessário.

– Eu sou Dakota, mas todos me chamam de Dake.

– Legal. – Balancei meu braço para me soltar, mas ele era muito forte.

– Então você é uma daquelas garotas difíceis, hum?

– Eu simplesmente não estou interessada! – Balancei meu braço de novo, ele me puxou para perto dele.

– Se você não vir comigo, vai ser pior. – Ele começou a me puxar para um lugar mais afastado e vazio da praia. Havia uma casinha, ele me encostou em uma das paredes e prendeu meus dois pulsos. O que eu faria? As pernas dele estavam fechadas, eu não conseguiria chutar as suas intimidades. Minhas mãos estavam presas, eu só tinha a minha cabeça, eu só precisava que Dakota aproximasse seu rosto do meu, e ele fez. Esperei o momento certo e dei a cabeçada.

– Foda-se! – Gritei! Aquilo doeu! Mas de acordo com as leis de Newton, aquilo deve ter doído nele também! Ele me soltou no mesmo instante e eu pude sair correndo, mesmo estando tonta, eu consegui. Mas para a minha infelicidade, ele me seguiu e ele era muito rápido. Abandonei meus chinelos para facilitar a corrida, mas não estava ajudando muito, eu estava cansada. Naquele momento, tudo que eu pensava era que alguém aparecesse para me ajudar, por mais que houvessem várias pessoas na praia, elas não entenderiam do que se tratava! Mas se o Nathaniel estivesse ali, ele me protegeria... Diminui o passo quando percebi que Nathaniel realmente estava em minha frente, tudo o que eu pude fazer foi abraça-lo o mais forte possível.

– O que está acontecendo? – Ele perguntou – Você está tremendo e me segurando com tanta força.

– Um garoto está me perseguindo... ele queria me levar daqui. – Falei enquanto recuperava o fôlego. Deitei minha cabeça no peito de Nathaniel, ele ficou acariciando meus cabelos.

– Como ele é?

– É loiro, alto, moreno, tem várias tatuagens. O cabelo está preso em um rabo pequeno.

– Não se mexa. – Ele sussurrou.

– Eu só queria te levar para um passeio, Merui. – Dakota falou, não me mexi.

– Você ainda não percebeu a quem ela prefere? – Nathaniel falou com um sorriso irônico. Dakota olhou para mim e depois para Nathaniel e foi embora.

– Obrigada. – Abracei Nathaniel mais forte.

– Fique ao meu lado que não vou deixar mais ninguém se aproximar de você, eu vou te proteger. Você veio sozinha?

– Sim... – Olhei pros lados – Ambre não está com você?

– Não, ela e minha mãe foram para outro lugar.

Ele me pagou uma garrafa d’água e então nos sentamos na areia e começamos a conversar como se não tivéssemos visto um ao outro há anos!

– Você quer falar sobre o que aconteceu?

Contei toda a história para ele, inclusive a parte da cabeçada. Ao ouvir isso, ele ficou obviamente surpreso. Nath perguntou se minha testa doía, eu afirmei:

– Vai passar. – Ele levantou minha franja e beijou bem onde doía, não pude deixar de sorrir. – Merui, seus ombros estão vermelhos. Você não passou protetor?

– Acho que não. – Olhei para cima, tentando me lembrar se eu havia ou não passado. Tirei o protetor da bolsa. – É, não passei.

– Me dê isso aqui. – Ele puxou o protetor da minha mão e começou a passar em minhas costas e em meus ombros, fiquei um pouco envergonhada, mas ele havia se oferecido.

– Venha. – Ele pegou em meu braço gentilmente e me levou para o mar. Estávamos nos banhando normalmente, brincando e conversando, quando uma onda de tamanho maior que o comum veio, ela nos carregou, mas estávamos bem... o único problema foi que ela desamarrou o meu sutiã por completo. Cruzei os braços para esconder meus seios.

– A sorte não está com você hoje. – Nathaniel riu.

– R-realmente. – Peguei o sutiã com uma mão e coloquei sobre meus seios, mas eu ainda precisava amarrá-lo. Nath, que estava atrás de mim tirou meu cabelo do caminho e pegou as cordinhas para amarrar. Eu estava morrendo de vergonha, realmente, a sorte não estava comigo, mas Nathaniel estava!

Saimos do mar e procuramos uma sombra para descansarmos, deitei uma toalha, que era grande o suficiente, na areia e deitei, Nathaniel fez o mesmo.

– Vou derreter! – Virei a cabeça pro lado para olhar Nathaniel.

– Eu também. – Ele fez o mesmo. Ficamos nos encarando sem falar nada, ele pegou a minha mão que estava sobre minha barriga e segurou. – Estou feliz por ter te encontrado aqui hoje.

– Estou feliz por você ter me encontrado e me protegido. – Eu podia sentir o meu rosto corar. – Eu não podia encontrar pessoa melhor.

– É mesmo? – Ele abriu um sorriso e me puxou gentilmente para o seu corpo. Deitei minha cabeça em seu tórax, sentindo a sua pele quente contra a minha. Ele acariciou meu braço com sua mão e deu um beijo em minha cabeça. – Gosto da sua companhia, Merui. – Segurei sua mão vaga e entrelacei nossos dedos.

– Eu também gosto da sua companhia, Nath... – Com meu polegar, fiz carícias por sua mão, ele acariciava meu braço. Levantei minha cabeça e encarei o seu rosto, eu queria beijá-lo agora, mas eu sentia medo... Ele levantou um pouco o seu corpo e foi aproximando o seu rosto de mim, eu já conhecia esse movimento. Fechei meus olhos e fiquei esperando ansiosamente os lábios de Nathaniel tocarem os meus.

– Vocês não tem vergonha? Na minha idade, eu não podia sair de casa e ficar de namorico assim! Era só segurar as mãos e ainda na frente dos meus pais! Isso é uma falta de assunto, uma falta de respeito! – Quando olhei, era uma senhora idosa, que já estava se retirando.

– Qual é, vão sempre nos interromper assim? – Falei e soltei um suspiro, Nathaniel riu e me deu um selinho.

– Se a senhora não tivesse cortado o clima... – Ele olhou para mim. – Você quer tentar de novo?

– Sim – Sussurrei e balancei a cabeça. Ele estava aproximando o rosto de novo, então nós dois começamos a rir. – Desculpa, não vai dar, eu vou lembrar daquela senhora pro resto do dia.

– Eu também. – Ele olhou para baixo e continuou a rir. – Eu preciso ir agora, mas, eu vou te levar para casa primeiro.

– Não, não precisa!

– E se aquele cara aparecer de novo? Eu não me perdoaria se ele fizesse algo contigo. Além disso, pensei ter escutado que você gosta da minha companhia.

– É claro que eu gosto. – Ele me ajudou a levantar. Fomos para casa abraçadinhos, eu não deixava de sentir borboletas na barriga quando estava com ele... Nath é o primeiro garoto que eu fico tão próxima assim, e é a melhor sensação que já senti. Tenho certeza que se fosse com outro garoto, eu não me sentiria tão bem assim.



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Notas finais do capítulo

Estou achando divertidas essas interrupções, muahaha! Parece que ninguém quer ver Merui e Nathaniel se beijarem, exceto por vocês leitoras, é claro! :3
Daqui a pouco tem capa nova para a história, hihi, não esqueçam de olhar!



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