Só Sei Dançar Com Você escrita por Candybox, Juicebox


Capítulo 6
Capítulo 5 - Parte um


Notas iniciais do capítulo

Juice: Altas tretas, altas tretas. Eu estou prestes a entrar de castigo por bombar na prova de matemática e há um bom tempo estou preocupada com isso. Antes a gente não estava escrevendo por puro desencontro, eu quase não tinha tempo ou criatividade para escrever aqui, assim como a Marina. Muitas coisas, cara. Agora acredito que nós voltemos em breve, eu estou empolgada, quero termina-la. A Marina tem alguns outros planos para agora, assim como eu - o castigo-, então o próximo vai demorar bastante para sair. Não tanto quanto este, eu espero.

Bem, a gente não terminou o capítulo ainda... Então ele vai ser divido em dois, certo? Esse ficou bem raso, mas foi por minha causa, eu não estou com muita criatividade esses tempos. Estou escrevendo também outra fanfic com o Denis Filho, se vocês ainda não viram, deem uma olhadinha fregueses. Vocês já sabem que eu não sou a melhor na formatação do capítulo, por isto ele pode ter alguns erros, perdão.

Mais uma coisinha: Meu aniversário no domingo que vem, podem me enviar presentes, mesmo que eu não mereça.

P.s: Obrigada Ana Clatonator Forever, me animou demais com as suas mensagens! Obrigada mesmo, viu? ♥



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A cidade nunca tinha visto aquilo, as coisas costumavam ser mais regradas em um lugar tão pequeno onde todos se conheciam, aquele grupo de garotos dançando na rua seriam noticia por um bom tempo. As garrafas de bebida tilintavam em um brinde, um deles estava sem um dos sapatos que havia se perdido ruas atrás, as vozes distorcidas pelo álcool cantavam músicas festivas que mais pareciam gatos engasgados com bolas de pelo, os cabelos estavam manchados com tinta fluorescente que haviam pegado na festa e nos rostos haviam desenhos embaraçados. Em certo ponto as onde músicas acabaram, a do meio começou a recitar mantras que combinavam com os acessórios bobos de festa. Segundos olhos, pulseiras fluorescentes, coroas e cocares, tudo misturado em algo que fez uma velhinha cheia de insônia ficar assustada ao ponto de achar que alienígenas invadiam a terra. O caminho entre as suas casas era mil vezes menor do que o caminho até o bar, e talvez aquela fosse a decisão certa, as mães não mereciam alienígenas jogados no sofá verde-idoso novinho afinal de contas.



POV CATO





Quando finalmente meus olhos se deram o luxo de se abrirem, a ressaca dominava o meu corpo e tudo o que eu podia fazer era beber mais na festa da Glimmer, sendo que faltava menos de quarenta minutos para que as coisas realmente começassem e eu ainda estava com a cara grudada no balcão do bar onde uma ridícula música country tocava. Confiando em minha habilidade de dirigir depois de digerir álcool, mas não iria poder fazer isso quando fosse para a festa e pediria carona para a menina que vive na casa à frente da minha, ela adoraria ter uma entrada triunfal para a festa e já que Glimmer nunca teve nada contra ela, eu já tinha carona para ir, eu não precisaria voltar tão cedo...





Minha casa cheirava a conforto, o silêncio só era cortado a cada vez que meu ar soltava-se dos pulmões, cada passo ecoava pelo grande salão de mármore. Ali era o único lugar onde eu me sentia completamente sozinho e eu gostava da sensação, era bom ver pessoas e sair, mas nada podia ser comparado as lembranças da infância. O meu quarto ficava na primeira porta após subir as escadas, era esquisito, para mim sempre pareceu um quarto de hóspedes... Cortinas azuis simples tiravam toda a iluminação natural e dava aos móveis um tom amargo de marrom, os poucos objetos que eu realmente acreditava serem pessoais ficavam escondidos em um armário que continham os meus CDs e alguns poucos livros que a minha prima favorita havia me dado de sua pequena coleção monstruosa, tudo aquilo parecia que iria desmoronar a qualquer momento e me dava algo ao que deveria me preocupar, mas demoraria tempo demais para fazer aquilo e preferi tomar um banho longo.





