A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 31
Velhos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Agradeço aos reviews que tem deixado! Muito obrigada a recomendação da eeloisa! Me deixou mega feliz!
Espero que gostem!



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Minas Morgul era sem dúvida um local nefasto e pestilento, o cheiro da morte impregnava o ar de maneira opressiva, causando calafrios nos mais corajosos.

Era antes denominada Minas Ithil, A Torre da Lua, mas após a dominação do rei bruxo de Angmar passou a chamar-se Minas Morgul: Torre do Bruxedo.

Para este lugar, foram levados dois hobbits do condado; Sawise Gamgee e Frodo Bolseiro, ambos guiados por Sméagol, uma criatura
rastejante e medonha que lhes servia de guia.

Ele prometera leva-los a Mordor por outro caminho, que não desembocasse diante dos Portões Negros, sem chamar total atenção do Olho e dos mais de 600 mil orcs que residiam na fortaleza do Senhor do Escuro.

Sam tentava resistir ao sono que lhe perseguia com insistência, estavam às portas de Cirith Ungol, uma passagem construída por Gondor, porém utilizada atualmente pelos servidores de Sauron.

O hobbit estava de vigília, pois havia presenciado uma das crises de identidade de Gollum, onde este discutia consigo mesmo o melhor modo matar os dois Pequeno e roubar o anel de Frodo.

O Mestre, como Frodo fora apelidado por Sméagol, assumira uma postura de defesa à criatura desprezível, dizendo que o pobre coitado ficara atormentado devido à presença do anel.
Sam aspirou o ar poluído, cerrando os olhos por fim. Gollum abriu suas pestanas esbranquiçadas dando um sorriso de escárnio.

- Hobitssesss são tão estúpidos, Precioso - murmurou ele aproximando-se da mochila dos meninos - nóis não gosta do hobbit gordo, não nóis não gosta! Gollum, Gollum!

Achou então o que lhe interessava, os pacotes contendo pão de Lembas (apenas alguns pouco pedaços restantes para não mais que quatro dias de viagem, se fossem racionados), esfarelou-os, jogando algumas migalhas sobre o corpo adormecido de Sam, o resto jogou fora.

O ruivo acordou num sobressalto, dando de trombas com o pálido Sméagol a lhe observar.

- O que está fazendo, seu imundo?

- Nóis cuida do mestre, é nóis cuida do Precioso - sibilou em resposta

- Escute, Frodo pode bem confiar em você, mas isso não significa que eu confie! - grunhuiu

Gollum partiu para cima de Sam, aplicando- lhe chutes no abdome e no rosto. O hobbit apesar de pequeno era entroncado e atarracado, por isso tratou de empurrar a criatura para longe de si tacando-lhe uma pedra na testa.

- Ah! - gritou Sméagol vendo que sangrava

- Sam? - Frodo havia acordado com a discussão vendo que os dois companheiros de viagem estavam embolados no chão, ambos trocando socos e chutes - Solte-o Sam!

O moreno afastou o outro para longe de Gollum, caindo em seguida um pouco mais pálido quanto antes e arfando como se tivesse corrido um quilômetro sem descanso.

- Oh Sr. Frodo! Me perdoe, está tão fraco e cansado! - redimiu-se Sam - É esta coisa em seu pescoço que está lhe sugando as
energias!

- Estou com fome Sam - murmurou o outro

O hobbit prontificou-se a procurar pela comida que ainda restava em sua mochila, porém não a encontrou em lugar algum.

- Sumiram, as Lembas sumiram! exclamou em pânico - Foi você não foi?

- Sméagol? Não, nóis detesta o pão nojento dos elfos! Gollum soltou uma cusparada

Sam estava prestes a dar-lhe uma resposta, porém Frodo foi sacudido por um tremor, gemendo e arfando novamente.

- Se eu pudesse ajuda-lo senhor - murmurou - talvez eu possa carrega-lo um pouco, dividir a carga... - apontou para a corrente de ouro no peito de Frodo

Carrega-lo um pouco, dividir a carga... as palavras repetiam-se na mente do Portador do Anel de modo enlouquecedor.

