Meu Namorado De Mentira escrita por Bells


Capítulo 29
Esse é apenas o começo.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, tudo bem? Espero que sim.
Bem, quero agradecer a uma pessoa especial, Annalice, pela décima segunda recomendação que me pegou totalmente desprevenida e me deixou imensamente feliz. Obrigada! Esse capítulo é para você.
E quero agradecer as pessoas que mandaram review's, obrigada. ♥
Então, esse é o último capítulo (fora o extra) e espero que gostem dele. Ficou... sei lá. Eu não soube dar um fim para a história, então ficou desse jeito. Estranho do jeitinho da Verona.
— Capítulo não revisado.
—- Boa Leitura



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Sentia como se meu coração fosse pular de meu peito, fazer uma pirueta no ar e cair desgraçadamente no chão úmido e frio.

Eu estava nervosa.

Quem não estava nervoso?

Hoje era o grande dia: A apresentação!

Todos os preparativos estavam prontos. A orquestra estava sentando em seus lugares com seus instrumentos musicais gigantescos. A Senhora De Vil não parava de dar ordens para todos. Jéssica ajudava algumas bailarinas com suas saias e eu estava tentando ficar calma e não correr daquele lugar como uma maluca.

– Deixe me ver... - Jéssica diz me assustando. - Agora, respire!

Fiz o que ela mandou.

– Seu vestido está magnifico! - Ela completou me avaliando. - Claro, fui eu que fiz! Agora, lembre-se do cuidado que se deve ter quando for levantar a saia. É de suma importância que tenha o cuidado para não haver problemas

– Serei cuidadosa. - Afirmei mais para mim do que para Jéssica. - Tem muita gente?

– Os lugares esgotaram. E tem gente ameaçando a arrombar a porta para ver o espetáculo. - Ela me garantiu.

E isso não ajudou nada com meu nervosismo.

– Cinco minutos para começar. - Escuto alguém gritar atrás de mim.

Não me preocupo em saber quem era, apenas ando em direção a passagem que irei entrar para começar a dançar. Mas, algo ainda me preocupava - além de ter que me apresentar. Quem seria meu par. afinal?

– Jéssica. - Chamo-a temerosa.

– Estragou o vestido? - Ela pergunta revirando os olhos.

– Não. Quem irá ser o Príncipe?

– Não sei... - Ela diz incerta. - Ainda não me falaram, mas não fique preocupada com isso. Apenas dance.

– Sim! - Digo mordendo os lábios.

– Três minutos! - Grita novamente alguém.

Respiro fundo e me tento lembrar todos os motivos que não me fizeram desistir dessa apresentação. De todas as coisas que tive que enfrentar para estar ali, dando lugar a Odette. Lembro-me de cada tombo, de cada lágrima e de cada sorriso.

E eu estava pronta.

– Um minuto! - Escuto por último, antes de me desligar totalmente do mundo e focar no espetáculo que todos esperavam.

Apresentam o músico que irá comandar a orquestra...

E que o espetáculo comece.

| Espetáculo: Lago dos Cisnes |

(O link não está indo ali em cima, então esse aqui é o link do ballet: http://www.youtube.com/watch?v=JeDYDkUycmc)

Entro no palco tímida. Temerosa do público que me olha cheios de expectativas. Centenas de pares de olhos estão vidradas em mim. Em cada passo que dou e em cada pirueta. Quando pulo e aterrisso graciosamente no palco, batem palmas. Ainda sou a Rainha Odette, não um cisne... Mas logo me transformo no bendito cisne e minha roupa que antes era um vestido "comum" se transforma no vestido do cisne, com a saia "levantada" e o adereço na cabeça. Mais alguns passos dramáticos... E preciso sair do palco.

Por hora, minha vez estava acabada.

Não me deixam ver o aniversário do príncipe, e muito menos quem ele é. Apenas me tiram dali para retocar minha maquiagem, arrumar meu vestido e refazer meu coque. Tiram minhas sapatilhas para que eu possa "aquecer" meus pés novamente.

E chega a hora de voltar para o palco.

E chega a hora deu conhecer o príncipe.

Entre no palco dançando já. Não posso pensar em muitas coisas naquele momento. E eu ainda não havia visto quem seria o bendito príncipe... Quando paro e percebo quem era.

Felipe estava ali, com um sorriso maroto nos lábios e uma calça extremamente apertada. Havia me surpreendido com o fato de que Felipe estava ali dançando, que por um momento eu havia me perdido na dança, quase caindo ao chão... Porém, ele me segura no momento exato dando aquela pausa dramática e todos aplaudem, pensando que fazia parte do show. Pergunto silenciosamente o que ele estava fazendo ali, mas não recebo nada além de um sorriso que esconde segredos e uma ajuda para terminar de dançarmos.

