Back to Start (em hiatus) escrita por asthenia


Capítulo 24
XXIII — Playing God


Notas iniciais do capítulo

Disse que ia voltar e voltei! Não tão rápido quanto eu planejava, mas cá estou. A fic está entrando para a fase final (pretendo terminar antes de dar 30 capítulos) e eu espero que vocês continuem curtindo. Obrigada de coração a todas as reviews que recebi no último capítulo, elas me fizeram voltar aqui (de novo) e trouxeram minha inspiração junto! Ae! Mais uma coisa, qualquer dúvida podem me mandar mensagens! E vamos ao que interessa. ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/304582/chapter/24

Next time you point a finger
I might have to bend it back
Or break it, break it off.”

Na próxima vez que você apontar um dedo
Eu posso ter que entortá-lo

Ou arrancá-lo, arrancá-lo.”

( Playing God – Paramore )

.

As qualidades de Sakura podiam variar, dependendo de quem fosse falar a respeito da kunoichi. Ino talvez diria uma lista longa de elogios a sua amiga, Naruto também. Dificilmente diriam que Sakura era fria e distante, por isso, a Haruno refletia sobre o que Sasuke realmente pensava de suas atitudes nos últimos dias, após saber a história do garoto que Tsunade lhe apresentara. Sakura estava agindo justamente de uma forma contrária ao que lhe caracterizava: fria, distante, sem emoções evidentes. Tentou de todas as formas ver a história de algum ângulo diferente, mas o choro e o desespero de Ishida ao falar de seus ressoavam em seus ouvidos, com força. Ela roeu as unhas, incapaz de perdoar fosse qualquer mau que Sasuke tivesse feito aquele menino. Sentou-se no sofá da casa do Uchiha e suspirou alto. Não conseguia pensar em alguma solução que pudesse ajudá-la a resolver aquele problema. Ouviu algumas batidas na porta e se encaminhou a atendê-la. Só não esperava ver a ruiva de expressão marcante.

— Karin. O que faz aqui?

Karin não pode deixar de sorrir de lado.

— Não vai me convidar pra entrar?

Naquele momento Sakura teve uma certeza. Sua vida nunca havia tido tantas surpresas em tão curto tempo.

—/-

Aquele lugar nunca havia sido acolhedor e Naruto sempre teve certeza disso. Ele também tinha certeza que a loira ao seu lado sentia calafrios – mesmo que aquela prisão fosse localizada dentro de um vulcão e sendo constantemente quente – todas as vezes que entrava ali, entretanto, precisava da ajuda dela. Eles eram acompanhados por um shinobi para que os levasse até a cela em questão. Ino e Naruto olharam dentro do local e puderam ver, ao fundo, uma cascata de cor castanha dos cabelos de Shinji quase cobrindo seu rosto.

— Hokage-sama, desculpe, mas as ordens é que não abra a cela. – disse o shinobi, receoso.

— As ordens de quem, Maito-sama? – Ino disse, antes que Naruto respondesse – Abra a cela para o Hokage.

Maito se assustou com a forma que Ino havia sido ríspida. Ao olhar para Naruto, percebeu que seus olhos estavam na figura ao fundo da cela. Apressou-se e abriu a cela, sem rodeios. Naruto entrou lentamente enquanto Ino preferiu ficar do lado de fora da cela. Os arrepios ainda não tinham acabado.

O Hokage continuou seu olhar fixo a Shinji, que levantou seus olhos até o loiro a sua frente. Naruto rangeu os dentes baixo, sem qualquer som, e fechou as mãos com força. Nessas horas, ser Hokage era o seu maior incômodo, pois sabia que sentimentos pessoais deveriam ser deixados de lado, mesmo que fosse praticamente impossível naquela situação.

— O que deseja, Hokage? – a voz de Shinji soou sarcástica pela cela.

— Yamanaka-sama tentou de todas as formas com que você falasse e você se negou. Quero que fale comigo agora.

— O que quer saber, Hokage? – Shinji continuou sendo sarcástico.

— O que você queria com Hinata?

Uma risada baixa e sem graça foi ouvida por Naruto.

— Você quer dizer o que eu queria com a minha noiva? É uma pergunta meio estúpida.

— Eu não tô de brincadeira, Shinji.

Shinji se levantou e deu três passos em direção ao Uzumaki, mas ainda sim estava a pouco menos de dois metros de distância. O rapaz cruzou os braços sobre o peito.

— Eu era quem deveria perguntar o que você quer com a herdeira Hyuuga.

