A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 25
Abismos


Notas iniciais do capítulo

Gente!!!!!Retornei (até que enfim) Capítulo fresquinho e desculpem-me pela demora, a festa foi até tarde e ontem eu tava completamente podre!
Espero que gostem!
Para a Vicky que queria um pouco de Merry e Pippin, aí está!
Bjosss da Lilly!



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Meriadoc e Peregrin, nomes estranhos para criaturas estranhas., dissera Barbárvore quando foram apresentados, o enorme Ent acolhera os jovens hobbits como hóspedes e amigos.
O pastor das árvores contara-lhes sobre a tentativa de Saruman convence-los a juntarem-se a ele na luta contra os homens livres da Terra Média, sobre o sumiço das Entesposas e sobre a água dos Ents.
- Garanto a vocês que esta água faz crescer e não encolher, pois se ficarem menores do que já são, hum, seria perigoso pisar em vocês - falou ele pouco antes de sumir
Agora os meninos estavam sozinhos, Merry sentara-se junto a uma fonte natural, a bebida era a tão afamada Água dos Ents e escorria por entre as pedras vindo cair cristalina numa bacia prateada, já Pippin estava dormindo o mais profundo sono que tivera nos últimos dias.
- Barbárvore ainda não voltou? - perguntou Pippin esfregando os olhos e ainda parecendo cansado
- Não, mas escute meu caro Peregrin tive um sonho maravilhoso - disse o hobbit depois de beber mais um pouco da água que escorria por entre as pedras - nele, nós fumávamos vários e vários cachimbos com a mais pura erva do condado.
- Parece mesmo um sonho maravilhoso - sorriu o outro
- O ruim é que você vomitava - Merry gargalhou alto enquanto Pippin balançava a cabeça de um lado para o outro
- Muito engraçado Meriadoc, muito engraçado...
- Humaham, vejo que meus pequenos amigos já despertaram, humaham - o Ent apareceu por entre as árvores
- Onde foi amigo Ent? - questionou Merry
- Conversar com algumas árvores, para decidir se iremos para a guerra - explicou
- Como para decidir? A Terra Média está correndo perigo, vocês estão correndo perigo! - gritou Peregrin lançando as mãos ao alto
- Nossos amigos estão em perigo, aliás nem sabemos se estão vivos - completou o outro hobbit
- Acalmem-se sua raiva é maior que seu tamanho meus jovens! - a árvore soltou um riso sonoro que fez balançar os longos galhos que pendiam de seus ombros - Vamos realizar um Entebate ao nascer do sol.
- Entebate? - Pippin e Merry se entreolharam
- Um debate e então decidiremos ele olhou ao redor badumbadumbadum, vamos fazer um desjejum amiguinhos, saco vazio não para em pé!
Os dois hobbits renderam-se a simpatia e à hospitalidade daquele grande olmo, que de duro só tinha a casca.
***
Théoden expulsara Gríma língua de Cobra após recobrar a consciência, não o matara por intervenção de Aragorn que pedira clemência apesar de o lacaio de Saruman merecer a morte.
O rei questionara sobre seu filho e soubera da pior maneira que estava morto, Éowyn havia organizado um velório digno para o primo que havia sacrificado-se na batalha dos vaus do Isen.
Marianne escutava as palavras da sobrinha de Théoden enquanto mulheres e crianças reuniam-se em volta do túmulo coberto de flores brancas.
A Guardiã lembrou-se com pesar do enterro de sua mãe, tão nova e tão bonita dentro de um caixão de madeira clara, fora enterrada com um longo vestido florido e parecia irradiar a felicidade que tivera em vida.
A jovem aproximou-se de Éowyn que chorava silenciosamente a um canto, tocou o ombro da irmã de Éomer e deu-lhe um sorriso reconfortante.
- Eu sinto muito, sei como é perder alguém que amamos muito - disse ela
- Quem perdeste? - perguntou a loira
- Minha mãe. - respondeu seca
- Sinto muito por sua perda - Éowyn sorriu
Uma consolou a dor da outra enquanto acompanhavam o passo lento das pessoas que ganharam seu rei de volta, mas acabaram por perder seu príncipe.
Mary ajeitara-se em um quarto ao qual haviam-na levado, aproveitou para tirar as botas que lhe apertavam os pés, desamarrou o cordão que prendia o colete de couro que usava, por fim colocou um longo vestido verde musgo que tinham deixado encima da macia cama.
Os pés da moça agradeceram quando ela pôs delicadas sapatilhas de veludo, soltou a cabeleira castanha que emoldurou seu rosto, virou-se para o espelho, parecia mais velha e também mais cansada, assim como parecia ter deixado sua casa a muito tempo.
