S Mais S É Igual A Amor. escrita por JúhChan


Capítulo 1
Capítulo único...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!! Comentem.... Boa leitura....



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-Sasuke!

O moreno foi chamado pela progenitora assim que pôs o pé direito para dentro da casa. Acabava de chegar de mais um dia cansativo da faculdade.

-Hum?

-Nesse final de semana estará livre? – perguntou Mikoto, enquanto cortava o bolo que comprara na melhor confeitaria de Shizuoka.

-Não sei. Provavelmente Neiji virá aqui em casa para estudarmos para uma prova, por quê? – respondeu enquanto pegava um dos pratos que continha uma fatia do bolo de confeitaria.

-Bom... – Mikoto hesitou em falar, provavelmente seu filho ficaria bravo por ter prometido uma coisa por ele.

O moreno comia silenciosamente, esperando sua mãe prosseguir. Mas vendo que ela ficou insegura de falar o que quer que seja, resolveu quebrar aquele silêncio que se instalou a poucos minutos.

-Não enrole mãe.

Mikoto engoliu em seco e falou:

-Quando eu fui comprar o bolo, na confeitaria encontrei-me com Haruno Saya. Minha melhor amiga. E começamos a conversar, e em meio dessa conversa começamos a falar dos filhos, Saya-chan falou que sua única filha está com problemas em matemática, então eu falei pra ela que você... – fechou os olhos e respirou profundamente. –Você poderia ajudá-la, e prometi que esse final de semana você iria a casa dela.

A cada palavra que sua mãe falava seus olhos iram se arregalando cada vez mais. Nem que ele ganhasse um bom dinheiro em troca faria isso. Não tinha paciência com crianças, e muito menos para explicar conteúdo, já bastava Naruto sempre pedir para lhe explicar a matéria da faculdade, coisa que fazia com muito esforço, imagina explicar matemática para uma criança?

-No sábado vou ter que montar um seminário e no domingo vou sair com os meus amigos. – torcia para que sua mãe acreditar nessa desculpa esfarrapada, não queria de jeito nenhum perder seu final de semana dando uma de professor particular para uma burra.

-Filho, por favor. Eu sei que não deveria ter prometido algo por você, mas Saya-chan parecia tão preocupada com a filha que não resisti. Sinto muito, mas, por favor, é apenas uma tarde de sábado.

Poderia dar uma resposta grosseira, mas algo dentro de si dizia que poderia ser uma boa experiência. Então vencido pelos olhos pidão que sua mãe direcionava para si, relaxou os ombros antes rígidos, soltou um suspirou cansado e falou:

-Tudo bem eu faço isso, mas o que eu ganho em troca?

Mikoto o olhou torto, mas logo um enorme sorriso tomou conta de seu rosto.

-Um abraço e um beijo da sua mãe e a gratidão da Saya-chan! – respondeu sorridente, mas logo o sorriso foi se desfazendo assim que olhou para o rosto do filho que aos poucos a testa ia franzindo-se, e os olhos gritavam um NÃO. -Ahh Sasuke! Assim você deixa-me chateada. Por que toda vez que pedimos um favor para você tem sempre que ter uma troca?

-Porque os negócios são assim! – respondeu com um sorriso de canto.

-Pelo menos uma vez na vida, pode deixar de ser egoísta e pensar-nos outros? Já pensou como deveria ser legal ver um sorriso direcionado a você por ter ajudado. Seria muito marcante, Chibi-chan! – as mãos de Mikoto foram para o rosto do moreno e fez com que olhasse para ela. –Se você não quer fazer pela filha de Saya-chan, faça isso por mim! Já fiz muito coisa por você sem pedir nada em troca, vamos supor que seja um jeito de você retribuir. – falou e deu uma piscadela.

Contou mentalmente até dez uma dezenas de vezes, até que tomou sua decisão, iria se arrepender no final, mas que tipo de mal poderia ter em ajudar em alguém? Depois pediria para que alguns de seus amigos batessem nele.

-Tudo bem eu faço isso por você, mãe. – viu que sua mãe deu pulinhos de alegria e se jogou em seus braços dando um abraço apertado.

-Não sabe o quanto estou orgulhosa! Muito obrigada filho! Vou agora mesmo ligar para Saya-chan. A que horas vocês podem começar? – falava uma frase atrás da outra, sem respirar ou esperar uma resposta.