— Você feriu gravemente uma kunoichi de Konoha, ‘ttebayo. É meu trabalho cuidar de todas as pessoas que vivem aqui. E não que isso te interesse – Naruto disse, fechando seu punho ainda mais forte – mas eu acho bom que você fale logo. Ino é paciente, eu não sou, ‘ttebayo.

Shinj continuou com sua pose altiva e impenetrável. Ele olhou ainda mais profundo nos olhos de Naruto. Os dois tinham praticamente a mesma altura – o Hokage provavelmente era alguns centímetros mais alto que Shinji – e se encaravam raivosamente.

— Ela penetrou na minha mente, não foi? Eu posso estar em desvantagem aqui mas não sou burro. Você sabe o que eu penso, não precisa-

— Diz o que você queria com a Hinata!

            O silêncio se estabeleceu tão rápido, que era possível perceber a respiração inqueita de Ino e a apreensão de Maito. Naruto já se escontrava impaciente e  caminhou rapidamente até seu alvo, parando a poucos centímetros. Sem conseguir se conter, olhou penetrante ao Mitsuki e disse, baixo, apenas para que ele ouvisse.

— Fale, ‘ttebayo.

— Hinata é a minha noiva desde que eu tinha cinco anos de idade. Quer que eu explique isso?

— Quero que me diga como um doente como você faz com que sua “noiva” – ironizou o termo utilizado por Shinji – fique sem movimentos da cintura pra baixo.

Shinji descruzou os braços sobre o peito.

— Você como Hokage dá atenção a todos os pacientes assim do hospital de Konoha? Você deve ter muito tempo de sobra.

Naruto levou as mãos até as golas da blusa de Shinji, quase o levantando do chão. Maito tentou se mover e entrar na cela, mas foi impedido por Ino.

— O que você fez com ela?

— Eu, Hokage? Eu tentei tirá-la do buraco em que você a colocou. – Shinji continuou falando calmamente, agora mais sério, como se as mãos de Naruto próximo a seu pescoço não fizessem diferença alguma. – Quem é você falando de mim quando quem a destruiu foi você primeiro!

— Você não sabe o que está dizendo, ‘ttebayo! -  Naruto apertou ainda mais suas mãos na gola do Mitsuki.

— Eu vi Hinata desde pequena te observando e andando atrás de você como uma sombra, Hokage. Eu a vi chorando pelos cantos enquanto você a usava.

Naruto soltou o rapaz de suas mãos.

— Não fale de fazer mal a ela quando você é mestre nisso. Nem morto eu vou te ajudar Hokage-sama.

Shinji olhou pela última vez a figura loira a sua frente e lhe deu as costas, caminhando até sua cama ao fundo da cela, da qual se encontrava sentado antes. Naruto olhou para Ino e Maito que observaram toda a cena apreensivos. O loiro voltou seu olhar a Shinji, já sentado na cama.

— Já me conhecendo tão bem quanto você pensa que conhece, então sabe que eu nunca vou desistir da Hinata. Ela é maior que qualquer mal que você ou eu tenha feito a ela. E pior pra você, Shinji, – Naruto disse, se encaminhando a saída da cela – porque serei eu que vou fazê-la feliz, não você, dattebayo.

Pela primeira vez durante aquele encontro, Ino viu Shinji olhar para o Hokage, inquieto.

—/-

— Em que eu posso te ajudar, Karin? – Sakura abriu a porta deixando a ruiva entrar.

— Eu não vim pedir sua ajuda, Sakura. Muito pelo contrário.

Sakura olhou confusa a Karin.

— Não estou entendendo.

As duas caminharam até o sofá da sala simples da mansão principal Uchiha.

— Eu vim te ajudar.

O local ficou silencioso e Sakura olhou para Karin, mais uma vez confusa. Karin suspirou.

— Ultimamente eu estou ajudando a Tsunade-sama com alguns arquivos médicos. Ela acha que eu posso ser útil para o hospital de Konoha, se eu colaborar, claro.

Sakura se mexeu, incomodada.

— Tsunade comentou isso comigo há algum tempo.

— O Naruto também está tentando me ajudar de todas as formas.

As duas ficaram em silêncio mais uma vez. Karin olhou para as duas esmeraldas de Sakura e pode perceber que estava incomodada.

— Eu sei o que aconteceu com Ishida.

Sakura se assustou momentaneamente, mas logo notou como Karin parecia calma. Remexeu-se, mais uma vez, incomodada no sofá.

— Karin, como-

— Olha só Sakura, – a ruiva interrompeu a Haruno, soltando um suspiro – eu melhor do que muita gente desse lugar entendo a sua relação com o Sasuke. E não se preocupe, eu só quero ajudar.

