Meu Namorado De Mentira escrita por Bells


Capítulo 24
"Prometa!"


Notas iniciais do capítulo

Olá. Bem, serei breve hoje: Não recebi os review's que pedi, fiquei decepcionada e só postei hoje porque eu devo as pessoas que acompanham a história e que mandam os review's sempre, porque se não... Eu iria demorar para postar. Sobre o capítulo... Bem, ele está bem legal! k Enfim vocês terão o momento que esperavam da Agatha e do Patrick (ou quase isso), a história vai se aproximando da reta final e poucos capítulos agora para terminar de vez a história e possivelmente não irei mais escrever. Eu acho. Ainda não decidi. Enfim... Leiam, digam quais os erros e nos encontramos lá embaixo.
Boa Leitura!



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Havia se passado um bom tempo desde quando recebi a intimação para fazer o espetáculo de Ballet. E bem, eu não poderia desistir de fazê-lo, ainda mais com minha mãe espalhando para Deus e o mundo que eu seria a Odette e como ela estava orgulhosa de sua filha. Eu simplesmente não podia destruir seu sonho dessa forma, eu não era mais uma pessoa assim. Certo? Certo!

Os ensaios aconteciam todos os dias e eu não tinha descanso. E a pior parte era que Jéssica não iria se apresentar mais porque não tinha papel bom o suficiente para ela, já que a Rainha das Patricinhas não aceitou ser a feiticeira que eu esqueci o nome, a malvada. O papel combinava direito com ela, não acha? Pena que não aceitou.

Minha relação com Patrick continuava a mesma. Eu ainda não havia lhe respondido a mensagem que me mandara, porque eu não sabia um jeito delicado de dizer que eu o odeio, apesar dele ter se tornado alguém muito próximo de mim, como a Katherine. E não retomamos mais a conversa que eu prometi que falaríamos de novo.

Sei lá. Ficou meio desnecessário ficar sabendo daquelas coisas com muitas outras na minha cabeça que saber se eu estaria magoando um garoto que se tornou importante foi para o último da minha lista de prioridades.

Chuck? Bem, Chuck estava meio que desaparecido como nos últimos dias, meses? Quem está contando? A última vez que ouvi falar de seu nome estava dizendo que ele foi pego com drogas, mas ninguém sabe se ele está preso ou se conseguiu ser libertado, como sempre consegue. Desde que ele não me perturbe que fique assim. Não é?

Era meia noite quando o meu celular tocou. Eu não estava dormindo de verdade, estava lendo então não reclamei por me ligarem essa hora. Quando atendi fiquei surpresa em descobrir quem era.

- Olá docinho, quer seu namorado de volta? – Ouço a voz conhecida de Chuck falar.

- O que? – Eu só consigo falar isso.

- Vou falar de novo: Seu namorado foi sequestrado por mim, venha para a Rua Norte com Leste e sozinha, ou seu namorado irá sofrer alguns ferimentos graves pelo Tijolo. – Chuck riu.

- Você está blefando. Patrick não está ai. – Digo tentando acreditar nisso, mas sabia que ele estava falando a verdade.

- Ok. Vou te dar uma hora enquanto você tenta se convencer que estou mentindo. Não mais. Apareça aqui... Ou... – Ouço um grito de dor e o telefone é desligado.

Era só o que me faltava mesmo, Chuck dar um de louco e sequestrar Patrick. Porque ele não poderia ter me sequestrado? Eu iria saber como lidar com o louco do Walter, agora sequestrar Patrick é um golpe muito baixo e ele sabe disso.

Agasalhei-me o mais rápido que pude e corri para carro sem fazer nenhum ruído, já que a última coisa que queria era meus pais envolvidos nisso, já bastou o que eles viveram no passado. Não iria trazer mais tormento para suas vidas.

Dirigi sem olhar os sinais de trânsitos, sem olhar as pessoas que caminhavam (quase inexistentes) e fui ao encontro da rua que Walter me indicou. Levei meia hora fazendo tudo. Desci do carro e andei de encontro com o beco que foi me indicado, continuei adentrando ele sem medo, conhecia-o como um chinês conhece seus chás. Passei pelo terceiro latão cheio de lixo e adentrei o velho quarto mofado que era o “covil” de Walter, para seus trabalhinhos sujos.

- Ora, ora... Chegou rápido. – Chuck diz sentado em uma cadeira perto da porta. – Achei que demoraria mais um pouco para descobrir que falo a verdade.

- Conhecendo-o sei que você não falaria uma mentira dessas. – Digo entrando de vez no cômodo e o olhando com raiva. – Cadê o Patrick?

