A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 37
Reencontros e Desabafos


Notas iniciais do capítulo

Olha mais um capítulo para minhas leitoras lindas!
Aviso: tem personagem novo, ou melhor nova! Espero que gostem!
Agradeço aos reviews pessoal, estou cada vez mais feliz com os comentários de vocês!
E uma pergunta, o que acharam da capa nova?
Enjoy!



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Frodo Bolseiro e Samwise Gamgee, nomes de dois jovens hobbits que são a tradução vívida e nobre do significado das palavras “Amizade Verdadeira.”

Juntos até o fim, enfrentaram fome, sede, o fogo e a fúria da horrenda Montanha da Perdição, amapararam-se até a destruição do Um Anel, choraram ao lembrarem das festas, frutas e cores de seu amado e aparentemente tão distante Condado.

Ambos foram levados até Rivendell onde, com a companhia de seus antigos amigos, receberam os cuidados de Mestre Elrond, que já havia demosntrado suas habilidades para com Marianne Greyhood.

As primeiras perguntas de Meriadoc e Peregrin ao chegarem novamente a terra de Elrond Peredhil foram dirigidas a Legolas que lhes garantiu que Mary estava em plenas condições, embora estivesse tanto quanto cansada.

Gandalf seguira o pai de Arwen Úndomiel até uma mesa pequena e circular, que tinha como fundo uma bela e translúcida cascata como parede, outros poucos elfos reuniram-se aos dois.

- Meus amigos! – começou o Mago Branco com a voz embalada por uma emoção crescente – Está acabado o tormento que nos afligia os corações e que tanto nos tirara o sono. Seu povo pode continuar nestas terras cultivadas e habitadas por seus antepassados!

- O que queres dizer Mithrandir? Não precisaremos voltar as Terras Imortais? – questionou Erestor (um dos possíveis Noldor ainda pertencentes a Terra Média)

- Não Erestor, graças a uma corajosa jovem dotada de inimagináveis poderes, nós não precisaremos mais retornar a Valinor – respondeu-lhe Elrond – Marianne a princípio tivera seus poderes a partir das graças dos anéis élficos, mas ao tombar em batalha e de certa forma desligar seu espírito de nosso mundo ela adquiriu poder próprio.

- Queres dizer que agora Marianne mantém o poder dos anéis que restarram? – volveu Glorfindel

- Sim e desta forma mantém o povo dos elfos na Terra Média – Gandalf trocou um olhar cúmplice com o filho de Earendil

- Mas esta é uma notícia que merece comemoração! Com sua licença meu senhor Elrond, mas esta noite tem de ser festejada! – comemorou Aegnor (terceiro filho de Finarfin) erguendo-se de salto

- Que assim seja meu amigo, que assim seja – concordou o outro elfo sorrindo

***

Legolas encaminhou-se até o quarto onde Marianne repousava, bateu suavemente o punho contra a madeira fria e fina, sendo recepcionado por uma linda elfa de longos e reluzentes cabelos negros.

- Máravë omentaina Arwen Úndomiel (É ótimo vê-la Arwen Úndomiel!) – saudou-lhe o elfo com uma reverência

- Lúmë anta avánië Legolas Thranduilion (Faz bastante tempo Legolas filho de Thranduil) – respondeu Arwen dando espaço para que o loiro adentrasse o cômodo – Sei que estavas preocupado com Marianne.

- Ela é a razão de minha existência – Legolas ajoelhou-se ao lado da cama onde a jovem Guardiã repousava

Mary estava deitada, os braços desnudos repousavam por sobre o abdome, os lábios estavam entreabertos, os cabelos ondulados espalhados sobre o tecido macio do travesseiro, a colcha prateada lhe cobria as pernas.

- Vou deixar-te a apreciar tua amada – falou Arwen acariciando as costas do amigo - Mára estë (Descanse bem).

- Le hannon (Obrigado).

Uma pequena e improvisada cama havia sido aprumada ao lado da cama de Marianne, Legolas afastou as cobertas de seu leito tornando a ajoelhar-se e tocando as faces da moça adormecida.

- Márë olori tae (Doces Sonhos amor) – desejou o elfo depositando um suave beijo nos lábios da jovem e deitando-se a seu lado

Nunca seria uma palavra forte demais, mas não perante a determinação de Legolas que NUNCA deixou de zelar por sua amada em nenhum momento sequer e embalado pelas músicas que percorriam Valfenda naquele noite festiva, o Sindar adormeceu tendo a certeza de que o dia seguinte lhe reservava ainda mais felicidade.

