A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 32
Encontros e Desencontros


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada as minhas leitoras lindas que deixaram reviews que deixaram-me muito emocionada!
Aí vão os esclarecimentos as várias dúvidas que causei no último capítulo!
Sugestão de música: My last Breath - evanescence
E sem querer puxar "sardinha para o meu lado", mas já puxando...quem quiser dar uma olhada em uma nova fic que postei pode procurar por: http://fanfiction.com.br/historia/332738/Coracao_De_Leao/, se quiserem é claro!
Enjoy!



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POV LEGOLAS

PLAY*

O sangue congelera em minhas veias, o sol sumira por incontáveis instantes, os olhos verdes de Marianne pareceram apagados quando esta dirigiu-me um último olhar...

Amparei-a antes que desabasse no chão, o calor extinguirasse de seu corpo, a tez antes morena, ganhara um tom pálido e seu peito movia-se milimetricamente.

Tomei-lhe o pulso, o coração havia desacelerado drasticamente, seus lábios estavam gelados como as neves eternas de Caradhras. Os sons a meu redor eram-me alheios e indistintos, o bolo em minha garganta impedia-me de pensar logicamente.

- Mary.. Eu estou aqui... Você pode me ouvir? - perguntei

Marianne soltou um gemido de dor, revirando-se em meus braços como se estivesse lhe ferindo, logo após eu já não mais sustentava o corpo de uma jovem, mas sim o corpo de uma ave envolta em chamas.

- Legolas solte-a! - senti meus dedos queimarem - Aragorn, tire-o daí!

Braços fortes envolveram meu peito, tirando-me de perto.
Sabia que de nada adiantaria lutar, Mary continuava a mudar de forma, num instante era apenas Marianne e no outro a imponente Fênix.

- Marianne Greyhood! Lasto beth nîn tolo nan galad! (Marianne Greyhood! Ouça minha voz e retorne para a luz!) - ordenou Elladan

Marianne tornou a contorcer-se.

- Aragorn, solte-me! - ordenei tentando desvencilhar-me - Não posso deixa-la!

Os braços do Dunedáin afrouxaram o aperto, corri para Mary que agora estava imóvel. Elhorir pôs a mão em meu ombro olhando-me ternamente.

- Venha, deixe-me ver suas mãos - pediu ele

- Para onde vão levar Marianne? - perguntei vendo Éomer erguer a jovem nos braços

- Para o meu quarto - murmurou Éowyn - vá para lá assim que estiver são.

Deixei que o filho de Elrond guiasse-me até o local onde permaneciam os instrumentos de cura, não havia notado até então que uma de minhas mãos...estava queimada.

POV TERCEIRA PESSOA

Difícil seria descrever o que passou a Marianne no exato momento em que fechou os olhos, mas tentarei não omitir qualquer detalhe do que passou-se no fatídico momento.

Uma descarga elétrica percorreu o corpo da jovem, de modos que, esta perdera os sentidos desabando até ser amparada por Legolas.

A pobre Guardiã não fazia ideia, porém o dia de décimo sétimo aniversário aproximava-se e esta era a idade onde a moça atingiria o auge de seus poderes, que eram muito maiores do que esperava.

Tivera então um sonho (segundo Mary mesma declararia ao acordar) onde Frodo era golpeado no peito por uma enorme e horrenda aranha que lhe contaminara com seu veneno, o mesmo veneno que parecia correr nas veias da jovem.

Isto por que Marianne tivera seus poderes, a partir dos poderes dos três anéis élfico (Nenya o Anel da Água, Narya o Anel do Fogo e Vilya o Anel do Ar), que juntos permitiram que ela fosse agraciada por tal dádiva.

Assim, a filha dos Dois Mundos possuía sim uma ligação com o Um Anel e com seu portador, sentindo o que Frodo sentira e vendo o que este vira, por este infame motivo os Nâzgul haviam-na perseguido na fazenda de sua avó.

Quanto às transformações simultâneas, eram devidas a mudança de temperatura que ocorria no corpo da jovem, efeitos superficialmente causados pelo veneno de Laracna.

Porém nenhum poder no mundo pode resistir à magia dos elfos, sendo esta aplicada por Elladan fazendo com que a jovem desligasse de sua conexão com Frodo e retornasse ao mundo real.

Legolas tivera uma das mãos queimadas ao amparar o corpo delgado da Fênix durante seu acesso, mas esta já fora besuntada de óleo e devidamente enfaixada por Elhorir que garantira que iria curar em pouco tempo.

