A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 28
A Esperança é a Última que Morre


Notas iniciais do capítulo

Mae Govannen aos leitores novos e Alassëa tyë-omentien (nosso encontro é um prazer) aos leitores veteranos!
Desculpem a demora para postar, mas aí está.
Obrigada pelos vários reviews pessoal!
E minhas mais sinceras condolências as pessoas que perderam amigos e familiares na tragédia que abateu minha cidade natal Santa Maria. Não existem palavras para definir o sentimento que apodera-se de nosso corações neste momento de dor e luto.
SUGESTÃO DE MÚSICA:http://www.kboing.com.br/30-seconds-to-mars/1-1030121/



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Marianne descia os degraus da escada que dava aceso ao quarto onde os amigos estavam, a armadura lhe pesava nos ombros, mais até do que a responsabilidade de estar usando-a.

A trança fora milimetricamente feita e presa para aguentar qualquer tipo de movimento, garantindo que os longos cabelos não atrapalhassem-a na luta.

A escada de pedra fazia uma curva fechada para a esquerda, Mary virou-se e acabou chocando-se contra alguém.

 - Desculpe – pediu a moça

- Ficou bonita de armadura – murmurou o rapaz lhe sorrindo

- Sem brincadeirinhas Hanel, não é uma boa hora – disse recomeçando a andar

- Só queria desejar boa sorte, afinal é sua primeira grande batalha. – Hanel obstruiu-lhe a passagem

- Obrigada, desejo o mesmo. Agora poderia me dar licença. – pediu a jovem irritada

- É melhor fazer o que Mary está pedindo – Legolas aparecera atrás do guerreiro de Rohan – a menos que queira perder a cabeça.

- Prefiro continuar com ela sobre o pescoço então - ele deu espaço para que o casal passa-se

O elfo olhou-o feio uma última vez antes de seguir Marianne até o quarto.

- Espero que ele não tenha lhe machucado – falou ele

- Estou bem, a propósito, você fica muito bonito quando está com ciúmes. – ela riu

- Tenho que concordar com Hanel em uma coisa, ficaste bonita de armadura – disse Legolas também rindo

Haviam assuntos pendentes entre o Sindar e o Númenoriano, o elfo devia desculpas por tê-lo tratado de tal forma.

Legolas pediu que Mary o esperasse, queria falar com Aragorn primeiro para poder desculpar-se pelo que ocorrera no arsenal.

Aproximou-se do filho de Arathorn estendendo-lhe sua espada, foi recebido por um olhar arrependido.

- Desculpe-me pelo que disse antes – pediu o filho de Thranduil – o medo acabou por atrapalhar-me a mente e os pensamentos.

- U-moe edaved Legolas (não há o que perdoar Legolas) – respondeu Aragorn

- Fico feliz por terem se entendido – falo Mary parando ao lado do elfo

- Aragorn – chamou Gimli vestido com uma malha metálica, a qual segurava na altura do abdome – ficou um pouco apertada no peito, mas creio que tenham de ajustar o comprimento.

POV MARIANNE

*PLAY

Uma trombeta soou ao longe, nos entreolhamos apreensivos. Legolas fez sinal para que o seguisse e obedeci subindo até a amurada do forte.

Nuvens amontoavam-se no ceu fazendo-o parecer ainda mais negro e sombrio, a noite tornara-se sem luz já que as estrelas e a lua haviam sumido por detrás daquela espessa massa negra.

Ao longe, pontos luminosos moviam-se no horizonte e o barulho metálico era audível para todos no Forte, que passaram a trocar olhares assustados, peguei a mão de Legolas e apertei-a com força, logo sentia suas orbes azuis postadas em mim.

Sabia que os Uruks teriam que passar o Dique de Helm e seu passadiço para chegarem aos portões do forte, este sendo localizado numa ravina apinhada de penhascos. Mais abaixo do passadiço existia um profundo fosso, denominado Garganta do Abismo.

A chuva começou a cair mansa, pelas minhas vagas contas, estávamos em Março, mais especificamente numa noite de três para quatro deste mês, que por acaso era o mês de meu aniversário.

Um senhor alto e de barba castanha aproximou-se de nós com olhar atento e fugaz, se bem me lembrava, seu nome era Háma, filho de Gram e seu contingente de cerca de mil homens compunha o nosso pequeno exército.

- Devem se preparar, os arqueiros iniciaram o ataque – disse-nos ele

- Claro – aquiesci

 Retirei o arco que permanecia em minhas costas, minhas mãos suavam e por isso deixei-o cair fazendo um barulho que pareceu amplificado devido ao silêncio que estendia-se pela Fortaleza.

Legolas e eu abaixamo-nos ao mesmo tempo para juntá-lo, nossas mãos encontraram-se novamente e encarei-o de maneira impotente.

