A Verdadeira Revolução - Fic Interativa. escrita por ChoiLuanaV


Capítulo 6
Primeiros Bestantes.


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei, mas o computador onde eu geralmente escrevo quebrou, então tive que escrever tudo no caderno e passar pro meu notebook... Desculpa, não vou demorar mais...
Esse capítulo tá meio... Sentimental em certas partes. Sentimental para não dizer triste. Enfim, boa leitura!!



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POV Natália

Eu tinha sorte que ninguém tinha me achado. Eu só tinha conseguido uma mísera faca na Cornucópia, e não podia matar humanos com aquilo. Mas eu consegui matar dois esquilos, e tive de comê-los quase crus, pois depois de alguns segundos nas chamas eu escutei um grupo de pessoas se aproximando. Não ia deixar que os Carreiristas me matassem.

O problema de não ter conseguido nada é que eu também não tinha feito alianças. Ou seja, todos eram meus inimigos, e ainda devia ter muita gente na arena.

Eu avistei umas cabanas que pareciam casas, mas achei melhor não chegar perto. Podia ter tributos ou bestantes nessas casas, e eu acho melhor não mexer e nem me aproximar de nada que possa me ferir enquanto não tenho armas melhores que uma pequena faca.

Eu estava presa em meus devaneios quando avistei um pequeno grupo olhando pra mim. Droga!! Eu ia morrer.

Eu saí correndo e eles correram atrás de mim, eu sabia que não tinha chances contra todos eles.

Quando eu abracei a probabilidade da morte eminente eles me alcançaram. Uma menina de 12 anos, estranhamente parecia ser a líder, puxou meu braço e me fez parar.

Eu tentei matá-la, naturalmente. Mas ela não revidava.

Parei minhas tentativas idiotas de tentar matar a garota e ela esperou eu respirar antes de falar.

- Não se preocupe. – disse ela – Nós não vamos ferir você, queremos apenas propor uma aliança.

Eu estava atônita. Eu não tinha nada a oferecer, a não ser algumas poucas habilidades, por que raios ela ia querer se aliar à mim?

- Eu... Eu não sei se posso confiar em você – respondi eu, cautelosa. Ela tinha armas, e poderia me matar a qualquer momento – Por que você iria querer uma aliança comigo? Não tenho absolutamente nada para oferecer.

- Você não é como os outros que encontramos. Você não parece tão disposta a assassinar crianças sem motivos, e admiramos isso em você. Você aceita?

Por que não? Eu estaria mais segura. Apenas um dia tinha se passado na arena, e muita gente já tinha morrido. Eu não parei para contar os canhões, mas eu sei que eu poderia ter sido uma dessas pessoas. Eu ia ficar segura com eles.

- Sim.

- Qual o seu nome? – ela perguntou enquanto eu guardava minha faca.

- Natália... E o seu?

- Miley.


POV Leonardo

Aquela Lyu era como um espírito. Ninguém sabia seu Distrito, e ninguém tampouco prestara muita atenção dela durante a estadia na Capital.

Tudo que nós sabíamos era que ela era a pior adversária que poderíamos ter, e que encontrá-la era sinônimo de encontrar a morte e o sofrimento.

Enquanto andávamos pela arena, nos aliamos a mais uma menina. Ana Cláudia. Ela era extremamente bonita e gentil.

Mas não encontramos apenas aliados. Encontramos corpos desfigurados, um deles, que reconheci como a tal de Winnew. Ela estava nua, com as duas mãos decepadas enfiadas na boca, o clitóris cortado em vários locais e com as letras “L Y U” acima do umbigo. A tal de Lyu era pior que os bestantes.

Admito que aquela cena me deixou com certo enjôo, e eu não sabia como alguém tinha a capacidade de ser tão cruel. Eu entenderia se ela apenas matasse, isso era o esperado de todos nós, mas ela torturava antes.

Mas a coisa que mais me chocou estava a 3 ou 4 metros de mim. Minha... Minha mãe. Não que fosse possível ela estar ali, ela tinha morrido quando eu era pequeno, mas ela estava exatamente como eu me lembrava:

Vestido turquesa que ia até a canela, um colar de pérolas com uma safira no meio, olhos azuis e cabelos claros que iam até a metade das costas.

Mas algo estava diferente nela. Ela não parecia a mesma mulher doce e amável de quem eu me lembrava. Seus olhos faiscavam de raiva.

- Seu desgraçado. Você me matou. – disse ela, com a voz extremamente fria e rouca. – Eu fui condenada a vagar pela terra por sua causa. Eu te odeio!!