- NÃO!!! - protestou ele afastando-se - O tempo todo, esteve esperando para toma-lo de mim!

- Não ouve o que está dizendo?

- Ele sempre quis o Precioso, é sim Messstre! Mas nóis protege o Mestre, protege sim! concordava Sméagol energicamente - Leva o Mestre pra Montanha de Fogo! É sim, É sssim...

- Vamos Gollum! Não preciso mais de você Sam Gamgee - Frodo deu-lhe as costas e assim, Sam teve a oportunidade de chorar

Pois agora...ele estava só, tão só quanto jamais pensara estar. Um desespero tomava conta de si, quase beirando a loucura.

Sam lembrou-se então de alguém que não gostaria de vê-lo daquele modo, enxugou as lágrimas que escorriam por suas faces sujas de fuligem.

- Vamos Sam! A Srta. Marianne não gostaria de vê-lo assim! - e com muito dificuldade começou a descer o rochedo onde estava

***

POV MARIANNE

Gandalf partira para Gondor com Pippin, tinham de avisar ao Regente sobre o ataque planejado por Sauron contra Minas Tirith.

Dirigíamos a Edoras com o gorgolejar do rio a nossas costas como um último alento. A atmosfera tornara-se tão pesada, que era até difícil respirar, a tensão propiciada pela aproximação do fim.

Merry cabeceava sobre a sela, Legolas permanecia em silêncio a meu lado, embora não dirigisse uma palavra sequer a mim, sabia que seus olhos estavam postados em meu rosto.

Alguns pontos de luz aproximavam-se a cada passo dado pelos cavalos, porém algo obstruiu-nos o caminho, quatro cavaleiros encapuzados vieram ao nosso encontro.

- Auto! Quem vem lá? - gritou Éomer autoritariamente - Apresentem-se em nome do rei!

Os dois cavaleiros que vinham guiando o grupo, já apeados, mostraram rostos tão idênticos que levei um sobressalto.

Eram elfos de cabelos castanhos e olhos cinzentos, seus rostos me pareciam familiares, como uma antiga lembrança de um sonho a muito perdido.

- Somos Elladan e Elrohir, das terras de Valfenda, filhos do grande Mestre Elrond!- anunciou - Estamos acompanhados de Belhahir e Halbarad, Guardiões de Norte!

- Yomentielm' alassë ná (É muito bom encontrá-los!) - saudou Aragorn abraçando cada um dos companheiros

- Os conhece? - questionou Théoden

- Há muitos éons - respondeu o homem de barba ruiva, Halbarad

- Estes são meus irmãos do norte - Eleassar apontou para os Dunedáins

- Sejam bem vindos às Terras dos Rohirrim. - disse-lhes Éomer com uma vênia

- O que os traz de tão longe? - questionou Háma

- Viemos com uma mensagem de nosso pai- esclareceu Elrohir perspassando os olhos por nosso modesto grupo e após fixando-os em mim - Ah! Esta deve ser Marianne.

Caminhou a passos leves em nossa direção, deu um aperto de mão em Legolas sussurrando-lhe algumas palavras em élfico, após tomou uma de minhas mãos depositando um beijo em seu dorso.

- Fico encantado em conhecê-la - sussurrou-me ele

- Igualmente - respondi sorrindo

- Órenya linda tyë-cenien (meu coração canta ao vê-la) - disse-me Elladan de forma cortês

Fui apresentada aos outros dois integrantes da Companhia Cinzenta, pois eram assim que se autodenominavam os quatro viajantes solitários.

Legolas parecia ter um grande carinho pelos gêmeos, que
conversavam alegremente com o loiro, fazendo-lhe perguntas em um élfico tão arcaico que nem ouso tentar traduzir.

Chegamos a Edoras pouco após nosso encontro, Aragorn dirigiu-se
a um dos quartos no lado oeste de Meduseld, sem esclarecer nenhuma de nossas dúvidas sobre o que Elladan havia lhe dito.

Sentei-me nos degraus da escada que levava as portas de entrada do castelo, Meriadoc tinha sido encaminhado para um dos quartos, o pobrezinho estava tão cansado que dormira o caminho inteiro até a cidade.

