The Search For Gold. escrita por Lilian Smith


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oii, nem demorei. Como foi o natal de vocês? Espero que gostem desse cap, pode parecer estranho a mistura que eu fiz, mas mesmo assim espero que gostem.



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Depois de proferir aquelas palavras a múmia se sentou no degrau da escada e não deu indícios de que ia se mexer novamente. Por um minuto inteiro nenhum de nós se mexeu. Quiron tinha um misto de surpresa e angustia no rosto, Annabeth aparentava que nunca mais iria se mexer, e Zoe compartilhava essa reação. Quanto a mim, bem...devo dizer que foi esquisito. Muito, afinal não é todo o dia que vemos uma múmia andar pelas escadas do sótão, mas apesar disso, não posso falar que foi uma das coisas mais assustadoras que já vi. Já estive no tártaro, uma múmia que ganha vida não pode me assustar mais que isso.

Apesar de  não estar paralisado como os outros presentes, eu não conseguia pensar no que dizer. Afinal, o que se deve falar para pessoas que viram múmias ganhar vida? No fim, não foi eu que quebrou o silencio.

- Quiron?  - uma voz feminina falou. Eu tinha esquecido a porta aberta. E parece que mais alguém ouviu a profecia. – O que foi isso? – ela perguntou.

A pergunta fez Quiron se mexer, ele se virou para encarar a garota. Ela tinha cabelos castanhos escuros- quase avermelhados- e olhos cor de chocolate. Tinha porte atlético, e diversas cicatrizes, de batalhas que enfrentara no acampamento. Eu me lembrava dela, mas apenas de vista, nunca tinha ouvido seu nome e nem sabia quem era seu pai ou mãe de sangue olimpiano. Me lembrava de ver ela duelar ou treinar quase que todos os dias. Era cercada de amigos, mas de uma certa maneira, era completamente sozinha na minha opinião. Antes de toda aquela loucura de missão, e monstros acontecer comigo, eu a via chorando na beira do lago, ou conversando sozinha. Parecia o tipo de pessoa que fingia ser feliz para todos acreditarem nela, e depois desabava sozinha. Parecia eu. Ou o que eu já tinha sido. Ou o que eu ainda sou. Isso eu não tenho como ter certeza pelo menos não agora.

- Clarisse. – Quiron falou – O quanto você ouviu?

- Aquela profecia... – começou a menina. Mas Quiron a interrompeu.

- Entre, e feche a porta. – ele mandou, e a menina fez o que ele pediu. A menina olhou no rosto de cada um de nós antes de olhar para Quiron, como se esperasse que nos tivéssemos a solução. Olhou para Zoe com curiosidade, para mim com duvida, e parou em Annabeth. Ela franziu a testa.

- Olá, Annabeth. – disse, e depois virou para encarar Quiron. Annabeth não parecia muito contente com a chegada da garota.

- Bom, acho que como todos vocês viram. Temos uma missão pela frente. E como foram vocês que ouviram a profecia. A missão será dirigida a vocês. – Quiron olhou para mim, e uma ligeira preocupação apareceu no seu rosto – Apesar de que, nas circunstancias atuais, eu não queira que você saia Percy. – depois desviou os olhos, e observou a múmia na escada. – Ela não se mexe a mais de oitenta anos. Esse deve ser um caso muito especial. Zoe, poderia nos contar seu sonho por favor.

A caçadora parecia indecisa, mas por fim resolveu falar.

- Sonhei que Lady Artémis estava acorrentada. Em alguma montanha, ou estatua. Mas devo dizer que não é nenhuma que nosso grupo já tenha percorrido. Nunca saímos dos limites americanos, e esse lugar para mim é desconhecido. E para dizer a verdade já conheci muitos lugares. – ela parecia presa em lembranças, e Quiron virou-se para Annabeth.

- Por favor, Annabeth. – disse. E Annabeth fez uma gesto de confirmação e começou a relatar seu sonho.

- Sonhei com Grover, ele estava com Artémis, mas tinha mais alguém com eles. Não sei dizer quem, mas parecia ser bastante poderoso.

Quiron virou-se para mim.

- E você também teve um sonho presumo? – perguntou.

Confirmei, e comecei a relatar antes mesmo que ele pedisse.

