Arquivos Perdidos Os Legados Do Número 8 escrita por Well Number 8


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha!
Nesse capitulo é uma adaptação do Livro "A Origem do Numero Oito" grande parte deste capitulo foi tirado deste livro, então TODOS OS DIREITOS pertencem a Pittacus Lore e a Editora Intrinseca. Quem ainda não leu pode baixar grátis o PDF nesse link:
http://www.oslegadosdelorien.com.br/os-legados-de-lorien.html#numero8
Enfim espero gostem XD



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Acordo tarde depois de um longo sono e quando abro meus olhos vejo um coelhinho preto sentado muito perto de mim.

– Oi Coelho. – digo.

Minha voz sai meio rouca porque fazia meses que não falava nenhuma palavra. Ele vira a cabeça para o lado e não foge. Me levantei e ele não se assustava e continuava me encarando. Cheguei a pensar que ele tinha pena de mim. Ficamos nos encarando durante alguns minutos e comecei a gostar de tê-lo ao meu lado me fazendo companhia. Fingi que ele era uma pessoa de verdade e comecei a conversar com ele e até contei uma piada que Reynolds me havia contado.

– Num concurso de morcegos, estavam fazendo uma disputa para ver quem era melhor para chupar sague. Chega o primeiro com a boca cheia e sangue, babando mesmo, entra e diz: - Tá vendo aquela galinha morta ali, fui eu. Chega o segundo com a barriga tão cheia de sangue que quase não conseguia voar, entra e diz: - Tá vendo aquela vaca morta ali, fui eu. Chega o terceiro com sangue da cabeça aos pés, totalmente ensanguentado, o pessoal olha pra ele e fala, já ganhou, já ganhou. Então ele diz: - Tá vendo aquele muro ali, eu não tinha visto.

Depois que acabo de contar a piada e olho para a cara do coelho e ele torce o nariz, imediatamente começo a gargalhar e me sento ao lado dele e conto outra piada.

– Um bêbado foi a uma consulta em um médico muito conceituado e então o médico pensa em tirar toda informação necessária. Terminados os exames clínicos o médico perguntou… - O senhor bebe? E o homem sem pensar duas vezes disse: - Pode colocar duas doses!

Fiquei horas contando piadas para o coelhinho e ele sempre mexia seu nariz me fazendo dar gargalhadas, já fazia muito tempo que eu não sorria. Essas risadas me fizeram lembrar dos dias que Reynolds estava ao meu lado contando piadas e dando aquele sorriso torto. Continuo conversando com o coelho e quando olho para os lados percebo que tudo parecia maior, as arvores, as pedras e até um arbusto pequeno parecia imenso. Cheiros e sons assumiram forma própria, o mundo parecia estar mais fácil de entender, via trilhas aonde não havia e minhas lembranças deram lugares a instintos, até que me dei conta que também era um coelhinho preto.

De repente o coelhinho começa a correr e não resisto e o sigo, corremos por arbustos, pulamos sobre pedras, brincando como dois coelhos comuns. Até que escuto um barulho atrás de mim e quando olho para trás, não era nada, só umas pedras que haviam se soltado e sem perceber estou de volta a minha forma normal e o outro coelho havia desaparecido.

Naquele momento havia descoberto meu novo Legado: Poder de mudar de forma e com isso me lembrei da minha responsabilidade, que precisava parar de lamentar a perda de Reynolds e seguir em frente com meu destino.

Voltei para a gruta, mas dessa vez eu estava diferente, não estava indo para lá para me esconder das naves dos Mogadorianos que ainda vinham me procurar, estava indo pra lá para seguir em frente. Quando entro na caverna sento no chão e começo a pensar como esse novo Legado de mudar de forma poderia ter salvado a Reynolds. Penso que poderia ter me transformado em um leão, arrancando pernas e braços dos Mogadorianos ou em até um dragão cuspindo fogo e destruindo todos eles. Passei horas tentando reunir raiva, a força e a ferocidade de leão, mas não funcionou só consegui me transformar em um coelho. Me senti frustrado por minha situação, sem Cepan, sem Arca, não consigo treinar meus legados. Cheguei a pensar que estava esquecido aqui em cima, até os Mogadorianos estavam vindo com menos frequência para as montanhas me procurar. Pensei na garota que havia sonhado quando a Numero Dois morreu. Será que ela está presa ainda? Até tenho vontade de ir procurá-la, mas sei que ainda não estou preparado. Me encolho num canto e durmo.

                                                ***

Numa outra manhã saio da gruta e olho para céu como faço todos os dias tentando encontrar alguma nave Mogadoriana. Me espreguiço e me transformo em um coelho preto para caçar algo para comer. Sinto um cheiro diferente, eu não estava mais sozinho, havia alguém por perto. Saio saltitando pela terra, tentando seguir o cheiro e de repente vejo um gavião mergulhando do céu vindo em minha direção, corro até um arbusto e me escondo. Vejo o gavião voltando para o céu. Espero um pouco e volto a seguir o cheiro que estava seguindo. Finalmente vejo perto do lago um homem sentado sobre as pedras e com olhos fechados. Ele estava com um sorriso incrivelmente tranquilo. Chego mais perto e vejo que ele é velho, grisalho e cheio de rugas, mas tenho uma sensação diferente de todas que havia sentido, ele me passava segurança, confiança. A morte de Reynolds me ensinou a nunca confiar nos humanos. Tinha medo de confiar em mais alguém, mas por mais que eu tente resistir sinto que posso confiar nesse homem.

