Dançarina Das Marés escrita por A Garota do Capitão


Capítulo 31
Bichinho de Estimação




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Presa em uma mesma posição sem poder me mover, conseguia se tornar ainda pior devido ao fato do sol forte bater diretamente sobre mim. O calor era insuportável, e minha pele não estava acostumada a ficar exposta diretamente ao sol tanto tempo, o que deixava-me ainda mais desconfortável. Tinha a sensação de que iria desmaiar com o calor, no entanto, não disse uma palavra em protesto, talvez por saber que de nada adiantaria. No entanto, um dos homens, interveio por mim.
-Capitão, acho que ela não devia ficar tanto tempo no sol com esse calor...-um marujo jovem de cabelos loiros curtos e olhos verdes, comentou hesitante com Richard, enquanto dava uma pausa na sua tarefa de esfregar o convés da embarcação.
Notadamente o rapaz nutria certo medo pelo capitão, e não possuia perfil igual aos demais homens da tripulação. Como o jovem fora parar ali eu não faço idéia, porém era mais do que certo que ele não queria estar a bordo do Destiny.
-Você não deve achar nada grumete, volte ao trabalho ! -O capitão ordenou rudemente
-Sim, senhor. -o rapaz corcordou rapidamente, obedecendo-lhe.
No entanto, Richard olhou para mim em seguida e viu que o sol realmente estava castigando-me. Acredito que o medo de mais tarde eu não conseguir nadar bem o suficiente para pegar seu ouro no fundo do mar, foi o que moveu-o a fazer algo.
-Rapaz, jogue um balde d'água nela ! -Richard mandou a ele
O grumete rapidamente tratou de cumprir a ordem do capitão, jogando em seguida um balde com água fria do mar em mim. Aquilo aliviou-me consideravelmente o calor, e pareceu renovar-me.
-Você ficará responsável pela rabo de peixe agora...Cuide dela para que a mesma esteja em condições de cumprir com o propósito que eu quero. Portanto, quando achar por bem, lhe jogue um balde de água, lhe dê um peixe para comer ou algo do tipo...Se vire ! Desde que ela continue viva, faça o que quizer ! -Richard mandou, fazendo pouco caso, antes de se afastar para sua cabine.
O rapaz apenas concordou com a cabeça. Ele não dirigia nenhuma palavra a mim, apenas de vez enquando dava uma pausa no seu afazer para jogar o balde de água para me refrescar.
Os demais piratas implicavam com ele, sujando a parte do convés que ele já havia limpado para que o mesmo precisasse refazer o trabalho. Além também de viverem humilhando-o em brincadeiras cruéis e debochando dele, que por sua vez, apenas aceitava calado, sem revidar.
-Ei ! Por que não vão mexer com alguém do tamanho do vocês ?!- exclamei, ao ver os homens provocando-o
-A sereia precisa te defender, grumete ? -um deles indagou rindo debochadamente
-Pelo visto ela é mais homem que você, Peter !- outro deles riu, dando um tapa forte no ombro do rapaz, que quase desequilibrou-o
-Vocês não tem nada melhor para fazer, hein ?-indaguei nervosa com aquilo
-Você fique calada, se não quiser que sobre para você também !- o primeiro deles me ameaçou. Ele era o mestre de armas da embarcação, possuia uma barba desgrenhada e uma tatuagem de um tigre no pescoço, além de olhos castanhos quase negros, que lhe davam um ar ameaçador.
-Faça algo comigo e o capitão te joga ao mar -falei séria, em tom de ameaça
-Você se julga muito importante, não é ? Mas deixe-me dizer uma coisa, se não se comportar, o próprio capitão dará um tiro nesse belo rostinho...-ele aproximou-se e acariciou meu rosto
-Ah, é ? -indaguei irônica- Eu não acho...Ele precisa de mim. Caso contrário, se me matar, eu espero que você tenha um ótimo fôlego para pegar todo o ouro e prata no fundo do mar para ele...
-Cuidado com o que fala sereiazinha, não vai querer ter inimigos aqui dentro...-ele disse em tom provocador, descendo sua mão pelo meu pescoço lentamente, sentindo o toque da minha pele.
-Tudo o que eu tenho aqui dentro são inimigos -revidei séria, fitando-o
-Pelo contrário, vejo que podemos nos tornar bons amigos...-o pirata disse, descendo ainda mais sua mão pelo meu corpo
Me movi incomodada, querendo me afastar de seu toque.
-Prefiro morrer antes disso acontecer ! -exclamei, enojada
-Posso dar um jeito nisso também...-ele riu, divertindo-se com a situação
-Venha logo Carter, deixe a sereia em paz, temos trabalho a fazer !- o outro homem que estava com ele chamou-o
-Até mais, meu bem. -Carter disse em um tom de falso carinho, antes de afastar-se.
-Não devia ter feito aquilo. -o grumete disse quebrando o silêncio que se fez após a saida dos homens
-Jeito curioso de me agradecer...
-Só o que você fez foi piorar tudo. Ninguém se arrisca por ninguém aqui dentro...-o rapaz disse, sem desviar o olhar do chão que esfregava
-Talvez seja por isso que tudo está indo de mal a pior neste navio...-comentei, fitando-o
-A senhorita devia tomar cuidado. Enfrentá-los apenas fará com que a situação se complique ainda mais...
-O que você sugere que eu faça? Aceite os desaforos assim como você faz? -indaguei
-Pelo menos eu não estou acorrentado, diferentemente de você...-Peter levantou os olhos do chão, olhando-me
-Grande diferença ! -disse irônica- Prefiro estar acorrentada do que ser bichinho de estimação deles.
-Se não percebeu, você já é. -o grumete disse sério, antes de abaixar o olhar novamente.


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