- Precisa ficar calma – pedia ele entregando-me o instrumento

- Não sei se consigo – admiti amuada

- Consegue, você é uma ótima guerreira, não há motivos para se preocupar – ele me sorriu

Gimli a Aragorn aproximaram-se de nós, o anão já com a malha ajustada a seu corpo robusto e pequeno, afinal Gimli não passava de um e quarenta de altura, o que fazia com que a amurada do forte lhe encobri-se a visão.

- Vejo que ajustaram sua malha – provocou Legolas com escárnio

- Continua apertada no peito – devolveu o anão fazendo-me rir

- Mas o que é aquilo lá embaixo? – exclamou um dos soldados fazendo com que todos se inclinassem na direção do passadiço

Meu coração descompassou por um momento, um sorriso espalhava-se por minha face ao perceber que se tratava de uma comitiva de elfos, só não havia descoberto de onde eles vinham.

Corremos na direção dos portões no exato momento em que os elfos adentravam o Forte, Haldir os comandava e corri em sua direção com um sorriso de alívio.

- Haldir! – atirei-me encima do pobre elfo que olhou-me desconcertado – Ah, me desculpe...

- É bom ver-te novamente Marianne Greyhood, Guardiã dos segredos da Terra Média – o braço direito de Galadriel fez-me um vênia

- Mae govannen Haldir ó Lórien (bem vindo, Haldir de Lórien) – saudou-o Aragorn

- Telin le thead, Théoden (vim para ajudá-lo Théoden) – disse Haldir

- Espero que esta aliança entre elfos e homens perssista meu amigo – sorriu-lhe o rei

***

Era por volta da meia-noite quando os Uruk-hais apareceram próximo do Dique de Helm, a chuva caía com maior intensidade encharcando os guerreiros que permaneciam de prontidão.

Os uruks rugiam, batendo freneticamente seus escudos e lanças fazendo um insuportável barulho que enchia os ouvidos de todos.

- Não consigo ver nada! – reclamou Gimli na ponta dos pés

- Quer que busque uma caixa para você? – perguntou Legolas

- Não se preocupe Gimli, não há nada de interessante lá, a não ser que goste de um bando de Uruks. – continuou Mary rindo

- Sendo assim, prefiro não olhar.

- Tangado a chaded! (Preparem-se para atirar!) – gritou Aragorn passando pelas fileiras de arqueiros que posicionados atenderam a ordem

Marianne puxou a flecha com convicção do interior da aljava, posicionou-a no arco, estava com as roupas encharcadas e isso fazia com que a armadura que usava pesasse ainda mais.

- A Eruchîn ú-dano faelas a hyn an uben tanatha le faelas! (Filhos dos Eldar, não tenham piedade para com eles, pois não a terão com vocês!) – continuou o Dunedáin a incentivar os elfos

- Faeg i-varv dîn a lanc a nu ran (acertem-nos no pescoço e embaixo do braço) – instruiu Legolas

O filho de Arathorn ainda não havia dado a ordem para que atirassem quando uma flecha foi disparada, um urro fez-se ouvir no meio do mar de guerreiros que ostentavam a mão branca de Sauron.

- DARTHO! (ESPEREM!) – pediu Aragorn notando que logo a confusão seria iniciada e foi exatamente o que ocorreu

Os Uruks alvoroçaram-se empunhando os próprios arcos na direção dos guerreiros, uma saraivada de flechas urgiu dos homens comandados por Théoden, atingindo e abatendo os inimigos.

Escadas foram lançadas para que os servos do Senhor do Escuro pudessem alcançar os guerreiros e chegar até o Forte para destruir-lhes as defesas, os arqueiros mais do que depressa prontificaram-se de que as cordas que as mantinham em pé fossem cortadas.

- Mande-os para mim! – gritava Gimli energicamente

Marianne perdeu a conta de quantas vezes disparara seu arco, por vezes acertando o alvo visado, por vezes errando milimetricamente.

Alguns Orcs conseguiram chegar até a amurada proporcionando uma briga feroz entre bem e mal. Legolas manejava o arco com perspicácia e leveza enquanto Gimli usava toda a força que tinha para acertar os inimigos na altura dos joelhos.

- Legolas! Já foram dois! – gritou o anão sinalizando o número de Orcs mortos

- Já contei três! – devolveu o elfo

- Pois eu já consegui quatro! – disse Mary ao se desvenciliar do ataque de uma das criaturas

- Não perderei para um princepezinho elfo orelhudo e muito menos para uma garota! – prosseguiu Gimli fazendo os outros dois rirem

Apesar de não possuírem a tecnologia de nosso tempo, Marianne teve de admitir que o equipamento bélico utilizado pelos Uruks, era tão eficiente quanto perigoso. Lançavam escadas por onde tinham aceso a primeira parte do forte.

Mary viu quando um dos orcs acendeu um estranho artefato e caminhou com ele na direção do fosso, Aragorn olhou abismado para a cena logo abaixo e gritou para que Legolas abatesse-o.