***

As pestanas rosáceas tremelicaram, a jovem obrigou vagarosamente os olhos verdes a abrirem-se para um mundo novo e mais feliz.

Marianne suspirou guardando cada detalhe dos desenhos esculpidos no teto cor de areia o que fê-la lembrar-se dos momentos em que passara ao lado de Illúvatar.

Sentiu um leve desconforto ao tentar girar o corpo de forma a soltar um baixo esclamar de dor, que fora o suficiente para acordar um jovem elfo que permanecera em vigília ao lado da Srta. Anne.

- Legolas? – exclamou a jovem olhando para o elfo que lhe sorria de orelha a orelha

- Bem vinda de volta! – comemorou ele beijando os lábios de jovem tomando o cuidado de não apertar-lhe o corpo ferido

- Passou a noite a meu lado? – volveu a jovem notando que o elfo vestia apenas um conjuto de calça e camisa largas, esta última deixava um pouco do peito torneado do Sindar a mostra

- Sim, não conseguiria ficar longe de ti por um momento sequer – aquiesceu ele ajudando a jovem a sentar-se na beirada da cama macia – tem algo que preciso dizer-te.

- Fale – pediu Mary alisando as faces de Legolas

- Ma vestuvalyen? (Casa comigo?) – volveu o elfo pegando a jovem de surpresa

- Melinyel (Amo você) – exclamou a guardiã em resposta beijando fervorasamente os lábios macios do filho de Thranduil

Puxou-lhe pelo pescoço, fazendo com que o elfo se debruçase por sobre si, as mãos de Legolas moveram-se segurando a cintura de Mary que riu ainda enganchada aos lábios do loiro.

- Acho melhor pararmos por aqui – continuou a rir-se a jovem passando as mãos pelos cabelos compridos – ou podemos acarretar riscos a minha “integridade física”.

- Concordo plenamente Srta. Greyhood e digo-lhe mais, terei de deixá-la aos serviços de duas jovens elfas que quase morreram de preocupação devido a seu estado – concordou Legolas levantando-se sem antes dar um beijo nas costas da mão de Marianne

- Almarvarnë e Turelië seriam os nomes destas elfas? – questionou a moça sorrindo

- Sim e creio estarem tão preocupadas com você quanto eu mesmo fiquei – aquiesceu o príncipe

***

Um pobre hobbit estava deitado sobre mais um dos leitos de Imladris, os cachos revoltos que constituíam os cabelos negros estavam amassados pelo travesseiro de penas.

Um dos dedos fora arrancado por uma asquerosa criatura de nome Gollum e que não me vem ao caso aprofundar-me sobre tal (ao qual tenho certeza de que nutrem profundo asco), alguns pequenos hematomas espalhavam-se pelo corpo raquítico.

Os longos e grossos cílios moveram-se milimetricamente, os olhos piscaram diversas vezes acostumando-se a claridade que provinha da janela aberta.

- Bom dia meu amigo! Hoje são 2 de Maio e se fosse perguntar-me, estás novamente na casa de Elrond meio-elfo – disse-lhe uma voz forte e retumbante

- Gandalf? – perguntou Frodo acomodando-se na cama de modo a fitar o mago de vestes brancas a sua frente

- Você conseguiu senhor Bolseiro! Destruiste o Um Anel! – saudou o Istari dando leves tapinhas nos ombros do garoto

- Não sabe o quanto alegra-me saber que está vivo! – o sobrinho de Bilbo soltou uma sonora gargalhada

- Não sou o único que tem de saudá-lo – dois espivitados hobbits adentraram o cômodo, de sorrisos abertos e rostos felizes pularam sobre a cama do amigo

Meriadoc e Peregrin não continham a felicidade que lhes sacudia o corpo, abraçando e beijando as mãos de Frodo em retribuição ao que o companheiro fizera.

Logo após surigiu um rabugento e amável anão ruivo, filho de Glóin e sobrinho de Dáin, que tinha um imenso sorriso oculto pela vistosa barba vermelha.

Aragorn surgiu logo em seguida, trajando finas e aprumadas vestes carmins, tinha os cabelos castanhos presos numa meia cola e um esplendoroso sorriso nos lábios.

Um alto e formoso elfo loiro de vestes prateadas amparava uma bela e corajosa jovem de belos e refinados tratos, ostetando um delicado diadema de prata nos cabelos castanhos. (http://www.polyvore.com/marianne_at_rivendell/set?id=73941563)

- Marianne! – exclamaram todos com grande exaltação

- Como senti a falta de todos vocês! – a moça abraçou um por um de seus amigos até chegar a beirada da cama onde Frodo repousava e abrir espaço para que Sam aparecesse por detrás de seu corpo esbelto

- Sam! – gritou Frodo sendo abraçado pelo amigo de jornada – Oh Sam! Meu amigo e confidente, que não abandonou-me em momento algum!

