Encrenca Em Dobro escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 3
Capítulo 3




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– MAS O QUÊ?! – Berrei – COMO ASSIM ELA VAI PARA SWEET AMORIS?!

– Você está com medinho que eu roube seus namorados? – Aishe provocou.

– Eu tô é com pena de quem vá querer te aguentar, isso se existir alguém que queira isso! – Coloquei as mãos na cabeça e comecei a rodar em círculos pelo quarto.

– Meninas, vocês não podem falar assim uma com as outras.

– MAS MÃE! Ela só sabe estragar a minha vida, ela sente PRAZER em ver eu me dando mal. Por favor, não muda ela de escola! Mãe, faz esse favor pra mim!

– Acorda, garota, se você não aguenta nem as patadas da sua irmã, como é que vai aguentar a dos outros?

– Não provoca, Aishe. – Mamãe me defendeu.

– Obrigada. – Falei.

– Não estou defendendo ninguém. Agora, Aishe, por que a senhorita quer se mudar para Sweet Amoris?

– Fiquei sabendo que lá tem uns gatinhos, tipo aquele Nathan.

– NATHANIEL! – Gritei.

– Shhhhh! Isso não são motivos, Aishe.

– E quais foram os motivos dela ter se mudado? – Ela respondeu enquanto mascava chiclete e mexia nos cabelos ruivos.

– Você estar aterrorizando ela e atrapalhando o desempenho escolar dela! – Mamãe parou ao meu lado.

– E o “desempenho escolar” dela melhorou? – Duvidou.

– Cem por cento! Tanto que com apenas um mês na escola, ela foi chamada para ser representante de turma. – Eu estava prestes a gritar algo como “é isso mesmo”, mas opa, dessa parte eu não sabia. Eu? Representante de turma? Seria ótimo poder... poder... O que um representante faz mesmo? Sei que Nathaniel vive cuidando de papeis sérios e dos problemas que a diretora não pode resolver. Mas será que eu seria capaz de fazer isso?

– Espera aí, você pode repetir essa última parte? A que eu fui convidada pra ser representante?

– Sim, recebi um telefonema da diretora, ela me pediu encarecidamente para que você se juntasse a Nathaniel e os outros.

– U-a-u! Quanta responsabilidade. – Dei um sorriso e fiquei orgulhosa de mim mesma. Isso era um passo enorme para mim. Imagino se o Nathaniel já sabe disso, ele certamente ficaria feliz em...

“– Sério? Você também é representante? Então agora você pode *Nathaniel tira uma pilha enorme de papeis do bolso* revisar isso tudo comigo!”

Aishe já não tinha dúvidas, ela sabia como eu estava indo bem sem ela. E sabendo disso, ela vai querer se transferir para Sweet Amoris o mais rápido possível.

Após nossa longa discussão, peguei o celular e mandei uma mensagem para Nathaniel:

“Você não vai acreditar no que acabaram de me contar! Espero que fique tão contente quanto eu!”

Recebi uma resposta no mesmo instante.

“Se você está feliz, então eu também estou.”

“Se você estivesse aqui, eu provavelmente teria te beijado, hahaha.” Respondi. Ele me ligou logo em seguida.

– Esse beijo ainda está de pé? Porque eu já estou saindo de casa. – Escutei um barulho de chaves pelo telefone.

– Ah ah ah, besta! – Soltei uma risada – Está preparado para escutar?

– Manda ver!

– A diretora ligou para minha mãe e pediu a autorização dela para eu me tornar representante da nossa. – Eu estava eufórica com a ideia.

– Isso é sério?! – Ele parecia surpreso – Seria ótimo ter sua companhia mais vezes. – A última frase me fez sorrir.

– Desde que você não falasse só da papelada. – Dei uma risadinha – Trabalhar com o McDreamy da escola... – soltei um suspiro forçado.

– Você não deixa de ser uma palhaça, hein? Trabalhar com “a novata mais bonita” não seria nada mal.

– Me explica essa história! – Fiquei boquiaberta – Nathaniel, não brinque com os sentimentos de uma pobre garota.

– Tenho que desligar, Ambre está vindo para cá. Beijo do seu McDreamy. – Ele brincou. Imaginei perfeitamente a imagem de Nathaniel falando isso, depois rindo, depois mandando o beijo e ah...

– Rui?

– Oh, oi, desculpa! Sonhei acordada.

– Posso saber com quem?

– Ih, a Ambre não estava chegando aí? Olha, acho melhor desligar hein!

– Ah, desliga você. – Brincou fazendo uma voz melosa.

– Não, desliga você, vai, Dreamy. – Fiz a mesma voz.

– Vamos desligar juntos. – Ele parou para rir e fiz o mesmo. – Já podemos ser um casal.

– Você bem que gostaria, né? – Provoquei.

– Se eu negasse, estaria mentindo. – E mais uma vez, a imagem dele sorrindo veio a minha mente. – Agora eu vou desligar mesmo, viu. Até segunda, pequena.

– Até. – E ele desligou.

O que foi isso? Muitas revelações em uma só ligação. E essa coisa de “novata mais bonita”, hein? Aposto como ele estava brincando! Nunca fui popular em outra escola, por que eu seria em Sweet Amoris? “Por que não seria?” essa foi a resposta que obtive do meu subconsciente.