Flashback on:

Era uma noite de chuva no Distrito 1. Eu e minha mãe tínhamos ido comprar o colar que ela tanto queria fazia tempo. Era um colar de pérolas com uma grande safira, tão azul quanto seus olhos, no meio.

Ela ficava mexendo na pedra que dividia seu colar, e logo a chuva começou a ficar mais forte. Eu vi um homem alto, com uma grande barba, bêbado e segurando uma garrafa.

Um raio cortou a escuridão em algum ponto do céu.

- Quem é aquele homem mamãe? – perguntei eu na inocência de meus 6 anos

- Não encare filho, é feio. – repreendeu-me ela – Apenas continue andando.

Ela segurou minha mão e começou a andar mais rápido. Faltava pouco para chegarmos na nossa casa, mas eu percebi que o homem nos seguia. Ele andava cambaleando, a bebida fazendo efeito em seu cérebro.

- O que você quer? – gritei para ele. Era um erro, é claro, mas eu não sabia naquela época. – Não vamos te dar dinheiro. Pare de nos seguir!! Vá embora!!

Ele quebrou a garrafa em um banco de pedra, uma parte ficando em sua mão, com pontas afiadas. Ele segurou a arma improvisada apontada para mim.

- Vou te ensinar a não mexer comigo, moleque. – grunhiu ele

Ele partiu para cima de mim, mas minha mãe se meteu na frente. Ele investiu contra ela, cortando seu vestido e sua perna. Linhas de sangue desciam por sua pele até chegarem em seus pés.

Eu tentei segurar o braço do homem, mas minha mãe me empurrou na direção da nossa casa.

- Leo, vá!! – gritou ela – A mamãe já vai para casa, corra!!

Eu a obedeci, e algumas horas depois ela chegou. Seu vestido totalmente destruído, seu colar arrebentado em uma das mãos, descalça e com um corte feio que atravessava toda a parte direita de seu rosto.

- O que aconteceu mamãe? – perguntei – Por que você está sangrando?

Ela sorriu, mas logo seu rosto assumiu uma expressão de dor e ela começou a chorar compulsivamente.

- N-n-nada Leo. – respondeu ela – A mamãe só está se sentindo mal.

Ela correu para o quarto dela e trancou a porta, seus soluços ecoando pela casa.

Dois meses depois ela descobriu que estava grávida. Tinha sido estuprada por aquele bêbado, mas não quis abortar. Disse que era culpa do homem, não do bebê.

Com 6 meses de gravidez ela ficou doente. Não podia sair da cama, e começou a ter vários sangramentos.

Ela descobriu que estava com câncer no útero.

- Eu te amo muito Leo. – sussurrou ela enquanto acariciava meu cabelo– Saiba que a mamãe te ama... A mamãe...

Depois dessas palavras seus olhos se fecharam e seu braço caiu para um lado. Ela estava morta.

Depois da morte da minha mãe eu decidi que jamais abriria meu coração para mais alguém. Eu seria o mais frio possível, usaria as pessoas para meu prazer e as descartaria como se fossem lixo. Não valia a pena amar alguém, sabendo que perderia essa pessoa em algum momento.

Flashback off.

- Mãe... Me perdoe. – disse eu, com lágrimas nos olhos, minha postura de indiferente ruindo diante de mim – E-eu nunca quis que isso acontecesse. Eu... Me desculpe.

Eu tinha noção das outras pessoas atrás de mim, mas tudo aconteceu muito rápido.

O rosto da minha mãe ficou cinza, assim como o resto do seu corpo. Seu vestido começou a desintegrar e a se fundir com o corpo.

Sua boca ficou 7 vezes maior que o normal, e seus dentes ficaram do tamanho de um copo, todos finos e afiados como agulhas. Pingava um líquido verde de seus “dentes”, e eu podia muito bem dizer que era veneno.

Eu não tive tempo de fazer nada. A velocidade que aquele monstro que eu achei que era minha mãe veio na minha direção era incrível.

O monstro chegou perto de mim e me estapeou na face. Eu caí a 7 metros de onde estava antes, e o monstro chegou onde eu estava em menos de 2 segundos.

Eu tentei pegar minha arma, mas era tarde demais. O monstro mordeu meu braço, e eu conseguia ver o chão através dos buracos que ficaram.

Eu estava tonto, mas percebi que alguém conseguira atrair a atenção do bicho. Uma faca veio na direção do monstro e entrou na sua boca.

Eu vi a ponta da faca do outro lado, e o monstro caiu para trás, morto.

Depois disso o mundo ficou embaçado e eu desmaiei.


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