Querido Caderno Pessoal escrita por Dente de Leão, Gii


Capítulo 6
Em busca da cobra perdida pela 2ª vez essa semana


Notas iniciais do capítulo

Me avisem se acharem algum erro, sim?



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Olá caderno

Durante esses primeiros dias de aula, eu estive pensando em como meu conceito de “normal” mudou drasticamente desde o ano passado. Desde que Dorcas e Marlene entraram integralmente em minha vida escolar, para ser mais exata. Ahh, Alice também.

Não que eu esteja excluindo ela, nós passamos bastante tempo juntas, mas ela prefere ficar com o namorado. Eu também preferiria se tivesse um, mas se eu tivesse, a Dorcas e a Marlene não largariam do meu pé de qualquer jeito, e eu tenho certeza de que ele seria legal o suficiente pra me ajudar a tirar elas do meu pé, seria gentil, e... perai, como eu cheguei a esse assunto?

Com o novo conceito de “normal” eu quis dizer que meus dias “normais” passaram a ser meio bizarros. Por exemplo, hoje de manhã quando eu acordei com Marlene gritando por Clifford (se você não sabe, esse é o nome da cobra dela).

Era uma manhã normal para Marlene, que estava fazendo suas tarefas matinais normais. Depois de escovar os dentes, ela alimenta seu amado Clifford (as 7:00 horas em ponto), toma seu banho, e faz seu dever de poções atrasado. Mas houve um pequeno problema nessa “lista de afazeres”.

Clifford sumiu. E ela estava gritando por ele, pra ver se ele voltaria pra gaiola dele. Marlene, eu não sei se você sabe, mas cobras não são cachorros, elas não vão vir se você chamar.

Problemas estranhos 4, Marlene, família e parentes 0

Então ela pulou em cima de mim e Dorcas pra ajudarmos ela a procurar Clifford, o que fez a Dorcas gritar como se tivesse ouvido a coisa mais medonha do mundo (se eu não soubesse que ela estava gritando por causa da cobra, acharia que Marlene tinha mostrado pra ela a cueca suja do Potter), e pular em cima da minha cama, me agarrando pelos cabelos, e me abraçando.

Depois de acalmar Dorcas, reviramos o quarto todo pra achar a bendita cobra, depois passamos pro banheiro, depois o corredor, e então resolvemos procurar no resto do salão comunal. Nesse momento você deve estar pensando "vocês são grifinórios, vão juntar forças, coragem, e bravura para achar essa cobra" mas o que aconteceu foi completamente o contrário. Quando anunciamos a perda de Clifford, foi um caos, centenas de meninas gritando e correndo em desespero absoluto, enquanto os garotos tentavam não demonstrar o pânico. Os únicos que pareciam estar se divertindo com aquilo tudo era (obviamente) os marotos, que estavam procurando animadamente por baixo das mesas, e atrás dos bancos.

Depois de uma bela bronca da prof.ª McGonagall, todos foram se preparar para suas respectivas aulas, e Marlene se recusava a fazer qualquer coisa sem saber se Clifford estava seguro ("nem McGonagall, nem Dumbledore, nem Merlin podem me impedir de procurar meu Cliff"), e é claro que Potter ao ouvir isso resolveu investigar e dar uma de "sou Sherlock Holmes" novamente (já falei e volto a repetir: você não tem o dom Potter) chegando no meio da conversa com "me diga mais sobre esse Cliff, Mckinnon" e só pra me deixar mais irritada, um "Você está mais linda que um raio de sol hoje, Lils" .

Agora me explique caderno, onde está o sentido da frase "mais bonita que um raio de sol"? Em todos esses anos de vida, nunca vi ninguém falar "que raio de sol bonito" ou "eu acho raios de sol bonitos", então por que as pessoas usam tanto essa bendita frase? eu já acho as cantadas do Potter ruins, e essa foi a pior de todas. Sério James, larga do meu pé, suas cantadas são um fracasso. Nem sei como ele consegue namorar com isso.

Mas vamos deixar o mistério "como o babaca do Potter consegue arranjar uma namorada" de lado, e vamos voltar ao assunto principal.

Marlene resolveu aceitar a ajuda dele, e começou contando toda a história do sumiço de seu adorado Clifford. Ele ouviu tudo coçando sua barba invisível, como se fosse especialista no assunto, e quando Marlene terminou, olhou para Sirius e sorriu para Lene, dizendo que havia ouvido rumores na noite anterior sobre uma cobra perto do salão da Lufa-Lufa.

Eu não lembro muito bem do que eles planejaram para entrar no salão da lufa-lufa, porque eu estava pensando o quão babaca é invadir um salão comunal. Principalmente o da Lufa-Lufa. Agora me diz, porque eles não agem como pessoas normais e simplesmente pedem permissão para o responsável pela casa ou do diretor? Sério caderno, dá menos trabalho do que bolar um plano.