Vendo o jeito eufórico de Mikoto, não pode deixar de que um sorriso de canto escapasse de seus lábios, sua mãe sempre bem disposta a ajudar quem precisa.

-Não sendo de manhã, por mim qualquer horário está bom.

Comendo o ultimo pedaço de seu bolo, que por sinal estava delicioso, levantou-se e recolheu o que sujou, antes de sair da cozinha deu um beijo na testa da progenitora e saiu.

Com um suspiro pesado subiu as escadas e foi para o quarto, já que daria aulas particulares para uma burra, resolveu procurar seus livros do ensino fundamental.

Depois de trinta minutos o quarto do moreno se encontrava em uma perfeita bagunça. Livros e cadernos de cálculos esparramados por tudo quanto é lado do quarto. Folhas de fichário e sulfite espalhados por toda a cômoda e a escrivaninha.

Fechou os olhos sentindo o vento quente entrando pela janela. Onde estão os meus livros e cadernos de cálculos? Perguntava-se mentalmente irritado. Já havia revirado todas as caixas em que estavam guardados os cadernos escolares, mas não encontrava de jeito nenhum o material do ensino fundamental. Sentou-se na cama derrotado, onde havia enfiando aqueles benditos cadernos? Com um suspiro frustrado deitou-se na cama olhando para teto.

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-Vou deixar eles na prateleira do seu closet, tudo bem filho?

-Por mim você pode jogar eles no lixo..

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Num sobressalto Sasuke levantou-se e foi para o closet, como não tinha pensando antes? Quando tinha 14 anos poderia não alcançar aquela prateleira que ficava bem em cima. Mas agora com seus 1,84 m de altura, poderia dizer que alcança até o céu. Com muita facilidade pegou uma das três caixas que havia e ali e sentou-se no chão com a caixa da cor pastel em mãos.

-Achei você pragas!

Abrindo-a foi logo tirando os vários cadernos de cálculos. Com um olhar nostálgicos tirou o ultimo que tinha na caixa.

A semana passou rapidamente, e logo chegou a tão esperada tarde de sábado.

O moreno poderia ser um dos melhores do curso de Engenharia Civil, mas isso não quer dizer que nas noites de sexta e sábado ficava em casa com a cara nos livros. E foi isso mesmo que aconteceu, saiu com a namorada e com os amigos para farrear, e voltou perto das sete da manhã, ouviu um sermão daquele de seu progenitor, recebeu um olhar decepcionado de sua progenitora e seu irmão mais velho azucrinou-o até a porta de seu quarto. E para não ter mais dor de cabeça dormir até a hora do almoço. Mas estava com uma ressaca infernal que não desceu para almoçar e agora estava com fome e atrasado para o compromisso que sua linda progenitora marcara.

Bateu no volante pela décima terceira vez, era o quinto semáforo que o moreno parava. Só me faltava essa.

Deixou o toca CD no mudo e abriu o porta-luvas e de lá tirou um comprimido para dor de cabeça. Pegou a garrafinha de agua que sempre carrega consigo e bebeu a agua junto com o comprimido. Parece que os dois minutos de espera acabou num instante, mas o moreno não percebera e de longe escutou uma buzinada, olhou para trás e viu que era o motorista do carro de trás, mais irritado do que já estava, se é que dava para ficar, mostrou o dedo pai de todos e pisou no acelerador.

Com a ajuda de seu GPS, chegou rapidamente na casa dos Harunos, mas ainda sim atrasado e com fome.

Pegou a mochila do banco de trás e desceu do carro. E foi andando até o portão branco que seria a suposta casa dos Harunos.

Viu que uma mulher de aproximadamente trinta e cinco anos estava na varanda da casa sorrindo docemente enquanto bebia chá, e do lado dela estava uma garota de aproximadamente dezesseis anos e de madeixas róseos concentrada em algo que logo o moreno percebeu que era uma folha de cheia de atividades de cálculos.

-Você deve ser o Uchiha Sasuke, certo? – perguntou a mulher mais velha.

Com a voz da mãe a rosada levantou a cabeça e viu que seu suposto professor de cálculos chegara, mas é claro atrasado.

