Dividida.(tomione) escrita por Dri Silva


Capítulo 6
Do lado de lá, o monstro.




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Pov. Tom Riddle 

Uma sujeitinha de sangue ruim, eu ainda não acreditava que quando eu finalmente decidia gostar de alguém era uma sujeitinha de sangue ruim, que piada do universo hein. De todas possibilidades no castelo que me trariam dinheiro, poder, contatos eu fui la escolhi uma pessoa com uma história duvidosa e que parecia estar determinada a me odiar.  

” Parabéns para mim, hein” 

Por um lado eu estava obviamente irritado afinal eu era um herdeiro de Salazar Sonserina, não deveria nem sequer demonstrar tais fraquezas, quem dirá desenvolver sentimentos por alguém como Hermione, mas por outro lado eu me encontrava surpreendentemente feliz, agitado, energético até, e bem se isso não era prova suficiente de que eu Tom Marvolo Riddle era capaz de amar no final das contas eu não sei o que seria. 

Estava como um adolescente comum então neste momento, com medo de ser rejeitado e este medo causava-me raiva. De tanto pensar nisso não havia dormido bem naquela noite e isso só piorava a situação, eu sabia que minha aparência, com olheiras aparentes, só demonstraria o quanto me abalei quer e quisesse eu ou não, não tinha como evita-la hoje tínhamos teste de Poções e não poderia simplesmente faltar, sendo que o trabalho era em dupla. 

POV Hermione Granger 

Sem o menor animo terminei de me vestir e desci para o salão comunal, no caminho passei por uma Meg recém acordada e disse que a esperaria lá. Ainda era meio cedo então a sala estava vazia sentei-me em uma das poltronas e perdi-me novamente ems pensamentos, ainda teimava em tentar negar que o sentimento estava ali, mas a verdade tornou-se um grande outdoor que era esfregado na minha cara toda vez que meu coração disparava só de pensar no que havia acontecido entre nós.  

Meg finalmente desceu e fomos tomar nosso café, eu temia este momento e também ansiava por ele, queria saber com e se Riddle foi afetado com os acontecimentos. Cheguei ao Salão Principal e mesmo contra meus esforços meus olhos varreram o salão atrás dele, com um suspiro constatei que ele não tinha chegado. Me sentei a mesa da Grifinória junto com os amigos de Meg, não tinha fome por isso apenas tomei um suco de abobora do qual nem senti o gosto direito. 

Eu tentava acompanhar a conversa animada de Meg com seus amigos, mas eu não conseguia, logo, inventei uma desculpa qualquer e fui para a Torre do Relógio, queria ficar sozinha. Sentei-me de maneira a olhar o típico céu nublado da Grã- Bretanha, mas não o via realmente, em minha cabeça passavam mil coisas...Meus pais, meus amigos, a minha Hogwarts, minha decisão, meu recente amor...meu inimigo? 

Pov. Tom Riddle 

Decidi não ir tomar café da manhã, uma tentativa inútil, eu sei, de tentar evita-la. Fui direto para a aula, mesmo ainda faltando muito tempo para esta começar. Estava sentado à mesa que costumava dividir com ela, tendo pensamentos contraditórios com relação a tudo que ela causara em minha vida, foi quando Mulciber acompanhado de Abraxas Malfoy se aproximou 

—Bom dia, mi lorde. Estávamos a sua procura. - disse Mulciber. 

—Não vejo razão nisso, o que querem?- perguntei sentindo o gelo em minha voz. 

Malfoy parecia contrariado em estar na minha presença, parecia agitado, se ele não fosse um Malfoy aposto que estaria se balançando de um lado para outro, mas Malfoy eram treinados desde de cedo para manter as aparências. Eu mesmo só sabia que o loiro estava agitado, pois o conhecia muito bem e era o mais leal dos meus colegas de casa. 

— Com todo respeito, não estamos duvidando de seus planos, mas já faz tempo que não temos nenhuma iniciativa vinda do lorde.-falou um medroso Mulciber, mas eu pude ver o desafio brilhando em seus olhos. 

Lancei um olhar de ódio a eles antes de responder, de virar meu rosto impassível para o quadro a minha frente. 

— Não tomei nenhuma iniciativa porque eu obviamente sou o único que penso por aqui e por esta razão estou tomando cuidado para que ninguém desconfie dos meus planos. - menti sem culpa alguma. 

