Loucura Angelical escrita por bia-douwata-13


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal, leitores lindos e maravilhosos!
Obrigada por acompanharem e mandarem reviews. Isso me deixa muito feliz. Vou responder todos que eu puder hoje. Aproveitem o capitulo.



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            Eu ainda estava um pouco bestificada por causa do beijo. Estávamos um pouco distantes quando andávamos na rua, por não saber o que fazer. Acho que nossa experiência nesse sentido era nula. Eu nunca havia namorado, sequer beijado, antes de Nico. Ele havia se tornado uma das coisas mais importantes na minha vida, sem falar que eu nunca tivera um amigo com quem eu tivesse passado poucas e boas. Depois de duas brigas com monstros, uma viagem de ônibus, um almoço em um bistrô italiano e um beijo, nossa relação era totalmente diferente de qualquer uma que eu poderia ter tido.

            Nico me guiava por ruas e ruas e eu não questionei. Como um filho do Deus dos Mortos, ele devia saber exatamente onde os mortos ficariam. Mas, como deviam funcionar as tais portas? E eu não gostava exatamente do plural... Seriam duas portas? No mesmo lugar? Não fazia sentido algum. Eu tinha tantas dúvidas, tantos medos, que a minha cabeça não me dava sossego. Na hora de atravessar uma rua, Nico segurou minha mão, bem na hora em que um caminhão ia passar e puxou-me para si.

“Está tudo bem?” ele parecia preocupado. “Você parece estar no mundo da lua agora...”

“Não é nada, estou bem.” eu disse, tentando não me sentir culpada por mentir. “Falta bastante para chegarmos lá?”

“Eu sinto que é por aqui... Não exatamente aqui, mas debaixo daqui.” ele olhou para os lados, como se alguém perigoso estivesse a nossa volta.

“E como exatamente vamos chegar lá?” questionei, levantando uma sobrancelha para enfatizar. Depois de alguns segundos, notei a nossa estranha posição e corei.

“Você vai achar meio nojento...”                                 

“Não me diga... Eu venho à Grécia para entrar em um esgoto. Bem, vamos lá.” eu revirei os olhos, e ele me encarou.

“Achei que sua reação ia ser algo tipo um ‘ECAAAA, QUE NOJO, NÃO QUEROO!’.” ele disse e me fez rir. Como se eu algum dia pudesse agir desse jeito...

“Ainda está com conceitos errados sobre mim... Pode ficar tranquilo. O máximo que me irrita é o fato do esgoto ser um lugar meio nojento para passar o dia com meu... Meu... Ah, deixa.”

“Não, continua ai... Seu?” ele apertou minha cintura, e eu dei uma leve risadinha. “Ah, sente cócegas ai?” Nico apertou novamente e soltei alguns risinhos involuntários. “Vou continuar até você me dizer o que eu sou...”

“Você é meu-“ risadas começaram a embaçar o pensamento, e eu dei tapinhas fracos nele, porém ele continuou. “Meu...” mais algumas risadas atrapalhando, e os tapas estavam cada vez mais fracos. “Namorado!”

“Devo concordar com o seu ponto de vista, namorada, mas a não ser que saiba outro jeito...”

“Ugh, esgoto. Bem, pelo menos, eu não trouxe nenhuma das minhas blusinhas bonitinhas.”

“Essa é bonitinha.” ele disse e eu revirei os olhos.

“Muito linda... Toda rasgada, com alguns chamuscados e pode se desfazer a qualquer minuto.” Ironizei, mas ele deu de ombros, sem se importar muito com o meu choramingo sobre moda.

“Não importa o que você vista, eu ainda vou te amar. Agora, vamos logo procurar um bueiro.”

Ri, me soltando do abraço e pegando a mão dele. “Deve ter algum beco vazio com um.”

            E bingo, havia um bem naquela reta. Puxamos a tampa e, com uma laterna, checamos como ele era por dentro. Não dava para ter uma visão muito boa e parecia meio fundo. Nico jogou uma pedra lá dentro e não demorou muito para ouvirmos o barulho. Fiz outra corda mágica e prendi-a na grade de alguma janela do prédio ao lado. Encarei Nico e peguei a lanterna, começando a descer pela corda. Até alguns centímetros do fundo, não parecia nada além de um bueiro qualquer, mas assim que meus pés tocaram o chão, tochas iluminaram o túnel, e colunas gregas pareciam sustentar o lugar.

            Ao invés do fluxo de água que normalmente existia em bueiros comuns, havia um tapete. Quanto mais olhava, mais pessoas eu reconhecia nele. Jasão, Hércules, Arquimedes, Elvis Presley, Whitney Houston... Mortos ilustres em vida. Nico chegou ao meu lado e olhou para o chão. Não eram apenas desenhos, mas sim animações da vida deles, de suas mortes. Alguns eram tão grotescos que eu me virei para o lado, enjoada.

“Tem certeza de que quer continuar?” Nico me perguntou e eu assenti. “É por aqui.” Ele segurou a minha mão para me dar um pouco mais de coragem. Respirei fundo e continuei andando, enquanto Nico e eu sacávamos nossas armas por precaução.

            Se Gaia estava controlando essas portas com certeza haveria monstros guardando-as. Estranhamente, o único barulho que podíamos ouvir eram as nossas respirações. O túnel estava silencioso demais, tanto que chegava a ser suspeito. Nico deve ter sentido a presença de alguma coisa, quando parou em minha frente e eu, sem querer, esbarrei nele.

“O que foi, Nico?” perguntei, quase com certeza de que não era algo bom.

“Se algo acontecer, não hesite em me desacordar, Ginger...” ele disse de um jeito sombrio.

“Como assim?” franzi as sobrancelhas e ele apenas olhou dos lados, um pouco assustado.

“Use o seu machado em forma de bastão e bata com força na minha cabeça.” Ele continuou e eu fui me assustando, sem ter ideia do que ele estava falando.


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Notas finais do capítulo

~Suspense~
Boas festas!



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