Caderno,

Eu já te disse como eu odeio esse grupinho ridiculo que se intula “Os Marotos”?

Já, é claro que já te disse, só que desta vez, eu tenho que admitir: Em alguns momentos (poucos), eles podem até ser legais.

São poucas as vezes que isto acontece, quase nunca, e quando acontece, normalmente eles fazem muita merda antes, então quase não conta o fato de eles serem um tantinho (muito pouco, quase nada) legais, no final das contas.

Bom, o que me leva a dizer isso é o seguinte: Dorcas ficou bêbada. Não um bêbada do tipo: “Bebi whisky de fogo demais.”; um bêbada do tipo: “Bebi cerveja amanteigada adulterada demais.”

Diario, se você for um bom entendedor de bebidas bruxas, saberá que cerveja amanteigada não tem qualquer resquício álcoolico, (Claro, é um pouco dificil você saber, tendo em vista que é só um caderno, mas enfim) porém, a cerveja especifica que a Dorcas bebeu veio de nada mais, nada menos do que de Sirius Black!

Sirius.

Black.

Sim, ela fez a burrice de tomar algo das mãos do Black.

Fiquei pensando agora… O que será que deu na cabeça dela, para aceitar qualquer coisa que venha do Sirius? Ela sabe que ele bateu o recorde de detenções da escola, viu quando ele pulou da torre de astronomia só para o James testar o fetiço que ele tinha aprendido e ainda ela teve a PACHORRA (Audácia, para os leigos.) de aceitar beber um copo desconhecido de cerveja amanteigada vindo de suas mãos.

Se fosse a Marlene, até que faria sentido, mas… Dorcas? Sério? A Miss incorruptível?

Okay, fazer o que, temos que lidar com isso.

Então ela apareceu tonta, pendurada nos braços de um Remus furioso, depois de não aparecerem nem no almoço e muito menos no jantar, parecendo extremamente cansados e fedidos.

E apesar de ela estar quase vomitando novamente, dizendo que estava passando mal (Sabe Dorcas, eu esperava mais de você.) eu vi o olhar cumplice que trocara com Remus, antes de ele sumir pela porta.

Pelo que Remus me contou, depois de Sirius ter feito Dorcas beber o copo todo da cerveja amanteigada, alegando que ela precisava relaxar um pouco antes de um dia de aulas agitado, ela teve uma crise de soluços, ficou meio esverdeada e começou a falar coisas esquisitas enquanto Sirius se matava de rir.

“Remucho, você sabia que sua bunda deveria virar a oitava maravilha do mundo? Eu acho mesmo. Porque MEU MERLIN ELA É MUITO LINDA! Porque você não casa comigo logo? Vamos correr pelados em em volta do lago negro! Todos irão saber que esta coisa linda é toda minha”

“O que você deu à ela Sirius?” perguntou Remus, de forma cançada “Dorcas, vamos para enfermaria…”

“NÃO QUERO A ENFERMARIA! A ENFERMARIA CHEIRA A VOMITO DE HIPOGRIFO”

Black riu mais um tanto.

“Não vou nem perguntar como você conhece o cheiro de vômito de Hipogrifo, por que sei que vou me arrepender.”

Então, enquanto os dois iam pra enfermaria, de alguma forma no meio do caminho, acabaram sendo empurrados pra dentro de uma sala num corredor vazio.

Remus sendo muito inteligente, obviamente tentou sair dela, porque é isso que uma pessoa comum faria se a porta estivesse aberta, porém, de algum modo misterioso ela estava trancada (SIM, O QUÃO CLICHÊ ISTO PODE SER?)

Agora você deve estar perguntando “Então por que ele não usa a varinha dele?”

E eu te respondo: Até que ele queria usar, e usaria, mas acontece que alguém (Vulgo, Sirius Black) havia roubado-a.

“Sirius, pode parar com isso. Eu sei que você está ai fora.”

“To’ nada!”

“Abre isso de uma vez.”

“Sabe que não ‘tô com vontade? Estava pensando aqui, e sabe, a Dorcas merece uma chance com você, caro Remutcho.”

“Remus é tããããão queeeente! Tão quente que estou com calor!”

“Não Dorcas, não! Não tire a camiseta!”

“Mas eu tô com calooooor!” gritou ela.

“Era disso que eu estava falando!” comemorou Sirius do outro lado “Você irá me agradecer no final, Remus”

“Sério Sirius, abre isso, ela não está bem. Precisamos levar ela para enfermaria.”

“Ela está ótima! Ela só precisa de uns beijinhos para sarar.” Riu o Black “Eu volto mais tarde para ver se vocês se entenderam.”

“REEEMUUUUUSS, ‘tá muito calor!!”

“Sirius!! Volta aqui!! Dorcas, quer parar de tentar tirar a roupa?!”

Depois de pelo menos meia centena de tentativas de tirar a roupa, Remus teve a idéia de tentar abanar a coitada (todos temos um momento de burrice desesperadora na vida). Obvio que não funcionou para abafar todo aquele calor, mas ela ficou quieta por um tempo... Até vomitar e “refrescar as coisas um pouco”.

Remus não quis dar detalhes desta parte, caderno, mas sabe, eu gosto de pensar que os dois tiveram uma tarde até que boa dentro daquela sala, conversando e xingando juntos o Black. Sabe, gosto deste lado romantico das coisas.

Porém (Claro que tinha que tem um “porém”) o que realmente deixou Remus bravo não foi tranca-lo com uma Dorcas bebada e que vomitava. O pior era o Sirius ter esquecido os dois trancados lá a tarde toda.

E quando você acha que não dá mais para piorar, Remus te conta que Sirius havia lançado um abaffiato para que ninguém escutassem os seus gritos e os libertassem antes da hora.