- Sem sono? - questionou Gimli

- Parece que sim - concordei com um suspiro

- Já não bastava ter um elfo para incomodar-me, agora tenho de aturar mais dois! - bufou o anão vendo que os três orelhudos como ele mesmo dizia, aproximavam-se

- Deveria estar na cama - ralhou Legolas tocando meu rosto com a ponta dos dedos

- Perdi o sono - puxei-o para sentar ao meu lado com um sorriso maroto nos lábios

Notei que Elladan e Elhorir cochicaram algo que fez o filho de Thranduil rir.

- O quê? - questionei

- Disse apenas que nunca pensara em ver Legolas com alguma dama -
ria-se Elrohir

- Muito menos uma dama tão bela - completou Elladan

- Cuidado orelhudo, esta bela dama já tem um dono! - interveio Gimli supreendendo-me

- Quando foi que viraste amigo de um elfo, filho de Glóin? - tornou a questionar Elladan

- Ora, não me amole com esta conversa sem nexo! - grunhuiu ignorando o comentário e partindo em outra direção

- Mal-humor é bem típico dos anões - murmurou Elrohir abafando uma risada

Observei o quanto Legolas estava perto, os braços em torno de meu corpo, os cabelos louros roçavam em minha face, as mãos entrelaçadas nas minhas.

Virei o rosto na direção do elfo, os olhos mais azuis do que o mar pareciam despir-me a alma, os lábios tão perto que podiam sentir o gosto que tinham.

Beijou-me com força, borboletas agitaram-se me meu estomâgo causando-me arrepios na espinha, passei as mãos por seus braços, mas...

- Meus amigos! Em nome dos Valar, a consumação de um amor não precisa de testemunhas! - gritou Elladan parecendo impressionado

- Bem me parece que eles não sabiam disso - caçoou o outro

- Ótimo! Se queriam que ficasse envergonhada, conseguiram! - toquei a face um pouco corada de Legolas - Alassëa lómë (boa noite).

- Alassëa lómë - respondeu-me com um sorriso

- Boa noite para você também, Marianne - Elrohir fez-se ofendido

- O que se ensina nas escolas modernas? - questionava-se Elladan

Ri e fui para meu quarto.

***

Poucos dias passaram-se desde a partida de Gandalf e Peregrin quando os primeiros faróis passaram a ser acesos nos mais diferentes pontos da Terra Média.

Meriadoc fora proclamado Cavaleiro de Rohan e era paparicado por Marianne como a um irmão mais novo.

Aragorn permanecia observando o horizonte, na esperança de que alguma chama aparecesse no limiar de Rohan e Gondor, para sua surpresa conseguiu divisar um pouco luminoso a algumas léguas.

Correu a tropeços para a sala do trono, escancarou as portas endireitando o tronco, a expressão de surpresa nos olhos do rei não o espantava, pois ele mesmo demorara a acreditar.

- Os faróis estão acesos! Meu senhor, Gondor pede ajuda! - anunciou o Dunedáin

- E terão! Gamling, mande preparar os cavalos! - ordenou Théoden

Marianne ja estava do lado de fora conversando com Éowyn enquanto ambas encilhavam suas montarias, a loira mantinha uma expressão animada.

- A Srta vai conosco? - questionou Aragorn aproximando-se

- É uma tradição das mulheres de nosos povo, dar o último adeus aos guerreiros - respondeu a loira sorrindo

O Númenoriano ergueu um pouco a manta que cobria a sela do cavalo de Éowyn, descobrindo uma espada.

- Éowyn..

- Não diga nada, sei muito bem como usá-la, servirá apenas como proteção. - respondeu indiferente

Marianne riu terminando de fixar os arreios quando o ar lhe sumiu, apoiou-se no lombo escuro de Trovão, arquejou...ouvia vozes, mas não sabia distinguir de quem eram...

Ergueu os olhos a tempo de ver Legolas correndo em sua direção, então tudo escureceu...

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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews?
Qualquer dúvida que precisar de esclarecimento, podem perguntar!
Bjos