- Seu namorado? – Chuck pergunta se levantando da cadeira erguendo seus pés ao se levantar. – Bem, eu menti para você!

- Vou perguntar mais uma vez. Cadê. O. Patrick? – Pergunto com o tom de voz alto.

Chuck solta uma risada escandalosa e maldosa.

- Traga-o. – Diz Chuck estalando os dedos.

Tijolo e Martelo, os seus capangas, entraram no outro cômodo e trouxeram Patrick para a onde estávamos. Luiz estava em um estado deplorável. Suas roupas estavam rasgadas, seu cabelo parecia um ninho de cobra. Sua pele estava manchada de sangue, seu nariz parecia fraturado e ele estava semiconsciente.

- O que você fez com ele seu monstro? – Pergunto correndo para meu namorado – de mentira – e o colocando cuidadosamente no chão afastando os dois armários de Chuck.

- Que lindo! Eu posso até chorar com essa cena de reencontro. Pena, que ele não está acordado para ver o quanto você o ama. – Chuck fala indo em minha direção e me levantando com um braço.

- Me solta! – Ordeno e ele me solta com um sorriso debochado no rosto.

- Minha querida Agatha, você não aprendeu nada? Pessoas como nós não podemos amar. – Chuck falava com amargura. – Somos condenados à solidão, porque foi esse caminho que escolhemos.

- Foi o caminho que você escolheu. – Eu digo. – E eu não o amo.

- Você sabe mentir tão bem, que acaba mentindo para si mesma e ainda por cima acredita, não é? Eu te conheço mais do que você própria. Está na sua cara, está nos seus gestos que você ama esse infeliz. – Chuck diz e chuta a barriga de Patrick que tosse e cai para o lado.

- Seu merda! – A única coisa que eu consigo pensar e me jogo para cima de Chuck batendo-o com força.

Logo sou agarrada por trás pelos capangas de Chuck, ele por sua vez arruma sua roupa com estilo e me fita com ódio.

- Como você pode amar um trouxa como ele enquanto se pode ter a mim? – Chuck pergunta gritando. – Pequena Verona, eu não te transformei para amar idiotas.

- E é por isso que eu não te amo. Eu te odeio! – Eu digo me debatendo contra os dois armários.

- Docinho... – Ele fala calmamente acariciando meu rosto contra minha vontade.

- O que você quer de mim? – Pergunto por fim tentando me acalmar.

- Eu só quero o que é meu. – Ele responde maliciosamente.

- O que você quer com o Patrick?

- Docinho, ele é o que nos impede de ficar juntos.

Eu paro. Tenho a consciência de que meu coração parou, não por amor ou por algo do gênero. Não. Mas por ódio, por ouvir aquelas palavras tão... Possessivas, ruins que Chuck fala sempre com uma carga de maldade nelas. Paro de me debater contra os caras e por fim, eles me soltam assim que Chuck estala os dedos.

Eu olho para Patrick. Logo, olho para Chuck. E por fim, tomo uma decisão que poderá mudar minha vida para sempre. Ajeito minha roupa que estava fora do lugar, coloco meus cabelos atrás da orelha e começo a andar em direção a Chuck com um sorriso.

- Agora você entendeu que fomos feitos um para o outro, não é baby? – Comenta Chuck estendendo os braços enquanto eu os vou de encontro.

- Com certeza docinho, fomos feitos um para o outro... – Digo sentindo seu cheiro podre e puxo do meu casaco uma seringa que peguei da caixa de primeiros socorros de minha mãe, antes de vir para cá. – Só que no inferno!

E injeto o liquido paralisante em Chuck que me solta, tira a seringa e antes de poder me atacar, cai no chão por conta do que eu havia o injetado. Não sei o que era só sei que quando passei pela sala e vi a maleta embaixo da mesa de entrada tive a ideia de trazer algo para poder me defender então encontrei a seringa e ela estava prontinha como se dissesse “Me use!” e fim. Olhei para trás e vi os dois capangas do Chuck sair quando eu sorria maldosamente. Eles tinham medo de mim, eu teria medo de mim se me visse naquele estado.

Corri para perto de Patrick e o coloquei de pé desajeitadamente. Ele ainda não havia dormido/desmaiado por completo, mas logo faria isso e quando acontecesse seria quase impossível ergue-lo novamente. Apoiei seu braço em meu ombro e tentei andar o mais depressa possível para sairmos daquele lugar que me causava arrepios. Ao passar pela porta, a fechei sem olhar para trás ou para Chuck.

