A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 29
A volta dos Pequenos


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil desculpas pela demora!
Tive um problema no computadore por pouco não perdi a história!
Mas aí está mais um capítulo fresquinho para vocês, bem vindos aos leitores novos e mais uma vez me desculpem!



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POV MARIANNE

O vento assoviava por meus ouvidos, os cascos de Trovão batiam com força no solo na esperança de achar algum tipo de ajuda.

Não iria deixar que a linhagem dos Rohirrim fosse perdida por pura birra de um rei que tinha o coração tomado por remorso e dúvida.

As pedras irregulares amontoavam-se de ambos os lados do trajeto que seguia, puxei as rédeas com força virando-me de costas e observando o mar negro de orcs que reunia-se em frente ao Forte.

Suspirei e voltei a correr, o aperto em meu peito tornando-se maior a medida que afastava-me do campo de batalha, sem achar resquícios de Gandalf ou Éomer.

Trovão estacou ao aproximar-nos de uma formação rochosa de cerca de dois metros de altura, o alazão recuou de cabeça baixa batendo os cascos no chão e soltando relinchos agoniados.

- Trovão? – perguntei inclinando o corpo na direção do pescoço do animal

O corcel ofegou inclinando-se nas patas traseiras, agarrei-me a crina escura e espessa e logo após fui derrubada por algo que saltara detrás da parede encrespada de pedra.

Caí desajeitada, o ar foi expulso de meus pulmões com tamanha violência que fez-me sentir dor, levantei para fitar um grande Uruk negro observando-me com um horrível sorriso de escárnio.

- Vi você fugir passarinho – ironizou ele empurrando-me contra a parede

- Não estou fugindo seu estúpido! – abaixei-me no exato momento em que ele desferia um golpe que teria arrancado-me a cabeça

Cruzei por debaixo de seus braços abertos, mas o orc deformado agarrou-me pelos cabelos com uma força brutal, aproximou a lâmina afiada de seu machado, a pele fina e exposta de meu pescoço.

O uruk afastou o machado, erguendo-o e fazendo menção de descer o braço para decapitar-me definitivamente quando foi atravessado por uma longa lança.

Caiu de joelhos a minha frente, ergui os olhos vislumbrando Éomer, o sobrinho de Théoden com um sorriso maroto nos lábios, trazia Trovão pelas rédeas.

- Precisas de uma mão amiga? – perguntou-me

- Obrigada por me salvar – agradeci

Gandalf surgiu logo em seguida, trazendo consigo um contigente de dois mil homens, os dois mil que serviriam para equilibrar a guerra para nosso lado.

- Graças aos céus! Estamos em situação desfavorável Gandalf, precisávamos de vocês – disse montando em Trovão

- Ora minha querida, cá estou e não venho sozinho como podes ver – o mago branco sorriu-me – creio não estar atrasado.

- Não está, não se preocupe – garanti

- Sendo assim, devemos agir e o mais rapidamente possível – Gandalf passou a minha frente

Ouvimos então um potente som, que parecia urgir da própria terra, um som que não era escutado por anos, um som que atordoava os inimigos, que passavam a atirar-se na Garganta do abismo.

- A trombeta de Helm! – comemorou Éomer

- Cavaleiros de Rohan, honrem sua linhagem! – instigou-os Gandalf enquanto descíamos a planície

***

Théoden iniciara um ataque ao soar da Trombeta, empurrando os inimigos na direção do dique e consequentemente em direção da Garganta do abismo, um fosso profundo e enegrecido.

Um mar de cavaleiros de Rohan surgiu por entre as planícies, comandados por Gandalf O Branco e na companhia de Marianne Greyhood, A Guardiã.

Mais uam vez, Théoden teve de admitir que subestimara a mais nova guerreira da Terra Média, talvez pelo fato de serem poucas as mulheres que sabiam manejar espadas.

Gandalf ergueu seu cajado, fazendo emanar uma cegante luz branca que atordou os Uruk-hais, os cavaleiros avançaram como um turbilhão, as chamas da vitória acendidas em seus corações.

Marianne cavalgou sentindo os pelos da nuca se eriçarem, quando os cascos de Trovão chocaram-se contra os escudos que os enormes orcs carregavam, a moça teve certeza de que nascera para defender os Povos Livres do mundo maravilhoso que fora descrito por seu bisavô.

Legolas observara a bela jovem no topo da planície, ela tinha uma postura altiva e ao mesmo tempo serena, a imagem de alguém com um coração tão puro quanto o de um dos altos elfos.