Desceu as escadas e estava prestes a abrir à porta que dava acesso a sala do trono, quando ouviu a voz de Gimli.
- Sabe meu amigo, já tinha visto elfos com todos os tipos de humor, mas nunca havia visto um elfo enciumado - ria-se o anão
- Bom meu amigo, eu também nunca havia visto um anão tão bem-humorado - retrucou Legolas
A jovem sorriu sozinha lembrando-se da cena com Hanel quando chegaram a Edoras.
- Escutando atrás das portas? - perguntou Aragorn surgindo de repente
- Hã...talvez - ela sorriu para o Dunedáin
- A curiosidade matou o gato minha jovem - completou o anão abrindo a porta do quarto
- Sorte minha não ser um gato - debochou ela rindo
- Creio que tenha ouvido o que Gimli disse - Legolas encostou-se ao batente da porta enquanto os outros dois amigos os deixavam a sós
- Não se preocupe, achei muito nobre da sua parte se preocupar comigo - ela sorriu
- Não deixaria que lhe fizessem mal - o elfo pegou uma das mãos da moça analisando o anel que esta tinha no dedo - vanya af (Belo anel).
- Turelië e Almarvarnë deram-me - respondeu ela
- Desculpe interrompê-los, queridos amigos enamorados, mas o rei vos chama - Gimli trazia um sorriso debochado nos lábios
- Ele está começando a me irritar - sussurrou Mary a Legolas
O elfo riu.
***
Era a primeira vez em vários dias que os quatro amigos tinham uma refeição de verdade, as lembas tornaram-se escassas e precisaram economiza-las ao máximo para não passarem mais fome ainda.
Legolas permanecia em pé ao lado de Aragorn enquanto Gimli e Marianne comiam um pouco de bolo e pão, era um dos poucos momentos de descanso que tinham vivenciado nos últimos tempos.
- Houve ataques de orcs em diversos vilarejos, no momento estes desordeiros dirigem-se ao folde ocidental - informou Gandalf sentado ao lado de Théoden
- Meu senhor, não conseguiremos ficar seguros - disse Éowyn
- Tem dois mil bons homens indo para o norte neste momento - falou Aragorn - com sorte virão ajudar-nos.
- Explusei meu próprio sobrinho no auge de minha loucura e acha que ele me dará ouvidos? Já perdi um filho Aragorn Telcontar, não vou deixar meu povo perecer aqui sabendo que poderia salvá-los. - respondeu o rei com o rosto escondido nas mãos
- Precisa lutar e mostrar que não converter-se-á aos mandos de Saruman - incentivou o mago branco
- Não vou arriscar a vida destas pessoas sem ter a garantia de sua segurança.
- Eu sou sua garantia meu senhor - Marianne levantou-se - acalme seu coração, estarei com seu povo seja qual for sua decisão rei Théoden.
- Sua coragem me impressiona moça, mais até do que seus fantásticos poderes - o nobre rei lhe sorriu - esta guerra não é minha.
- A guerra está aqui, você queira ou não - prosseguiu Aragorn
- Na última vez em que houve guerra, Théoden e não Aragorn era o rei. - o filho de Thengel permanecia inflexível
- Para onde irá levar seu povo? - quis saber Gandalf percebendo que o rei estava decidido
- O abismo de Helm, nossa mais forte defesa no momento.
***
A cidade estava sendo evacuada, as pessoas deixavam para trás tudo o que era considerado inútil para a longa jornada que fariam até Abismo de Helm, a dor nos olhos dos habitantes de Edoras não mentia, estavam com medo.
Marianne estava nos estábulos arrumando a sela no lombo de Trovão, o animal estava quieto como se pressentisse que algo estava prestes a acontecer.
- Não se preocupe amigo, vou cuidar de você - murmurou a moça acariciando o focinho do alazão
Na baia ao lado estava Scadufax, que diferentemente de Trovão dava voltas e batia as patas dentro do pequeno espaço onde permanecia até que Gandalf precisasse de seus serviços.
- Shii, calma! - jovem aproximou-se tocando a crina branca do animal - Você não está acostumado a ficar preso não é?
- Ele pensa que está fazendo o melhor - falou Aragorn entrando nos estábulos seguido de Gandalf, Gimli e Legolas - o Abismo de Helm já os salvou antes.
- Não há como sair daquele lugar - murmurou a Guardiã chamando a atenção dos amigos
- Tem razão minha querida, Théoden tenta salvar seu povo, mas apenas conseguirá um massacre.- concordou Gandalf
- Mesmo assim, precisamos ajuda-los - Legolas olhou o mago branco nos olhos - estão cegos pelo medo.