***

O dia amanhecerá. O relógio marcava cinco da manhã e eu não havia dormido nada. Estávamos em um hotel de estrada que encontrei por acaso. Sabia que não podia levar Patrick para minha casa, ou a casa dele e muito menos para um hospital. Do jeito que ele estava e minha aparência, perguntas iriam surgir e a policia com muita certeza iria ser envolvida e era tudo o que eu não queria naquele momento.

Patrick dormia tranquilamente agora na cama de casal. Eu havia cuidado de seus ferimentos com um quite de socorros que o carinha da portaria me emprestou. Não havia mais sangue escorrendo e os danos que sobraram foram os mínimos, como o corte na sobrancelha, o corte do nariz que graças a Deus foi apenas superficial, nada que precisasse se preocupar de verdade. Troquei sua roupa por uma que achei no armário do hotel, nem pergunte quem deixaria uma roupa ali, mas deixaram.

Eu estava sentada em uma poltrona olhando para o céu pensando em tudo e ao mesmo tempo em nada. Pensei no que Chuck disse e insinuou, o que ele foi capaz de fazer só comprovou minha ideia de loucura que ele possuía. Sequestrar uma pessoa para fazer a outra voltar para ele é um nível de psicopatia que eu não estava acostumada, mas como a Kathe havia dito, ele era capaz de fazer tudo.

E eu estava certa, ele não me amava. Possuía um grau de dependência, de desejo obsessivo, uma obsessão em mim que dava medo e que salve seja minha mãe e sua seringa que nos salvou horas atrás, se não fosse por aquilo... Não quero nem pensar no que poderia ter acontecido.

Lá pelas sete da manhã meu celular tocou. Era minha mãe perguntando onde eu estava. Respondi que havia saído com Patrick para um piquenique noturno e que estava com ele no hotel e menti também que havia deixado um bilhete, mas o vento deve ter levado para longe. Ela disse que não me preocupasse com nada, que ela avisaria Anne que seu filho não foi sequestrado como ela havia pensado. E desligou.

Anne sabia que seu filho havia sido sequestrado. Claro que ela sabia se bobear ela é culpada por isso. Eu nunca tive tanta certeza como agora que Chuck e Anne sempre tiveram alguma coisa que todos desconheciam só que não fazia sentido por que... Eles são de mundos tão diferentes que só a junção de um bandido com uma juíza faz parecer absurda minha hipótese.

Mas que algo havia isso havia!

Ouvi um gemido meio que de dor e olhei direto para Patrick que havia começado a se mexer. Suspirei de alivio e caminhei em sua direção sentando ao seu lado na cama e o olhando. Dez minutos se passaram e ele abriu os olhos.

- Olá. – Digo.

- Onde estou? – Ele perguntou tentando se levantar, mas logo gemeu de dor. – Puta que pariu!

- Isso é dor de cabeça. – Digo rindo da sua reação – Não precisa de tanto drama.

- Não é só a dor de cabeça... Meu corpo inteiro doí! – Ele responde me olhando.

- Espera, vou pegar algo que irá aliviar sua dor. – Digo e vou em direção ao remédio de dor de cabeça que havia dentro do meu carro. – Tome.

Entrego o remédio e ele toma com a ajuda de água que havia deixado pegada mais cedo no restaurante. Voltei a me sentar ao seu lado enquanto ele reclamava de dor.

- E quanto a sua pergunta... – Digo e isso prende sua atenção em mim. – Estamos em um hotel!

- Eu não me lembro de nada... Espera! Nós estávamos... Eu estava... Você estava... – Patrick falava sem completar as frases.

Coloquei meu dedo em sua boca o fazendo parar de falar e me olhar.

- Isso não vai mais acontecer. – Eu digo calmamente.

- Chuck me sequestrou.

- Sim. – Confirmo com a cabeça.

- E você foi lá me salvar... – Patrick diz.

- Sim.

- Você o matou? – Pergunta Patrick.

Eu estremeço com essa ideia.

- Não. Pelo menos eu acho que não era veneno o que eu o injetei. – Eu respondo pensativa, mas afasto essa hipótese da minha cabeça, pelo menos por enquanto.

- Hm... Você é minha heroína! – Patrick fala rindo, mas logo sente dor e para. – Obrigado!

- De nada. – Digo sem saber muito que dizer ou o que falar naquela situação.

Ficamos um tempo em silêncio. Patrick havia fechado os olhos depois de ter colocado sua cabeça em meu colo e eu acariciava seus cabelos perdidas em pensamentos banais, sem me prender a nada em especial.

Então, Luiz quebra o silêncio.