Lutaram até restarem alguns poucos e dispersos Uruks, que correram deseperados na direção dos penhascos e ravinas, Théoden reunira-se com seu sobrinho esperando que ele lhe perdoasse pelo que fizera.

- Peço-lhe perdão, estava tomado pelo ódio e possuído por Saruman – dizia o rei tomando as mãos do sobrinho nas suas

- Perdoo-te meu tio, mas agora também devo desculpar-me para com alguém – respondeu o irmão de Éowyn tocando o ombro de Théoden e encaminhando-se para onde Marianne estava

A moça cantarolava em voz baixa, tomou um demorado gole de água que lhe fora ofertado por um dos guardas antes de virar-se e notar a presença de Éomer.

- Devemos a vitória a você, se não tivesse aceitado voltar...talvez não estaríamos aqui – murmurou-lhe ela sorrindo e erguendo o cantil sinalizando um brinde

- Devo-te desculpas, por tê-la subestimado e por ter sido rude com a senhorita, quando a conheci – pediu o loiro aproximando-se

- Aceito suas desculpas – Mary sorriu afastando-se da investida do sobrinho de Théoden

- Atrapalho? – era a segunda vez em que Legolas aparecia para “salvar” Marianne de seus admiradores

- Não, é claro que não – murmurou Éomer olhando nos olhos azuis do elfo – tens sorte de ter o coração desta bela dama.

- Certamente meu amigo – Legolas olhou para a moça sorrindo – eu tenho muita sorte.

O Rohirrim deixou-os sozinhos, o casal uniu-se num abraço apertado, ambos certificando-se do bem estar do parceiro. Marianne embriagou-se com o toque suave e adocicado dos lábios do elfo, a moça passou os braços pelo pescoço de Legolas acariciando-lhe os cabelos dourados.

- Não quero que vá embora – falou Mary ao que o filho de Thranduil uniu as sobrancelhas finas – não quero que vá para as Terras Imortais.

O Sindar calou-se por alguns instantes, Mary tentava organizar as palavras em sua mente para não cometer nenhum erro, tocou o rosto de Legolas forçando-o a olhá-la.

- Eu sei que pareço egoísta, na verdade este é um pedido egoísta, mas não suportaria perdê-lo. – ela baixou o olhar

- Não pretendo ir – respondeu ele surpreendendo-a – muito menos agora, que encontrei a mulher que amo.

Aragorn observava a cena de longe, suspirou olhando para o colar que aparentava pulsar em seu peito, lembrou-se de Arwen e pensou se esta já estaria a caminho dos Portos Cinzentos.

- Presenciaremos mais um caso de miscigenação de raças – o dunedáin não percebera a presença de Haldir até este pronunciar-se

- Não controlamos o coração meu caro amigo, muito menos escolhemos a pessoa pela qual iremos nos apaixonar. – concluiu o homem escondendo a Estrela Vespertina dentro das vestes

- Tens razão, mas creio que as mentes mais antigas apresentam receio quanto ao caso entre humanos e elfos – continuou ele

- Um dia tais mentes terão de abrir-se para novas ideias.

- Minha hora chegou, tenho de partir para minha terra – Haldir tocou o ombro de Aragorn e o reverenciou - Merin sa haryalye alasse! (Espero que tenha sorte!)

- Le hannon. (Obrigado) – Aragorn lhe correspondeu o gesto

- Agradeça Marianne por ter-me salvo a vida. – pediu antes de sumir com alguns poucos eslfos que restaram da batalha

- O elfo resolveu sair às escondidas? – perguntou Gimli de repente

- Haldir precisa retornar a sua morada – Aragorn sorriu para o anão

- Pena não podermos fazer o mesmo – regozijou-se o filho de Glóin

- Em breve poderemos – prometeu Aragorn

- Mas enquanto estamos juntos, dedicarei meu tempo a “apadrinhar” nosso mais novo casal de pombinhos – Gimli riu debochado

- Principalmente Legolas, não é? – questionou Aragorn

- Exatamente meu bom Dunedáin – o anão caminhou decididamente na direção de Legolas e Marianne

Os dois viraram-se para encarar Gimli, quando este sentou-se sobre um dos Uruks mortos e acendeu seu velho e bom cachimbo soltando nuvens de fumaça.

