POV JAMES

Estávamos nós cinco na enfermaria. Sim, apenas cinco, já que Harry tinha ido para aula de Trato de Criaturas Mágicas (ele queria ficar, mas digamos que uma severa Minerva McGonnagal não o deixou).

Minha Lily estava deitada em uma das camas, ela desmaiou quando descobriu que Harry era seu filho, que ele era nosso filho, então resolvemos trazê-la para cá. Agora ela dormia serenamente, seu rosto ainda estava meio pálido e seus cabelos, muito ruivos, jaziam em volta de sua cabeça de forma bagunçada. Mesmo assim, ela continuava linda.

Sirius estava sentado em uma das cadeiras, dormindo, assim como Marlene e Remo estava andando de um lado para o outro, meio preocupado.

- Hey Aluado, vai acabar fazendo um buraco no chão desse jeito – sorri para ele que parou de andar por um instante – Está pensando no que?

- Nada, quer dizer... por que a professora Minerva não queria que Harry contasse o nome dele pra gente? – Remo recomeçou a andar – O que será que aconteceu que ela não queria que nós soubéssemos? – ele franziu a testa.

- Nós podemos perguntar pra ela depois – sugeri.

- Não sei se ela vai querer responder...

- Qual é? Somos os Marotos! Vamos fazê-la falar, ué – disse simplesmente e vi que Aluado sorriu.

- Você deve estar muito feliz – ele disse enquanto se sentava (ainda bem que ele deu uma descansada, se não desse, ia acabar furando o chão de verdade) – Acabou de descobrir que tem um filho com a Lily!

- É – abri um sorriso de orelha a orelha, quem diria que depois de levar muito e muitos foras, eu finalmente iria conseguir conquistar a minha ruivinha, a minha Lily.Depois que o meu Lírio desmaiou, eu fiquei preocupado (é claro), mas não pude deixar de estar feliz. Para mim o desmaio dela serviu como prova de que tudo que eu tinha ouvido e visto era real.

E Harry, bem, é meio estranho o meu filho ter a minha idade, mas ao mesmo tempo eu sentia por ele uma afeição que eu nunca senti por ninguém, nem por Lily. Não era um amor de garoto para garota, era mais que isso: era o amor de pai.

Quando Remo disse que ele era o meu filho, eu senti algo diferente. Senti que faria qualquer coisa para protegê-lo, que eu precisava protegê-lo e quem sabe até ajudá-lo com algumas garotas.

Fiquei pensando em tudo que havia acontecido. De uma coisa eu tinha certeza, essa estava sendo a melhor aventura que eu já tive na minha vida.

POV REMO

Eu estava preocupado, muito preocupado.

Não sei, alguma coisa estava errada, alguma coisa tinha acontecido de muito ruim que ninguém queria que nos soubéssemos e eu iria descobrir.

Lílian estava dormindo já faz meia hora, coitada, levou um susto e tanto e James estava começando a ficar impaciente. Ele ficou reclamando que eu estava andando de um lado para o outro, agora era ele que estava fazendo isso.

- Será que ela morreu? – ele perguntou olhando preocupado para a ruiva que estava deitada – Acho que nós devemos chamar a enfermeira, vai que ela...

- JAMES! Relaxa, ela recebeu um calmante e com certeza estava muito cansada. Ela só está dormindo, daqui a pouco acorda – tentei tranquilizar meu amigo, que ainda ziguezagueava pela enfermaria – você é pessimista igual à Lily.

- Pelo menos tenho algo em comum com ela – Pontas parou de andar e sorriu de forma boba.

- Credo, estar apaixonado está acabando com você, está ficando mais idiota a cada dia – Almofadinhas falou. Eu estava tão ocupado tranquilizando o pessimismo em pessoa que nem percebi que ele havia se levantado.

- Desde quando você está acordado? – James perguntou se virando para olhar o maroto.

- Eu estava acordado faz tempo e estava tentando dormir de novo, mas vocês não param de falar – ele mandou um olhar feio para nós.