— A verdade - novamente o tom de desafio de Mulciber. - é que os outros estão receosos com sua ausência– 

Interrompi Mulciber antes que me irritasse. 

—Desconfiam de mim? Duvidam de meu poder? - perguntei com uma tranquilidade que eu sabia que os assustava. Era um bruxo fraco e petulante, pensei não pela primeira vez. 

—Claro que não. - Apressou-se em falar Malfoy, antes que o outro se enrolasse ainda mais. 

—Pois bem já que querem tanto, eu tenho uma nova ordem para vocês. -Enquanto falava eu pensava que um pouco de ação, seria bom para manter a moral entre o rank dos meus servos 

Pov. Hermione Granger 

Tive que correr para chegar a tempo para a aula de Poções hoje mesmo que eu quisesse não poderia faltar o professor Slughorn daria um teste em dupla, e eu como pessoa azarada que sou faço dupla com Riddle, logo quando mal consigo encara-lo. 

Quando chego na sala já o encontro sentado na nossa mesa de sempre, ele parece tenso quando me aproximo e sento ao seu lado. A tensão sendo substituída por surpresa quando me vê, sinto meu coração dar uma guinada quando ele faz menção de falar algo, mas é interrompido pelo professor Slughorn. 

—Bem alunos, como previsto para hoje realizaremos um pequeno teste, nada muito assustador, cada dupla deve produzir uma poção de Morto-Vivo. 

—Isso vai ser fácil. -Comento em voz alta. 

—E rápido. - completou Riddle 

—Com pressa senhor Riddle?-brinco na tentativa de disfarçar o desconforto. 

Ele demoru tanto para responder que achei que nem ia obter uma resposta dele. 

—Hermione...Precisamos conversar. -O tom de voz parecia serio, mas a postura dele era desconfortável 

—Eu sei. 

—Na Torre do Relógio, a meia noite.- disse encerrando o assunto e preparando o material necessário para o teste enquanto eu apenas assentia.O clima ficando meio pesado depois, ficamos o resto da aula em um silencio incomodo. 

Pov Tom Riddle 

Sai da aula de poções e fui direto para o meu quarto, não gostava de me sentir pressionado e era exatamente assim que eu me sentia agora, pressionado a ser e agir como Lorde Voldemort quando tudo que eu queria é saber como agir com relação a Hermione. Escapei todas as aulas restantes do dia e enquanto planejava meus próximos passos como Tom Riddle e Voldermort, quando dei por mim já era quase meia noite e eu ia me atrasar 

Pov Hermione Granger 

Ele estava atrasado. 

“10 minutos nem é tanto assim”.Pensei comigo mesma 

“E por que tanta ansiedade...É só uma conversa com Tom Riddle”.  

Voltei a encarar o céu sem nuvens e então escutei seus passos, aproximando-se, não me virei. Cada passo meu coração aumentava o ritmo já alucinante em que batia. Senti quando ele ficou próximo o suficiente para que eu o tocasse, mas permaneci imóvel. 

—Hermione.... 

Pov Tom Riddle 

Ela não disse nada a princípio, apenas virou-se para me encarar e então baixou os olhos. 

—Oi. -eu disse meio sem graça. 

—Oi.- E o silencio voltou a nos incomodar por alguns minutos. 

—Então...–dissemos juntos. 

—Eu nem sei o que dizer. - começou ela.- Olha, o que aconteceu ontem, não devia ter acontecido e o melhor que a gente faz é esquecer tudo. 

Eu não respondi na minha cabeça se passavam inúmeras teorias, e nenhuma delas era coerente com o fato de que não fui só eu que gostei daquele beijo. Uma parte de mim dava razão a ela, se eu fosse o mesmo eu de 2 semanas atrás quando ela chegou, talvez eu concordasse e até mais fosse o primeiro a querer esquecer. Contudo eu não estava sendo racional o que passou pela minha cabeça foi será que ela disse isto por que tem outro? Por que tem algum segredo obscuro – como eu tinha sejamos sinceros- que a impedia? Mas será que ela tinha outro? 

“ou eu não sou bom o suficiente?” 

Me irritei com este pensamento, afinal eu sou lorde Voldemort não fico inseguro como um adolescente qualquer. 

—Você não vai falar nada? -perguntou ela num fio de voz. 