- Foi parecido com o delas, mas nesse começou com Grover acorrentado. Ele estava cansado e parecia carregar alguma coisa muito pesada. Então Artémis apareceu, e tomou o lugar dele. E como Annabeth disse, tinha mais alguém com eles. Mas eu não se quem era.

Zoe ficou pálida, parecia que tinha visto mais de um fantasma naquele dia. Quiron ficou pensativo, e depois apenas fez um gesto que indicava que era algo que ele já esperava.

- Creio que você tem que realmente sair em missão. E como diz a profecia, já temos a base para onde ir. Alguém sabe que lugar seria esse? – falou, o que eu entende como um desafio, pois tinha certeza que ele sabia.

Como sem surpresa, Annabeth foi a primeira a falar.

- A profecia disse “cidade do sol”, de primeira achei que fosse a Florida, por que essa é sim uma grande cidade do sol. Mas Zoe falou que o local não era seu conhecido, e segundo segundos as noticias internacionais, o Brasil esta com sérios problemas. Problemas que os mortais não sabem decifrar. Então, ele também é conhecido como “cidade do sol” ou “pais do sol” então, eu presumi que seja do Brasil que estamos falando.

- Brilhante como sempre Annabeth. Sim, estamos falando do Brasil. Forças misteriosas estão se acumulando no pais, e ninguém sabe uma solução para tal. O problema é. De que cidade se trata? – perguntou. – Todo pais está se acumulando de forças misteriosas, não tem como se saber qual é. E além disso, todo pais pode ser considerado o “pais do sol”. Todas as cidades tem sol constante. Exceto talvez a região sul, mas fora isso. Todos os outros estados tem sol, em quantidades variadas, mas ainda sim, todos são tropicais.

Novamente Annabeth respondeu.

- Acho que tenho um palpite. – falou. – Os jornais apontam que o Rio de Janeiro está sendo afetado mais diretamente que os outros estados. Talvez devêssemos começar por lá.

- Mas como assim “começar por lá?” – Clarisse interviu. – O lugar é enorme. Levaria semanas ou meses para conhecer por completo.

- A senhorita já esteve lá, senhorita La Rue ? – Quiron perguntou.

- Minha mãe e eu morávamos lá antes de vir para os estados unidos. Se vamos começar por lá, teríamos que ter uma base. E acho que ainda nem sabemos como chegar em outro pais, voando não é uma opção, por que ele – apontou para mim – Não pode andar de avião.

- Acho que a viagem terá de ser marítima. – Quiron falou. – E se você conhece o estado pode pelo menos guia-los.

- Mas... – Annabeth falou, mas foi interrompida por Zoe.

- Acho que eles estão no Cristo Redentor. – falou. – Ambos vimos uma estatua em nosso sonho, e toda a tempestade começou lá. Acho que é lá que eles estão aprisionados.

- Sendo assim fica mais fácil, pelo menos temos uma meta. – Annabeth falou um pouco emburrada, pelo que eu não sei.

- Mais ainda resta uma questão. – Clarisse disse. – Como vamos cruzar o oceano? Não pode ser a nado.

- Deixem isso comigo. – falei.

- Bom, espero que arrumem logo. Não posso ajudar muito no transporte, e vocês tem pouco tempo. A reunião de inverno dos olimpianos é daqui a duas semanas e três dias. Parece muito tempo, mas cruzar o oceano e fazer uma busca em um pais não é tão rápido.

Ninguém disse nada, e Quiron nos dispensou. Nos retiramos meio catatônicos. Afinal aquilo foi completamente inesperado. Zoe falou que tinha de falar com as caçadoras, Clarisse apenas desapareceu, e Annabeth disse que tinha de pesquisar. Eu no entanto fui em direção a praia. Parei na beira da agua, e fitei as ondas. Não sabia se devia falar, ou se ele já tinha percebido que era de ajuda que eu precisava. Então apenas continuei olhando para o mar aberto. Até que notei que tinha alguém do meu lado. Um homem de roupas de corrida, cabelo cor de areia e tênis esportivo fitava o mar ao meu lado.

- Seu pai realmente sabe cuidar disso aqui. – falou, e depois sorrio para mim. – Sabe, normalmente ele é descuidado. Por sinal, sou Hermes.

