Loucura Angelical escrita por bia-douwata-13


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Esse é oficialmente o final da fic.
Após isso, haverá o capítulo bônus, com cena +18. Se não gostar, não leia.
Agradeço à todos que leram, comentaram e favoritaram essa história. Muito obrigada!



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“Srta. Lewis, seja bem-vinda.” Um homem lindo, devidamente vestido de terno, segurando um tablet em sua mão falou. “O senhor Hades pediu-me para vir guiá-la, para um julgamento especial.”

“Especial?” eu franzi as sobrancelhas. Demoraram alguns segundos até que a beleza estonteante do homem pudesse me atingir. O ar foi chutado para fora de meus pulmões, e me perguntei como isso acontecia, se eu estava morta.

“Já que a senhorita fez parte da vida de um dos filhos dele, acho que o julgamento seja concernente a isso.” Ele me guiou para bem longe dos Portões da Morte. Seguimos em silêncio, por túneis desconhecidos e estranhos, sem nenhum desenho holográfico da morte de ninguém. E assim, chegamos ao submundo.

            Fomos guiados por Caronte, o barqueiro, até o Palácio de Hades. Era terrivelmente assustador como as lendas diziam, embora houvesse um quê de beleza nele. Era um pouco como Nico, embora ele fosse terrivelmente lindo, e tivesse um quê de algo assustador. Quando pensei em Nico, senti uma pontada tão forte no coração, que quis chorar. Eu o havia abandonado. Eu me senti uma mentirosa, por ter dito que daria certo, que ficaríamos juntos, que sobreviveríamos. Eu me perguntava como eu poderia viver, mesmo estando morta, com esse fato. E contando com o fato de que ele demoraria a vir para cá, eu teria de ficar a espera de reencontrá-lo um dia.

“Você é Ginger Lewis?” o homem, que parecia ter mais ou menos a idade que meu pai tinha quando ele morreu, me perguntou. A aura sinistra em sua volta podia me dizer exatamente quem ele era, embora suas feições lembrassem exatamente o amor de minha vida e morte.

“Sim, senhor.” Engoli em seco, notando a gravidade da situação. Eu estava frente a frente ao deus do submundo, que podia me mandar para o Elísio ou para os Campos de Punição.

“Está na hora de seu julgamento...”         

            Minha vida, dando verdade àquela expressão de “ter a vida passando diante dos seus olhos” quando se morre, passou em minha frente. O meu nascimento, com Parcae e meu pai, minha infância, só com meu pai, quando ele morreu, quando cheguei até Lupa, quando ingressei no Acampamento Júpiter, quando conheci Nico, quando saímos em uma missão, quando brincamos e brigamos durante a jornada, quando nos beijamos naquele beco, quando entramos pelas Portas da Morte, e os últimos instantes antes de minha morte. Pesaram-se as coisas boas que fiz durante a vida, defender Nico até os últimos instantes e lutar contra Gaia, além de lutar na Batalha do Monte Otris.  As coisas ruins, como o acidente, deixar Nico ir com os gigantes...

“Ela merece o Elísio...” o homem bonito sugeriu. Hades ainda estava pensativo. Eu achava que nem isso eu merecia.

“Elísio.” O deus do submundo disse, com um veredito final. Embora isso pudesse ser uma felicidade para muitos outros, para mim, estar nos campos Elísios, sozinha, não seria bom. Eu queria estar viva, lutando ao lado de Nico. Eu gostaria de tê-lo protegido dos gigantes. Com um aceno de cabeça, Hades se despediu de mim e me despachou para o lugar onde passaria o resto da minha pós-vida.

***

            Assim que cheguei lá, pude saber que seria um tédio. Sem monstros para matar, sem desafios para ter, sem Nicos para beijar, sem duelos com colegas do Acampamento. Nem sabia o que teria para fazer naquele lugar, sempre em paz, alheia a tudo o que acontecia fora de lá. Não saberia como estava a luta contra os gigantes e Gaia, eternamente excluída de qualquer batalha. E isso me aborrecia. Nem livros para ler existiam naquele lugar! E no principal, eu queria chorar por Nico. Eu não queria ter morrido, não queria estar ali. Uma presença, de vestido luxuoso e jaleco de médico, apareceu em minha frente.

“Mãe?” mais uma vez, eu me sentia confusa.

“...Minha filha.” Ela suspirou, sonhadora. Ás vezes, sentia como se nós não tivéssemos nada em comum, no entanto, havia algo que nos ligava. “Ambas sabemos que eu não pude evitar que isso acontecesse...”

“Não se preocupe. Foi descuido nosso achar que seria fácil.” murmurei, com os olhos marejados. Como eu queria abraçá-la e chorar em seus braços! Tudo havia acabado e mesmo assim, para mim, tudo parecia continuar. “Mas a senhora veio me visitar só por isso?”

“Eu pedi a Iris um favor especial.” Ela disse, deixando um espelho sobre minhas mãos. Eu toquei-o e pude senti-lo tremer, como se fosse água. “Espere um pouco e depois de um tempo, vai poder falar com Nico. O espelho vai projetá-la exatamente onde ele está, e vice-versa, mas só poderá usá-lo uma vez.” Meus olhos marejados começaram a soltar lágrimas, de alegria ou tristeza. Eu tentava limpá-las, sentindo como se estivesse me humilhando, sem sucesso.

“M-Muito obrigada, mamãe.” Era a primeira vez que a chamava assim. A deusa veio em minha direção e me envolveu em um abraço. “E-Eu não sei como agradecer.”

“Não se preocupe, minha filha.” Ela acariciou meus cabelos, de um jeito protetor e chorei sobre o colo dela. “Eu ainda tenho esperanças em você.”

“Obrigada, mãe...” eu reveria Nico, com toda certeza, e um dia iríamos nos reunir. Eu sabia disso, porém só a dor de pensar em não tê-lo lá me fez choramingar um pouco mais. Eu viveria minha vida agora, de um jeito diferente e não o teria ao meu lado... Mas ainda haviam os sonhos. Eu ainda podia sonhar.

            Nico DiAngelo.

            Ah, como queria encarar aqueles olhos profundos, depois de ter tirado de lá todos os segredos que queria. Depois de ter beijado-o, nada se compararia aos seus lábios macios sobre os meus, à sua doçura, ao seu carinho. As mãos que desciam pelas madeixas do meu cabelo. A presença forte, quente e real que fazia o meu coração sair pela boca.

            Nico DiAngelo, amor da minha vida.


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Notas finais do capítulo

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