Assim que puderam, ambos foram ao quarto de Éowyn, só não estava abarrotado de gente, pois Gimli ameaçara arrancar a cabeça de quem fosse ao quarto atrapalhar.

Aragorn estava sentado na beira da cama, a mão sobre a testa de Mary (que a propósito já recobrara a cor natural), dirigiu seu olhar a Legolas quando este aparecera na porta e o elfo pôde ver um lampejo de alívio nos olhos do outro.

- Como ela está? perguntou o loiro

- Melhor, permanece desacordada porém já voltou a respirar normalmente - respondeu o dunedáin - deve acordar logo.

- Como está a sua mão? - quis saber Elladan, que a um canto bebia um pouco de água fresca

- Um pouco machucada, mas nada grave.

- É meu amigo, por isso nunca pensei em me casar - começou Gimli - mulheres são perigosas!

O comentário, apesar de um pouco inconveniente, desanuviou a atmosfera pesada daquele simples quarto.

Marianne remexeu-se, unido as sobrancelhas escuras e espreguiçando-se como quando acordamos depois de uma longa noite de sono. Legolas preciptou-se sobre a jovem.

- Tae? (Amor?) - perguntou receoso erguendo a mão envolta em faixas para acariciar o rosto de Marianne

- Legolas? - perguntou a jovem abrindo as pestanas e mostrando a todos olhos tão verdes quanto a mais pura esmeralda O que...

A verdade, era que a Guardiã tinha pequenos flashbacks de que ocorrera, correu os olhos pelo cômodo, a mão enfaixada do elfo prendeu-lhe atenção.

- Oh meu Deus! - Mary pôs ambas as mãos no rosto escondendo-o - Fui eu que fiz isto não é? - questionou tomando a mão ferida do loiro na sua

- Não se preocupe, estou bem - garantiu tomando-a nos braços e inspirando o aroma delicioso que sua pele exalava

- Eu..tive um sonho...com Frodo - tornou a dizer

- Não foi apenas um sonho - esclareceu Elrohir - o que tiveste foi uma visão.

- Uma visão? - perguntou Éowyn

- Sim, aquilo que viste, ocorreu na mesma ou em maior intensidade - continuou Elladan

- Frodo está em maus bocados...e aparentemente só - disse Marianne

Após explicar o que vira (embora tudo parecesse borrado em sua mente), todos os presentes concordaram que o melhor jeito de ajudar os hobbits, era encontrar ajuda de outros que se dispusessem a acompanha-los na guerra.

Marianne não se opôs quanto ao fato de ganhar novamente uma carona de Legolas, ambos seguros no lombo fulvo de Trovão. Dirigiram-se ao acampamento para onde estavam sendo levados os soldados.

Meriadoc, ao saber sobre o ocorrido, encheu Mary de abraços e perguntas sobre como a moça sentia-se quase a sufocando num abraço de urso.

A Companhia Cinzenta acompanhava o grupo e Aragorn aproveitou a chance para fazer incontáveis perguntas a seus irmãos do norte, sobre como havia se dado a dominação de Sauron por tais terras.

Ao todo os capitães de Théoden reuniram dois mil homens, entre eles os soldados da Colina do Vento. Marianne estava exausta e adormecera na metade do trajeto, nem ao menos acordou quando Legolas a tomou nos braços e levou-a até uma das tendas, deitando-a sobre uma cama de campanha.

O elfo depositou um beijo suave na testa da amada, precipitou-se para fora e deu-se com Éomer tentando conter alguns cavalos que agitavam-se inflando as narinas e escoiceando quem tentasse contê-los.

- Os cavalos estão inquietos e os homens quietos - comentou o Sindar

- É a proximidade com a estrada que leva a Pedra de Erech e a Senda dos Mortos - esclareceu o sobrinho de Théoden

- Como está Mary? - perguntou Gimli

- Melhor, mas ainda cansada - esclareceu Legolas sério

- Ainda está preocupado, não é? - prosseguiu Aragorn

- Um pouco, Marianne não merece passar por algo tão cruel - murmurou o elfo - ela já perdeu tantas coisas...

- É apenas uma parte das modificações que acontecerão - Elladan tocou o ombro do amigo - é um fardo árduo para uma possuidora de um grande poder.