- Sim meu jovem estão, e é por isso que suas defesas não podem falhar, - ele entrou no espaço onde o Senhor dos Cavalos permanecia - O Peregrino Cinzento, era assim que eu fora chamado. Por trezentas vidas humanas corri por estas terras e agora o tempo me escapa por entre os dedos.
- Vai conseguir - disse-lhe Mary sorrindo
- Espero que você também consiga - correspondeu-lhe o sorriso
- Vá - disse-lhe Gimli
- Esperem-me ao amanhecer do quinto dia, durante a madrugada olhem para o leste. - pedia o mago
- Boa sorte - desejou o elfo
Então o mago branco partiu pelas planícies de Rohan acompanhado de seu mais novo amigo, com as montanhas cobertas de gelo às suas costas, Gandalf sentiu que seu tempo da terra Média estava acabando.
***
Éowyn ajeitava as armas de seu tio dentro de um baú no salão principal do castelo dourado, após encontrar uma espada não conteve-se desembainhando a mesma e traçando movimentos rápidos no ar, virou-se rapidamente tendo o golpe amparado por Aragorn.- Vejo que sabes manejar uma espada disse ele
- As mulheres de meu povo foram obrigadas a aprender a arte da guerra, os sem espada perecerão, não temo a morte e muito menos a guerra - continuou ela dando-lhe as costas e voltando a organizar as armas
- O que temes então Éowyn? - voltou a perguntar
- Uma jaula, ficar presa até que me acostume a permanecer atrás das grades - respondeu séria
- Acho que o destino de uma filha de Théodowyn não é este, você é uma guerreira... - Mary apareceu na porta interrompendo-os
- O rei está chamando você Aragorn disse a moça
- Com sua licença - ele fez uma vênia retirando-se
Éowyn havia enrubescido e voltado a mexer no baú, Marianne aproximou-se devagar.
- Vi como estava olhando para ele - murmurou a Guardiã
- Aprecio a nobreza de seu semblante - respondeu a sobrinha de Théoden
- Quer dizer que acha ele bonito?
- É...Você entendeu-me - a loira riu
- Sei como é - Mary desviou os olhos para a porta
- Também percebi o modo como olha para o elfo - retrucou Éowyn
- Aprecio a nobreza de seu semblante - Mary imitou a voz da outra fazendo ambas rirem
- Senhorita Marianne - Gimli fez sinal para que o seguisse, era a sua vez de ir
- Boa sorte Guardiã desejou Éowyn dando-lhe um abraço
- Boa sorte - correspondeu
POV LEGOLAS
Estava nos estábulos, tornando a colocar a aljava de flechas em minhas costas, havia ficado com as armas de Marianne e precisava entrega-las.
Saí apressado do lugar, nem ao menos ergui os olhos do chão quando fui derrubado por alguém que com absoluta certeza tinha a mesma pressa que eu. O perfume delicado e os cabelos castanhos espalhados em minha face não deixavam dúvidas.
- Que guerreira desastrada eu sou dizia Mary entre risos
- Que elfo desatento eu sou - murmurei também rindo
Ela apoiou as mãos no chão, erguendo o tronco e olhando-me nos olhos, um verde fugaz apoderara-se de seu olhar, nossa proximidade era perigosa.
- Desculpe - murmurou ela por fim levantando-se e estendendo-me a mão
- Não se preocupe, queria entregar-lhe - estendi as armas
- Obrigado por guarda-las - Mary me sorriu
- Gostaria de lhe pedir uma coisa - a guardiã olhou-me confusa
- Peça.
- Tome cuidado, eu não suportaria perde-la - desviei o olhar um pouco constrangido
- Também não suportaria perde-lo - ela se aproximou acariciando meu rosto o toque macio e calmo
Voltei a seu rosto, um sorriso brotara nos lábios rosados, os cabelos emolduravam o rosto delicado, ela me parecia mais velha e mais madura do que quando chegara a estas terras.
- Você é diferente de todas, elfas e humanas que já conheci - envolvi-a num abraço apertado, ela enterrou o rosto em meu ombro - fique segura.
Deixei-a nos estábulos e voltei para perto de Aragorn e Gimli, lágrimas teimavam em empoçar-se em meus olhos e por isso mantinha-os presos ao chão.
- O que há Legolas? - perguntou Aragorn
- Nada, apenas estou apreensivo - respondi desviando o olhar
- Mary está bem? - questionou Gimli
- Sim...espero que continue - murmurei para mim mesmo

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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mais uma vez desculpem-me pela demora!
Bjoss com gostinho de chocolate!



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