Soft Blood escrita por Thalita Barbosa


Capítulo 3
Renascer


Notas iniciais do capítulo

Gente eu adorei esse novo capitulo, acho que ficou super legal. 1 comentário ! Adorei, quanto mais desses aparecerem mais feliz e inspirada eu fico ! Espero que gostem. @TeleguiadaVoraz



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Não me arrependo das ultimas palavras que disse. Entre viver sozinha e não poder ficar a 1Km de distância de casa sem sentir uma sede devastadora ou aceitar a minha nova natureza, eu escolho a segunda opção.

Enquanto andamos pela escura e densa floresta minha cabeça se torna uma amontoado de pensamentos. As duas mulheres ao meu lado me transformaram em um monstro, ou como elas dizem " me deram a eternidade ", como se isso valesse de alguma coisa.

Minha vida não era perfeita, mas nenhuma é. Eu tinha a minha família. Minha avó era a minha família, ela precisava de mim. Aliás, ainda precisa e eu não posso ajuda-la. Tudo culpa delas, só delas. Minhas " criadoras ", sobre as quais eu não sei nada.

E é então que eu me dou conta de que em meio a tantos pensamentos confusos há uma realidade. Eu não sei nada sobre Beatrice e Lauren.

— Eu não sei nada de vocês além de seus nomes - digo

— Você quer mesmo começar com as perguntas agora, queridinha ? - diz Lauren

— Sim, estou indo pra não sei aonde com duas vampiras loucas sobre as quais não sei nada - digo - se tiver alguma coisa que eu precise saber, quero que seja agora.

— Calma Viollet, nós iremos te contar tudo - diz Beatrice - você pode pelo menos esperar até chegarmos em casa ? — Que casa ? Eu não tenho casa - digo

— Claro que tem, nossa casa é sua agora também e é pra lá que estamos indo. — Ok, mas quando chegarmos seja lá onde fica o covil de vocês, quero saber tudo.

— Fica tranquila queridinha, nós vamos contar cada detalhe empolgante de nossas vidas pra você ! - diz Lauren

Não sei oque mais me irrita, a voz irritante de Lauren enquanto caminhamos ou o modo taciturno de Beatrice. Lauren não tem muitos problemas em se expressar, já Beatrice fala só o necessário.

Nós andamos por mais ou menos 10 minutos floresta a dentro até chegarmos a uma estrada de terra, dois carros estão estacionados. Eles são lindos, um BMW preto e um volvo branco.

Percebo que estou parada encarando os carros enquanto elas já estão dentro deles.

— E ai queridinha, vai querer ir em qual dos dois ? - Lauren grita do seu BMW

Sem dizer uma única palavra ando em direção ao volvo de Beatrice. Não que eu goste dela. Mas entre a voz estridente e irritante de Lauren e o seu silêncio, prefiro a segunda opção.

Beatrice dirige silenciosamente pela estrada escura e esburacada, não há nenhum barulho se que no carro além da música clássica que toca no rádio. O carro de Lauren está logo a nossa frente, suponho que também está ouvindo música porque balança seu corpo em movimentos estranhos, como se quisesse dançar sentada.

Estou olhando pela janela escura do carro de Beatrice, ou ao menos tentando enxergar alguma coisa no completo breu da estrada. Começo a pensar em casa e em como minha avó já deve estar desesperada por eu não ter voltado para casa.

Quantos dias se passaram desde que fui pega por elas ? 2, 3 ou até talvez 4 dias sem minha avó ter nenhuma notícia minha. Estou perdida nesses pensamentos quando Beatrice diz :

— Sabe dirigir ?

— Como ? - eu realmente estava distraída.

— Você, sabe dirigir ? - ela repete suavemente.

— Sim

— Tem habilitação ?

— Tenho - movo minhas mãos em busca da minha bolsa, onde está minha carteira, então percebo que não sei onde ela está. - onde está a minha bolsa ?

— Ah, ela está no banco de traz - diz beatrice Retiro o cinto de segurança, não que eu precise, mas coloquei só por hábito, me viro no assento do carona e pego a minha bolsa no lado esquerdo dos assentos traseiros.

No momento em que a toco, vejo que agora oque está dentro dela é tudo oque me resta da minha antiga vida. Minha única conexão com a antiga Viollet Langdon.

Sinto uma vontade imensa de chorar, mais eu sei muito bem que vamiros não podem chorar, o máximo que conseguem é expelir sangue pelos olhos.

Sinto saudades de casa, eu nunca tinha ficado mais do que algumas horas longe de minha avó, e agora provavelmente eu nunca mais a verei.