- Não fique deste jeito! - Elrohir bagunçou os cabelos de Legolas que riu das travessuras do gêmeo mais extrovertido

***

A Guardiã acabou perdendo a ceia (que deveras, não foi grande coisa), por continuar adormecida, os homens recolheram-se cedo, preparando-se para o dia de uma das grandes batalhas que enfrentariam.

Um dos sentinelas do rei, vislumbrou ao longe, um cavaleiro encapuzado que subia cauteloso as escarpas das
Montanhas Brancas, a figura estava tensa sob o longo manto escura e carregava algo que mudaria o rumo da história da qual vos falo.

Em sua tenda, Aragorn sonhara com Arwen Undómiel, a única mulher que amara e que amaria até que as estrelas caíssem dos céus.

Foi acordado por um dos guardas do rei que o convocara para os aposentos reais, dizendo que alguém aguardava-o. O dunedáin agradeceu por terem lhe acordado, pois tivera um terrível pesadelo com a filha de Elrond e um peso lhe assentara no peito.

Afastou o tecido fino da cabana de Théoden, em seu interior estavam o rei e uma estranha figura envolta em mantos negros.

- Vou deixa-los a sós - disse o filho de Thengel retirando-se

O homem ergueu-se levando as mãos ao capuz e revelando o rosto de um velho e amistoso amigo.

- Mestre Elrond - saudou-o Aragorn com uma vênia

- Trago uma mensagem daquela a quem ama - disse-lhe o elfo

Marianne remexeu-se sob as cobertas, fazendo-as caírem no chão com um pequeno estardalhaço, só neste instante percebeu que não estava mais em Edoras.

Procurou por sua mochila e encontrou-a a um canto, perto de suas armas, procurou em seu interior pelas roupas com que chegara a Lothlórien, estavam com o típico cheiro de roupas recém-lavadas.

Despiu-se mudando de roupas, pôs sua regata preta e shorts jeans, além de suas botas de montaria e o colete de couro que adaptou-se perfeitamente às novas vestes da moça.

Trançou os longos cabelos castanhos e deixou que a trança caísse sobre o ombro então saiu pé ante pé de sua cabana e caminhou pelo acampamento aparentemente deserto.

Virou-se para uma abertura existente entre as rochas mais adiante e sentiu um profundo arrepio invadir lhe, estava tão absorta em seus próprios pensamentos que nem ao menos notou a figura que movia-se em sua direção.

Esbarrou com força contra o corpo rígido do homem encapuzado, só não caindo por que este segurou-a pelo pulso.

- Perdoe-me, estava distraída - pediu Mary estreitando os olhos

- Eu devo desculpas a ti Marianne Greyhood - Elrond revelou seu rosto, que fora tomado por uma súbita emoção

- Mestre Elrond - a jovem pôs um joelho em terra em sinal de reverência

- Levante-se criança - pediu o elfo com um sorriso nos lábios finos

A moça aquiesceu, fazendo o que o senhor de Rivendell pedira, este esticou uma das mãos para acariciar a face da bela jovem.

- Você cresceu rapidamente criança - comentou ele

- Eu..sei que - balbuciou Mary confusa

- Que estive ao lado de sua mãe quando tú nascestes - completou Elrond - sinto muito por tê-la perdido.

- Obrigada pela consideração.

- Meu tempo é curto, devo partir - o elfo beijou a fronte da jovem delicadamente - Tenn enomentielva! (Até nosso reencontro!)

- Namárië! (Adeus!) - disse-lhe Marianne com lágrimas nos olhos

Aragorn saiu da tenda, Andúril (feita a partir dos fragmentos de Nársil) em suas trêmulas mãos e algumas poucas lágrimas insistentes marcando-lhe as faces curtidas pelo sol.

Encontrou Marianne do lado de fora, os olhos brilhando devido as lágrimas, ela olhava para o ceu de forma sonhadora, estava com as roupas com as quais chegara a Terra Média.

- Marianne - disse ele aproximando-se e tomando-lhe num abraço - como está se sentindo?

- Vi Elrond - respondeu a jovem apenas tentando suster o choro - ele estava com você, não estava?

- Sim, veio entregar-me isto e dar-me um conselho.

- Que conselho? - questionou a garota com curiosidade

- Disse-me para ir até a Senda dos Mortos - respondeu o Dunedáin - pedir-lhes ajuda.

- Vou com você e nem pense em me dizer o contrário! - Marianne já corria na direção onde os cavalos estavam atrelados

Aragorn riu, pensando no quanto era bom ter a companhia de
alguém como Mary.

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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?
Beijoss



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