Aquela parte era uma das mais complicada em minha visão. Pois, uma confusão de bailarinas de instaura deixando tudo harmonioso e perfeito quem vê. Tenho que sair em algum momento, mas não dá nem para respirar, porque preciso voltar logo para mais uma dança de amor entre os dois.

Depois de alguns minutos - talvez horas, a primeira parte do show termina e todos saem do palco dando espaço para a produção refazer o cenário. Sou levada para uma sala onde sou arrumada novamente. Não há muito que fazer naquele momento, já que só entrarei no final do III ato.

Por fim, minto dizendo que precisava ir ao banheiro e procuro por Felipe que estava conversando com uma das bailarinas. A me ver se aproximando, dispensa a garota.

– Salva Verona! - Diz quando chego perto dele. - Posso dizer que é um prazer encenar algo tão profundo quanto o Lago dos Cisnes com você.

– Desde quanto dança ballet?

– Há mais ou menos duas semanas. - Ele responde com sinceridade. - Tive que aprender tudo correndo já que Patrick desistiu em última hora de dançar e me convenceu ir ao seu lugar.

– Patrick iria dançar? - Eu pergunto surpresa.

Nunca havia passado pela minha cabeça que o idiota dançava.

– Oh se ia. Ficava o tempo livre praticando... Tive que ajuda-lo em quase tudo, e acabei entrando nessa furada. Ele desistiu por sua causa.

– Minha?

– Você deixou o cara na pior. Ele mal come, mal dorme... Desistiu até de dançar, porque não conseguiria ficar perto de você novamente...

– Quando eu o vi, ele estava muito bem com aquela garota.

– Garota? - Ele pergunta, mas logo concluí. - Deve estar falando de Letícia, a prima dele. Veio ficar aqui na cidade por um mês.

– Prima?

– Sim... Agatha, eu sei que não é o momento mais apropriado... Mas ele te ama. Não consegue te esquecer, acho que deveria ligar para ele o mais rápido possível. - Felipe diz com um tom dramático e calmo. - E eu preciso ver se está tudo pronto para dançar com aquela belezinha do Cisne Negro... Até mais! - E sua voz volta ao normal.

Fico olhando para o nada pensando nas palavras de Felipe.

Patrick ainda me amava.

Ele ainda me amava, apesar de tudo.

Como eu pude ser tão egoísta de só pensar em mim e não nele? Ele estava sofrendo com essa separação tanto quanto eu. Ele ainda me amava!

Tive vontade de gritar para todos ouvirem, mas não fiz isso. Corri para a sala onde estavam minhas coisas e peguei meu celular. Disquei seu número e deu caixa postal. Tentei novamente e a mesma situação ocorreu. Por fim, acabei deixando uma mensagem.

"Eu te amo, seu mostarda! Não consigo ficar mais longe de você. Por favor, volte a ser só meu.”, e desliguei o celular.

Não sei quanto tempo mais durou o intervalo. Talvez uma hora, duas. Mas, logo todos estavam me procurando e rapidamente me colocaram no lugar onde eu deveria esperar pacientemente até a dança do Cisne Negro acabar e a promessa de amor de Siegfried.

E essa hora chega.

E eu começo a dançar com uma carga excessiva de sentimentalismo toma meu corpo deixando meus passos leves ganharam uma proporção que eu mesma desconheço. Apenas, quando a fumaça branca acaba, tenho que correr para pegar a outra entrada e encenar o último ato.

E tudo começa rapidamente.

E eu novamente estou no palco e levo uma surpresa ao ver que não é Felipe que estava me esperando com sua calça horrenda. Não. Agora é Patrick.

Patrick estava ali, dançando, com uma calça muito pior do que a de Felipe, uma expressão carregada de sentimentos e sapatilhas nos pés, pronto para dançar a última parte comigo.

Desta vez não levei um susto como anteriormente com Felipe. Desta vez eu estava apaixonada por Patrick, mas do que eu já era. Era um misto de sentimentos que eu não sabia explicar. Apenas sentia, e sabia que esse meu sentimento irradiava para todos que nos assistiam.

Quem diria que o amor dos personagens poderia se transformar em um amor verdadeiro? Quem diria que eu estaria encenando uma pessoa espetacular como aquela com o homem que eu amava? Quem diria...!

Porém, nossa dança de amor precisava ter um fim.

E esse fim é Odette se matando para poder, só assim, viver um feliz para sempre com seu príncipe de contos de fadas. Então, ela se joga do penhasco e morre. Ou seja, eu acabo tendo que sair de cena da forma mais dramática e triste que há.