Retorno novamente a realidade, pego minha carteira dentro da bolsa, retiro minha habilitação de dentro dela e a amostro para Beatrice.

— Ah, que ótimo - diz beatrice - assim é melhor porque não iremos precisar te levar a lugar algum.

— Pois é - digo

— Está com fome ? - ela me pergunta

Sinto uma enorme vontade de dizer que não porque nós não comemos comidas humanas, eu sei disso. Não quero me tornar uma sanguessuga e sair matando pessoas para viver, não quero.

Mesmo relutando contra as palavras acabo dizendo :

— Sim

— Fique tranquila, assim que chegarmos em casa providenciarei um humano para você.

Fico calada. Quero gritar dizendo que não vou me transformar em um monstro como elas, mas em minha boca não sai nenhuma único som. É como se minha sede fosse maior que qualquer pensamento meu.

Eu não percebi mais a nossa paisagem mudou compleatamente. Nós não estamos mais na estrada de terra. As luzes da cidade já iluminam o interior do carro. Olho no relógio ao lado do rádio, são 22:50.

Mais 15 minutos se passam e então Beatrice finalmente diz :

— Chegamos

Nós estamos paradas em frente ao Lower Dupuy, um hotel que fica no centro de Nova Orleans. Já passei por aqui diversas vezes, pricipalmente na minha infância quando ia ao French Market com meus pais, nós passávamos por aqui.

Meus pais. Diante dessa situação consigo pelo menos ver um ponto positivo na morte deles. Eles não teram que ver sua filha se tornando uma monstro.

Nós saímos do carro, e dois manobristas vem estacionar os carros. O Lower Dupuy é aindam mais bonito a noite.

Ele é um dos maiores hotéis de Nova Orleans, são 17 andares com enormes apartamentos de luxo. É o sonho de qualquer pessoa se hospedar aqui.

Beatrice e eu vamos andando em direção as portas do hotel.

— Eu achei que esse hotel fosse para hospedagem passageira - digo - para turistas.

— E ele é, queridinha - diz lauren, não tinha percebido que ele se juntou a nós

— E vocês moram aqui ? - pergunto

— Sim, nós moramos aqui - diz Beatrice

— Mas como, se o hotel é só para turistas ?

— Ele não é só para turistas, ele é um Apart Hotel - diz beatrice

— Entendi, quanto vocês pagam para ficar aqui ? - pergunto, porque elas não podem trabalhar - Aliás, vocês pagam para ficar aqui ?

— Sim e não - diz Lauren

— Como assim ? - Pergunto

— Essa é mais uma das coisas que iremos te contar em breve. - diz Beatrice - Vão subindo, encontro vocês daqui a pouco. - ela diz enquanto se dirige ao balcão que fica no centro do saguão.

Enquanto Lauren me guia até o elevador, todos os olhares estão sobre mim. Percebo que ainda estou toda coberta de terra. Nós entramos no elevador e ela aperta o botão do 17º andar.

— Ultimo andar ? - pergunto surpresa

— Sim, queridinha - diz ela soltando risinhos por causa da minha surpresa

Nós chegamos rapidamente ao ultimo andar e ela me guia até o quarto. Quando abro as portas me surpreendo mais ainda. Eu estava me preparando para um quarto simples de hotel ou até mesmo com um covil repleto de caixões e me deparo com um enorme apartamento.

Assim que entramos ela me conduz imediatamente até o banheiro e vai até um dos quartos.

— Eu não tenho roupas - grito do banheiro

— Sim você tem - ela aparece na porta do banheiro e me entrega as roupas

— Obrigada - digo

Eu me tranco no banheiro, a banheira já está cheia com água não sei se é quente ou não porque já não sinto mais nada. Eu entro na água e me afundo, como se aquela banheira fosse o meu oceano particular.

Fico assim por uns 5 minutos e sei que posso ficar muito mais tempo, mas a minha prioridade agora é me lavar.

20 minutos depois eu estou completamente limpa, saio da banheira, me seco e penteio os cabelos. As roupas que Lauren me deu parecem ter sido compradas propositalmente para mim, porque seu caimento é perfeito. Uma blusa branca com o tecido mole e um jeans escuro.

Vou em direção ao espelho esperando não ver meu reflexo e não vejo. Eu vejo outra pessoa completamente diferente. Vejo uma pessoa mais forte, mais bonita e muito mais poderosa que Viollet Langdon, eu vejo a nova eu.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram ? Qualquer erro de ortografia falem comigo, ok ? Amo comentários, então se gostarem, comentem. @TeleguiadaVoraz



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