–Agora estou ainda mais na dianteira contigo do que o cara da tatuagem. -Jasper disse brincalhão após nos separarmos do beijo.

–É impressionante o poder que você tem de cortar qualquer clima -falei em tom zombeteiro sem segurar o riso

–Então admitiu que rolou um clima...-ele sorriu vitorioso

–É, por uns dois segundos e meio. -revidei sorrindo-Mas não fique tão convencido. Carter tem meu nome tatuado no braço, deve ter ganhado pontos por isso... -comentei enquanto calculava os pontos da competição fictícia

–Mas eu percorri os mares atrás de você. Contando isso, o beijo, a falta de blusa e a cama, faz eu ganhar de lavada. -Jasper se aproximou, deitando ao meu lado e colocando os braços atrás da cabeça vitorioso.

–Falando nisso pode me dar uma blusa -exigi fingindo seriedade

–A única metade sua que eu posso admirar você me nega ? -ele indagou contrariado fitando-me sorrindo

–Ande logo. -insisti, rindo da expressão dele

–Já não posso aproveitar a parte de baixo e você ainda cobre a parte de cima, não é justo ! -ele tirou sua própria camisa e me deu para que eu me cobrisse.

–E como você iria querer aproveitar a de baixo ? -indaguei fitando-o após vesti-la

–Bom...-ele começou com um sorriso sedutor, porém desistiu -Deixa pra lá.

–Tem alguma coisa a ver com o que eu escutava dos marinheiros nos navios conversando sobre mulheres ? -perguntei

–Sim, mas você não iria entender... -ele falou sorrindo

–Sabe, com as sereias quando elas encontram um parceiro, ambos nadam juntos em noite de lua cheia próximos a superfície em uma espécie de dança sincronizada...é muito lindo.

–E depois ? -Jasper perguntou curioso

–Não sei, nunca estive com um tritão para descobrir...-admiti fazendo Jasper rir.

Neste momento ouvimos batidas na porta da cabine, e um marujo entrou em seguida.

–Com licença senhor, os homens...-ele começou, porém ao ver Jasper deitado sem camisa ao meu lado ele se atrapalhou com o que iria dizer - Bem...os homens...

–Desembuxe, marujo ! -Jasper disse levantando-se

–Eles querem uma explicação sobre a...a...senhorita. -o homem desconcertado disse sem saber ao certo que palavra usar para se referir a mim.

–Diga a eles que já vamos. -o capitão disse ao homem, erguendo o corpo em seguida e fazendo sinal para o marujo se retirar.

–Espera aí, como assim "vamos"? -indaguei fitando o pirata após o homem sair-Eu não vou voltar lá, eles queriam me matar !

–Eles se assustaram, tente ter paciência com os homens -Jasper falou calmamente

–Eu que me assustei. Eles tentaram me acertar com facões !- exclamei

–Você vai estar comigo, não vou deixar ninguém te acertar com nada. -Jasper afirmou -Se daqui para frente você quiser ficar aqui comigo, meus marujos devem te ver como você é.

–Como um peixe ? -indaguei olhando-o nos olhos.

–Não, como uma mulher. -Jasper falou

–E quem lhe disse que eu quero ficar aqui com você ? -perguntei irônica esboçando um sorriso que confirmava o contrário -Eu sou uma criatura do mar imprevisível, posso muito bem pular na água e você nunca mais me verá...-disse brincalhona

–E você vai fazer isso ? -Jasper sorriu, quase me desafiando

–Vou. E ainda te levo para viver no fundo do mar comigo -sorri

–Só se eu criar guelras, peixinha -o pirata disse sorrindo -Mas de qualquer forma, eu sempre posso pescá-la novamente... Agora vamos. -ele insistiu preparando-se para pegar-me no colo novamente. -Venha, confie em mim.

Passei o braço ao redor do pescoço dele e o pirata ergueu-me novamente no colo, antes de sair da cabine e se dirigir até o convés. Não fiquei com medo, sabia que Jasper jamais deixaria algo acontecer comigo e não me apresentaria a seus homens se não tivesse certeza que ficaria tudo bem.

Seus braços me passavam segurança e seguravam-me com tanta facilidade que eu me sentia quase sem peso. Para onde ele quisece me levar agora, eu iria.