E o Príncipe, não aguentando ver sua amada tendo esse fim, se joga atrás dela e morre para encontra-la no paraíso, onde seu amor será eterno...

E o espetáculo acaba com uma salva de palmas de todos em pé.

Bailarinos entram e agradecem. São jogadas flores para nós e eu não contenho meu sorriso ao olhar Patrick do meu lado olhando para todos, até seu olhar encontrar o meu e me dar um beijo de “Felizes para Sempre”.

| No outro dia |

– Onde está me levando? – Pergunto pela milionésima vez.

Estávamos subindo uma colina que tinha perto da cidade. Ninguém ia ali porque diziam que era assombrado, mas eu não acreditava naquela história.

E pelo jeito Patrick também não.

– Credo Agatha! Espere que logo saberá. – Ele responde pela milionésima vez perdendo um pouco a paciência.

– Porque tem que ser aqui em cima? – Eu pergunto cansada. – Porque não podemos ficar ali, na faixa? Não dá tão trabalho nem cansaço.

– Porque você não pode ficar observando a paisagem?

– Eu não acho graça em mato!

– Credo! – Patrick diz revirando os olhos. – Pronto madame. Chegamos!

– Aleluia! – Dou graças com as mãos para o céu. – Que lindo! – Exclamo quando vejo o que nos aguardava.

Patrick havia preparado um piquenique para nós. Tinha a bendita cesta, a toalha xadrez armada no chão e comidas deliciosas que estavam exclamando “Me coma” de tão perfeitas que elas aparentavam estar.

– Valeu a pena? – Ele pergunta me puxando e me abraçando por trás.

– Talvez. – Eu digo mordendo o lábio. – Preciso provar para dar o meu veredito.

– Esfomeada! – Ele ri e me solta.

Corro até a toalha e sento de um lado pegando um biscoito e o mordendo.

– Agora é oficial: Valeu muito a pena.

– E eu achando que você estava aqui pela companhia. – Patrick diz se sentando ao meu lado e puxando uma maça. – Porque não é todo o dia que você pode ter a honra de participar de um piquenique com um gatão que nem eu.

– Eu garanto que é por causa da comida. – Digo piscando o olho brincando.

– Não foi só pela comida que eu te trouxe aqui.

– Eu imaginei! – Digo colocando mais dois biscoitos na boca.

Eu estava morrendo de fome.

– Bem, ontem quando eu recebi sua mensagem... Não pensei duas vezes antes de ir até você e dançar aquele ballet idiota. – Ele fala mordendo mais uma maça. – E cara, como você consegue dançar aquela bosta? Estou dolorido até agora.

– Não parece, subiu a colina sem reclamar.

– Você reclamou por nós dois! – Ele afirma. – Mas, eu preciso saber uma coisa de você...

– O que?

– Você me ama mesmo?

Eu fico o olhando mordendo um biscoito.

Era claro que eu o amava.

Mais do que tudo naquela vida até hoje.

Porém, eu ainda havia duas questões em minha cabeça que eu não conseguia esquecer e isso me impedia de dizer a verdade.

– Hm... Quando nos encontramos naquele barzinho... Você estava com uma mulher. Era sua prima mesmo? – Pergunto um pouco tímida.

– Quem?

– Aquela com você... Piriguete!

– Oh! Sim. É minha prima. – Patrick afirma com um sorriso maroto nos lábios. – Ficou com ciúmes meus, foi?

– Eu? Com ciúmes? Faça-me rir!

– Que lindo! Ela ficou com ciúmes de mim! – Patrick diz rindo.

Eu mostro a língua.

(Muito adulto da minha parte).

– Mas, em todo o caso, era mesmo minha prima.

– Ótimo! – Eu falo feliz com isso. – E hm... Você não acha que eu sou um monstro por ter feito aquilo?

– Não irei mentir, no começo eu fiquei assustado. Fiquei com ódio, raiva e medo. Fiquei me perguntando por horas quem era você, o que era você. Mas percebi que isso não poderia atrapalhar o amor que eu tenho por você. Enxerguei, mesmo que na marra, que quando eu estou separado de você meu mundo não tem cores. Tudo fica preto e branco e nada faz tanto sentido. Mesmo que você tenha matado alguém, eu entendo os motivos. – Patrick falou me puxando para perto e me abraçando. – Então, eu não acho que você é um monstro.

Eu não tinha palavras para descrever aquilo.

Eu estava... Como posso dizer? Feliz!

Mais do que feliz.

Eu estava, enfim, em paz. Porque o amor da minha vida aceitava o meu passado e para um cara que aceita isso, acho difícil não perdoar todos os meus outros erros que eu vá cometer. Certo? Tomara!

