Dançarina Das Marés escrita por A Garota do Capitão


Capítulo 46
Não apenas Sobreviver e sim Viver




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Alguns diriam que foi idiotice ser capturada desta forma, por um descuido básico de não olhar por onde vai. Eu teria visto a rede se nadasse mais devagar ou simplesmente prestasse atenção aonde ia, no entanto o destino novamente arranjara um jeito de me pregar uma peça. De qualquer forma, não dá para voltar atrás. E é agora após me debater sem sucesso várias vezes para me soltar, que eu percebi; Tudo o que eu fiz na vida me levou a este momento. Portanto, agora após relatar minha história, torço secretamente para que ela não seja esquecida e aceito, seja como vier, o meu destino há tanto tempo já traçado. Como um peixe de alma gelada que ao se deparar com seu fim não vê esperança adiante, assim eu seria.  

Talvez fosse pretensão minha achar que eu não sou como os demais peixes do mar, acreditar que minha alma pudesse ser especial e que minha natureza selvagem pudesse ser domada foi o que me moveu atravéz de muitas águas após conhecer Jasper. No final, não fez diferença descobrir qual das duas metades do meu ser se sobrepõe a outra já que nenhuma das duas previu que isso estava para ocorrer. Por outro lado essa dualidade de sentimentos que aquele pirata me trouxe me proporcionou certa compreensão sobre o que realmente significa fazer parte do mundo. Ou seja, não apenas sobreviver como a minha espécie acredita e sim viver. 

Na minha ignorância de sereia romântica me arrisco a dizer que quando me aproximei daquele navio pela primeira vez, não encontrei apenas o Jasper mas também parte da minha alma que estava perdida, quem sabe seja finalmente a parte humana ou talvez a parte tola, não importa qual seja, no fundo fico feliz por tê-la encontrado. E sim, realmente posso não entender muito de alma, entretanto tenho a simples certeza em relatar que a minha pôde ser finalmente domada, no entanto eu não desconfiava no início da minha jornada que seria por outra mais selvagem ainda. 

Senti finalmente uma movimentação na a rede, ao mesmo tempo em que ouvia vozes misturadas dos pescadores que lentamente puxavam-na de volta á bordo. A cada centímetro recolhido, eu me via mais perto da superfície. Meu coração estava acelerado, porém no entanto eu tinha meu espírito em paz por uma sensação estranha que me abatia. Não me movi mais, permanecendo imóvel, apenas esperando silênciosamente enquanto via a luz do sol cada vez mais forte a medida que a rede subia.


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