Back to Start (em hiatus) escrita por asthenia


Capítulo 22
XXI — O passado de volta


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou! Com a maior cara de pau de sempre, mas voltei!
Como já disse, tô na fase do TCC e por isso meu atrasado nos capítulos. Mas como também já disse e SEMPRE digo, eu sempre volto. Queria agradecer as reviews lindas de vocês que me inspiram a escrever muito! Aí vai mais um capítulo! :)



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You believe there’s something else

To relieve your emptiness

And you dream about yourself

And you bleed and breathe the air

And it’s on and on…”

Você acredita que há mais alguma coisa

Para aliviar seu vazio

E você sonha sobre você mesmo

E você sangra e respira o ar

E isso vai e vai...

( Aurora – Foo Fighters )

.

Hideo olhava seu parceiro, impaciente e concentrado em colocar alguns sensores no chão no perímetro do esconderijo. A verdade era que admirava como Minoru era capaz de tantas coisas. Os dois cresceram num orfanato afastado, na Vila Oculta da Pedra. Não tinham pais ou familiares, mas isso nunca foi algo muito traumático na vida deles, quando um podia contar com o outro. Cresceram e continuaram juntos como dois irmãos, desenvolvendo habilidades raríssimas e singulares. Hideo era alto e forte, sabia manejar uma espada sem sacrifício algum, podendo transformá-la em uma arma mortal apenas por transferência de chackra. Minoru nunca havia entendido como seu colega conseguira se tornar tão forte, porém não questionava. Já o menor e esguio era capaz de controlar chakra como ninguém. Ele sentia o cheiro, domava, e até sabia como controlar o chakra de outro oponente, sem nem mesmo tocá-lo. Minoru, ao contrário de Hideo, nunca gostou de lutas, mas nunca fugia de uma. Seu interesse era em estudar e descobrir todos os mistérios do funcionamento de chackra em um shinobi, dominando-o por completo. Os dois conheceram Shinji por um infeliz acaso. Ambos queriam conhecer mais Konoha e o seus arquivos de estudo com relação ao chakra. Essa era a maior ambição de Minoru, e Hideo o acompanhava por não ter mais nada o que fazer. A oferta foi tentadora: Shinji, um shinobi especialista em circulação e pontos de chakra e o possível integrante do clã Hyuuga oferecera uma grande quantia em dinheiro e documentos secretos de estudo. Os dois aceitaram, sem hesitar.

O problema surgiu quando Shinji começou a agir de forma estranha. Estava obcecado pela herdeira Hyuuga, criando planos mirabolantes de chegar até ela, cogitando até constituir uma família com ela. E foi nesse ponto que Minoru passou a tomar muito cuidado com Shinji, sugando o que ele podia oferecer de melhor, para logo depois cair fora com os documentos que foi capaz de capturar nas constantes invasões que fez a Konoha. Hideo sabia da loucura que o Mitsuaki havia se enterrado e algo havia ultrapassado de nível quando percebeu que Minoru espalhou por todos os cantos aqueles sensores, que identificavam chakras a quilômetros de distância, e também a sua intensidade. Criação do próprio Minoru.

Não entendia aquela atitude, mas não o impediu. A expressão dele não era nada boa e também o preocupava. Provavelmente aquilo tinha nome e sobrenome: Mitsuaki Shinji. Suspirou e foi até seu parceiro.

— O que aconteceu? – perguntou baixo, quando percebeu que Minoru estava acabando de colocar os sensores no local.

— Shinji enlouqueceu de vez. – suspirou colocando o último sensor – Trouxe a Hyuuga pra cá, inconsciente.

— Ela é noiva dele, Minoru! Deixa o cara!

— Deixa você de ser burro! – disse impaciente encarando Hideo – Imagina quando o clã Hyuuga perceber o que aconteceu com ela! Vão matar todos nós!

— Tá com medo? – Hideo riu, o que deixou Minoru ainda mais nervoso – Esses caras são só aparência!

— E o que me diz do Hokage?

— Hã? Você não acha que ele-

— Acho. – interrompeu Minoru, encarando os olhos surpresos de Hideo – Quero você se fazendo de fortão enfrentar a Kyuubi!

Minoru virou as costas e se encaminhou para o seu aposento, no fundo daquele terreno abandonado. Hideo continuou sem ação, imaginando o que poderia ocorrer caso Minoru estivesse certo. Eles tinham que sair de lá o quanto antes. Hideo continuou observando Minoru se afastar mas com passos apressados alcançou seu parceiro.

— E qual é seu plano? – Minoru voltou seu olhar a seu amigo. Sorriu de soslaio e olhou ao redor, antes que falar qualquer coisa.