A atenção do moreno foi para a rosada, e ele sentiu-se ridículo por achar que estava indo dar aulas para uma criança e qual não foi sua surpresa quando da de cara com a coisa mais linda que já vira no mundo. Os cabelos róseos, os olhos incrivelmente verdes parecendo duas esmeraldas, o rosto com traços delicados e a pele branca como neve. Parecia mais uma boneca.

-Sim sou eu. – respondeu a pergunta da Senhora Haruno ainda olhando para a rosada.

O sorriso da mais velha alargou-se.

-Fique a vontade, Sakura resolveu começar, porque você estava demorando muito. – falou como se quisesse pedir desculpas.  -Vou lá dentro preparar um lanche para vocês e já volto.

Assim deixando o moreno e a rosada na varanda da casa.

-Está atrasado. – a voz da garota parecia uma melodia.

-Hunf. – bufou e sentou-se do lado da rosada. Prestando mais atenção no que a Haruno mais nova fazia, ele percebeu que os cálculos estavam errados, os sinais estavam trocados e os resultados eram uns absurdos. Resumindo, estava tudo perfeitamente errados. –Apague tudo, estão todos errados. – falou indiferente.

Haruno Sakura não sabia o motivo, mas sentiu um arrepio quando escutou a voz rouca do moreno. Ignorando aquela sensação olhou para a folha de atividades, para ela tudo estava certo.

-Vamos, apague as contas, estão todas erradas. – repetiu, já estava ficando sem paciência.

-Mas eu pensei...

-Pensou errado. – interrompeu. –Apague tudo.

A rosada sem protestar começou apagar tudo com sua borracha já muito gasta. E quando terminou olhou para o rosto do moreno que estava moldado em irritação.

-Olha, se você não queria vir, não precisava. – falou. –Eu não preciso de mais um professor particular gritando comigo, dizendo o quanto eu sou uma inútil. Já basta o pessoal da escola e o professor de matemática. – soluçou. –Então se queria estar em casa fazendo seja lá o quê, por favor, vá embora! – dizendo isso recolheu seus pertences e entrou na casa como um foguete.

O moreno estava parando digerindo tudo o que acabara de ouvir. Com um suspiro pesado a sua única opção era ir embora mesmo. Pegou sua mochila e foi andando em direção para seu carro. Finalmente dormir para a dor de cabeça dar uma trégua.

-Sasuke-kun, espere! – a voz de Saya o parou, estava para desativar o alarme.

-O quê? – perguntou impaciente.

-Desculpe pelo o que teve que presenciar. Sakura às vezes fica com suas emoção a flor da pele. Sinto muito mesmo.

-Tudo bem. Isso acontece sempre comigo.

-Aqui pegue. – tirou do bolso do avental uma quantia em dinheiro.

-Eu não...

-Eu insisto. – sorriu docemente. -Obrigada por ter vindo. Mande lembranças à sua mãe.

-Ok. Até mais.

Entrou no carro. Saya acompanhou com os olhos o carro do moreno até este fazer uma curva e desaparecer.

Chegou em casa um pouco atordoado.

-Já está em casa? – ouviu a voz de sua progenitora da cozinha e foi até lá.

-Se estou aqui. – deu de ombros.

-Ai filhinho! Isso é jeito de tratar sua mãe?

-Desculpe. – foi até onde a mãe estava deu um abraço de urso e um beijo estalado na bochecha.

-Agora sim! – sorriu. –E como foi? – perguntou animada.

Não iria contar o que realmente aconteceu, pois se não sua mãe lhe daria uma bronca daquelas.

-Legal.

-Saya-chan é maravilhosa né?

-Sim.

-E como é a filha dela?

-Normal.

-Quantos anos...

-Mãe eu não quero falar sobre isso agora. – aquele assunto já estava irritando-o.

-Mas querido, eu só queria saber.

-Eu entendo, mas agora não, ok?

-Tudo bem. – beijou-lhe mais uma vez no rosto. –Vou sair para fazer compras no supermercado. Vai querer alguma coisa?

-Cerveja. –recebeu um olhar reprovador da mãe. –Nada de mais.

-Ok. Volto em uma hora. – e fechou a porta.

Dias depois...