E como ninguém deu bola pra minha ideia de pedir permissão ao invés de sair invadindo salões comunais, eu tive que segui-los pra tentar fazer aquilo não ser tão catastrófico quanto eu pensava que seria – estamos falando de Black e Potter afinal.

Mas a pior parte disso tudo não foi o plano – que já disse e repito, é ridículo – nem a gritaria no salão comunal, aquilo foi até um pouco cômico comparado com a pergunta que me fizeram.

Agora imagine um grupo de 6 pessoas parado na escadaria com todos perguntando ao mesmo tempo - pelo menos 5 deles- onde raios fica o salão comunal da lufa-lufa. Sério caderno, faz 6 anos que estudam aqui, e ainda não descobriram onde é o salão da Lufa-Lufa – neurônios fazem falta nesse grupo – e eu ainda tive que explicar o caminho todo, detalhadamente pelo menos 3 vezes até que alguém entendesse.

Só Merlin na causa caderno, só Merlin na causa.

Quando chegamos lá, vieram me perguntar onde estava o “guardião” da entrada do salão – tipo a mulher gorda, sabe? – e eu tive que explicar que cada salão comunal tinha um jeito diferente de entrar.

(“WOW! LILY! VOCÊ SABE TUDO! Então... cadê a entrada?” “SEI LÁ! NÃO SOU ADIVINHA, POTTER!”)

Então eles começaram a conversar sobre uma pedra esquisita no chão achando que se eles virassem ela de um lado certo, a porta iria aparecer, ou como as janelas eram esquisitas. E quando eu percebi, apareceu um Lufo (aquele do dia do trem) e ofereceu ajuda na procura por Clifford – a escola toda já estava sabendo do sumiço catastrófico do pequeno réptil rastejante – nos deixando entrar no salão da Lufa-Lufa.

Não me deixaram subir nos dormitórios, porque de acordo com a Dorcas, minha aparência ia traumatizar os coitadinhos – eles insistem em dizer que todos os Lufos são pacifistas, vegetarianos, e fracotes, então eu iria matar eles do coração – e eu acabei procurando em baixo dos sofás, até todos voltarem com uma Marlene chorando, e dizendo que nunca mais iria achar “Cliff-Cliff”, e que achava que ele estava morto.

Agora entendo porque Clifford fugiu.

Se já não bastasse o drama de Marlene, Potter teve a brilhante ideia de procurar nos salões das outras casas, o que acabou durando o metade do dia, com direito a 5 perseguições do Filch, andar em círculos, e um Snape emburrado. No fim Lene desistiu e estava planejando um memorial embaixo do salgueiro lutador, convidando qualquer um que passasse por ela no salão da Grifinória, quando ela ouve um garoto mencionar uma cobra entrando no quarto de alguém hoje de manhã.

E adivinha o que ela fez?

Gritou desesperadamente e saiu correndo, escorregando e trombando em tudo a caminho do dormitório masculino (além de cair na metade da escada). E quando eu estava subindo a escada, me aparece o Potter no meio do caminho gritando “VOCÊ NÃO PODE VIR AQUI LILS! SUA INOCENCIA SERÁ AFETADA!” o que não adiantou muita coisa porque eu empurrei ele escada abaixo. ( “SIRIUS! COLOCA UMA ROUPA LOGO! NÃO TRAUMATIZE MINHA LILS!”)

Okay caderno. O que eu vou narrar agora pode causar sérias dores de barriga, falta de ar, ou uma crise de machismo. Não diga que eu não avisei.

Depois de me arrastar pelo corredor todo - Potter literalmente não largava do meu pé - consegui chegar ao quarto deles, e me deparar com provavelmente a segunda coisa mais estranha que eu ja vi - perdendo pra cueca do Potter, que foi a mais nojenta também-. Sirius estava enrolado numa toalha, em cima da cama, agarrado em Remus, com uma cara nada legal para um homem, gritando feito uma mocinha, enquanto via Clifford se arrastar pelo chão no meio de uma pilha de roupas sujas.

Marlene só faltava soltar fogos dentro do quarto de tão alegre quando pegou o Clifford e o enrolou no pescoço. O que deixou Sirius mais histérico, porque ele pensou que a cobra estava matando ela.

Depois dessa cena esquisita, demorou pelo menos 20 minutos pra desgrudar Sirius do Remus e fazer ele vestir uma roupa decente, e depois disso, ele não saiu mais do banheiro - deve estar com vergonha, ja que todos ouviram ele gritando que nem um sereiano com dor de garganta.

E esse dia vai ficar marcado como o dia em que Sirius Black mostrou seu lado mais afeminado e o dia em que Remus Lupin ficou com sérios problemas auditivos.

Aposto que ele nem vai pra aula amanhã. HA HA


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Notas finais do capítulo

se alguém tiver alguma sugestão pra capitulos, estou aceitando. Sério, inventar isso não é facil não galerê.



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