— Vamos sumir daqui agora mesmo.

—/-

As palavras poderiam ser proferidas da maneira mais calma e relaxante possível, ou até de forma autoritária, mas nada seria o suficiente para fazer com que Naruto se acalmasse. Shikamaru diria que a maior besteira que Naruto poderia fazer era ir nessa missão de resgate a Hinata, porém sabia que o Hokage tampouco o ouviria. Continuou com seus olhos fixos em Naruto enquanto este pegava alguns objetos ninjas e colocava em alguns bolsos internos de sua capa de Hokage.

— Você tem algum plano? – Shikamaru perguntou, com uma calma excessiva, de forma fria.

— Não. – suspirou cansado – Não sei o que fazer por enquanto, o que pensar. Só sei que tenho que ir atrás dela.

A porta da sala se abriu rapidamente e o último Uchiha entrou, com a mesma expressão séria de sempre. Shikamaru o encarou por alguns segundos e percebeu que Sasuke parecia estar a par do assunto, sem nem mesmo questionar o clima afoito da sala. O Uchiha olhou rapidamente para Shikamaru e depois voltou seu olhar fixo a Naruto, que não estava nos seus melhores dias.

— Vamos, estamos perdendo tempo demais aqui! – o Hokage disse, preparando-se para sair às pressas dali, mas foi impedido quando Shikamaru parou na sua frente, impedindo que desse mais um passo.

— Antes de ir você vai ter que nos prometer que não irá entrar em luta alguma.

— O quê? – Naruto disse, exasperado – Ficou louco Shikamaru? Eu vou destruir esse cara!

— Naruto, você não percebe que esse cara é pior do que parece? Ele sumiu com a Hinata escondido de você e do clã Hyuuga. Ele está evitando uma luta corpo a corpo, não sabemos do que ele é capaz. E você é o Hokage, nem em missão deveria estar.

— Eu não posso aceitar ver ele depois de tudo o que fez e não fazer nada, ‘ttebayo!

— Naruto. – Sasuke disse, aproximando dos dois – Shikamaru está certo. Já sabemos que se ele está evitando um combate, provavelmente não é forte o bastante para lutar. Mas isso comprova que ele tem outras formas de se defender, e isso pode atingir a Hinata. Eu e Shikamaru cuidamos dele.

Naruto suspirou, insatisfeito, e cruzou os braços sobre o peito. Não podia discordar. Shinji havia tirado sua paciência desde surgiu o assunto sobre noivado dele com a herdeira Hyuuga, e agora mais do que nunca, ele queria descontar todas as frustações que sentiu quando aquele cara apareceu, ajudando a complicar sua relação com Hinata. Rangeu baixo os dentes e encarou de novo Sasuke e Shikamaru a sua frente.

— De qualquer forma eu vou atrás dela. O que querem que eu faça?

— A parte mais importante. – Shikamaru falou, com um sorriso no canto dos lábios – Você vai resgatar a Hinata.

—/-

— Flashback –

Os passos rápidos batiam na lama fresca e sujavam seus sapatos, não o impedindo de correr. Provavelmente sua mãe lhe daria uma bela bronca por ser tão teimoso de andar nas ruas de terra após uma chuva torrencial, molhando toda aquela cidade simples e humilde. Mesmo assim ele sorria excessivamente, chuva alguma poderia esperar para que ele contasse seus pais a nova técnica que havia conseguido aprender. Entrou a passos rápidos na sala, indo em direção à cozinha, onde estava sua mãe.

— Okaasan, eu consegui! – o menino de sete anos disse, animado.

— Mitsuaki Shinji, já disse para não entrar com os pés sujos em casa!

Ofegante, o pequeno menino moreno de olhos brilhantes sorriu, desculpando-se com sua mãe, enquanto ela colocava as mãos na cintura nada satisfeita pelo assoalho estar com pegadas de terra.

— Me desculpe okaasan – disse sem graça – Onde está otou-san?

— Está no escritório. Mas por que toda essa-

Antes que a mulher mais velha pudesse completar a frase, o garoto saiu aos pulos em direção ao escritório do pai. Seu sorriso era largo e sincero e seus passos rápidos e ansiosos. Chegou a porta do escritório de seu pai, respirou fundo recuperando o fôlego, e suas mãos foram ansiosas para a porta, batendo freneticamente. Ouviu seu pai dizer “entre” e logo o menino estava no escritório.

Seu pai, um homem alto, com a barba baixa e os olhos vivos, o olhou. Os mesmos olhos que Shinji possuía, no entanto mais maduros e alertas. O homem sorriu vagamente enquanto esperava seu filho se pronunciar.