Estava dentro da sala de aula, ouvindo atentamente o que seu professor explicava. Era a ultima aula do dia, todos os alunos estavam apenas com o caderno e o estojo em cima da mesa e o resto já guardado nas mochilas. O sinal tocou avisando-lhes que mais um dia de aula na Universidade Federal de Shizuoka havia se encerrado.

Como todos os alunos, o Uchiha recolheu rapidamente seus pertences e saiu para o campus da Universidade. Encontrando seus amigos sentados em um dos bancos que tinha ali.

-Eu não acredito que ela o traiu com um dos intercâmbistas mais cobiçados da Universidade, Diogo Peterman, o estadunidense. – um grupo de garotas chamou sua atenção e quando elas perceberam que estavam sendo observadas suas bochechas ficaram carmim.

-Olá Sasuke-kun. – disseram em todas juntas. –Se precisar de um abraço saiba que estarei disposta a dar carinho. – falou uma das garotas seguindo de uma piscadela.

-Irritantes!

E foi andando em direção dos amigos. Enquanto andava seu corpo sentiu uma onda passando, pois todos os alunos paravam o que estava fazendo e olhava na direção dele e depois começavam a cochichar entre si. Era impressão sua ou estava falando dele?

-Sasuke-Teme. Como vai cara? – Uzumaki Naruto era o que poderia ser chamado de o loiro número um hiperativo e cabeça oca, mas quando se tratava de amizade, a coisa ficava muito séria.

-Bem. – respondeu incomodado pelos olhares que recebia. E estranhou o loiro perguntar se estava bem, já que sempre que se viam o Uzumaki era o primeiro a gritar coisas sem nexos, ainda não entedia como ele conseguiu passar no curso de Direito.

-É impressão minha, ou o pessoal de toda a universidade está olhando para mi? – perguntou não aguentando mais os olhares sobre si.

-Não é impressão sua Sasuke. Eles estão olhando para você. – respondeu Hyuuga Neiji, moreno alto de olhos perolados.

-Por quê?

-Acho que você ainda não soube, mas a Karin te chifrou com o Diogo Paterman.

-Hum, então é por isso que ontem ela mandou uma mensagem dizendo que estava tudo acabado entre a gente. – falou tranquilamente.

-E você não está mal? – perguntou Naruto.

-Até a hora do almoço eu estava um pouco desapontado, mas agora não.

-Você pelo menos gostava dela?

-Um pouco. Ela era legal, mas era muito atirada. – respondeu sorrindo de canto, lembrando-se dos momentos quentes e relaxantes que passara ao lado da ruiva.

-E você não vai nem falar o que sente pela ruiva? – perguntou Neijo pouco interessado.

-Tenho coisas melhores para fazer.

-Como, por exemplo, assediar uma colegial.

-Calado Naruto. – censurou Neiji.

-Tem mais alguma coisa que eu deva saber? – perguntou irritado. Odiava quando era o ultimo a saber algo.

-Tem boatos na universidade que você assediou uma colegial na própria casa dela. E tirarão fotos de você e com uma garota muito linda por sinal, e quando isso foi parar nas mãos da Karin, ela não pensou duas vezes e resolveu devolver na mesma moeda. – esclareceu Neiji. –Isso é verdade Sasuke?

-Vocês sabem muito bem que nunca trairia minha, agora ex-namorada. Eu posso ver a foto, ou vocês não tem ela? – irritou-se por desconfiarem de ser infiel.

-A foto, todo mundo tem. Ela foi mandada para todos os universitários. – respondeu Naruto mostrando a foto para o moreno, que assustou quando viu que sua dedução estava certa, uma dessas pessoas havia tirado um foto de quando ele foi dar aula para a rosada no sábado passado. A foto não tinha nada de malicioso ou imoral, a rosada estava de cabeça baixa enquanto o moreno olhava para ela com uma expressão irritada, ambos estavam sentados.

-Não vejo nada de mal nisso. Eu fui dar uma aula particular para ela a pedido de minha mãe que conhece a mãe dela. Ela está de cabeça baixa porque eu tinha dito a ela que os exercícios que tinha na folha estavam todos errados. – deu de ombros.

-Então é melhor você se esclarecer com a Karin porque ela estava vindo para cá. – avisou Neiji enquanto saia acompanhado por Naruto.

Chegou em casa mais do que irritado, frustrado, pois além de ter uma conversa muito séria com a atual ex-namorado definitiva, por ironia do acaso na saída da Universidade dá de cara com a rosada que andava conversando com uma morena de coques.

