Dividida.(tomione) escrita por Dri Silva


Capítulo 4
Meu Merlim.


Notas iniciais do capítulo

Olá,espero que gostem e comentem muito



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/304220/chapter/4

POV Hermione Granger. 

— Eu não vi o tempo passar. - respondi ainda meio confusa, "será que eu tinha passado tanto tempo assim na biblioteca?" 

Me virei para encarar Riddle que estava de pé ao meu lado da mesa, a biblioteca estava no escuro agora, sem sinal de ninguém. 

— É uma péssima desculpa, e olha que como monitor chefe eu já escutei algumas hein. - Disse ele se aproximando mais da mesa, fechei os livros antes que ele pudesse ler. - Já passa da hora de recolher, eu estava fazendo a ronda. Deveria lhe dar um castigo por estar fora da cama a essa hora, Granger. 

O ar de superioridade dele conseguia ser maior do que Draco, dava quase saudades daquela doninha. 

— Então dê o castigo, mas não enche minha paciência. 

Peguei minhas coisas e  fui saindo da Biblioteca, mas para minha infelicidade Riddle me seguiu. 

— Já te disseram que você é muito mal-educada? -Ele apurou o passo para andar ao meu lado. 

— Olha, está aí algo que nunca me acusaram.   

Em nenhum momento eu olhei para meu lado, onde ele estava a poucos centímetros de mim. Minha atitude parecia irritar diretamente o ego dele, que bufou, mas me surpreendeu quando voltou a falar. 

— Você foi muito bem hoje. 

Aquilo me pegou de surpresa e eu parei de caminhar na hora, sem acreditar no que eu tinha ouvido. 

— O que você disse? - perguntei a ele que estava dois ou três passos na minha frente e fechou a cara. 

— Eu disse que você foi muito bem hoje. - Continuei encarando ele sem acreditar.- O que? Eu sei reconhecer quando alguém é bom.-Completou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. 

— Nossa, com essa eu fiquei surpresa. - E voltei a caminhar, eu estava desconfiada da atitude dele. - Você também foi muito bem. 

— Eu sei. - Disse ele presunçoso, voltando a acompanhar meu ritmo. 

— Você é convencido, né? - Ao que ele me respondeu dando de ombros e mudou de assunto. 

— Ei, onde você pensa que está indo? - Perguntou segurando meu pulso, o que ele fazia com muita frequência eu achava. 

— Dormir? - Questionei. 

— Se esqueceu que eu tenho que te dar um castigo? 

— Sério? -Eu estava incrédula com aquilo, eu, Hermione Granger, sendo castigada por Lorde Voldemort, era alguma piada do destino ou ele querendo testar minha paciência. 

— Sim, sério. 

Com sua resposta ele começou a me puxar na direção oposta ao caminho do salão comunal da Grifinória. Eu imediatamente travei meu corpo obrigando ele a parar. 

— Qual é exatamente o meu castigo? - Cruzei os braços de forma defensiva ao me virar para ele. 

— Eu poderia ir procurar o zelador, mas está tarde, e é seu primeiro dia. Só me acompanhe durante o resto da minha ronda. 

"Claro, andar pelo castelo de madrugada ao lado de uma cobra venenosa era super seguro" 

O sorrisinho cínico dele ao final, me fez suspirar alto, mesmo assim me contive e não falei nada apenas o segui pelo corredor. 

— Que foi Granger? Ficou tão emocionada em saber que vai passar mais tempo comigo que perdeu a fala? 

— Na verdade sua companhia me desagrada a tal ponto que prefiro ficar quieta para reprimir a ânsia de vomito. - Minha voz saindo um pouco esganiçada na falha em reprimir minha irritação. 

No segundo seguinte senti meu corpo ser prensado contra a parede, de forma bruta que fez minhas costas doerem um pouco. 

— Aposto que posso fazer você suspirar por mim. -Sussurrou ele no meu ouvido. 

Senti cada pelo do meu corpo se arrepiar, mas não deixei ele perceber, o ego dele não precisava saber que meu corpo traidor reagiu daquela forma. Me aproximei do ouvido dele e da mesma forma que ele, sussurrei de volta. 

— Não gosto de apostas, e nem pretendo suspirar por você.-E não pretendia mesmo, principalmente porque ele já era o tipo de garoto que acha que tem o mundo nas mãos. O empurrei ele para longe e comecei a caminhar em direção a sala comunal da Grifinória, sem me virar para encara-lo.- Se quiser me arranje outro "castigo", mas esse eu não vou cumprir. 

Eu quase corri de volta ao dormitório, e a mulher gorda não gostou nem um pouco de ter sido acordada para que eu passasse. Já deitada na cama, eu não conseguia fazer meus pensamentos se acalmarem, porque a trouxa aqui não parava de pensar no Riddle e também em tudo que tinha rolado nos últimos dias. 