— Antes que diga mais alguma coisa, por que quer ajudar, Karin?

A ruiva sorriu, sincera.

— Eu só acho que ele te ama. Mas você não percebeu isso ainda.

A Haruno fugiu o olhar da ruiva. Por mais que Karin fosse a última pessoa da face da Terra que Sakura gostaria de falar sobre a sua relação com o Sasuke, naquele momento, ela sentiu que Karin entendia parte daquela história. Karin era uma pessoa sem grande peso na vida de Sakura, mas era alguém que tinha uma grande semelhança com a Haruno.

— Você disse que sabe o que aconteceu com Ishida. – Sakura disse, mudando de assunto.

— O time Taka todo conheceu a família de Ishida.

— Então é verdade que vocês mataram os pais daquela criança?

Karin olhou mais uma vez para Sakura, pensativa.

— É um pouco além disso.

Karin continuou contando a história, enquanto a Haruno a ouvia, atenciosamente.

“Nós estávamos passando pela primeira vez naquele lugar quando uma mulher de meia idade abordou nosso time. Inicialmente só estava eu e o Sasuke, enquanto Suigetsu e Juugo estavam verificando se o lugar não tinha nenhuma armadilha. A mulher, magra e aparentemente doente, ajoelhou na nossa frente pedindo que a salvássemos. Sasuke estava sem paciência e eu fiquei com medo dele fazer algo de mal a ela, por isso a arrastei para longe e disse que fosse embora. Ela se ajoelhou mais uma vez na minha frente e pediu que pelo menos nós ajudassemos o filho dela, por causa do marido. Ela me mostrou com a mão onde morava e pediu que eu fosse até lá. Eu neguei e disse que não éramos amigos, muito menos salvadores e que não íamos ajudá-la. Saí de lá e só vi a mulher chorando descontrolavelmente. Sasuke só observou tudo de longe mas não disse nada, nenhuma vez. Depois de passarmos por aquele local e não encontrado nada, nosso time estava voltando quando ouvimos gritos de horror de uma das casas. Eu não sei porquê, mas o Sasuke ficou incomodado e foi até lá, e eu fui atrás dele. Quando ele chegou perto a porta estava trancada e com força derrubou a porta, entrando em seguida. Lá dentro nós vimos a mesma mulher acuada no canto, uma criança pequena escondida debaixo de uma mesa. Quando o homem viu o Sasuke, gritou para que ele saísse, e percebemos que ele tinha uma faca grande na mão, que parecia ter sido acabado de ser afiada. Sasuke continuou parado. Quando o homem veio pra cima de nós, a mulher entrou na frente dele, e olhou pra gente com horror. Era a mesma mulher de antes. Ela começou a gritar ‘Ele vai me matar, salvem meu filho, antes que ele o mate também!’ e eu vi que a criança continuava debaixo da mesa, com os olhos fechados com força e as mãos tapando os ouvidos. Assim que ela terminou sua frase, o homem enfiou a faca em sua esposa. Em segundos Sasuke pegou sua própria espada e matou o homem.”

— Naquela época eu não sabia porquê tudo aconteceu, porquê Sasuke se importou o bastante para matar aquele homem, hoje eu já sei entendi porque. Depois, através de algumas informações que eu fui buscar no vilarejo, descobri que aquele homem era um verdadeiro monstro. Ele espancava a mulher e o filho, que é no caso, Ishida.

Sakura ficou muda por longos segundos. Ela não podia acreditar que aquela criança, aparentemente tão inocente, havia presenciado uma cena de dois assassinatos seguidos. Porém, alguns pontos da história ainda não faziam sentido.

— Karin, – Sakura disse, ainda refletido sobre a história terrível que a ruiva havia contado – não foi isso que Ishida me contou. Ele disse que Sasuke matou seu pai e sua mãe.

— Ele praticamente não viu nada, Sakura. Ele manteve seus olhos fechados e os ouvidos tapados. Depois desse dia, nunca mais vimos o Ishida, e Sasuke não quis mais voltar para aquele lugar.

A médica continuou ainda mais confusa. Olhou para a ruiva mais uma vez tentando digerir todas aquelas novas informações novas. Seus olhos passeavam por algum lugar não específico, enquanto sua mente divagava. Ela precisava de conselhos de alguém que ela confiasse e descobrir o que realmente havia acontecido com Ishida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos, e até a próxima! Cenas NH chegando! Obrigada mais uma vez. ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Back to Start (em hiatus)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.