Rolava de um lado para outro na cama esperando o sono chegar, mas este parecia que nunca chegaria.

Se soubesse que aceitar sair à noite pra encontrar as amigas em uma cafeteria a faria perder uma noite de sono, teria recusado com mais vigor. É uma pena que não se pode voltar no tempo não é? Evitaria tantos problemas.

Estico o braço para o lado tateando com a mão sobre o criado mudo em busca do celular. Ao achar aperto o botão do meio fazendo acender a tela mostrando a imagem de capa junto à data e principalmente à hora: 1 hora e 35 minutos. Ótimo, já estava na cama a mais de quatro horas tentando dormir e nada, nem um rápido cochilo. E por culpa de quem?

Se você respondeu amigas inconvenientemente enxeridas com suas manias de se meter da vida alheia... Meus parabéns acertaram em cheio!

[FLASH BACK]

– Ele não é tão ruim assim – defendeu Hinata ponderadamente  

– É nada. O único problema é a pequena falta de noção de horário, seguido por arrogância, insensibilidade e... Eu to me esquecendo de alguma coisa... – disse colocando uma mão no queixo.

– Ai. Pensei que tivesse gostado lede, vocês se deram bem no sábado – comento Hinata.

– Era o que eu pensava há alguns minutos atrás – concordo Ino pasma.

– Opinião muda facilmente, como esmalte – disse categoricamente dando um péssimo exemplo.

– Não a sua. Isso ta me parecendo pessoal – afirmo Temari juntando as mãos entrelaçando os dedos apoiando o queixo – E quem normalmente dá esses exemplos idiotas é a Ino.

– Pessoal como? – repetiu confusa arqueando uma sobrancelha.

– Você é péssima pra mentir, sabia – comento Ino soltando uma risada baixa sendo seguida por Temari que balanço a cabeça em concordância com a loira... Angh.

– Pode começar a falar testa de marquise – disse Ino com seu tom autoritário.  

– Ok. Resumo rápido: ele é um completo idiota, arrogante, insensível e péssimo pai!

– Já teve um filho com ele pra saber? – pergunto Temari sarcasticamente.

– Não! É só reparar, quando foi que ouviu ele ou ela falar que irão passar um tempo juntos pra fazer alguma coisa como fazer compras, ir ao parque. Tem muitas coisas!

– Que ela não ta sabendo dizer por sinal – comento Ino um pouco baixo para que apenas Temari pudesse ouvir.

– Sasuke não é ruim com a Miya – intrometeu-se Hinata 

– Mas também não é dos melhores. Ele a esqueceu na escola! Que tipo de pai desnaturado faz isso com a filha! Ela é filha única deveria ser tipo... O orgulho, fonte de alegria, motivo para viver – exclamava gesticulando com as mãos.

Olhou para Ino, nada, depois Temari, nada e por fim Hinata esperando que esta dissesse mais alguma coisa. Também nada.

Um garçom se aproxima da mesa trazendo os pedidos, até mesmo o de Sakura que avia sido feito por Ino poucos minutos antes de chegar.

– Não acha que pode estar o julgando sem conhecê-lo primeiro? – pergunto Hinata voltado o assunto retomando o dialogo – Tipo, a muitas pessoas que é preciso conhecê-las bem para compreendê-las de verdade. Naruto é uma delas.

– Eu acho que prefiro ficar sem conhecer – respondeu olhando para o prato

– Qual é testuda... – Exclamo Ino chamando a atenção de alguns fregueses que estavam na mesa ao lado sobre si pelo tom um pouco exaltado.

– Deixa Ino – Repreendeu Temari levantando uma mão em sinal de pare – Não podemos nos meter na vida da Sakura assim. É errado.

– Obrigado Temari – Sakura sorriu se levantando em seguida pegando a bolsa se dirigindo ao banheiro.

– Como pode dizer que não podemos nos meter na vida dela em?! Amigas fazem isso – Repreendeu Ino  

– Eu disse que não nos meteríamos... Descaradamente – um sorriso travesso se instalo em seus lábios fazendo assim que Ino compartilhasse do mesmo, menos Hinata que bem... Neste momento só poderia ser a voz da razão.  

Em poucos minutos Sakura voltou à mesa. Começaram a conversa sobre assuntos do dia-a-dia, ou melhor, ouviam Ino falando do dia-a-dia dela sem parar.                                                                                                                       Ate finalmente chegar ao seu assunto tão importante que esta dissera que ficaria pro final.

– Mas afinal Ino. Você quase saiu indo de casa em casa busca a gente pra contar como ta a sua vida é? – pergunto Temari entediada.

– Claro que não

– Mas é o que parece – disse Hinata

– Ta eu vou falar logo – diz fazendo uma longa pausa como se quisesse fazer suspense – A família vai aumentar!