No outro dia pela manhã eu estava péssima não tinha dormido quase nada e para piorar a situação, a minha primeira aula seria Defesa Contra as Artes das Trevas de novo, para começar com o pé direito, e com a Sonserina. Levantei da cama a contra gosto, Meg parecia irradiar a luz de um Patrono,  

"Como ela conseguia isso em plena 6 horas da manhã?" 

Me arrumei de qualquer jeito, deixando minha juba solta e desci para o Salão Principal, Rick já estava lá nos esperando. 

— Bom dia, Hermione. - Disse animado ao pegar um bolo para comer. 

— Oi. - Respondi seca. 

— Alguém caiu da cama hoje. O que houve? - Fez ele a pergunta que eu não queria responder. 

— Nada. 

— Se você diz. - Ele voltou a se concentrar no seu café da manhã quando eu lancei um olhar nada amigável. 

Durante o café, por felicidade, não vi a cara de Riddle, mas nem o humor sempre brilhante e carismático de Meg conseguiu me animar. Enrolei no café o máximo que pude, mas chegou um momento em que eu tive que ir mesmo querendo fugir na direção contrária. Chegando lá, Dumbledore já estava na sala e como fui a última a chegar, assim que passei pela porta ele iniciou a aula. 

— Bom alunos, acho que como estou treinando vocês para duelos, vocês ficariam mais confortáveis em duelar com oponentes de outras casas, por isso tomei a liberdade de separar vocês em duplas de acordo com a capacidade de vocês, é claro. 

A partir desse momento, de inteligência rara, do meu caduco Professor, meu dia foi por água a baixo, porque eu tive certeza que ia dar coisa ruim essa ideia de gênio da lâmpada do Paraguai. 

— Senhorita Granger. - Dumbledore estava na minha frente. - Você irá sentar com o senhor Riddle. - Ele apontava para onde Riddle estava sentado. 

Coloquei uma expressão de indiferença no rosto e me encaminhei para o canto onde Riddle estava próximo a janela. 

Ainda bem que não tive que manter uma conversa com aquele ser, já que nesse momento Dumbledore passou o que deveríamos fazer. Era simples na verdade, o problema era que alunos tipo eu e Riddle não conseguíamos fazer o simples sem quase nos matarmos. A ordem era cada um deveria lançar um feitiço de desarme e outro de paralisação e então desfazer tudo e seu parceiro deveria fazer o mesmo, até o final da aula. 

O super simpático monitor chefe e eu acabamos trocando mais feitiços do que o pedido e alguns, até de meio perigosos. Não tinha nada de simples, o nosso embate e eu não estava nem um pouco afim de ter problemas no meu segundo dia.  

— Riddle! Devíamos parar, Dumbledore pode ver. - Falei entre um feitiço silencioso e outro e Riddle lançou um sorriso zombeteiro quando respondeu. 

— Com medo, Granger? 

— Não, mas não quero ser responsável por desvirtuar o arrogante monitor chefe. - Devolvi enquanto me defendia de seu ataque. 

— Não tenha medo disso, é bem possível que aconteça o contrário. - Ele sorria com malicia. 

Neste ponto eu me distrai, cele conseguiu me atingir o que causou um corte pequeno, porém profundo. O sangue estava fazendo um belo estrago no meu uniforme pelo que eu estava vendo. 

—Deixe-me ver isto. - Disse o moreno que me acertou. 

A proximidade repentina dele acabou me assustando, mesmo que ele não parecesse querer nada além de analisar o corte, me senti desconfortável. Nesses momentos eu tinha noção, que meu corpo tinha vontade própria, porque não conseguia não olhar para a boca dele. 

Ele murmurava um feitiço que estava fazendo o corte cicatrizar, e eu me concentrava em controlar minha respiração e meu pensamentos também. 

— Gostando do que vê, sangue-ruim? A voz gélida me tirando dos meus pensamentos. 

Apesar de sempre de tentar me manter forte desde que voltei no passado, aquele comentário me atingiu de tal maneira que lancei um feitiço por impulso em Riddle que eu nem lembrava para que servia e sai correndo da sala. Minha magia se descontrolando igual quando eu era criança. 

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, enquanto eu corria feito louca pelos corredores de Hogwarts, só percebi quando cheguei que eu fui para na Floresta Proibida. Adentrei um pouco, me desviando de galhos e troncos até não pudesse mais ver a escola atrás de mim, e num momento de fraqueza cai de joelhos no chão, as lágrimas jorrando ainda mais. 

"Sangue-ruim." 

Isso me incomodava e muito, normalmente eu era boa em fingir que aquilo não me atingia, mas acho que eu estou muito abalada com tudo que anda acontecendo, por não ter meus amigos e minha vida do jeito que era, que quando Riddle falou aquilo eu descontei nele. Claro que ele merece, mas eu duvido que era a isso que Dumbledore se referia quando disse que eu poderia mudar as coisas ao me enviar para esse tempo. Eu tinha que me focar em provocar menos e aprender mais sobre Riddle. 

