Back to Start (em hiatus) escrita por asthenia


Capítulo 4
III — Cat like thief


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo de Back To Start! E cumprindo: exatamente uma semana postado!
Só não garanto que nos próximos capítulos serei tão pontual. :/
FELIZ ANO NOVO PRA TODO MUNDO! o/



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"Cat like thief she stole air from my lungs."

"Como um gato ladrão ela roubou o ar de meus pulmões."

( Cat Like Thief - Boxcar Racer )

Os seus sentimentos continuavam saindo pelos poros de seu corpo, enquanto se encarregava de andar mais rápido. O dia não iria amanhecer tão cedo, e ela sabia que se não esvaziasse seu coração, e tudo aquilo que estava a sufocá-la, não dormiria tão cedo. Precisava ver Sasuke. Falar com ele. Estava cansada de carregar culpas que não eram apenas dela. Era peso demais.

Entrou rapidamente na vila Uchiha, e antes que pudesse chegar à porta de Sasuke, sentiu algo atrás passar rente ao seu corpo. Respirou fundo, e ao se virar, encarou a figura séria e sem emoções do Uchiha.

— O que faz aqui?

Sua voz ecoou dentro dela antes que pudesse responder.

— Sasuke... Eu tenho que falar com você.

Ele a olhou e continou caminhando em direção a sua casa. Seus passos eram lentos, fáceis de acompanhar, enquanto Sakura sentia seus joelhos cada vez mais fracos, e seus punhos fecharem mais.

— Você me ouviu, Sasuke?

Seu berro chegou aos ouvidos do Uchiha que mal a ouvia. Ela deu passos mais rápidos para chegar até ele. A escuridão cobria as casas, mas a fraca luz da lua ainda iluminava alguns pontos de Konoha.

— Você não tem nada a me dizer.

O Uchiha não mexia suas mãos, que estavam juntas ao corpo. Alguns passos até ele foram os suficientes para que ela pudesse chegar perto dele, que continuava de costas a Sakura. Seus olhos, involuntariamente, se encheram de lágrimas, a respiração mais lenta, o ar foi ficando cada vez mais pesado. E antes que pudesse retrucá-lo, a voz dele enchia seus ouvidos, acompanhada de um riso irônico e baixo.

— Você tem que me apagar da sua vida, Sakura.

— Você não sabe o que diz Sasuke! – com a voz embargada, dizia em tom mais alto.

— Tem que me apagar da sua vida... Se não fizer isso...

Sakura aspirou o ar para os seus pulmões, e em um impulso, foi até Sasuke, para encará-lo. Seus olhos estavam úmidos, sua raiva iluminava seu rosto, e seu corpo tremia. Suas emoções estavam à deriva do desespero, e precisava não estar sozinha mais com tudo aquilo.

— Eu preciso que você me ouç...

— Você precisa me apagar de uma vez da sua vida. – Sasuke a agarrou pelo braço, rapidamente, e a olhou nos olhos. Sua expressão e voz eram enérgicas, Sakura acelerou a sua respiração, e seus olhos já não agüentavam as lágrimas que seguravam. Seu rosto estava molhado, envergonhado, e carregado de desespero e atenção.

— É fácil dizer isso quando não se tem nada a dever, não é Sasuke? Você não tem idéia do que está dizendo! – E continuava se banhando em lágrimas.

Sasuke tremia por dentro e por fora. Estava com ela em uma de suas mãos, firme, próximo, e com as palavras vazias dentro de sua cabeça. Seus olhos se fixaram nela como os dela nele. Estava, também, à deriva de um sentimento que não conhecia, e que negava até o fim de sua vida. Não podia, não haveria como. Ter ela em suas mãos era um martírio, um veneno que ele apreciava, mas evitaria até quando desse seu último suspiro. Mesmo que algo dentro a desejasse, perto dele, daquela maneira, e não desdenhava de um sentimento que o deixava a beira da loucura. Ele usaria sentenças prontas e sem fundamento para se afastar dela.