Jogou-se no sofá, fechou os olhos por um momento, pensando em sua vida desde que se entende por gente até agora, um universitário de dezenove anos que estava fazendo o segundo ano de Engenharia Civil. Por que mesmo resolveu fazer esse curso? AH é! Para ser diferente e não seguir a mesma carreira que todos os homens de sua família vêm seguindo, ser delegado. Tirando esse pensamento da cabeça, se concentrou e achar quem foi o ser desprezível que resolveu mandar aquela foto para todos os alunos da universidade, e fazer surgir um boato que acaba com a moral de qualquer um.

De repente os olhos verdes marejados vieram em sua mente. Por que será que a rosada ficara tão alterada com uma simples critica? Queria saber como ficaria se ela sorrisse.

Lembrou-se dos cabelos cor de rosa era o que chamava mais atenção, claro que ele já vira alguém que possuía uma cor de cabelo exótico, mas rosa? Onde já se viu? O formato arredondado do rosto, o nariz achatado que era uma graça, os lábios vermelhos e pequenos, o corpo pequeno e frágil. O que tinha debaixo daquele vestido branco? E mais uma vez os olhos grandes e verdes, mas chorosos vieram em sua mente, e pensar que ele que foi o culpado de ter deixado as belas esmeraldas assim, uma onda passou mais uma vez pelo seu corpo. Queria ter se controlado, mas descontou o mel humor da ressaca em uma pessoa que não tinha nada a ver.

Estaria Uchiha Sasuke arrependido? Com tais pensamentos o moreno bateu o punho no sofá e saiu de casa, nem dando o trabalho de trancar a porta, sua mãe lhe daria uma bela bronca.

Começou a andar sem rumo pela calçada. Os olhos verdes e marejados iam e viam em sua mente.

Quando se deu por si, estava num parque, observava as crianças brincando na areia ou nos brinquedos e as mães olhando tudo para que elas não se machucassem.

Resolver comprar uma bebida. Chegando perto da máquina de bebida que tinha ali ficou parado vendo a garota de cabelos róseos comprando um suco na mesma máquina. Não falaria nada, mas logo ela se virou e percebeu que estava sendo observada. Ela veio andando em sua direção. E ele ainda estava parado.

-Parece que hoje é o dia para encontrarmos em lugares inusitados. – disse e sorriu docemente. Como tinha imaginado, ela é mais linda sorrindo.

-Parece.

-O que faz aqui Uchiha-san? – curiosidade brilhou em seus olhos.

-Comecei a caminhar e meus pés me trouxerem aqui.

-Que coincidência, aconteceu o mesmo comigo. – sorriu. –Sente ai, vou comprar mais um suco e já volto.

Sem nada para dizer, o moreno sentou-se no banco e esperou a rosada voltar.

Sorriu sem humor, ao perceber que até agora estava encantado com a delicadeza da rosada. Pode ver que ela não se sentiu apreensiva, mas sim surpresa quando o viu. Ele jurou que quando se vissem pela segunda vez a rosada, com toda a certeza, sairia correndo.

-Aqui está. – foi despertado pela voz da rosada que estendia para ele uma lata de PONTA.

-Valeu. – agradeceu sem olhar para ela.

Abriu e bebeu um longo gole. A rosada fez a mesma coisa, mas não bebeu, ao invés disso sentou-se um pouco afastada do moreno. Observava a lata de PONTA que estava em suas mãos.

-Uchiha-san, se você tivesse uma pessoa muito próxima de ti que tivesse algum tipo de doença. O que você faria?

O Uchiha estava quase terminado de tomar o suco quando se engasgou com o próprio.

-O que quer dizer com isso? – perguntou ríspido. Sakura hesitou em responder.

-Deixe pra lá. Era bobeira. – respondeu. Sem o Uchiha perceber lágrimas desciam pelo rosto branco da rosada.

-Está tudo bem com você? – perguntou preocupado por ela estar de cabeça e o cabelo de cor exótica cair-lhe pelo rosto, tampando-o. Escutou um soluço. –Você está chorando? – nenhuma resposta apenas mais um soluço.