Como me entregar a choros não era do meu feitio, voltei ao castelo ainda confusa e magoada, os alunos ainda estavam em aula e pela posição do sol não devo ter ficado tanto tempo longe. Fui direto para o dormitório e assim que passei pela porta Meg começou a me bombardear. 

"Ela não devia estar em aula?" 

— Fico feliz que esteja bem, graças a Merlim. Estava te procurando e não achei em lugar algum. O que houve para que você fizesse aquilo? Você estava chorando? Por que? Onde você estava ?Posso fazer alguma coisa para ajudar? 

— Está tudo bem agora, mas não quero responder nenhuma pergunta agora. - respondi deitando em minha cama e sem ter entendido metade das perguntas que ela tinha feito. 

— Bem para você, pois para Riddle a coisa está feia, ninguém sabe que feitiço você usou nele, posso não gostar dele, mas o coitado está a sangrar na enfermaria e ninguém sabe fazer parar. - Ela estava horrorizada. 

Me sentei rapidamente na cama, fazendo meus cabelos irem parar no meu rosto. 

— Como é? 

— Isso mesmo que você ouviu. - disse ela. 

— Meu Merlim! O que foi que eu fiz? - eu estava levemente desesperada, porque eu não sabia o que poderia acontecer se eu bagunçasse com o passado dessa maneira. 

— Calma, Hermione, é só ir lá e desfazer o feitiço. - Como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. 

— Mas...Mas eu não lembro a porcaria do feitiço que lancei nele. - falei começando a andar de um lado para o outro. 

— Então respira e se acalma. Você vai ter que ir lá igual, Riddle não teve condições de explicar o aconteceu, mas mesmo assim só você pode acabar com feitiço, eu acho. 

Continuei andando pelo quarto de um lado para o outro, até que decidi ir até a enfermaria. Todo mundo me olhava quando eu passava, porque eu tinha chorado, deveria estar parecendo um panda com a cara inchada. Quando cheguei na enfermaria, dei de cara com Dumbledore e o diretor ali. Os dois em volta de uma cama, eu não podia ver o estado de Riddle, mas podia escutar seus gemidos. 

Senti lagrimas voltarem aos meus olhos, não exatamente por ele, era mais pela bagunça que eu estava criando. 

— Senhorita Granger! Espero que tenha uma ótima explicação para tudo isso. - falou o diretor Dippet num tom sério, mas logo foi interrompido por Dumbledore. 

— Agora não, Dippet. Há coisas mais importantes, como uma cura para isto. - Disse Dumbledore movendo o corpo de forma que eu pudesse visualizar Tom com vários cortes pelo tórax que não paravam de jorrar sangue, era algo grotesco. 

"Sectumsempra."* 

— Professor, eu não lembro que feitiço usei, agi por impulso, quando vi aconteceu, eu não tinha noção.- Minha voz falhando algumas vezes. 

Fiz sinal para Dumbledore vir até um canto. 

— Professor, eu sei a cura, mas é um feitiço do futuro, eu não posso simplesmente dizer, talvez isso altere coisas no futuro. Não posso arriscar. 

— Entendo, criança. Vou dar um jeito. - E com isso voltou-se para o diretor. - Dippet, vamos ir até a biblioteca e tentar encontrar uma cura é o melhor que temos a fazer. 

— E a garota? - Perguntou o professor olhando-me desconfiado. 

— Não irá fazer nada de mal a Tom, apenas quer ficar para tentar reparar o erro. 

Sem mais nenhuma palavra ambos saíram, assim que pude corri para perto da cama de Tom. Ele parecia tão frágil e fraco naquele momento, eu imediatamente conjurei o contrafeitiço do Sectumsempra. 

Os cortes cicatrizaram na hora, mas Tom continuou febril e pálido, mas pelo menos já não gemia mais de dor. Apliquei algumas pomadas para dor nas cicatrizes, iriam sumir em alguns dias. 

Quando os professores voltaram expliquei que menti e que agi por impulso novamente e os cortes simplesmente sumiram, Dippet acreditou depois de alguma insistência minha e, é claro, de Dumbledore. Quando disseram que eu deveria ir para meu dormitório, por alguma razão estúpida e idiota que eu desconheço, pedi para ficar cuidando de Tom que ainda não tinha acordado e parecia tão fraco. 

Meu histórico de confusões para uma recém-chegada estava ficando bem extenso, eu não tinha evoluído nada ainda. Me resignando, apliquei mais pomada pelos cortes e tentei não pensar nisso. 

 

 

 

*(Gente na fic eu resolvi fingir que a Hermione ja conhece o feitiço sectumsempra, ok? Mesmo que ela tenha deixado o seu tempo antes de Harry descobrir o livro do príncipe Mestiço) 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem espero que esteja bom até aqui.
Não tenho dia certo para postar,sou do tipo que posta quando a inspiração da o ar da graça nem que seja quase duas da manha.
Até o proximo cap.
Bjos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dividida.(tomione)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.