— Eu estou dizendo Sakura, você tem que me esquecer. Fingir que não me conhece mais. – e apertava ainda mais o braço dela.

— Eu não quero você na minha vida, por toda a moral do mundo, nunca quis depois de todas as suas atitudes – O choro havia se tornado inevitável, e Sakura dizia, no meio de um banho de lágrimas – mas não é uma questão de escolha.. Sasuke, não se trata de um sentimento meu, agora a razão é ou..

Ele apertou ainda mais o braço de Sakura, mas sem machucá-la. Aproximou seus lábios do ouvido da mesma, e resolveu usar suas palavras ensaiadas e sem verdade alguma. Respirou e segurou o ar. Sakura tremia ainda mais agora, esperando alguma reação. Seus olhos se arregalaram assim que a voz dele, aquela voz que maltratava todos seus escrúpulos com arrepios involuntários, entrava e mexia com o turbilhão de sentimentos dentro dela. Da pior maneira possível.

— Se você não matar isso dentro de você, tudo que você sente, eu mesmo faço isso.

E assim, o terror nos olhos dela tornou-se vivo. Ela se afastou dele, olhou Sasuke, que parecia sem emoção alguma, e saiu correndo, o mais rápido possível. Seus olhos ardiam, seu coração latejava, e ela sabia que quanto mais longe dele, melhor seria.

—/-

— Não deseja mais nada, Hyuuga-sama? – Akami perguntou assim que Hinata saíra do seu quarto.

— Não, obrigada Akami-chan... – Hinata se reverenciava e antes de ir seguir seu caminho, voltou a falar com Akami – A-Akami-chan.. O que você acha desse kimono? – Hinata estava vestindo um kimono creme, cheio de detalhes azuis, que subia da barra até a altura do joelho.

— Você está linda, Hyuuga-sama! Vai a algum lugar em especial?

A moça calou-se. Na verdade, ela simplesmente ia a uma reunião, tratar de negócios do clã. Ia vê-lo, da maneira mais formal entre uma herdeira e um Hokage, mas ainda sim, tratava-se de Naruto.

— Não Akami-chan... – sorriu tristemente- não é nada em especial. São apenas assuntos do clã.

—/-

Ele sentou-se na cadeira. Levantou. Sentou-se de novo. Simplesmente não sabia o que fazer. Estava inquieto, nervoso. Naruto arrumou sua mesa, colocou os papéis que estavam jogados em uma pilha no canto da sua escrivaninha, colocou os objetos alinhados, arrumou os cabelos (não muito bem, parecia o mesmo de sempre), a bandana estava no lugar certo. Mas, mesmo assim, estava inquieto e não conseguia se sentir seguro.

— Dattebayo! – gritou assim que derrubou uma tampa de caneta que estava em cima de sua mesa. Ele se abaixou e começou a procurar a tampa debaixo de sua mesa. – Onde é que tá essa tampa, 'ttebayo? Eu acabei de derrubar...

Enquanto o rapaz estava deixando, ele pode ver dois pés femininos entrarem na sala. Ele olhou os pés, e viu a pequena tampa próxima deles.

— Ah, Shizune! Você poderia me dar essa tampa que está perto de você?

Não ouve resposta, mas ele viu que "Shizune" havia se abaixado e pego a tampa da caneta. E assim que ele saiu debaixo da mesa, e se levantou, viu que na verdade não era Shizune quem estava ali, com a tampa na mão.

— Shizune disse que eu poderia entrar... Você já estava me esperando.

Naruto segurou o ar, e expirou rapidamente. Na verdade, ele havia se esquecido que tinha dito a Shizune que assim que a herdeira Hyuuga chegasse que entrasse, sem avisos.

— Ah, sem problemas, 'ttebayo. É... – sorriu nervoso – Sente-se.

Hinata se sentou, calmamente. Seu coração estava pela boca. Naruto se sentou rapidamente, sabia que ele tinha que começar o assunto.

— Hyuuga-san, eu te chamei aqui porque tenho uma coisa a propor. – ele sentia tão estranho por não chamá-la de "Hinata"... – o clã Hyuuga estaria disposto a ser responsável por toda segurança de Konoha?

