A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 7
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Fugir dos problemas pode ser uma ótima saída para por os pensamentos no lugar, no caso de Marianne sua fuga a levará a um lugar onde nunca sonhou em estar.



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Acordei cedo, mais cedo do que havia imaginado ser possível, traduzindo para uma linguagem mais objetiva, acordei às 06h30min da manhã.
- Ah, fala sério! murmurei rolando de lado na cama
Logo depois percebi que não adiantaria nada ficar rolando de um lado para outro quando o sono não viria.
Considerando que o sol brilhava intenso e que um calor convidativo me proporcionava uma animação incomum, resolvi levantar.
Abri a janela e uma brisa trouxe-me um cheiro de terra molhada que remoeu lembranças boas de banhos e mais banhos numa cachoeira próxima do bosque.
- E se... cogitei andando até uma gaveta e tirando dela um biquíni novo em folha
Coloquei-o e por cima uma regata e um shorts jeans; arrumei uma mochila com algumas peças de roupa.
Desci para a cozinha e para minha surpresa, não havia ninguém lá. Dei-me ao direito de roubar algumas barras de cereais escondidas no armário e pegar algumas garrafas de água.
Segui rumo aos estábulos e também não encontrei ninguém lá, encilhei Trovão e estava prestes a sair quando enxerguei algo que me prendeu a atenção.
- O que meu violão faz aqui embaixo? perguntei a mim mesma
Escutei um barulho de janelas se abrindo, não teria tempo de voltar para casa e deixar o violão lá dentro, portanto atrelei-o às costas e sai com Trovão na direção do bosque.
***
A cachoeira continuava como em minhas mais remotas lembranças de infância, as mesmas pedras acinzentadas, a água cristalina que caia em forma de véu, a espuma branca espiralava na superfície espelhada.
Tirei a regata e o shorts e deixei minhas coisas à margem, amarrei Trovão no tronco de uma árvore que julguei ser uma figueira (como se entendesse algo de botânica).
Entrei devagar, sentindo as pedras arredondadas embaixo dos pés, caminhei até que a água batesse por minha cintura, então mergulhei de cabeça, deixando-me envolver por um misto de serenidade e liberdade.
Emergi com a cabeça sob a cachoeira, a água pressionava-me os músculos das costas fazendo uma massagem natural.
Acredito ter ficado por meia hora de molho, sequei-me com a toalha que havia trazido e tornei a colocar a roupa com que havia vindo.
Montei em Trovão voltava na direção fazenda, margeando a cerca que dividia os limites da propriedade com o bosque.
Estava na metade do caminho quando vi algo se mexendo no meio das árvores, parecia pequeno, talvez um menino.
Forcei Trovão a parar puxando-lhe as rédeas com força.
- Volta pra casa amigo falei acariciando a grande cabeça negra eu chamo você depois.
Ele se virou e galopou na direção em que estávamos indo enquanto eu transpus a cerca de arame farpado e me infiltrei no bosque, algo que ia completamente contra as orientações da minha avó.
- Ei! chamei quando vi o garoto correndo novamente Espera!
Corri atrás dele até onde minhas pernas conseguiram aguentar, então ele sumiu em meio a mata.
- Ok falei apoiando-me nos joelhos eu desisto de te seguir! ofeguei sentando-me em meio às árvores Você venceu!
Tinha a sensação de que ele ainda me escutava e que estava me observando.
- Já que não ganhei de você sussurrei tirando o violão das costas e dedilhando as cordas acho que merece uma música da vitória, não acha?
Look at this photograph
Everytime I do it makes me laugh
How did our eyes get so red
And what the hell is on Joey's head
Cantei Photograph da banda Americana Nickelback, dedilhando cadenciada a corda fina do violão.
Às vezes procurava por algum sinal de movimento no meio das folhas, sem ver nada.
Aos poucos fui deixando a música me envolver como sempre fazia, mas desta vez o vento pareceu sussurrar com uma voz melodiosa e firme.
A profecia foi feita... Apenas uma poderá nos salvar... Filha dos dois mundos, a esperança irá espalhar...
Sobre estas terras desoladas abrirá suas asas douradas... No sacrifício nos agraciará...
Ao abrir os olhos, parecia estar no mesmo bosque de sempre, com a única diferença de que estava sentada sobre uma relva de folhas amarelas e sob um teto de folhas douradas.
Aquilo tudo me parecia familiar como se eu realmente estivesse em...
- Lothlórien...
Levantei-me desnorteada observando ao redor, virei-me pensando em voltar por onde tinha vindo e chamar Trovão, mas o que vi me deixou plantada onde estava.
- Mae Govannen disse um homem alto de olhos cinzentos, cabelos longos e louros e orelhas pontudas
Ele era somente um dos nove homens parados diante de mim, só não sabia definir quem estava mais estarrecido, se eu ou eles.
- Por que parou de cantar? perguntou-me o garoto que eu segui há minutos antes
Os cabelos negros e encaracolados e os grandes olhos azuis não deixavam dúvida: aquele era Frodo Bolseiro, o portador do anel. Eu, Marianne estava diante da Sociedade do Anel, na Terra Média.
- Eu... balbuciei sentindo minhas pernas enfraquecerem titubeei
- Fique calma disse-me Haldir apoiando-me deixe as explicações para a Senhora Galadriel.
- Creio que saiba quem somos falou Aragorn
- Sei assenti
- E sabe por que está aqui? ergui meus olhos e eles ficaram presos pelos olhos azuis de Legolas
- Pra falar bem a verdade, não faço a menor ideia eu sorri feito uma idiota

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Notas finais do capítulo

Hum, Mary derretendo-se por Legolas hein?
KKKKKK