POV Glimmer

O dia estava calmo naquele colégio. Não aguento mais aqueles professores que só sabem ME encher de dever de casa. Ele não tem mais o que fazer? Bom, pelo menos, falta muito pouco tempo pro meu aniversário! Eu vou fazer uma enorme festa de 16 anos, a mais espetacular que todos já foram, e, CLARO que vai bombar! Qualquer um que seja gente vai ter querer ir, não só querer, mas terá que ir se quiser continuar tendo existência social. Não vou convidar aqueles bobocas que só sabem estudar e blá blá blá, isso iria manchar meu filme. A minha festa vai ser o sonho de qualquer garota, decoração perfeita, o melhor DJ e tudo que eu quiser.

Bom, como eu já sou uma rainha que tem o corpo, a beleza, e tudo de bom, só falta o meu príncipe! Claro, que vou chamar o cara mais lindo da escola para dançar comigo, assim, vou ficar conhecida pra sempre! E como eu comentei ele é muito gostoso, portanto não vou perder a chance de arranjar umbofe. O nome dele? Cato. Ah, que beleza de homem! Jogador de baseball, e que corpo, ah, estou pink, estou chiclete, estou rosa, estou... Ah! Acho que vou desmaiar, me abanem por favor... Bom, hoje mesmo eu conversei com o Cato e ele me disse que tudo bem ele dançar comigo, o que foi uma grande surpresa mesmo se tratando de mim, garotos não se ligam muito nestas coisas de sweet sixteen. Contudo ele não me pareceu animado por isso adotei o método Glimmer, passei o dia juntinho com ele e é claro que ele cedeu, já que, com a minha roupa, meu estilo, meu glamour e todo o resto, nenhum menino resistiria as minhas curvas proporcionais ao meu sorriso deslumbrante!

Quando estava saindo para o estacionamento vi aquele grupinho fedido. Um bando de macacos que não tomam banho de forma alguma e amam as baleias... Eles realmente são repugnantes, feios que só Deus pode resolver. Eu nunca tive coragem de me aproximar com medo de desmaiar com o cheiro, mas hoje uma das garotas, uma babuínozinha em ícone, por isto eu tive que ficar sem respirar por vários segundos até encontrar Cato e se jogar no seu peito (sim, eu aproveitei a situação). Hoje eu iria ate a confeitaria com umasamigas para vermos as amostras de bolo, tudo tem de ser perfeito para Glimmer poderosa, então eu não tinha muito tempo para ficar com Cato. Ele riu um pouco do meu medo de morrer pelo cheiro da garota-esgoto, e nos ficamos por alguns minutos encostados na parede conversando até Berenice e Miranda chegarem e me tirarem dos braços do meu Cato. Não antes de um beijo de despedida duradoura com muitos olhares. Quem perderia um caso épico como este? O beijo de Cato é simplesmente perfeito, totalmente compatível com o meu, é como se fossemos um só.

Girei meus calcanhares e meus saltos fazem barrulho, Berê e Mi me puxam para o meu Nissan GT-R. Mando um beijinho para Cato que agora esta com o idiota do Marvel e sorri para mim, como ele consegue ser tão lindo? Seu sorriso é galanteador e qualquer garota que recebe um fica com as pernas bambas! Nós namoramos a umas semanas, não que ele tenha pedido algo, mas eu sei que ele é totalmente fiel a mim e eu não vejo porque o trair. Ele é o melhor produto nessas redondezas. Quando acelero meus cabelos voam com o vento o que da um ar sexy a minha saída e sei que deixei o Marvel de boca aberta com a minha beleza, mas eu não posso confirmar sobre o Cato, minhas informações dizem que ele gosta de garotas exótica, algo que farei esforço para me tornar se ele continuar a resistir aos meus encantos. Eu sei que eu sou o mais perto que a humanidade vai ver de perfeição, mas parece que ele ainda não percebeu isso, vai perceber. Ô se vai! Ou eu não me chamo Glimmer. Ate meu aniversario tenho certeza que ele já vai estar no papo, e nenhum obstáculo irá me impedir, se é que esses obstáculos existem afinal eu sou Glimmer, a garota sexy vinda de Liverpool para o mundo!

Ah, eu sou aluna de intercâmbio junto com o Marvel, viemos da Inglaterra. Liverpool. O sotaque do Marvel é ridículo porque a voz dele é irritante, mas quando as palavras saem pela minha boca elas entram em seus ouvidos da forma mais sexy possível, assim como tudo o que eu faço.

Quando eu viravei à primeira esquina a garota do lixão apareceu na frente do meu carro! Quem essa idiota pensa que é? Ela virou a bicicleta e caiu na calçada. Espero que tenha se machucado, se essa vadia tivesse tocado na pintura perfeita do meu carro ela ia sofrer. Tentei lembrar o rosto dela mais para mim era algo realmente difícil porque muitos daquele tipo me apareciam pelo dia, garotas e garotos idiotas que acham que um dia vão ser alguma coisa no mundo além de alguém que vai um dia me prestar um serviço a mim, assim talvez ela aprenda a abrir caminho quando Glimmer a rainha do Glitter estiver passando! Lógico que eu gritei algo ofensivo para ela.

- Essa garota devia prestar mais atenção, anã do jeito que é pode ser atropelada a qualquer momento. Hahahaha! - minha risada é contagiante e as duas riram junto comigo. Aumentei a voz de Britney que tocava no radio.

- É o tipo de pessoa que nuuunca irá ao seu aniversario. - falou Berenice com toda razão.