- Foi mal aí, Bela Adormecida – disse.

- Quem? – os dois me perguntaram confusos, algumas vezes eu esquecia que eles não sabiam quase nada do mundo dos trouxas.

- Esquece – revirei os olhos.

- Ah, e a propósito, Almofadinhas, eu não estou ficando idiota.

- Está sim, Merlin me livre de me apaixonar! – Sirius disse olhando para o teto, como se fizesse um pedido.

- Isso se você já não estiver... – James cantarolou e sorriu maroto.

- O quê? Como assim? – Almofadinhas perguntou e eu revirei os olhos mais uma vez, como será que ele podia ser tão lerdo assim? Estava tão na cara! James também parecia estar inconformado com a lerdeza de Sirius e ante que ele pudesse dizer qualquer coisa, uma certa ruiva se mexeu.

POV SIRIUS

Como assim “Isso se você já não estiver...” ? Eu não estou apaixonado! Sirius Black não se apaixona! Sirius Black só aproveita a vida ao lado de muitas garotas! Esses dois estão tirando uma com a minha cara, não é possível.

Eu ia retrucar, é claro, mas Lily acabou acordando e aquele veado do James foi correndo em direção a sua cama.

- Lírio? – ele perguntou com uma cara de bobo, depois fala que não está ficando idiota – Como você está?

- Eu... eu... POTTER?! – ah não, ela ia começar a berrar, por favor, não comece a berrar... meu pobres ouvidos não aguentam mais! Vi de relance que Lene tinha acordado com o grito de Lílian (e quem não acordaria? Acho que todos os alunos do castelo que estariam dormindo também levaram um susto) – O QUE ACONTECEU?

- Primeiro, para de gritar Lily, por favor, essa viagem está fazendo um mal danado para os meus ouvidos – me queixei. Ela nem me ouviu, estava atônita demais.

- Eu... eu me casei com o... aquele garoto era meu filho... O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – e não é que ela continuou gritando? – LENE, LENE, ME AJUDA! – Lily estava desesperada, acho que todo mundo já percebeu.

- Lily...

- EU TIVE UM FILHO COM O POTTER?!

- Sim, você teve – Lene respondeu olhando a amiga que demonstrava, nada mais nada menos, espanto. Lilian estava pálida, mais do que a tia Minnie ficou quando nos viu, sua boca estava aberta e ela balançava a cabeça de um lado para o outro, bem devagar, como se estivesse tentando convencer a si mesma que nada daquilo era real e que na verdade era tudo um grande pesadelo.

POV LILIAN

– Não, não, NÃO! ISSO NÃO PODE SER VERDADE!

- E por que não? – Potter me olhou meio triste – ter um filho comigo é tão ruim assim? – ele perguntou e eu fiquei pensando. Ter um filho com o Potter realmente era tão ruim? Eu não queria dar uma chance à ele? NÃO, eu era só mais uma da listinha idiota dele!

- COMO ISSO FOI ACONTECER? – berrei.

- Lily, se você não sabe, quando duas pessoas se apaixonam elas... – Sirius começou a me explicar.

- EU SEI DE ONDE VÊM OS BEBÊS, SIRIUS – olhei para ele brava – O que eu quis dizer era como eu fui me apaixonar pelo Potter?

- Lilian, eu... só me dá uma chance... – Potter me olhou suplicante.

- Eu... eu não... – me levantei da cama e saí correndo, sim, eu fugi. Muitos iriam dizer que isso não era atitude de uma grifinória, mas eu estava confusa, com medo e preocupada. Eu precisava de um tempo sozinha para pensar em tudo que estava acontecendo, para pensar no que eu iria fazer a respeito dele.

Não sabia ao certo para onde eu estava indo, só sabia que estava correndo e que algumas lágrimas escorriam pelas minhas bochechas. De repente, eu caí. Mas não de propósito, eu tinha trombado com alguém.

- Me desculpa – a pessoa disse.

- Não foi nada – levantei a cabeça e foi aí que meu coração deu um salto.

Meu filho estava bem na minha frente.