É normal que as pessoas digam que pensam melhor no banho, que a água esfria suas cabeças, mas eu realmente acredito que cada vez que uma gota d’água vai para o ralo um pedaço ruim do dia vai junto, a ducha quente alivia o meu estresse e já nem lembro porque estava irritado com Marvel ou que minha cabeça doía de porre. Demorei absurdos trinta minutos no banho e então tive de me vestir o mais depressa o possível com roupas previamente escolhidas –as únicas limpas-, camisa social preta dobrada até os cotovelos e jeans escuros. Coloquei na carteira dinheiro o suficiente para pegar um taxi se fosse necessário e duas camisas de Vênus, então corri escada abaixo rumando à casa da vizinha. Aquela casinha era deslocada entre um monte de casas gigantescas e elaboradas pelos melhores arquitetos, a casa da frente era minúscula e a tinta rosa descascava das paredes, o jardim parecia que nunca havia visto um jardineiro.





Surdo, eu apenas fiquei surdo quando alguém abriu a porta, duas garotas com os rostos tão pintados quanto índios pulavam com a noticia de que eu iria precisar de uma carona, era um pouco estranho, eu não estava oferecendo nada e sim pedindo. As roupas que elas usavam pareciam sinalizadores de transito, Ashley (a que morava realmente na casa) tinha o vestido laranja com listradas brancas como um cone, e Suzan tinha bolas vermelhas, amarelas e verdes no vestido preto que lembrava um semáforo; Isso que chamamos de parar o trânsito. O carro que elas iriam usar era velho e fedia a mofo, demoraram vários minutos para finalmente conseguir dar a partida e seguir para a festa. Partes de mim gritavam para que elas parassem o carro e me deixassem ir andando, seria meio idiota aparecer com dois troços estranhos na festa, mas por outro lado eu havia me enchido de orgulho próprio por fornecer as garotas um pouco de dignidade na festa... Tipo, chegar comigo!





Ashley dirigia e estava na cara que ela usava uma carteira provisória, ela não saia dos quarenta por hora. Demoramos uma eternidade para chegar à rua de Glimmer, e quando digo isso... É literalmente. Após o porto da cidade há uma entrada para um rua sem nenhuma casa e então uma nova curva aonde se chega a uma rua estreita. A calçada é coberta por desenho de videiras e por todos os lados que se olha se veem jardins de camélias, no fim da rua uma construção colonial de grandeza absurda é conhecida como A casa da Glimmer. Naquele dia eu não conseguia ver nada do encanto costumeiro que a casa proporcionava com suas janelas enormes, haviam adolescentes demais, enfeites de festa demais e porões de menos.





O carro parou no começo da rua, o único lugar onde ainda havia acesso com carros, dali em diante estava um tumultuo. Abriram caminho para que eu passasse, simplesmente por que eu sou Eu, Ashley e Suzan ficaram atrás de mim enquanto eu caminhava para a casa e todos olhavam para elas segurando risadinhas. Dois garotos, provavelmente do time de futebol pelo porte, as convidaram para ficar com eles... Mágicas que só o Cato aqui faz.




Quando cheguei à porta da casa meu cabelo estava coberto por pingos de tinta fluorescente, no meu rosto fora preso um terceiro olho, e havia vários outros tipos de coisas esquisitas e brilhantes espalhadas por meu corpo. Glimmer estava sentada na mureta da saca com uma garrafa de champagne entre as pernas, ela trajava um vestido rosa colado e na parte de cima (nos peitos) uma franja de contas brilhantes tintilava quando ela se mexia.