– É o que? – pergunto Temari pausadamente – Não acredito que reclamo de ser chamada de senhora, mas agora vai ter que ser chamada de mãe

– Meus parabéns Ino – parabeniza Hinata sorrindo sendo seguida por Sakura

– Se for menino vai ser bastante fofo, aquele menino de cabelos ruivos e olhos azuis, enxerido como a mãe – zombo Temari – Ou anti-social como o pai.

– Ou encrenqueiro como a tia – alfineto Ino.

Assistiu por mais alguns minutos as alfinetas das duas loiras junto de Hinata que hora ou outra tentava parar usando assuntos triviais, quanta inutilmente. Tentar parar nunca era uma opção que gostasse de aborda, sempre seria melhor apenas assistir, e se divertir com isso é claro.

[FIM DO FLASH BACK]

  Como sempre, alguém se metia em sua vida a fazendo duvidar de suas próprias decisões, mesmo que seja indiretamente a fazendo ficar confusa ou ate mesmo culpada às vezes, mas nesse caso...

 Como deveria se sentir?

Culpada por se meter na vida de um dos pais de seus alunos? Mesmo sabendo que estava certa.

Ou talvez estiver exagerando em relação ao Uchiha. Estar o julgando de modo completamente errado como Hinata avia dito?

Ou será que ate poderia ter outra coisa que estivesse se esquecendo no momento?

As duvidas pairavam sobre sua mente de modo perturbador.

Minutos, ate mesmo horas se duvidar se passaram para enfim começar a sentir suas pálpebras começarem a pesar lhe dando os primeiros sinais de que o sono estava chegado, finalmente.

Não soube ao certo quanto tempo mais se manteve acordada, mas logo se deixo levar pelo sono que tanto ansiava.

Abriu os olhos minimamente os fechando novamente pelo pequeno desconforto, os esfrego com as costas das mãos. O quarto estava bastante iluminado devido aos raios de sol que passavam com certa facilidade pelas cortinas de tonalidades bastante claras.

Sentou-se na cama pondo os pés para fora da cama sentindo o chão frio. Levantou-se da cama preguiçosamente se dirigindo ao guarda-roupa abrindo duas portas escolhendo as roupas que vestiria em seguida indo para o banheiro tomar banho.

Saiu do banheiro voltando para o banheiro arrumando os cabelos rosados de frente ao espelho da penteadeira prendendo apenas um pouco para trás deixando o resto solto, e claro a maquiagem, para tentar amenizar as olheiras em torno dos olhos que estavam um pouco aparente.

Termino de se arrumar, arrumo a bolsa com tudo que iria precisar.

Pego o celular do criado mudo vendo à hora antes de colocá-lo na bolsa saindo do quarto as presas ao constatar que já estava atrasada, mais uma vez. Boa Sakura continue assim e acabara perdendo o emprego penso enquanto ia pra cozinha pegando apenas uma maça da fruteira mais as chaves no balcão.

Deixo o carro no estacionamento correndo para dentro do colégio ao ouvir o sinal soando. Ate quem passasse na frente da escola poderia ouvi-lo perfeitamente (como em qualquer escola essa coisa não é nada baixa ou agradável para os ouvidos)

Os corredores já não estavam tão abarrotados de crianças como estariam se tivesse chegado um pouco mais cedo como de costume, quando não perdia o sono facilmente.

Ando as presas pelo corredor subindo as escadas indo para sala quase que correndo.

O corredor de cima se mantinha vazio. Mau sinal. Aproximou-se da sala notando que a porta estava aberta revelando uma figura loira bastante conhecida que se mantinha em silencio olhando para os alunos.

Solto um longo suspiro se preparando para entrar, não poderia fugir.

– Senhora Tsunade, eu... – começo sem saber ao certo o que dizer ao passar pela porta.

– Eu não disse que ela viria – disse Tsunade ignorando totalmente o que avia dito – É melhor ir indo, tenho muito que fazer. Um bom dia todos – despediu-se passando por Sakura saindo da sala como se nada tivesse acontecido fechando a porta atrás de si.

Desculpou-se se pondo a andar sentando em sua cadeira retirando os materiais da bolsa dando inicio a aula.

Perguntava-se como ou por que do dia parecer estar passando tão lentamente, mesmo que isso pudesse ser apenas coisa de sua cabeça. Talvez um dos efeito amigas intrometidas.Tsc.

Não pode deixar de agradecer quando o sinal bateu. Logo o som fora substituído pelos passos apresados dos alunos que mais pareciam animais selvagens em debandada.

Levo as mãos aos cabelos rosados soltos como se os alisassem começando de cima as descendo lentamente mantendo os olhos fechados, quando estas chegaram ao pescoço levanto a cabeça abrindo os olhos.

Pisco algumas vezes tentando formula algum motivo ou razão para ela ainda estar na sala, sentada na carteira como se ainda estivesse em horário de aula, fitando atentamente cada movimente que avia feito.  E só uma coisa poderia ser.