– Já disse que te amo muito? – Eu falo o olhando com um sorriso.

– Ainda não.

– Te amo muito. Muito. Muito. – Eu falo dando um beijo nele com cada “muito” que eu repetia. – Muito.

– Eu também te amo sua lesa.

– Seu mostarda! – Digo rindo e o beijando novamente. – E eu estou com fome.

– Quando não está com fome? – Patrick ri da minha careta e pega algo de dentro da cesta que antes eu não havia percebido. – Mas antes, tenho algo para você.

– O que é?

– Só um minuto. Levante-se, por favor. – Ele pede e eu o obedeço. Luiz fica de joelhos. – Agatha Verona, amor da minha vida, aceita ser minha namorada de verdade?

– Sim! – Eu exclamo animada.

Patrick abre o potinho que estava em sua mão e tira de lá um anel simples, mas bonito demais para estar na mão de qualquer uma. Ele o coloca em meu dedo e me dá um beijo apaixonado, o qual eu respondo a altura.

E assim, o meu namorado de mentira se torna meu namorado de verdade.

| Alguns meses depois |

– O que tanto escreve amor? – Pergunta Patrick.

– Nada demais. – Eu minto.

– Tudo bem, vou perguntar de novo. O que está escrevendo tanto? – Patrick pergunta vindo até mim e me dando um beijo na bochecha.

– Você está todo gelado! Vai pegar uma gripe! – Eu falo preocupada e tentando mudar de assunto. – Troque de roupa antes que fique gripado.

– Que tal você tirar minha roupa? – Ele sussurra no meu ouvido.

– Tchau mostarda! – Eu digo rindo e dando um beijo nele.

– Só depois de contar o que está tanto escrevendo.

– Promete que não irá rir.

– Prometo!

– Estava escrevendo uma história de uma garota maravilhosa, com um sobrenome lindo e que encontra um mostarda e o odeia para sempre. Até que depois de algumas coisas eles se apaixonam.

– Nossa, eu acho que conheço uma história assim! – Patrick afirma tentando ler o que estava escrito no meu notebook.

Mas eu não deixo.

– Agora que já sabe, troque de roupa. Por favor!

– Já que insiste. – Ele pisca o olho e tira a camisa revelando seu tanque definido.

– Eu não posso olhar para isso! – Afirmo virando meu rosto. – Tenho que terminar a história.

– Deixa ela incompleta mesma, afinal, ninguém sabe o que irá acontecer com a gente. – Patrick diz vindo em minha direção. – Ou pode terminar de um jeito... Indecente.

– Cala a boca. – Digo rindo.

Mas lá no fundo, gostei da ideia.

– Então termine logo, não posso ficar esperando a donzela tanto tempo. – Patrick diz indo no banheiro.

– Af. – Resmungo.

Volto ao meu computador.

“Sabe leitor, não posso afirmar que vivemos felizes para sempre. Não posso nem ao menos afirmar que continuamos juntos até o final. Ou se ele parou de ser um mostarda irritante, ou se eu parei de ser a Verona de sempre. Na verdade, eu nem quero poder afirmar essas coisas. Apenas quero que o futuro me surpreenda como ele sempre fez. Afinal, quem poderia imaginar que eu acabaria com o cara que eu sempre odiei?”

– Pronto Ag?

– Você não me deixa terminar em paz. – Argumento o olhando sem camisa e sem calça. – Você está apelando já.

– Termine logo então. – Patrick diz bufando impaciente. – Ou melhor, não acabe. Coloque o começo de uma frase, e deixe incompleto.

– Com licença, o livro é meu!

– Mas eu estou ai como o principal na sua vida. Então, por favor, se apresse.

– Quer saber? Você tem razão. – Digo fechando a tampa do computador. – Nossa história não precisa ter um fim. Esse é apenas o começo.

– Falou e disse baby.

– Cala a boca e me beija logo seu mostarda. – Falo rindo e não conseguindo controlar mais o meu bom senso vendo ele daquele jeito.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Como estão os corações? u.u Bem, eu sei que o final não ficou aquela coisa de "omg", mas eu gostei. Vocês não? u.u Bem, estou aguardando os 30 review's para eu postar o extra (e o agradecimento) e dar um fim (infelizmente :c) para essa história que eu amo demais!
Então, até o próximo capítulo :3
— E não deixe de ler "Sob Medida"
Ps. O vídeo que eu coloquei o link tem 1:53:52 e eu vi esse troço sexta. É legal para quem gosta disso, mas eu estava quase morrendo de sono. Juro! Mas vale a pena ver só para não dizer que nunca viu um ballet na vida (eu já havia visto alguns, mas nada "tão" como esse).