- Eu te amo! – Ele fala abrindo os olhos e me encarando.

- O que? – Pergunto assustada.

- O que você ouviu. Eu te amo.

Eu fiquei sem reação. Quando uma pessoa diz que te ama, o que fazemos? Digamos o mesmo? Despedaçamos o coração do outro? Suspiramos apaixonadamente ou apenas damos um sorriso constrangido? O que eu devia fazer naquela situação?

- Patrick, você não me ama. – Digo voltando a acariciar seus cabelos.

- Não. Eu tenho certeza que estou apaixonado por você. – Ele falou tirando minhas mãos de seu cabelo e me olhando mais profundamente.

- Você está confundindo o meu “ato de heroísmo” com outra coisa. – Eu tento argumentar.

- Não. Não estou. E pare de tentar justificar algo que não possui justificativa. – Patrick se senta na cama e me olha. – Estou apaixonado por você desde o momento em que vi você chorar, desde o momento em que eu vi que você não é a menina fria, calculista e louca que eu pensei... Sei que parece absurdo... – Ele passou suas mãos pelos seus cabelos coçando-os – É absurdo até mesmo para mim, mas saiba que eu estou perdidamente apaixonado por você... Porque acha que eu topei entrar nessa estúpida aposta? Para tentar-te conquistar.

- Patrick. Pare. De. Falar. – Digo sem querer mais ouvir nenhuma palavra.

- Não. Agora você vai me ouvir. – Ele falou decido e me obrigou a olha-lo – Agatha Verona, sua torrona, sua cabeça dura, misteriosa, doida e impulsiva. Não sei como eu poderia me apaixonar por uma pessoa como você. Não há motivos que explique, porém eu sei. Apenas sei que meu coração acelera quando te vejo, borboletas brotam no estomago toda vez que eu te toco, minha respiração some mesmo que não dê para perceber, minha pulsação acelera quando te beijo. Pode me chamar de doido, louco e lunático. Não me importo. Apenas sei que te amo como nunca amei ninguém na minha.

Ele termina e eu fico o olhando sem saber o que falar. Porque não é um manual para esse tipo de situação? Um programa de televisão para esses casos? Como eu poderia lidar com o talvez amigo se declarando desse jeito para mim? E o que eu sentia em relação a sua pessoa? Eu sentia o mesmo que ele? Talvez não. Porque está tão difícil eu falar algo para tirar essa esperança dele? Porque eu não consigo ser fria como sempre fui o espantando e sem me preocupar? Porque eu não consigo desviar meu olhar daquele garoto? Por quê?

Por quê?

Limpei a garganta mais uma vez e abri a boca. Porém as palavras certas não vieram. Mil e uma frases vieram em minha mente, todas que eu sabia que iria magoa-lo. Mas não consegui dizer nenhuma. Nenhuma palavra saiu de minha boca e eu estava mais uma vez sem reação. Isso é algo que eu não sei lidar, porque eu sou aquela que sempre tem palavras, atos e planos programados em minha mente são algo tão natural. Eu poderia mentir, não poderia? E porque eu não consigo? Eu sou tão boa em mentir...

- Agatha. – Patrick disse com dor em sua voz. – Não espero que você me diga o mesmo neste momento. Não espero que você possa amar outra pessoa, depois do que você viveu ou que me diga coisas que irão ser mentiras para me ver bem... Apenas, quero que me prometa que quando sentir o mesmo. Prometa. Você virá me contar, não importa que horas seja, ou onde eu esteja. Apenas prometa.

- Prometo! – Minha voz saiu baixinha, fina e temerosa.

Patrick abriu um meio sorriso e pediu-me:

- Leve-me para casa, por favor?

- Sim. – Eu digo com minha voz voltando ao normal.


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Notas finais do capítulo

Olá. O que acharam? Mereço review's desta vez né? Por favor. O capítulo não ficou tão grande enquanto eu esperava, mas foi cheio de emoção. E se alguém disser que não gostou dele ou que não teve emoção... Não sei o que sou capaz de fazer. Sério. Então, passem lá no tumblr das histórias (Atual: mystories-foryou) vejam as novidades (Se há!) e deem uma olhada em um projeto de livro meu (http://castelo-dos-prestigiados.tumblr.com) e acho que é isso. Aguardo os review's de vocês ansiosamente e o próximo capítulo sai quando eu tiver mais de 20 review's até o sábado que vem. Recomendações são bem vindas e ... Só!
Sugestões: "Qual personagem favorito dessa história?" ou "Gostou da nova aparência do Nyah!?".
Até mais!
Fiquem com Deus.
Tchau!



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