— Otou-san, eu consegui! Agora já posso manipular chakras a mais de 5 metros de distância!

O senhor Mitsuaki não era um homem de sorrisos à toa. Onde morava, as pessoas o conheciam como um senhor de muita experiência e respeito. Os conselhos dele sempre eram necessários até para os governantes. Por isso, toda e qualquer opinião que ele dava era de extrema importância, mesmo não sendo um grande shinobi em um campo de batalha. Suas habilidades eram limitadas, ao contrário de sua inteligência que era referência, seja lá onde estivesse.

— Isso é um grande avanço, mas por hora não é o que precisamos Shinji. – seu pai se levantou, indo em direção a uma prateleira de livros, acenando para que seu filho fosse até lá. Shinji seguiu os passos do pai – Veja, tudo isso também é fonte de conhecimento. Cada conteúdo aqui, nesses livros antigos, contém sabedoria para que você, meu filho, siga um caminho mais promissor que o meu.

O mais novo sorriu e admirou todo aquele material.

— Sim otou-san, serei tão bom quanto você!

— Não Shinji. – seu pai se abaixou a altura do pequeno – Isso não é suficiente. Você tem que ser maior, muito maior!

— Mas como? – a criança não entendia. De repente todo o esforço diário que tinha não parecia o suficiente para seu pai. O senhor Mitsuaki pegou um daqueles livros e entregou a Shinji. O livro era grosso, e na capa havia um símbolo circular vermelho com várias voltas.

— Shinji. – continuou o pai, enquanto Shinji pegava aquele livro e o olhava curioso – Nem todo o treinamento do mundo mudará a nossa realidade. Mesmo que os treinos sejam árduos, isso não muda o fato de nós, do clã Mitsuaki somos apenas estudiosos e manipuladores de chakra.

— Isso não é bom? – perguntou, voltando seus olhos ao pai novamente.

— É ótimo. Mas precisamos de mais! Imagine como seria se você tivesse todas as informações do maior clã de todas as nações ninjas? De seu kekkei genkai?

Os olhos de Shinji brilharam com tamanha possibilidade. Aquilo que seu pai estava lhe falando não era apenas promissor para adequar suas habilidades, como também era uma oportunidade de melhorar ainda mais seu clã, de alguma forma.

— Isso seria muito legal, otou-san! Mas que clã é esse?

O pai sorriu vitorioso e se levantou. Os olhos de Shinji o acompanharam enquanto ele voltava a se sentar na cadeira do escritório. Ele o olhou pela última vez naquela noite, antes que Shinji saísse para o seu quarto, e falou amistoso:

— Quero que saiba tudo sobre o clã Hyuuga. Um dia, meu filho, você fará parte dele.

— Fim do flashback-

Quando ele se lembrava de seu pai, tudo parecia estar certo. Trazer Hyuuga Hinata para aquele canto não era repugnante como Minoru estivera lhe dizendo. Era certo. Ele estava realizando um sonho de seu pai e cumprindo com a sua promessa. Como é que as pessoas pareciam lhe condenar quando sua intenção era só para o melhor? Como é que ninguém observava que toda a fragilidade de Hinata não era adequado a Konoha, ao seu clã, e principalmente, ao Hokage?

Lembrando-se de sua noiva, caminhou até o quarto que ela estava. Abriu a porta lentamente e entrou com passos lentos até a cama dela. Sorriu satisfeito. Mesmo que os olhos fundos de Hinata parecessem extremamente afetados, ele tinha certeza que aquilo era o melhor a ser feito. Passou com os dedos pelos fios soltos do coque desarrumado e depois lhe tocou as mãos. Uma pele de porcelana e macia como pétalas. Mesmo que seus toques denunciavam que a pele estava seca e desidratada, ele continuaria achando-as tão macias quanto as flores. Seus pensamentos foram interrompidos quando os olhos dela pareciam abrir lentamente mas logo se fecharam. Ele se abaixou até ela, chegando até seus ouvidos, e sussurrou baixo promessas que, para ele, seriam eternas.

— Você agora é minha, Hinata-sama. Só minha.

—/-

Suspirou cansado. Suas mãos tremiam e seu corpo inteiro estava à beira de um colapso. Agradeceu mentalmente por estar entre as copas das árvores, no ar, correndo a uma velocidade incrível, em vez que estar no chão a passos mais lentos. Sentia o chakra de Sasuke e Shikamaru em seu encalço, mas não se concentrou nisso. Fechou os olhos azuis pensando nos últimos acontecimentos que envolviam Hinata e no quanto a sua estupidez poderia ter prejudicado ela. Sempre ele que a colocava em situações perigosas e sempre ela que saia ferida. Parou, bruscamente, descendo até o chão enquanto os outros que o acompanhavam fizeram o mesmo. Já estavam há quase dez horas naquela corrida incessante.