Fico de longe o observando por algum tempo. Por estar na forma de coelho meus instintos me dizem o que outras criaturas vão fazer através sinais e gestos bem sutis. Ele tinha uma respiração controlada, os movimentos relaxados de seus olhos atrás das pálpebras e até a forma de como ele posicionou sua cabeça, algo me diz que esse homem sabe que o estou observando. Sei que ele não vira até mim, até que ele finalmente abre os olhos e sorri.  Sem perceber corro para trás do arbusto e volto a minha forma normal e teleporto para uma arvore perto de onde o homem estava. Quando saio de trás da arvore ele me encara e me diz:

– Olá.

–  Oi. – respondo, e uso o nome que adotei aqui na Índia. – Meu nome é Naveen.

– Eu sou Devdan. Que bom que me encontrou. Você tem muito poder, mas ainda tem muito a aprender. –  Ele enfia a mão em uma bolsinha de couro e tira uma folha verde e fresca. – Mas antes, quer um pouco de alface? –  Ele me oferece a folha.

Eu o encaro confuso.

– Lamento não ter nenhuma cenoura. – disse Devdan, com um sorriso debochado. –  Mas coelhos também gostam de alface, não é?

Aquilo me incomodou um pouco, como ele sabia disso? Mas dou um sorriso e sinto que conheço esse homem minha vida inteira. Todo aquele peso da solidão e do desespero que havia carregado todos esses anos desaparece e do nada estava rindo. Devdan olha para mim e também ri, parece que alguém tivesse contado uma piada. Tenho uma sensação de que esse homem vai me ensinar mais do que eu imaginava ser possível, talvez até me ajudar a controlar melhor meus Legados.

Já estava anoitecendo, nem vi o tempo passar. Devdan tinha que ir embora, mas disse que amanhã estaria no mesmo lugar pela manhã.

Volto para minha gruta na forma de coelho e quando estou a alguns metros da gruta vejo um Piken enorme saindo de lá de dentro com minha camiseta na sua boca. Meus olhos se arregalam, a única vez que havia visto um desses foi nos meus sonhos em Lorien. Talvez os Mogadorianos se cansaram de me procurar e mandaram os Pikens me caçar. Posso sentir que tem mais dois Pikens se aproximando, mas não sinto a presença de nenhum Mog, mas com certeza eles estão por perto. O Piken que estava saindo da minha caverna olha na direção que eu estava escondido e vem correndo em minha direção. Saio saltitando o mais rápido que posso, mas o Piken rapidamente me alcança e quando volto a minha forma normal os outros dois sentem meu cheiro e também vem em minha direção. Me teleporto para perto do lago onde estava mais cedo com Devdan e rapidamente eles me seguem derrubando arvores e fazendo muito barulho. Não demoraria muito e aquele lugar estaria cheio de Mogadorianos, precisava fazer algo rápido. Se eu matasse aqueles Pikens ficaria claro que eu estava por aqui, precisava despista-los. Quando os Pikens estavam se aproximando de mim escuto um barulho não muito longe e vejo um homem com uma tocha de fogo atrás de uma arvore. Poderia jurar que era Devdan, mas logo desaparece e os Pikens o seguem. Me transformo em coelho outra vez para sentir o cheiro e não sinto mais a presença dos Pikens nem do homem.

Fiquei com medo de voltar para a gruta e comecei a saltitar buscando um novo lugar para morar, através dos meus instintos encontrei um lugar perfeito. Um precipício alto e que caia uma grande cascata e no alto vejo algumas arvores. Volto a minha forma normal e me teleporto até lá e vejo que ali seria o local onde passaria o resto da noite. Olho para cima e vejo que as arvores formam uma cobertura densa e com o lago que se forma da cascata seria o esconderijo perfeito. Me deito perto de uma arvore e durmo.

No dia seguinte com telecinese arranco algumas arvores e alguns bambus. Lembro que Reynolds me havia ensinado a construir abrigo de emergência. Pego um pouco de agua e misturo com terra e faço um pouco de barro. Uso as arvores como colunas e armo os bambus até eles ficarem com a aparência de grades, amasso o barro e começo a preencher os espaços vazios, dando a aparência de uma parede, horas depois ela estava terminada. Uma pequena cabana de barro que seria meu lar nas montanhas. De noite peguei algumas folhas para fazer de cama, algumas flores para disfarçar meu cheiro, lenha e duas pedrinhas para tentar fazer fogo, que mais uma vez demorei quase uma hora para ascender.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente PIADAS não são meu forte (acho que deu pra perceber rs...) Finalmente Devdan entrou na história e sera impossível não acha-lo SENSACIONAL então comentem o que acharam e recomendem a história para amigos XD



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