– O que ainda faz aqui? Não vai me dizer que seu pai ainda não veio te busca – era só o que lhe faltava agora

– Bem... – demoro pra responder só poderia ser sim! Ou não? – Ele chego já faz alguns minutos, deve ta bem irritado a essa altura por eu ainda não ter ido – comento soltando uma risada fazendo Sakura estreitar os olhos.

– Da pra imaginar – e como da, penso.

– Aconteceu alguma coisa não é mesmo? Você não pareceu muito feliz hoje – de divertido passo rapidamente para serio o tom da pequena Uchiha.

– Eu estou bem, não a o que se preocupar

– Não é o que parece – pelo menos não podia dizer que era a única agora que se preocupava em saber como a vida dos outros estava, nem tão diferentes assim.

– Peque sua bolsa, temos que ir ou seu pai terá um bom pretexto para reclamar – de novo, penso.

– Ele reclama demais – Miya fez uma careta 

Sem hesitar ela pego a bolsa vindo de encontro, coloco a bolsa no ombro depois uma das mãos no ombro de Miya saindo da sala.

Saíram do colégio conversando alegremente ate se depararem com o moreno emburrado encostado no carro de braços cruzados as encarando como se estivesse ali há horas e horas sem sair do lugar feito uma estatua, bastante atraente por sinal. Não que isso tivesse alguma importância, longe disso.

– Não sabia que você resolvera fazer aulas depois do horário – que lindo, o Uchiha ta irritadinho – Se soubesse que demoraria não teria vindo na hora

– Não leve para o lado pessoal, afinal quantas vezes você já não fez o mesmo. Prova do próprio veneno de vez em quando não faz mal – disse calmamente sorrindo

Sasuke suspiro para em seguida responder em sua costumeira inexpressividade.

– Miya, entra no carro – mandou 

– Ok

Despediu-se da menina que entro no carro tirando os fones de ouvido da bolsa os colocando no celular fechando os olhos em seguida.

– Ela não passa muito tempo com fones não é? – pergunto tentando amenizar o clima que se estabelecera entre os dois

–... Não a nada de mais com os fones

– Tem se eles estiverem muito alto, usados com freqüência – questiono cruzando os braços – Embora eu possa presumir que não esteja se importando, a julgar pelo que pelo silencio antes de responder, como se procurava alguma resposta plausível para usar.

– Ok. Eu não sou nem te responder, á ultima coisa que quero no momento é brigar – estreito os olhos se surpreendendo com a atitude dele  

Sasuke se virou lhe dando as costas abrindo a porta do carro entrando no mesmo o ligando, volto a olhá-la uma ultima vez maneando a cabeça em uma despedida.

Sakura contínuo parada olhando o carro que logo virou na primeira esquina desaparecendo de seu campo de visão por completo.

Volto a si aos poucos se dando conta de que ainda continuava parada no meio fio ao invés de estar indo embora como qualquer pessoa normal faria depois de um duro dia de trabalho, certo.

Desanimo, seria uma denominação perfeita para seu animo no momento.

 Isso por que ainda de quebra tinha a mania de dizer para quem quer que fosse que sempre procurasse ver o lado bom da vida, que sem perceber logo seus problemas se resolveriam. Tcs.

Seguir os conselhos de papai nem sempre dão certo, ou mesmo se encaixam para poder colocara-los em pratica, não ser que...

Não significa absolutamente nada um mau-humor certo? Quem nunca acorda um dia qualquer se estressado ate com a própria sombra.

Fecho o livro que inutilmente tentava se concentrar em um típico romance de 300 e poucas paginas, falando  de uma mulher normal que conhece um cara ao acaso a fazendo perder o sono constantemente, pensar nele 24 horas por dia e pior se perguntar se ele também estaria fazendo o mesmo, para em enfim descobrir que ele também nutria uma paixão, depois os erros, aprendem com eles para finalmente saber o que realmente significa o amor para ambos,depois tem dois lindos filhinhos adoráveis e por fim vivem felizes para sempre em seu deslumbrante conto de amor verdadeiro,livres de traição ou desilusão futuras. Aff.

E agora a realidade: quando isso poderia acontecer, se apaixona pensar nele 24 horas, talvez, se pergunta se ele poderia fazer o mesmo, com certeza, mas e depois... Viver feliz para sempre poderia ser possível? Ou mais um sonho fantasioso e impossível de se concretizar como muitos outros que temos?

O som abafado da musica tema de ligação que escolhera chego aos seus ouvidos chamando sua atenção acabando com o silêncio do cômodo.

Levanta-se pegando a bolsa que estava no outro sofá tirando o objeto de dentro de um dos bolsos, o visor mostrava um numero desconhecido, estranho, atendeu.

– Precisamos conversa – a voz do outro lado da linha se adianta em dizer a impedindo de dizer um simples “alo”.

– Conversa sobre o que exatamente – pergunto reconhecendo a pessoa 

– Imagino que possa ter nem que seja uma idéia

– Receio que não

– Não tem problema

Reviro os olhos ouvindo palavra por palavra com atenção desligando em seguida, se perguntado se estaria ou não prestes a fazer a coisa certa.