— Sasuke, Shikamaru, eu consigo localizar o chakra dela daqui. – ele disse, e enquanto os outros apenas se calaram. Naruto se concentrou o bastante, ativando seu modo sennin e analisando tudo o que lhe era possível no raio de mais de 100 quilômetros. Sentiu seus sentidos aguçados e, em questão de segundos, um chakra conhecido foi localizado. Seu coração começou a pesar. O chakra estava fraco e debilitado, sem contar que parecia estranhamente modificado. – Ela está a 43 km ao leste, temos que ir logo... E-Eu não sei bem o que está acontecendo, Hinata não está bem!

— Você vai atrás dela Naruto, eu e Sasuke cuidamos do resto!

E mesmo com o coração apertado e as mãos suando frio, ele continuou, acompanhando Sasuke e Shikamaru.

“Aguenta firme Hinata... Eu já estou chegando.”

—/-

Olhou-se nos espelhos para formar um coque. Alguns fios rosados fugiam e continuavam soltos do coque. Desistiu, não estava com paciência para aquilo. Sua cabeça borbulhava por todos os acontecimentos seguidos de um único só dia. Sasuke aparecera apressadamente no hospital, dizendo que estava indo para uma missão junto com Naruto resgatar Hinata. Seu espanto não podia ser maior. E, por um pedido estranho de Sasuke, ficou no hospital caso Hinata precisasse. Ele confiava nela. Mesmo naquela situação extremamente delicada, ela se sentiu orgulhosa de si mesmo por ele confiar nela.

Seus pensamentos foram interrompidos quando algumas batidas incessantes vinham da porta de seu consultório. Na hora seu coração deu pulo, podendo ser alguma chamada, caso Hinata estivesse no hospital e tivessem a chamando para auxiliar no resgate. Saiu apressada do banheiro, abrindo a porta, e encontrou Tsunade parada, com uma expressão estranha no rosto.

— Olá Sakura.

— Olá Tsunade-sama. Por favor, entre. – Sakura disse, dando espaço para que loira entrasse. Mas a loira não entrou. Ela olhou para baixo, dando sinal para alguém e em segundos Sakura identificou um menino pequeno, que timidamente dava uma das mãos a Tsunade. Logo após isso, os dois entraram na sala da Haruno.

— Sakura, – Tsunade começou, enquanto o menino continuava sem graça – quero que conheça Nakayama Ishida.

Estranhando toda aquela situação, Sakura se abaixou até o menino. Ele tinha os olhos azuis extremamente escuros, os cabelos tinham pequenos cachos até a altura um pouco mais baixa das orelhas. Era um garoto extremamente bonito, mas a sua timidez o impedia de ser mais simpático.

— É um prazer te conhecer, Ishida-kun. Posso te chamar assim? – ela sorriu e Ishida se encantou por seu sorriso, além de seus olhos.

— S-sim.

— Ishida, agora preciso conversar com a Sakura-sama, você pode me dar licença por um minuto?

O menino, tímido, acenou positivamente enquanto Sakura e Tsunade saiam da sala para conversarem em particular. Sakura não entendeu muito bem a situação, mas acompanhou sua mestra com os olhos enquanto foi capaz de perceber uma expressão nada animadora. A antiga Hokage respirou fundo antes de prosseguir com o assunto.

— Sakura, hoje pela manhã um dos conselheiros trouxe esse garoto até mim e pediu que eu o trouxesse até você.

— Por que Tsunade-sama?

— Essa criança perdeu os pais após o antigo time de Sasuke invadir o vilarejo onde morava próximo a Suna em busca que Itachi. – ela suspirou mais uma vez quando viu a expressão espantada de Sakura, mas continuou – Eles me afirmaram que foi Sasuke quem matou os pais dele.

Sentiu os braços pesarem e o estômago embrulhar. Aquilo não podia ser verdade.


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Notas finais do capítulo

SIIM! Uma surpresa para SasuSaku! Vamos ver como eles vão resolver essa.
E o resgate só começou gente... Shinji ainda vai aprontar.
Alguém nos comentários me perguntou que facul eu faço (eu não me lembro quem) e respondendo: eu estudo comunicação social, faço rádio e tv. Qualquer coisa particular que quiserem perguntar, perguntem por mensagem. Nos comentários sempre esqueço de responder. :(
Beijos meus lindos, e até o próximo! Espero não demorar pra postar! ;)



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