Loucura Angelical escrita por bia-douwata-13


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Bem, acho que a coisa fica bem séria nesse capitulo. Por favor, não abandonem a história e nem me taquem pedras. Peguem uma caixa de bombom, lencinhos e um cobertor quando for ler esse capitulo.



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            Cruzamos as portas. Almas variadas andavam por lá, algumas gemendo em uníssono e outras silenciosas. Outras nos estudavam, sabendo que estávamos vivos. O lugar parecia enorme, mas somente o chão, que parecia uma nuvem e a porta do outro lado pareciam tangíveis. Quanto mais perto chegávamos, a porta parecia nos puxar com mais força. Nico parecia uma pilha de nervos do meu lado e eu também não estava em situação melhor.

            Isso foi quando entramos no Tártaro. Literalmente fomos puxados para lá. Senti a maior dor que já tive em minha vida inteira. Meu corpo parecia estar sendo espancado por porretes invisíveis, mas meu orgulho me impedia de me curvar em uma bola e chorar. Caminhei com dificuldade, com Nico atrás. As portas, as portas, eram meus únicos pensamentos. Minha voz ficou entalada na garganta, pois eu sabia que se abrisse meus lábios o máximo que sairia de lá seriam gemidos de dor.

            Monstros estavam começando a nos cercar, e eu fiquei com as costas coladas às de Nico, com um escudo amarrado no machado, em frente ao meu peito. Atrás de mim, ele soltou uma exclamação de dor. Um lestrigão atingira sua perna esquerda, queimando-a. Eu estava assustada, com o corpo doendo, mas sabia que outro monstro estava pronto para investir sobre ele. A dor da concentração em me manter em pé desfez o meu escudo. Estávamos indefesos, prontos para morrer. Mas se você quer saber, eu não o deixaria morrer. Eu podia até me dar ao luxo de dar adeus a esse mundo, mas não ele.

            Ainda conseguíamos nos defender, mas não importava quantos monstros matássemos, segundos depois, eles reapareciam. Eu estava cansada e Nico também. Sem falar que a falta de escudo e aquela tortura mental já me renderam alguns cortes em vários lugares do corpo. Um filete de sangue escorria da minha testa, enquanto eu cortava o braço de uma Dracanae. Virei-me para inspecionar Nico, e uma Empousa estava prestes a cortar o peito dele, quando pulei na frente, sentindo toda aquela dor me envolver mais profundamente. Cai no chão com um estrondo, vendo todos os monstros se separando, e dando lugar a dois gigantes. Gigantes mesmo, como filhos de Gaia.

            Eram gêmeos, e ambos eram feios. Nico parecia cheio de ódio e eu conseguia sentir o ar se esvaindo, e a minha consciência ficando turva. Ele continuava lutando, descabeçando monstros e monstros, como se estivesse possuído. Não deixava nenhum chegar perto de mim, mas mesmo assim, eu sentia meu fim próximo.

“N-Nico... Eu te amo.” As minhas ultimas forças estavam focadas em protegê-lo de qualquer mal.

Tentei estender pelo menos uma ultima coisa minha para ele, antes de morrer. Eu tinha aquela correntinha no meu tornozelo desde que era uma criança, na época feliz antes de meu pai me deixar. Arranquei-a e estendi para ele, que estava com lágrimas nos olhos. Os gigantes apenas me lançaram olhares de pena, nem disso, de indiferença, como se eu não fosse importante. E eu realmente não era.

“Venha conosco, filho de Hades.” Um deles disse. “Você vai ser a atração de abertura do nosso espetáculo.

“Isso mesmo.” O outro concordou. Eu não conseguia mais sentir minhas pernas, e meu peito estava ficando cada vez mais pesado. Vi Nico sem palavras, sem saber o que fazer. Não tinha como sobreviver sem ir com eles. Talvez, se ele conseguisse ir embora dali, ele pudesse pedir ajuda a alguém, a seu pai... Comecei a tossir com força, sentindo um filete de sangue escorrer pela minha bochecha, junto a uma lágrima.

“Vá...” murmurei.

“Antes de me levarem...” ele pediu. Os gigantes o encararam curiosamente. “Tirem-na daqui. Não deixem quem os monstros a devorem. Deixem-na em algum lugar onde alguém possa encontrá-la. Por favor. Eu prometo que não vou resistir. Faço o que vocês quiserem...”

“Bem, menos dor de cabeça, talvez?” um, de cabelos azuis, coçou a cabeça. “E não vai ser difícil, considerando que daqui vamos para Roma.”

“Combinado...”

“Te amo, Ginger...” ele disse, enquanto um dos gigantes me pegava em sua mão enorme. “E sempre amarei.”

            Eu também, tentei dizer, mas minha voz ainda estava presa à garganta. Meu peito não queria subir mais, e eu fechei os olhos, perdendo a sensação no resto do corpo. Eu, por alguns segundos, ainda pude ouvir os barulhos ao meu redor, porém um tempo depois, tudo ficou silencioso. Então assim que era morrer...


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Notas finais do capítulo

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