 Sem nenhuma opção o Uchiha trouxe a rosada perto de si com o braço direito. Fazendo assim a rosada encostar-se ao moreno num abraço de lado. Ele apenas não esperava que ela abraça-se a sua cintura e apertar-lhe a camisa amassando-a entre seus dedos. O moreno apenas fazia um carinho nos cabelos sedosos dela.

Depois de cinco minutos eles estavam em completo silencio, ela não chorava mais, mas ele continuava acariciar os cabelos dela.

-Você sabe o que é Déficit de Atenção? – a rosada quebrou o silencio.

-Acho que conheço, é aquela síndrome que em certas coisas a pessoa não presta muito atenção, não é? – respondeu calmamente.

-Isso mesmo. E você conhece alguma pessoa que tenha isso?

Aquelas perguntas, na opinião do moreno estavam muito estranhas. Mas resolveu responder já que estava se sentindo muito bem com os braços dela em volta de si e sentindo o cheiro de shampoo de maçã vindo dos cabelos dela.

-Não, só ouvi falar de Déficit de Atenção na escola ou na televisão.

Ela se virou para olhar nos olhos do moreno e abriu um sorriso tímido.

-Acaba de conhecer uma. – falou sem jeito.

Ficou surpreso, tamanho foi seu susto que até parou de acariciar os cabelos sedosos da rosada.

-Desculpe por falar uma coisa dessas, a gente mal se conhece e já vou falando coisas sem pensar, por favor, esqueça o que disse. – falou desesperadamente. Com os olhos cheios de água. –Por favor. Esqueça o que eu acabei de falar. Mas é que perto de você eu me sinto segura. – tampou a boca as mãos, e suas bochechas começou a ficar carmim. –Oh meu Deus! Esqueça o que eu acabei de dizer. – abaixou a cabeça e não conseguiu mais segurar as lágrimas que pingavam e marcavam o chão do parque.

Não sabia o que estava fazendo, mas em um momento estava vendo a garota ali na sua frente desmanchando em lágrimas e em outro estava abraçando ela com todo o cuidado, trazendo-a para perto de si.

Sentiu os braços músculos circularem seu corpo e logo estava presa entre o peito e os braços do moreno.

-É por isso que você não consegue aprender matemática?

-Até um tempo atrás, a matemática era algo que entrava na minha cabeça e eu entendia perfeitamente, mas quando comecei a quinta série, ficou muito confusa, aqueles positivos e negativos, então minha mãe me levou ao médico e descobrimos que eu tinha déficit de atenção. Aquilo foi como um balde de água fria. – soluçou. –Minha mãe queria informar isso para o colégio, mas eu não deixei. Porque eu tinha medo de eles ficarem debochando de mim, mas quando entrei no colegial foi inevitável e eles descobriram, e daí em diante que meu verdadeiro inferno começou, tirava nota vermelha em matemática e não conseguia acompanhar os outros. Sempre era alvo de piadas dos alunos e até mesmo do professor. Então minha mãe resolveu contratar professores particulares para ver se melhorava, mas como eles não tinham muita paciência, eu não aguentava e manda-os embora. – os olhos já estavam vermelhos e o rosto estava inchado.

O moreno apenas secava as lagrimas que insistiam em cair. E vendo de perto como ela realmente era uma boneca de porcelana e que estava prestes a quebrar, sabia que devia um pedido de desculpas.

-Desculpe se eu fui um ridículo com você. – falou meio sem jeito.

-Não precisa se desculpar. – levantou a cabeça para olhar nos olhos sabendo que ele estava fazendo tudo isso por pena, mas ficou encantada quando nos profundos olhos negros do moreno havia apenas compaixão. Sorrindo continuou. –Acho que começamos com pé errado.

-Concordo.

O sorriso da rosada se alargou e ela foi desprendendo-se dos braços do moreno.

-Olá meu nome é Haruno Sakura. Tenho 16 anos e sou portadora de déficit de atenção. – falou rindo.

-Meu nome é Uchiha Sasuke e eu vou cuidar de você Sakura. – falou no ouvido da rosada enquanto a trazia para perto de si novamente, abraçando-a apertadamente.

E foi assim que Uchiha Sasuke descobriu estar apaixonado pela coisa mais linda que já vira no mundo.

*THE END*


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Notas finais do capítulo

S2... obrigada por lerem... aproveitem e expressem suas opiniões...