A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 6
Questionamentos


Notas iniciais do capítulo

Mary coloca sua vó contra a parede em busca de respostas.



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Meus músculos queimavam, eu me sentia em chamas pela surpresa e frustração por não saber disso antes.
Ouvi barulho de pneus sobre a brita existente perto da varanda e logo em seguida os gritos de meu pai e minha avó.
- Mary meu bem, como foi parar aí? perguntou minha vó
- Tropecei e abri o alçapão respondi sem emoção, eu queria respostas
- Aí vai a escada filha!
Subi os degraus devagar e lá encima recebi os abraços de alívio e preocupação.
- Tem certeza de que está inteira? perguntou Mark
- Não quebrei nada, eu acho sorri em resposta
- Não se machucou mesmo? questionou vovó
- Não vó, estou bem olhei-a nos olhos e acho que ela percebeu que mesmo assim havia algo errado
- Mas, como está o senhor Wilbber? desviei
- Sofreu várias escoriações e cortes, além de algumas costelas quebradas e hemorragia interna relatou meu pai
- Ele tem chances?
- Algumas meu pai foi direto
- A senhora Wilbber está arrasada emendou minha avó só não podemos deixar a esperança esmorecer.
- Tem razão concordou Joe A esperança é a última que morre...
***
Tinha razão quando cogitei que meus joelhos ficariam roxos, tinha alguns arranhões nas mãos, mas fora isso, me sentia bem.
Não bem como um todo, mas fisicamente bem. Ainda tinha que conversar com minha vó sobre minhas mais novas descobertas.
Após alguns minutos de silêncio sentados lado a lado na sala de estar eu resolvi pronunciar-me.
- Vovó, preciso falar com a senhora disse
- Claro querida concordou séria Vamos até meu quarto.
Subi a escada vagarosamente, tinha medo do que iria ouvir e mais medo ainda do que iria dizer.
Minha avó abriu a porta de seu quarto, que não mudara em nada desde a última vez em que eu estivera ali. As paredes permaneciam pintadas de um tom rosa envelhecido, a cama coberta por uma colcha dourada e o grande armário de mogno.
- Já imagino o que vá me perguntar disse-me ela sentando-se na cama
- Por que a senhora não me contou nada antes? despejei sem me dar em conta
-Quis prepara-la dando-lhe a coleção de meu pai. respondeu ela de modo cadenciado
- Vó, a senhora sabia o quanto eu era fã e mesmo assim não me disse que Tolkien, em pessoa era seu pai! desabei na colcha macia caindo de costas
- Minha querida, acha que lhe contasse isso há alguns anos atrás você acreditaria?
- Acho que não... murmurei de olhos fechados
- Meu bem, ouça fui obrigada a olhá-la, minha vó não conseguia fazer com que ninguém ficasse aborrecido com ela esconder o fato de que Tolkien era meu pai, foi um modo de mantê-la...
Mais uma vez a janela abriu-se em rompante fazendo com que nós duas nos assustássemos. Uma grande águia dos alpes estava trepada no parapeito, com as asas abertas, seus olhos fuzilavam-me a ponto de me deixarem sem fôlego.
- Mas o que... balbuciou vovó
A ave abriu o bico pontudo e soltou um som agudo, desaparecendo num piscar de olhos.
- Ok, isto foi no mínimo estranho. falei
Minha vó continuava estarrecida.
- Bom acho que você já compreendeu não é Marianne? - ela pegou minha mão olhando-me nos olhos
- Sim vó abracei- a ficando de frente para a janela aberta
***
Já em meu quarto, pronta para dormir, sentei-me a escrivaninha a abri o livro no capítulo em que havia parado, Sam e Frodo estavam às portas de Cirith Ungol praticamente em território inimigo.
Meu estômago dava piruetas a cada vez que os Orcs davam o ar da graça, quase encurralando os dois hobbits.
Devorei as páginas, capítulo por capítulo, até que comecei a me sentir cansada. Deixei o livro onde estava e refiz o caminho até a cama.
Só me dei em conta de que havia parado em frente janela quando comecei a abri-la, não sabia o porquê, mas algo me atraiu.
Vasculhei a escuridão do bosque em busca de algo, o qual não sabia o que era, quando de repente enxerguei um ponto luminoso que se mexia vagarosamente, como se em câmera lenta.
Por pouco não derrubei a janela, que eu ainda mantinha aberta encima de meus dedos quando notei que a luz era uma espécie de caravana, com várias pessoas, algumas a pé outras a cavalo.
Eu não às tinha notado antes a luz que havia visto parecia irradiar daquele grupo, fazia-me pensar que aquilo era uma legitima marcha de elfos.
Balancei a cabeça e fechei da janela, desliguei a luz e me deitei, por Deus! Que dia havia sido este?

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Notas finais do capítulo

Comentários movem minha história pessoal!
EHEHEHEHEHEHE
Bjocas!