Eu não sabia, se deveria fazer uma reverencia, falar, ou ficar quieto. Então optei pela terceira opção. Hermes ficou calado por um segundos, e depois puxou alguma coisa de suas costas que então eu notei ser uma mochila.

- Aqui estão coisas básicas que vocês vão precisar. A embarcação estará esperando por vocês amanha, e a forma de leva-los até elas também. Espero que consigam salvar as devidas vidas. – ele disse. Então um telefone tocou. Hermes suspirou. – É difícil pensar que existe  tanta gente mandando mensagens. Boa sorte, e lembre-se coma o vatapá quando chegar lá. É uma delicia.

E depois ele correu pela baia e desapareceu. Certo, aquilo tinha sido estranho. Olhei dentro da mochila e achei outras três bolsas, quatro garrafas, sacos de dormir, e uma capa para frio. Não sabia que tipo de embarcação seriam aquelas, e nem o que levaria a gente a ela. Dei uma ultima olhada para o mar, ele tinha se tornado mais agitado. Parecia preocupado.

- Obrigado. – sussurrei. – Eu vou ficar bem.

E me virei para falar com as meninas sobre nossa ajuda inesperada. Só quando estava na metade no caminho, me dei conta de que Hermes falou “devidas vidas” e isso soou mais pessoal do que eu teria imaginado. E percebi que com isso, ele queria que eu salvasse também seu filho. Luke Castellan. Que no verão passado quase destruiu o mundo.

****************************************************-

Acordei com o sol atravessando a janela. Era cinco da manha o acampamento inteiro deveria estar dormindo, mas para quatro de nos, era hora de se colocar em pratica. Depois da visita inesperada de Hermes, eu contei tudo para as meninas, e elas concordaram em se encontrar na praia as seis da manha. Coloquei minha roupa, peguei minha espada/caneta. E peguei a mochila que tinha deixado preparada na noite anterior. Passei no refeitório e peguei um pão e fruta, e fui comendo no caminho. Annabeth tinha ficado responsável pela comida, e eu torcia para que ela tivesse pego mesmo.

Cheguei a praia, e me surpreende ao ver que tinha outra pessoa lá. Clarisse La Rue, esperava com a mochila nas costas, sentada na areia. Hesitei um pouco antes de me aproximar. E depois decidi sentar ao seu lado. Ela ergue a sobrancelha mas não falou nada.

- Pronta para a missão? – perguntei, para quebrar o silencio.

- Tenho de estar. – ela respondeu.

- Quem é seu pai, ou mãe olimpiano? – perguntei.

- Ares. – falou.

- Você não é muito de falar não é? – perguntei.

- Não tenho o que falar. – respondeu, e depois me fitou. – Se percebeu isso, por que ainda continua insistindo?

Não responde de imediato, e ela olhou para o mar novamente.

- Você pareceu eu. – conclui. Mas ela não respondeu, e poucos minutos depois Zoe e Annabeth surgiram. Zoe continuava com aquele ar arrogante, e não falou muito conosco. Annabeth abriu a boca para perguntar como nos íamos viajar. Mas a pergunta foi respondia no mesmo instante, quatro cavalos marinhos surgiram do meio do mar. E mais ao longe tinha um navio. Nos aproximamos dos animais, que fizeram uma reverencia, e subimos neles. Rápido como uma bala nos chegamos ao navio, me segurei na escada, e comecei a subir, as garotas vinheram logo atrás, consegui ler na lateral do navio os dizeres “Princesa Andrômeda”.

Pulamos no navio, e ajudei as outras a subirem, apesar de Zoe ter recusado e Clarisse hesitado. O cais do navio era amplo, e estava completamente deserto. O navio seguia o rumo tranquilamente, e nenhum barulho vinha de lugar nenhum, o que foi o bastante para me deixar desconfiado. Andamos o mais silenciosamente possível, e ao qualquer sinal de ruído já fazia nossos corações dispararem. Então chegamos ao que parecia ser o refeitório. Exatamente parecia. Por que na verdade era um quartel de guerra. E sentado na mesa do meio estava nada mais nada menos que Luke Castellan.


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Notas finais do capítulo

Então? Como eu já disse, pode parecer esquisito que eu esteja unindo o mar de monstros com a maldição do tita, mas é necessario. Espero que gostem.