Loucura Angelical escrita por bia-douwata-13


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Agora que finalmente terminei de escrever a fic, a frequência de postagens pode mudar. Como minha wi-fi tá trollando e não posso postar no desktop, pode ser que demore mais, ou eu poste 2/3 capitulos num dia, e nenhum em outro. E a classificação indicativa da fic vai mudar. o/



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“A gente tem que parar de brigar desse jeito... Tá ficando ridículo.” eu quase ri, se não fosse tão sério. “Sem brigas até chegar lá. Depois, eu posso te moer de pancada e tudo fica certo.”

“Ei, por que você pode me moer de pancada? Isso é bem injusto.” ele reclamou, mas eu nem liguei.

“Você merece... Acha que eu perdoei o ‘Gorduchinha’?”

“O que eu faço para você me perdoar, sem ser apanhando?” ele perguntou. Tantas coisas passaram pela minha cabeça. Poderia me beijar? Dizer que me ama? Algo do tipo?

“Olha, o sol tá se pondo!” mudei de assunto, me focando naquele ponto, ainda sentindo a mão dele na minha cintura de modo protetor. “Olha, vamos revesar a hora de dormir... Está com sono?”

“Nem um pouco. Eu fico cuidando de você, agora dorme.” Nico disse e eu encostei minha cabeça no ombro dele, sentindo o sono me envolver.

“Boa noite, velhinho Nicolau...” eu sorri, antes de me ajeitar e dormir. Já era bem tarde quando Nico me acordou. O ônibus estacionou em uma daquelas paragens esquisitas.  Esfreguei os olhos e ele me olhou cansado. “Agora, você dorme. Vem cá.” disse, estendendo as minhas mãos sobre o colo, enquanto o deitava ali. Fiz carinho na cabeça dele levemente.

“Boa noite, Ginger...” ele disse, fechando os olhos.

            Olhei em volta de nós dois, e senti algo gelado me envolver. Um arrepio assustador veio até mim e me senti assustada de repente. De todos que eu pudesse esperar que estivessem ali, um deus não muito assustador apareceu. Hermes, ou Mercúrio, estava lá, com um sorriso travesso. Eu fiquei um pouco surpresa, mas se ele estava ali, era por alguma coisa séria. Uma mensagem de mamãe? O homem de moletom esportivo parecia responder essa pergunta somente com os olhos.

“Olá, acho que já sabe quem eu sou?” ele disse, com o caduceu em mãos.

“Sim... Senhor Mercúrio.” Tentei dizer o mais respeitosamente o possível, sem acordar o Nico. “Mas, sem querer ofender, por que o senhor está aqui?”

“Vim entregar uma mensagem de sua mãe. Ela está um pouco ocupada... Então me pediu para trazer isso.” Ele me estendeu uma carta. “O Olimpo está uma bagunça, então preciso ir. Boa sorte em sua jornada, querida.”

“Obrigada, senhor.” Eu tentei sorrir. Abri a carta e nem precisei de lanterna, já que as palavras pareciam ter luz própria.

“Querida Ginger,

            Você me dá tanto orgulho. Só quero que saiba disso. Estou fazendo o possível para proteger o Olimpo e quero que saiba que você está realmente trazendo orgulho ao meu nome. Você está cuidando de Nico DiAngelo com tanto amor, que Vênus me perguntou como era seu pai. Bem, de qualquer forma, ela diz que o amor de vocês vai ser bem conturbado... Algo a ver com o seu manequim. Espero que tudo dê certo para você.

Amor,

Mamãe.”

            A noite continuou a passar e finalmente, o sol voltou. Nico parecia uma criança meio manhosa. Ele estava bem encolhido, com a cabeça encostada no meu colo e segurando minha perna. Senti pena de acordá-lo, embora estivesse com um pouco de sono. Bocejei e Nico virou-se, me encarando. Os olhos negros e sonados dele eram ainda mais apaixonantes pela manhã. Acariciei a bochecha dele, e pensei no que minha mãe disse. Que nosso amor seria conturbado. Existe amor correspondido afinal? E o meu manequim? Eu sei que estou gorda, tá, Vênus?

“Dormiu bem?” perguntei e ele assentiu, voltando a sentar normalmente. “Algo estranho aconteceu à noite?”

“Nada... O ônibus voltou a andar ainda agora.” eu disse, com um bocejo entediado. “O bom é que até o fim do dia estamos em Roma.”

“Quer dormir agora?” ele perguntou, meio preocupado. Eu neguei com a cabeça, encarando a paisagem. De todas as coisas que deviam estar passando na minha cabeça, estava a nossa situação. E não o fato de que provavelmente estávamos indo para uma missão suicida.

“Eu estou bem... Só pensativa. Quando chegarmos à Grécia, você acha que vai aguentar? Da última vez, você parecia um fantasma.” Virei para ele, como uma criancinha. Tirei de dentro da mochila algumas balas, que consegui no parador. Um moço estava vendendo-as e aceitava dólares. “Aqui. Você precisa se alimentar direito.”

“Obrigada.” ele disse, pegando uma das balas. “Está tudo bem com você mesmo?”

“Sim, Nico.” eu insisti, esperando que ele desistisse. Mas ele parecia não querer desistir. “Eu estou preocupada com você. Eu não quero que você se machuque. Salvar o mundo pode te levar embora. Sei que é egoísta, e que a gente só se conheceu direito há poucos dias, mas não quero que você se vá.” Algumas lágrimas caíram, mas eu as sequei rapidamente. Ele, no entanto, não pareceu entender.

“Ginger, fique calma...” ele tentou, mas eu não consegui me acalmar. “Eu...”

            Ele desistiu, e ficamos assim o dia todo. Nenhum de nós sabia o que dizer. Experiências de quase morte podem unir qualquer um, e com o meu histórico, nós já tínhamos algo. Eu era apaixonada por ele, só que ele nem tinha consciência disso. E agora, éramos mais do que eu podia esperar. Éramos amigos. Eu achava que eu ficaria a vida toda o admirando à distância, sem poder brincar com ele, bater nele amigavelmente, e me preocupar com ele, do jeito que eu posso agora. Eu nem ligava se não fosse correspondida, eu já tinha mais do que tivera a vida toda.


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Notas finais do capítulo

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