Cheguei na escola e fui direto na sala dos representantes para cumprimentar Nathaniel. Ele estava de costas para a porta, provavelmente estava ocupado com papeis e mais papeis. Fui devagarinho até ele e cutuquei seu ombro. Ele se virou e olhou para os dois lados como se não tivesse me visto, em seguida, olhou para baixo.

– Ah, você está aí embaixo, quase não te vejo. – Ele me deu um abraço, fiquei parada.

– Hmmm, qual o problema? – Ele me olhou com dúvida.

– Eu meio que não gosto de abraços... – Falei e dei de ombros.

– Sério? – Ele me abraçou de novo e me levantou do chão.

– Você não precisava me abraçar de novo! – Suspirei.

– Aproveitando que você está aqui... Você poderia entregar essa folha de ausência para o Castiel assinar?

– Certo. Mas não são os pais quem assinam esses papéis?

– O Castiel é emancipado, os pais dele viajam muito, então ele toma conta dele mesmo.

– Ahhh! O Castiel é complicado, sabe, você conhece ele melhor que eu... – Ele abriu os braços para me abraçar de novo – Ok, ok, eu vou!

Cheguei no pátio e Castiel estava sentado em um banco, olhando para o nada. Me sentei ao lado dele e ele me olhou com uma cara de quem não estava gostando.

– Você tem uma folha de ausência para assinar. – Arrisquei.

– Eu não vou assinar isso.

– O Nathaniel não vai gostar muito disso.

– Ah, então foi o Nathaniel quem te mandou aqui? Diga pra ele que se ele for homem de verdade, ele deve entregar o papel a mim pessoalmente.

– Lá vou eu. – Me levantei e fui até Nathaniel.

Repeti o que Castiel havia dito e ele falou.

– Diga a ele que ele deve assumir as responsabilidades dele.

Fiquei indo e voltando por um bom tempo, então decidi tomar uma atitude, já que aquela briguinha de rapazes não estava adiantando muito.

– Olha só, eu cansei de ser feita de pombo-correio, então dessa vez eu vou falar por mim mesma! – Respirei fundo – Você não gosta que mandem em ti e eu não gosto de ser agressiva, mas assina essa droga de folha logo e eu não voltarei a te incomodar!

Ele puxou a folha agressivamente de minha mão e assinou.

– Pronto. Assinei. Satisfeita?

– Na verdade não, talvez você queira fazer essa pergunta ao Nathaniel. – Virei as costas, mas Castiel segurou meu braço com uma força incrível.

– Eu não gosto que me deem as costas.

– E eu não gosto de comida japonesa. – Soltei meu braço e marchei mais uma vez até a sala de Nathaniel.

– Toma aqui sua folha, ela está um pouquinho amassada por causa da delicadeza de Castiel. – Estiquei a folha até ele. Ele pegou a folha, mas logo segurou o meu braço.

– Por que o seu braço está vermelho assim? – Ele pressionou os lábios – O Castiel fez algo contigo?

– Oh, não, claro que não. Foi a Aishe! – Falei. – A aula já vai começar né? Melhor irmos logo, hein?

Fomos em silêncio até a sala e permanecemos em silêncio durante a aula também. Nós tínhamos essa regra de não conversarmos durante a aula, pois gostamos de estudar e bem, ele é O representante de todas as classes, né? Tem que causar uma boa impressão. O sinal do intervalo tocou e eu decidi ficar na sala, Nathaniel sentou-se ao meu lado e começou a falar.

– Se foi o Castiel que fez isso contigo, ele vai ser severamente punido, mas só se você confirmar que foi ele.

– Dreamy, não se preocupe, eu já disse que foi Aishe. Ontem ela estava tentando pegar meu celular e segurou meu braço com muita força.

– Eu não acredito na sua história. Não tente defende-lo, Rui, ele não merece isso. – Ele se levantou e saiu da sala.

Desviei meu olhar para o outro lado e encontrei o olhar de Castiel. Torci meus lábios e fui buscar o meu lanche.

As aulas haviam acabado, fiquei pelo menos 10 minutos tirando dúvidas com o professor antes de ir embora. Eu estava no corredor, quando percebi uma agitação. Era Castiel e Nathaniel. Eles estavam discutindo, não, espera aí, eles iriam lutar? Fui correndo e entrei no meio, Castiel me empurrou, dizendo que não era assunto meu. Ora essa, como não é assunto meu? Eu fui a porta-voz da briga entre os dois! Segurei as mãos de Nathaniel.

– Nathaniel, não faça isso. Você sabe que ele não vai mudar, não vale a pena se meter em confusão.

Ele estava irado, completamente irado! Seu rosto estava vermelho e sua blusa estava desabotoada... até que estava sexy. Sua gravata havia sumido em algum lugar. Castiel nem olhou para mim e foi embora.

– Você está bem? – Tirei uma mexa de cabelo loiro que estava caída em seu rosto. Ele balançou a cabeça positivamente. – Ele não te machucou? – Comecei a fechar os botões de sua camisa, ele me observava pacientemente.

– Teria machucado se você não tivesse chegado. – Apoiei minha mão em seu tórax e senti os batimentos de seu coração desacelerarem.

– A heroína do dia! – Me levantei e segurei as mãos dele – Agora vamos antes que anoiteça. – Ele se levantou e então fomos para casa.



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