—E o que eu deveria falar? -tentando ser indiferente desviando de seu olhar. O silencio entre nós ficou incomodo, mas eu não sabia o que falar, e foi ela quem voltou a falar primeiro. 

—Tudo bem, acho que assim é melhor. - A voz dela estava chorosa.- Passar bem, Tom. 

Ela se virou para ir embora e isso mexeu de alguma forma comigo. 

Pov. Hermione Granger. 

Mesmo sabendo que desse jeito era mais fácil, eu quis que ele falasse alguma coisa, mas se ele tivesse dito qualquer coisa, talvez eu tivesse mudado de ideia. Eu já estava quase na escada, quando sinto suas mãos me segurando com força e fazendo-me virar abruptamente. Então eu me vi encarando magnéticos olhos verdes, vi tantos sentimentos passarem por eles, raiva...confusão...medo...e um pedido mudo, la no fundo, que fez cada fibra do meu corpo estremecer.  

Afinal era esse lado humano e obviamente falho que me atraia, ele ainda era humano. Um dia um monstro, eu sabia, mas ali naquele momento. Ele era só um ser humano falho e no momento intenso e com olhos que imploravam para eu fica e o meu lado humano não foi capaz de resistir, e sucumbiu. 

Minhas mãos ganharam vida e agarraram os cabelos de Riddle e meu mundo pareceu completo quando senti seus lábios colados aos meus. Ele puxou-me pela cintura colando nossos corpos enquanto nossas línguas dançavam freneticamente arrancando suspiros de ambos, nossas mãos buscavam, imploravam por mais contato. Quando o ar nos faltou, eu ataquei seu pescoço com chupões e mordidas deixando marcas em sua pele alva, mas logo Riddle reivindicou minha boca exigindo mais. 

Meu corpo foi içado e eu envolvi a cintura de Riddle com minhas pernas, eu podia senti-lo junto a cada linha do meu corpo quando fui prensada na parede, soltando gemidos enquanto Riddle retribuía o carinho no meu pescoço. 

—Seja minha. - Sussurrou Riddle. 

Meus pensamentos naquela altura eram incoerentes, mas de uma coisa eu tinha certeza minha primeira vez não seria no chão da Torre do Relógio. 

—N- Não posso. - respondi me afastando com dificuldade. ”Mas quero” 

Tom olhava-me confuso, enquanto tentávamos recuperar o fôlego, mas não demorou muito para que ele quebrasse este momento, afastando sua testa a onde estava junto a minha. 

—Por que? Você não gosta de mim ou o que?-Riddle parecia relutante quando continuou.-Eu sei que não sou perfeito, estou longe disso, mas eu nunca imaginei, nunca se quer cogitei senti algo assim...Eu não sei o que é isso, mas eu sei que quero você do meu lado, eu não sei o que eu to fazendo aqui dizendo estas coisas, mas acho que é esse o efeito que você causa em mim, mas se você não me quiser, eu vou seguir com a minha vida e meus planos sem te incomodar mais. -  Ele fez uma pequena pausa apenas para buscar ar e então continuou. - Mas por cada Meteoro- chinês que solta fogo nesse mundo, se você quer isso como eu quero, que se dane Hermione. Eu sei que você tem segredos, eu também tenho, mas eu só quero que isso – gesticulou indicando a nós dois. - aconteça. 

          Soltando o ar que eu nem percebi que estava prendendo, passei a mão em seu rosto encarando seus olhos buscando neles coragem para dizer o que estava prestes a dizer 

—Eu gosto de você, Tom...Contra os meus ideais, eu gosto de você de uma maneira que me faz sentir culpa e raiva ....Raiva porque eu não tenho mais como negar que eu gosto de você. 

Senti braços fortes rodearem minha cintura com ímpeto quando iniciamos outro beijo, mas dessa vez era diferente, era calmo e eu podia sentir a entrega de Tom em cada movimento.Nos separamos ofegantes e encostamos nossas testas sem desfazermos a conexão de nossos olhos. 

—Eu não sei direito o que está acontecendo comigo, mas tenho certeza que eu gosto disso, de nós.-eu disse num fôlego só antes que eu perdesse a coragem. 

—Eu também gosto disso. –respondeu Riddle com um sorriso de canto e logo em seguida voltar a me beijar. 