- Não lamente-se Senhor Frodo, é hora de festa! – rebateu o ruivo

Marianne então encaminhou-se para o lado de Legolas dando as mãos para o elfo e ofertando sorrisos aos amigos que tanto lhe fariam falta.

Ao passo que, um pequeno grupo de pessoas, todas escoltadas por guerreiros élficos aproximava-se de Valfenda, entre os quais estava uma velha conhecida de Elrond Peredhil e também de Gandalf.

- Falta muito Maragareth? – perguntou o homem alto que carregava nos braços uma pequenina garota de cabelos loiros nos braços

- Ora deixes de reclamar Robert! – repreendeu a vigorosa senhora – Afinal de contas, até ontem não acreditavas na existência de elfos e agora estás prestes a conhecer o rei de Imladris!

- Dona Meg, nunca pensei que um dia veria tamanha beleza – murmurava absorta a melhor amiga e confidente de Marianne, Suzan (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=74514463&.locale=pt-br)

Era uma menina de traços meigos, olhos azuis celestes e cabelos loiros que lhe caíam pelas costas, senso crítico e investigativo (o que lhe adiantava a profissão que queria seguir, jornalismo), por detrás do sorriso aberto e da breve exaltação escondia-se a dor e a culpa pela perda da irmã mais velha.

Fora num acidente de carro, ambas conversavam sobre o futuro, a irmã mais velha aconselhando a mais jovem, até que um imprudente motorista de caminhão perdera o controle do automóvel, chocando-se de frente contra o carro das moças.

O questionamento do motivo pelo qual a jovem juntara-se aos parentes de Mary, era que além de ser uma pessoa muito ligada à amiga de infância (a dor da perda acabou por uni-las e fortificar-lhes o laço de amizade), era também uma fã da obra de Tolkien.

- É minha querida às vezes vale a pena sonhar um bocado – respondeu a senhora alegremente

- Tem mais dessa gente bonita vovó? – questionou a doce Alícia distribuindo sorrisos aos elfos que a seguiam

- Mas é claro meu bem – concordou a avó de Marianne parando diante aos portões da cidade élfica

- Seja bem vinda Margareth, filha de Tolkien, guerreira da Terra Média! – saudou-lhe o elfo castanho com um sorriso

- Obrigada Elrond, sabes o quanto sinto-me honrada em retornar a este local abençoado – retribuiu a filha de Tolkien – estes são Robert e Alícia, meu genro e minha neta. Esta é a jovem Suzan, uma amiga muito estimada por Marianne.

- Sejam bem vindos a Valfenda.

- Cadê a minha mana? Sinto saudades dela – murmurou Alícia que descera do colo do pai e puxava a barra do longo manto de Elrond como costumava fazer quando estava impaciente

- Minha filha vai levá-la até sua irmã, Arwen – pediu o rei élfico

- Venha pequena – pediu Arwen estendendo a mão para a loirinha

- Posso ir com a moça bonita papai? – perguntou ela já de mãos dadas com a elfa

- Claro filha – concordou o homem um tanto quanto esbasbacado diante de tamanha beleza

- Vou junto – declarou Suzan resoluta – estou louca para ver a Mary novamente!

 Alícia chamou a atenção de diversas elfas que transitavam por entre os corredores de Rivendell, tamanha era sua felicidade que em pouco tempo já estava no colo de Arwen mexendo nos enfeites de mithril que enfeitavam os cabelos negros da filha de Elrond.

Chegaram até uma pequena praça, onde reuniam-se os membros da Sociedade do Anel (menos Frodo e Sam, que ainda repousavam), os olhares voltaram-se para as três paradas defronte ao portal de pedra.

Aragorn escancarou um grande sorriso ao ver a amada surgir ainda mais bela do que lembrava-se, e Marianne tinha lágrimas nos olhos.

- Mary! – gritou a garotinha atirando-se nos braços da irmã mais velha

- Ah céus! Como senti sua falta! – murmurava a jovem entre lágrimas sem importar-se se o abraço apertado da irmã estava lhe causando dores

- Está viva – o filho de Arathorn aproximou-se de Arwen sorrateiramente tocando-lhe as faces rosadas

- Podemos ficar juntos agora – sussurrou a elfa em resposta, beijando calidamente os lábios do homem

Após separar-se da irmã, a jovem guardiã voltou-se para a loira que lhe encarava com as mãos nos quadris e com uma expressão que a amiga conhecia bem.