— Isso... – Hinata o olhou, e encarou por alguns segundos. Na verdade, ela havia se perguntado antes de entrar naquela sala, qual maneira era a correta para encará-lo. Sentia as maças de rosto queimarem um pouco. – significaria o que?

— O clã Hyuuga seria o novo comitê de segurança... Com uma parceria com o Hokage.

Naruto resolveu jogar tudo as limpas, não esperou passar pelas formalidades de "Como você está?" ou qualquer outra e logo tocou no assunto. Imaginou como seria aquela cena estranha, em que uma mulher que desejava tanto estaria na sua frente, e ele saberia, melhor que ninguém, que as suas palavras cobririam tudo o que se escondia no coração. E então, pensando em como seria, decidiu que sem delongas, deveria falar tudo de uma vez. Era assim que funcionavam as coisas pra ele, tinham que ser resolvidas com pressa, principalmente quando a maior vítima de todas seriam seus sentimentos.

— E-eu não entendo o porquê disso agora. – Hinata continuava confusa, tanto pelas circunstâncias, quanto pelo assunto.

— Bem... 'ttebayo... – o Hokage coçou a cabeça – ultimamente estamos sendo invadidos de madrugada. E eu sei, melhor do que ninguém – sorriu espontaneamente - que o clã Hyuuga é o melhor nesses casos.

A herdeira Hyuuga sentiu as maças do rosto queimarem, ardentemente. Sentiu o coração quase saindo pela boca. Ele estava sorrindo, de um jeito doce, como sempre sorria, ela não via nenhum vestígio de formalidade no modo dele falar, como havia ouvido até aquele momento. Seus olhos não fugiram do rosto do Hokage, e ficaram ali, o olhando. Ele continou a sorrir por alguns segundos. Uma onda de memórias acabava de encher a sua cabeça.

— Para o que for bom para Konoha, o clã Hyuuga se dispõe – ela disse, encarando suas mãos sobre as suas pernas, extremamente corada – pode contar comigo, Hokage-sama.

E deu um sorriso leve. Naruto a olhou, e por algum momento, ele sabia que as últimas palavras que ele e ela usaram não foram para Konoha, mas de alguma forma, essas palavras atingiam apenas aos dois.

— Obrigado Hyuuga-san. Pode ter certeza de que vocês terão o pagamento necessário, 'ttebayo.

Hinata sorriu e ele a sorriu de volta. Ela se sentiu emocionada, por diversas formas, e ele também. Até que a herdeira Hyuuga se levantou, dando sinal de que iria embora, e ele também se levantou.

Após uma breve reverência, logo após o "adeus" que ele havia dito, ela seguiu a direção da porta.

— Espere! – Naruto berrou.

O coração dela teve uma sensação térmica de frio e quente, e parou naquele momento que o berro do Hokage ecoou a sala.

— Daqui dois dias. Nesse mesmo horário, no meu escritório. Temos que resolver o planejamento de segurança e...

Ela se virou e forçou um sorriso. Precisava dar paz a todas aquelas emoções, precisava ir embora o mais rápido possível. E, interrompendo Naruto, disse firmemente, encarando-o.

— Eu estarei aqui.

Ele ouviu a porta se fechando e a jovem indo embora. Sentia um sentimento agridoce dentro de si, uma alegria por vê-la, agora de cabelos presos e um olhar mais sério. Sentia prazer em saber que estava bem. Mas, ao mesmo tempo, sentia tristeza por saber que ali não havia "Hinata-chan", e sim a herdeira Hyuuga, que sorria mais discreto e muito menos que antes. Sentia uma esperança inútil que talvez algo dentro dela, de menina, ainda vivesse.

E, o pior de tudo, sabia que um sentimento de tal porte dentro dele tomava mais força agora, que o seu desejo estava tão próximo de si.


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Notas finais do capítulo

Até semana que vem gente bonita!
Espero que tenham gostado! ;)