– Caaaaaatinho! – Ela se jogou sobre mim que quase perdi o equilíbrio, forçando-me a dar um passo para trás – Pensei que você havia morrido. Que história é essa de não responder minhas mensagens?!





– Ah, sobre isso... Foi mal. Agora a gente pode conversar em um lugar mais reservado? – Perguntei sorrindo o meu melhor sorriso, apesar de ser meio difícil de escolher já que eu sou tão gostoso.





– Ótimo – Ela sorriu de volta e me puxou pela manga da camisa.





POV CLOVE





Eram 21:04 da noite e eu estava dando aula de balé à um garoto de 13 anos. Pela ficha dele, a mão o havia obrigado a fazer balé, mas depois de dois meses, ele aprendeu a gostar e já dança muito bem. Enquanto passava as instruções ao garoto, ouvi o toque do meu celular na mesinha de canto da sala.




"Asleep - The Smiths"



– André, continue fazendo estes mesmos passos, eu já volto - Eu disse. Me dirigi até a mesinha e atendi o celular. Eu já sabia quem era pelo toque, mas não me liguei nisso no momento - Alô? Clove aqui.



– Alô? Clove? Aqui é o Marvel. Tudo bem? - A voz dele era muito sexy pelo telefone, deixe-me dizer.



– Tudo, Marvs. Qual o motivo da ligação? – Perguntei confusa, já era tarde e como de praxe ele deveria estar se embebedando em uma festa qualquer com o Cato.



– Ah, sim. Eu queria te convidar para ir à uma festa hoje – Replicou, pude imaginar seu sorriso travesso brotar no canto da boca. - Topa?



– Uma festa? Mas... Marvel, você sabe que eu não gosto de festas... – Tentei recursar, por mais que minhas principal opção para uma sexta feira durante a noite fosse ficar trabalhando.



– Mas... mas eu vou estar com você! Vamos, sim?



– Ok, ok. É que horas?



– Isso! Vai ser às 23:30, 'tá’? Vou te buscar ai às 23:20, então fica pronta. Não que seja preciso para você – Ele deu uma breve risada rouca no telefone e pude escutar ao fundo o som meigo da voz do pequeno Albert.



– Tudo bem. Até, Marvs.




Ele se despediu igualmente, já começando um confronto com o irmão. Desliguei o telefone e voltei a dar a aula ao André. No fim da aula, praticamente o expulsei de casa para começar a me arrumar, o coitado teve que esperar a mãe, sentado, na penumbra da calçada.



Tomei uma ducha gelada e rápida, cansada da forma como estava, isso já era o bastante para me manter limpa e acordada. Como Marvel não havia me dito como seria a festa me vesti bem à vontade. Um vestido bege simples, complementado por colete jeans e coturnos esverdeados.


Não demorou muito até que eu estivesse pronta. A todos os instantes eu olhava para o relógio, já estava tudo certo e nada de Marvel. O meu estomago revirava imaginando uma pegadinha de mal gosto entre Marvel e Cato, não seria nada anormal, uma tentativa de reconciliação depois de esconder do amigo que dançava. Praguejei por desconfiar dele. Oito minutos cronometrados após o horário marcado chegou o infame do meu acompanhante, perfumado até o último fio de cabelo, a aparência incrível e impecável de um verdadeiro britânico.



Ele, sorrindo bobamente, segurou a minha mão e me girou. Senti como se voasse, flutuasse apoiada em sua firmeza delicada. Eu me senti perfeita. Era sempre assim quando dançávamos, eu sentia que tinha total liberdade e no fundo eu esperava que fosse um sentimento recíproco. Só parei quando a mão dele grudou-se no meu ombro e me estabilizou, sorri um pouco tonta, mas logo passou e depois de avisar mamãe de que íamos sair, seguimos nossa jornada rumo a uma festa.



Continua



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não ficou tão bom? Cometem e me deixem saber. Btw, o dedo da Marina já está legal. Beijos suas delicinhas!