Já disse que o Black é um idiota, sem noção? Igualzinho o Potter.

Eles só foram libertos quando o sr. Filch passou em frente a porta e sentiu um cheiro horrível vindo de lá e resolver verificar. E isso só aconteceu depois do jantar ter terminado e todos já estarem em seus dormitórios, depois do horário permitido.

Filch só os liberou porque não aguentou ficar mais do que alguns minutos ao lado deles, - por causa do cheiro - e os mandou direto para os dormitórios, tomar banhos. (Eu tinha que admitir, eles não estavam nada cheirosos, mas Filch parecia ter exagerado. Será que os dois haviam amolecido o coração daquele zelador?)

Remus conseguiu (de algum jeito milagroso) carregar Dorcas até o dormitório feminino e eu acabei dando um banho nela. É lógico que ela não dormiu pelas próximas 3 horas, e ficou resmungando sobre o “Remucho gatinho” dela até cair no sono e mais tarde vomitar em cima de mim enquanto eu mesma dormia.

Eu, ruiva, linda, dormindo em meu sono intelectual e acordada por um jorro de vomito malcheiroso e nojento. Eu que não tenho nada a ver com a história.

Mas tudo bem, eu perdoo a Dorcas por isso, afinal, no dia seguinte ela estaria com uma resaca excruciante.

Então eu acordei louca da vida, querendo mais do que tudo acabar com a raça do Black - e até mesmo falar pro Potter cuidar melhor dos seus bichos de estimação -, mas acabou que não foi necessário. E se quer saber, fiquei bem feliz de não ser, pois tenho certeza que eu pararia em Azkaban depois que terminasse.

Uma coisinha sobre o Remus:

Ele é o cara mais doce, inteligente e quieto que Hogwarts já viu, mas se você faz algo contra ele, as consequencias podem ser muito severas… E um pouco engraçadas.

Eu esperava na mesa da grifinória a trupe de idiotas aparecerem - com uma Dorcas reclamando de dores de cabeça e uma Marlene irritante tentando defender Sirius - quando Remus chegou sozinho e sentou ao nosso lado com um sorriso no rosto.

“Porque este sorriso? Cadê o maldito Black? e o Potter? Eu quero dar uma lição neles!”

“Calma Lily, você não precisa se preocupar com isso.”

“O quê? Como assim? Sirius foi um idiota e...”

“Doko de sore ga hisan'na no?!” uma voz ao longe gritou me interrompendo (Cadê aquele miseravel!?)

“Eu já dei um jeito no Sirius.” Sorriu Remus, comendo um pedaço de torta.

“Soko ni wa, Remusudesu! Watashi wa anata no kao o yaburu yo! Anata wa watashi ni naniwoshita? Ima seijō ni modotte iku!” Sirius apareceu, gritou pelo salão, vindo em nossa direção. (Aí está você, Remus! Eu vou quebrar a sua cara! O que você fez comigo? Volte-me ao normal agora mesmo!)

“Ele está falando japonês?!”

Remus apenas concordou, sorrindo e eu fiquei boquiaberta. James apareceu na porta do salão, se dobrando de rir, com os olhos cheios de lágrimas.

“Eu não consigo entender nada do que ele está dizendo” Disse Dorcas “Mas dá para fazer ele parar de gritar, pelo amor de Merlin?”

“Remus, você foi o melhor! Eu não acredito nisso, não consigo parar de rir!” Disse James ao chegar mais perto. Ele segurava a barriga, como se doesse.

“Anata wa, baishunpu no musume o suu! Anata wa sore o shita to shinjite wa ikenai! Watashi wa tsūjō no jōtai ni modotta toki, watashi wa kare no kazoku no daigosedai ni chikau!”

“O que ele disse?” Perguntou Marlene

“Que tenho olhos muito bonitos.” respondeu Remus, simplesmente e eu desatei a rir junto com o Potter a agora, até um pouco com a Marlene.

“Soshite, anata Pottā! Dono yōna ryōhō no warai? Omoshiroi mono wa nani mo arimasen!” (E você também Potter! O que tanto ri? Não tem nada de engraçado!)

Siriu passou o resto do dia falando Japonês, até a professora Mcgonagall lhe fazer uma pergunta no meio da aula de transfiguração e pensar que Sirius estava zombando da cara dela e tirou trinta pontos de grifinória (Não se preocupe caderno, eu recompensei essa perda na aula de Herbologia). Depois disso, Remus resolveu tirar o feitiço e tivemos que ouvir a ladainha de Sirius prometendo vingança… Então colocamos o feitiço de novo.

Sim, foi tão engraçado. Até Marlene acabou rindo, mas não por muito tempo, pois uma garota da Lufa-Lufa, que falava japones, apareceu e começou a puxar papo com ele animadamente e quando Remus fez mensão de tirar o feitiço, Black disse que não era necessário.

No final, eu, James, Dorcas e Remus passamos o jantar rindo do modo galante qe a voz de Black saia quando estava paquerando em japones.

Foi assim que o Remus se vingou do Sirius epicamente, o Potter quase perdeu um pulmão de tanto que riu e Dorcas e Remus pareciam em um nivel diferente no relacionamento deles.

E era exatamente por conta desta ultima coisa que acho que, apesar da idiotice que foi trancar os dois no armario, eu achava agora que Black podia ser até mesmo um pouco legal, mas como eu disse antes, quase nada. Praticamente nulo. Algo beirando o 0,0000001.

Acho que mereço uma boa noite de sono depois dessa. De preferencia sem ser acordada por uma rajada de vomito.

Até mais caderno.

Lily Evans