O elfo disparou a primeira vez, acertando o pescoço do Uruk que continuava a correr para o fosso, Legolas parecia nervoso e ao puxar a segunda vez a fina corda do arco, percebeu que não conseguira para-lo.

A consequência foi drástica, parte da parede principal da fortaleza foi pelos ares, Aragorn e Gimli sumiram no meio da confusão junto com alguns elfos e homens.

Pedaços de pedra do tamanho de um carro popular caíam encima de Uruks e homens, umaa imensa nuvem de poeira e água encobriu os céus, que tornou-se ainda mais negro.

Mary havia tomado um tombo em função das poças de água que jaziam no chão, caindo de costas vislumbrou um bloco negro vindo em sua direção, a jovem rolou o corpo escapando por milímetros de ser esmagada.

- O que houve? – gritou Mary a Legolas

- Não consegui acertar o Uruk que corria com aquele artefato explosivo – murmurou ele parecendo desapontado consigo mesmo

- Cadê Aragorn? – perguntou a Guardiã

- Não consigo vê-lo, muito menos Gimli – volveu o elfo

A Guardiã girou o tronco, inclinando-se na direção do fosso logo abaixo, os olhos meramente humanos não conseguiam distinguir as formas na escuridão, decidiu por sobrevoar o local.

O calor já conhecido espalhou-se por seus braços, alçou voo sem nem ao menos pensar uma segunda vez, havia vários homens e elfos sem vida, mas nem um sinal de seus amigos.

Distinguiu um par de botas conhecido, era a única coisa que tinha a possibilidade de ver, pois o resto do corpo desta pessoa estava submerso.

Agarrou as pernas curtas e fortes de Gimli, que resmungou algo inteligível, talvez na língua dos anões, tirando-o da água.

- Achei que não vinha me buscar! – reclamou cuspindo um pouco da água lamacenta do fosso

A jovem soltou-o junto a Legolas e retornou para buscar Aragorn, mas notou que este estava tentando impedir que os Uruks atingissem a Fortaleza.

Haldir estava em maus bocados próximo dali, enfrentando um orc habilmente, não notara que outro aproximava-se pelas costas. Mary tentou gritar, mas o que saiu de sua garganta foi um pio agudo e esganiçado.

Este som já servira para alertar o elfo, que abaixou-se no exato momento em que o Uruk iria acertar-lhe com uma machadinha, o que resultou na morte de “dois orcs com uma mesma cajadada”.

- Voltem a fortaleza! – gritou Háma em dado momento

Mary correu para os portões acompanhada de Legolas, ergueu os olhos para o ceu e pode perceber que a aurora surgia, “ao amanhecer do quinto dia” dissera Gandalf, a moça esperava que o mago surgisse para ajudá-los.

Adentraram a sala do trono, Aragorn já estava lá dentro, Marianne correu para abraça-lo e certificar-se de que o dunedáin estava bem.

- Está bem? – perguntava ela

- Claro, e vejo que a senhorita também – disse-lhe sorrindo

- Eles já tomaram parte do forte, se chegarem até as cavernas...não haverá mais chances – murmurou Háma

- Não podemos deixar que cheguem até as cavernas, há mulheres e crianças lá embaixo! – gritou Mary exasperada

- Creio que a trombeta deste forte, não tocará novamente – disse Théoden convicto

Marianne aproximou-se de Hanel e o guarda olhou-a surpreso.

- Teria algum jeito de trazer meu cavalo até aqui? – perguntou ela

- Faço qualquer coisa para agrader-lhe, Srta. – disse afastando-se

- Gandalf virá ajudar-nos! – prosseguiu Aragorn enquanto trancavam as portas com cadeiras e lanças

- Não há ajuda! Estamos condenados! – grunhuiu o rei olhando-o com pesar

Hanel irrompeu por uma porta lateral, o guarda havia agido rapidamente, trazia Trovão pelas rédeas.

- Mary... – murmurou Legolas segurando o braço da moça

- O que vai fazer criança? – pegruntou Háma

- Desculpe-me meu senhor, não vou conviver com o peso da culpa sobre meus ombros, sabendo que poderia ter salvo tantas vidas inocentes – desafiou a Guardiã

- Não fale neste tom comigo garota! – rugiu o filho de Thengel

- Vou buscar ajuda e vou encontrá-la – Marianne caminhou na direção do cavalo com o peso dos olhos de Legolas em suas costas

A moça pôs um dos pés no estribo, fechou os olhos com força relembrando o beijo que dera em Legolas horas antes, beijo este que lhe parecia muito distante.

Voltou correndo para os braços do elfo, ficando na ponta dos pés encostando sua testa na dele, o elfo puxou o rosto da moça para mais um beijo.

- Amo você – murmurou ela

- Melynel (amo você) – murmurou Legolas de volta

A moça retornou ao lombo de Trovão, desembainhando uma espada e olhando para todos os que se encontravam naquela sala.

- Por Frodo! – gritou desaparecendo pela porta dos fundos


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Espero que tenham gostado!
Bjoss