- Espero que tenham contado o número de uruks retaliados durante a batalha – disse ele entre uma baforada e outra

- Contagem final, quarenta e dois – disse-lhe Legolas com um sorriso vitorioso

- Pois bem, estou sentado sobre o número quarenta e três – constatou o anão mostrando seu machado fincado na cabeça do orc

- Mary? – perguntou o elfo à jovem que sorria consigo mesma

- Sinto muito cavalheiros, mas eu cheguei à marca de quarenta e cinco – a moça tamborilou os dedos nos joelhos levantando-se – creio que tenha ganhado.

- Perdemos para uma mulher, meu caro elfo amigo – riu-se Gimli

- Parece que sim – concordou o outro

***

Outra batalha travara-se longe dali, nos vaus do Isen onde dois jovens hobbits comandaram um exército de Ents. Isto ocorrera após três longos dias de deliberação decidiram-se por deslocar-se até a fortaleza do Mago branco em busca de vingança.

Esta ficaria conhecida como a Última Marcha dos Ents, eram cerca de cinquenta destes acompanhados dos desordeiros Huorns, considerados Ents "arvorescos" ou árvores "entescas", por não possuírem a capacidade de sentir.

Destruíram Isengard quebrando suas paredes, destruíram também as comportas que matinham contidas as águas da barragem fazendo com que Saruman ficasse preso em Orthanc, destruindo também a vila que os terríveis Orcs haviam construído em torno do pináculo de pedras negras.

Meriadoc e Peregrin encontraram durante uma pequena ronda, o maior estoque de Erva do Condado que já tinham visto em suas vidas, automaticamente puseram-se a experimentar o gosto de sua morada novamente com o desejo de que pudessem retornar as suas quentes e aconchegantes tocas de Hobbit.

Estavam sentados sobre um arco de pedra que fora mantido durante o ataque, baquetearam-se com um pouco da comida que estava armazenada em Isen para depois deitarem-se sob as nuvens.

- Sabe Merry, sinto falta de Frodo e Sam – comentou Pippin fechando os olhos e imaginando onde estariam os companheiros

- E de Marianne, Aragorn, Legolas, Gimli e Gandalf – continuou Merry fazendo um muxoxo

- Espero que nos vejamos logo, queria que eles vissem toda esta erva do condado! Por isso ela ficara tão escassa em nossas terras, estava sendo contrabandeada! – exasperou-se Peregrin

- Sabe do que sinto falta, meu caro amigo? – questionou novamente o outro

- Não, meu caro.

- Da melodiosa voz da Senhorita Marianne, gostaria tanto de ouvi-la cantando novamente! – Meriadoc arqueou os ombros soltando um longo e pesaroso suspiro

- Só sentiu falta de minha voz, Meriadoc Brandebuque?

O sobressalto fora o suficiente para fazer ambos meninos quase despencarem do arco onde permaneciam sentados, viraram-se ligeiros e sorriram de orelha a orelha quando vislumbraram os amigos que relembravam instantes atrás.

Gandalf decidira ir até Isengard, pois já fora relatado o que ocorrera dentro da fortaleza de Saruman; levara Théoden, seu sobrinho e os companheiros que lhe restaram da antiga, mas não findada Sociedade do Anel.

  Mary tinha um sorriso quase tão radiante quanto o dos hobbits que agora lhe abraçavam ainda sem acreditar que a moça estivesse viva em suas frentes.

- Srta. Anne! Céus! Não esperava vê-la tão cedo! – surpreendeu-se Pippin

- Quase nos mataram de susto! Chegamos a achar que tínhamos perdido vocês! – correspondeu a jovem envolvendo-os num abraço apertado

- Pelo menos agora sabemos que eles estavam banqueteando-se enquanto quase morremos! – gritou Gimli entre risos

- Ora, sentimos sua falta também Gimli! – defenderam-se os hobbits

- Humahamhumham! Vejo que trouxe a mais bela entre todas Gandalf! – o grande olmo reverenciou Marianne

Barbárvore era uma visão realmente surpreendente para alguém que nunca vira em Ent, com seus quatro metros e meio de altura, podia facilmente esmagar qualquer um que se pussese em seu caminho.

- Sim Fangorn e vejo que fizestes um ótimo trabalho por aqui. – constatou o mago

- Mas sinto dizer-lhe, que não acabou – o Ent balaçou os braços fazendo pequenas folhas agitarem-se em seus ramos – há um mago em sua torre que precisa ser dominado.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Desculpem-me mais uma vez!
Bjos