- Oi Suh – cumprimentou ela

- “Oi Suh?” Como pode me receber desse jeito, após sumir sem nem ao menos dar sinal de vida?! – gritou a outra exasperada lançando-se aos braços da morena – Quase matou a mim e meus pais de preocupação!

- Desculpe, não pude responder-lhe – objetou Marianne sorrindo – Legolas, Aragorn, Gimli, Gandalf, Merry e Pippin, esta é Suzan (http://oesteselvagem.fantasticomundodesunca.org/wp-content/uploads/2013/02/amanda-seyfried.jpg), minha melhor amiga.

- É um prazer srta. – saudou-lhe Gandalf cortes

- Mary, não tem nenhuma amiga do nosso tamanho para apresentar-nos? – questionavam os hobbits a guardiã de forma brincalhona

- Bem vinda a Terra Média! – saudou-lhe Gimli

- É uma honra conhece-la – Legolas inclinou-se beijando uma das mãos da jovem que soltou um suspiro de admiração

- Além de lindo ele ainda é cavalheiro – sussurrou Suzan a amiga

- Ele é muito mais do que cavalhiero – volveu Marianne

- Quem seria esta bela e formosa menina? – questionou Gimli

- Me chamo Alícia Grey...gray... alguma coisa Hood e sou irmã da Mary – respondeu a garota estendendo a mão para cumprimentar o anão – o senhor é bem baixinho... – comentou arrancando risos dos presentes

- Isto porque ele é um anão – explicou Legolas abaixando-se para ficar do tamanho da menina – é um prazer conhecê-la.

- Mary, esse não é o moço bonito que você ficava olhando na internet?

- É sim – concordou a guardiã sorrindo – mas ele é mais bonito ao vivo do que na internet.

- E esses dois? Gostei dos pés deles! – Alícia exclamou apontando para os grandes e peludos pés de Meriadoc e Peregrin

 - Ora mas é o elogio mais prestimosos que recebemos nos últimos tempos – disse Pippin numa reverência exagerada

- A Srta. é muito bela também – concordava Merry veementemente

- Filha? – perguntou uma voz forte e trêmula que provinha de um alto e robusto homem no auge de seus 42 anos de vida

- Pai – Marianne era só sorrisos ao jogar os braços em torno do pescoço do homem que lhe fora o porto seguro por tantos anos – ah papai!

- Cheguei a pensar que nunca mais a veria – comentou Robert com lágrimas escorrendo-lhe pelos olhos

- Também cheguei a pensar que nunca mais o veria, mas agora estamos juntos – continuou a jovem embalada pelo abraço carinhoso – queria lhe apresentar alguns amigos.

- Amigos que por acaso saíram daqueles livros que você lia, não é? – perguntou o pai segurando a filha pelos ombros

- Não consigo acreditar que tenha vindo e muito menos que aceitou toda esta história de bom grado – riu-se Mary

- Seu pai custou um pouco a creer e até mesmo eu também demorei a processar a ideia – admitiu Suzan enfiando ambas as mãos nos bolsos das calças

- Bem, estes são Merry e Pippin, Gandalf e Aragorn – todos trocaram apertos de mão e reverências – e este é Legolas.

- É realmente uma honra conhecer o pai da jovem com quem pretendo casar-me – saudou o elfo

- Casar? – o tom de pele de Robert oscilou entre a palidez e a vermelhidão – Passou um ano e um mês sumida e agora estás de casamento marcado? Não me digas que... – o homem observou o corpo da filha vendo um leve volume sob o vestido rosáceo, na altura do abdome – está grávida?

- Pai! – exclamou a jovem – Não, é claro que não! Fui ferida durante a guerra, isto é apenas um curativo que foi-me feito por Elrond.

- Pelo amor de Deus! Nunca mais dê-me um susto destes! – ralhou ele assumindo a postura de pai – Ainda há de deixar-me de cabelos brancos!

Todos caíram na gargalhada.

 - Pare de ser tão desconfiado Robert! Ou você vai deixar-me de cabelos brancos! – interpos-se uma alva e grisalha senhora indo à direção de Mary de braços abertos – Minha querida!

- Vovó! – a moça lançou-se ao abraço maternal de Margareth

- Todos saúdam Margareth Tolkien! – urgiu Gandalf

Todos os presentes ajoelharam-se e por breves instantes puderam vislumbrar a sombra da guerreira que ainda vivia nas entranhas da idosa mulher.


 


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Mereço reviews?
Bjos e espero que contiuem acompanhando!