Passamos boa parte da noite assim, trocando beijos e caricias mais quentes, mas antes do dia raiar cada um voltou para o seu dormitório, sem juras e promessas infundadas, e mesmo assim eu sentia que podia ser feliz por enquanto, apesar de tudo que senti ao lado dele as inseguranças voltaram e agora sem seus braços me aquecendo as perguntas me atingiam em cheio; quero dizer, eu não podia simplesmente esquecer que se ele ainda  não era, um dia seria Voldemort, ele não podia mudar ou podia? E havia meus amigos, minha família, a vida que tinha deixado para trás .... Eu abriria mão disso? 

Pov Tom Riddle 

Eu me sentia verdadeiramente feliz na minha vida, mas acho que é assim que acontece quando gostamos de alguém e somos retribuídos, apesar de que quem resistiria a mim? 

As poucas horas que me restaram da noite depois que me despedi de Hermione foram gastas pensando no próximo passo, era inevitável para mim, eu simplesmente via a vida como jogo, um jogo que eu queria vencer, e meu próximo passo era tê-la para mim, mas não estava nos meus planos abrir mão de quem eu era e também eu não confiava totalmente nela, ela tinha segredos tanto quando eu e até que ponto eu aceitaria isso? 

Pov Hermione Granger 

Não sei exatamente que tipo de relação Riddle e eu tínhamos entrado naquela noite, mas seja lá qual fosse, era muito boa e capaz de me fazer estampar um sorriso que a muito tinha sumido do meu rosto. 

Tudo era mantido em segredo, nenhum de nós queria oficializar nada, o assunto estava ali sem nunca chegarmos nele, afinal isso significaria que teríamos que admitir coisas que não queríamos admitir, mas estávamos bem, mais do que bem, estávamos ótimos. A cada encontro a necessidade que tínhamos de estarmos juntos aumentava e qualquer desculpa servia para isso, terminávamos um exercício cedo eu precisava de um liberação para ir até a Biblioteca e ele coincidentemente também, a aula estava chata eu subitamente passava mal e ele como bom monitor chefe ia me acompanhar até a enfermaria, nunca chegávamos lá sempre encontrávamos um armário de vassoura pelo caminho. 

Estava voltando do nosso terceiro encontro a noite incluindo aquele que era só uma conversa, mais da metade da noite tinha sido gasta com beijos e amasso e eu simplesmente apaguei quando encontrei com minha cama linda naquele momento. 

Minha ansiedade fez-me pular da cama cedo apesar da noite mal dormida, fui rapidamente arrumar-me para o café da manhã e foi só quando saia do banho que notei que Meg não estava no dormitório, estranhei ainda mais quando vi sua cama perfeitamente arrumada, Meg não costumava dormir fora, com a sensação de algo preso na minha garganta continuei meu caminhão para o Salão Principal, sem pressa, parecia que eu temia por algo e eu nem sabia. 

Foi só quando avistei um amontoado de alunos impedindo a entrada no Salão Principal que tive certeza que sentia um mau presságio. Com o som do meu coração zunindo no meu ouvido, corri até a roda de alunos trombando em alguns enquanto pedia passagem para ver o que acontecia ... 

E então eu pude ver e aquele algo que eu tinha preso na garganta se soltou na forma de um grito esganiçado e então tudo era silencio, eu simplesmente não conseguia captar o que e se as pessoas falavam do meu lado, a cena parecia estar acontecendo no mudo. 

Aquela cena grotesca me paralisará, mas eu não conseguia desviar os olhos; Meg estirada no chão, nem sei se estava viva pelo estado em que se encontrava, com vários cortes espalhados pelo corpo, o uniforme em farrapos e sujo de seu próprio sangue que começava a secar no tecido. 

Sangue. 

Também usado para escrever a frase que estava a cima da sua cabeça. 

“Sangues Ruins não são dignos de viver.” 

E de repente meu olhos captaram a única pessoa que podia fazer meu cérebro funcionar, Tom Riddle estava no outro lado da roda, ou melhor Voldemort estava. Nem de longe ele lembrava o garoto que eu tinha vindo a conhecer nos últimos dias. Do lado de lá, eu vi uma faceta do mesmo monstro que ainda assombrava alguns dos meus pesadelos. 


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Notas finais do capítulo

Então desculpem pela demora,a escola não ta moleza e eu tive que parar para estudar direito.
O importante é que eu voltei agora
então COMENTEM!!!!!!!!!!!!!