- Não, é o tipo de garota que nunca vai sonhar em poder ir a essa festa! - nós rimos, mas era verdade. Até porque algo me levava a crer que nem se fossem convidados o grupinho “Fedidos pelo mundo” iria a minha festa. Eles são patéticos demais para isso, tem medo de colocar uma roupa descente e se misturar, a vida deles é cantar no pátio e fazer protestos na frente da prefeitura.

POV Clove

Tive um dia estava muito agitado, eu tinha que fazer muitas coisas no clube. Eu participo de uma liga jovem a favor do mundo, nós participamos de vários grupos nacionais e alguns internacionais, para botar na cabeça dos estudantes que a natureza é importante. Bom, vou me apresentar mais formalmente a vocês. Sou Clove, tenho 16 anos, sou vegetariana, eu acredito na vida natural. Eu e minha mãe temos uma escola de dança. Bom, mas eu ensino somente para meninos, o motivo? Eu também não sei, mas só sei que eu só ensino para meninos. Talvez seja porque minha mãe não aguenta ensinar os lerdos que aparecem por lá. Eu danço todos os tipos de dança, desde a valsa para o Hip-Hop, tudo o que desde pequena me foi ensinado. E eu também toco violino e violão. Enfim, vamos ao colégio. Eu fui para o colégio com as minhas roupas de sempre, um pouco vintage e couro sintético, porque o de verdade são necessários para algo mais importante que as minhas roupas.

Bom, depois das aulas, guardei os meus livros no meu armário e fiquei somente com os que eu precisava para fazer a lição. A aula não tivera nada de especial e o intervalo passara como um raio, todos estavam ansiosos pelo final de semana por isso os minutos eram horas. Sai pelo pátio da frente do colégio e fui pegar minha bicicleta, já que não gosto muito de andar de carros, porque eles poluem o meio ambiente... Passei por um Nissan dourado, um carro muito bonito, mas não faz o meu gosto... A pessoa que dirigia ouvindo Britney loucamente quase me atropelou! Eu tive que me jogar para lado e todos os meus livros caíram da mochila aberta, meu violão que estava preso nas costas amorteceu minha queda e não sofreu muitos danos notável, ainda bem que foi na calçada... Meu Deus, por que sempre comigo? Eu estava de saia que subiu um pouco e quando eu fui pegar meus livros um garoto que estava fitando minhas pernas esbarrou em mim fazendo todos os meus livros caírem novamente. Eu sou um pouco menor que o normal, mas minhas pernas são a parte preferida do meu corpo... Como eu danço há muito tempo elas ficaram bem torneadas como a de uma bailarina profissional, assim como a minha postura.

- Droga... - murmurei me virei para ver a cara do responsável, mas ele já tinha ido embora. Comecei a pegar novamente os livros, e quanto acabei, fui levá-los a cestinha em minha bicicleta. Coloquei-os lá, subi em minha bicicleta e comecei a pedalar, pedalar, pedalar, minha casa não ficava muito longe dali, mas eu tinha de ir rápido, pois poderia me atrasar para o primeiro dia de aula de dança dos novos alunos... Os garotos costumam pedir aulas reservadas porque eles tendem a sentir vergonha uns dos outros, pode sair um pouco mais caro, mas a privacidade para eles é algo importante. Eu não reclamo, é bem melhor ensinar a um aluno por vez.

No meu caminho para casa existe um mercado aonde eu sempre vou e compro a listinha de coisas que a minha mãe vai precisar para o jantar. Eu demoro de 40 a 50 minutos para chegar a minha casa pedalando, canso um pouco porque a bicicleta fica pesada depois das coisas que enchiam a cestinha de vime(que não era muito inha), e o calor é escaldante, mesmo com meu cabelo preso e o vento que a velocidade da bicicleta produz. Minha casa é simples, ela tem dois andares, o primeiro é onde fica o salão de dança e uma escada externa e uma interna leva para a minha casa, que não é muito grande porque só eu e minha mãe costumamos viver nela. Minha irmã mais velha vive com o namorado nojento o Foster, e meu pai viaja quase todos os dias (e mesmo assim nunca temos dinheiro para nada, vai saber). Eu entro no estúdio porque é lá onde minha mãe esta revendo as fichas dos novatos.

- Bom dia mamãe, o que há de novo?- ela sorri para mim e acena com a mão para que eu me aproxime.

- VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR! - minha mãe é mexicana e o sotaque apesar de ela viver aqui há 20 anos ainda é muito profundo, mas ela fala como uma adolescente. - Um novo aluno, ele é muuuuito lindo Clove! Ele vai fazer aulas com você, lógico. Ele vai começar hoje nesta nova levada de alunos, acabei de receber o e-mail da ficha dele. - o que essa mulher tem? Jesus! Ela ta jogando um aluno pra cima de mim? Cadê o profissionalismo!?

- Mãe! Pelo amor de Deus, para de ficar falando que os garotos da minha idade são bonitos, isso é tipo... Pedofilia! - ela sorriu da minha cara e eu lhe dei um beijo no rosto. - Obrigada por se preocupar. Mas eu to bem, sério. Que horas é a aula dele?

- A primeira, a única que estava vaga, você não vai querer nem ver a foto 3x4? – a respondi com um risinho que dizia “a senhora já sabe a resposta” e continuei a subir as escadas. - Não, né? Tudo bem, tudo bem... Mas pensa bem, e toma um bom banho, passa um perfumezinho e põem uma roupa bonita.

Eu subi e pensei nas infinitas possibilidades de como o garoto poderia ser. Eu sei que não deveria fazer isso, mas a ideia de ter um aluno boa pinta me pareceu uma coisa boa, os desajeitados com o qual eu lidava não eram o melhor tipo de aluno, mas como eu estava errada!