Dividida.(tomione) escrita por Dri Silva


Capítulo 3
Duelo




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Ainda de cara amarrada, Riddle me entregou os papeis que continham meus horários e fez um breve passeio pelo castelo explicando onde eram as minhas salas de aula. E como se quisesse se livrar de mim o mais rápido possível, ele me deixou na porta da minha primeira aula, que seria Transfiguração junto com a Corvinal. 

Meg já me esperava quase que quicando na cadeira quando passei pela porta. 

— E então ele te tratou mau? Por que se ele fez alguma coisa me avisa que vou pegar aquele Sonserino metido. - Pelo jeito além de super animada, Meg tinha uma personalidade muito forte. 

— Não, ele não me tratou mau. Me deu os horários e me mostrou onde eram as salas mais nada. - Disse enquanto arrumava meus livros para a aula. 

— Acho bom mesmo, senão ele ia se ver comigo. - O tom era de brincadeira, mas resolvi levar a sério esse jeito meio briguento dela. 

Não conversamos muito, pois logo a professora chegou. Embora eu estivesse tendo aulas mais adiantadas do que no futuro, onde eu estava cursando o quinto ano e não o último, eu não estava encontrando tanta dificuldade para acompanhar. Meu primeiro dia passou voando e agora teríamos Defesa Contra as Artes das Trevas, o que fez um latejar surgir na minha cabeça porque seria minha última aula do dia, mas seria com a Sonserina. 

Eu, Meg e Rick, um amigo de Meg, caminhávamos em direção a sala de aula. Eu não prestava muita atenção no caminho, muito menos na conversa entre Rick e a morena, minha cabeça estava pensando em quais prateleiras eu teria que procurar livros que me ajudassem a compreender o vira-tempo que agora eu usava como um colar o tempo todo. 

Eu tentava focar nas coisas que eu tinha a fazer, mas o peso da minha decisão pesava e eu estava morrendo de saudades dos meus amigos. Senti o impacto antes de perceber o que tinha acontecido, eu tinha esbarrado em alguém e quase ido ao chão, e como Merlin estava se divertindo com a minha cara, eu tinha que ter esbarrado justo no mister arrogância da Sonserina. 

— Não olha por onde anda, Granger? - O seu tom de voz era tão irritante, igual ao de Draco Malfoy. 

— Não. - Respondi já incomodada. - Meu hobby favorito é sair esbarrando em Sonserinos esnobes. 

Eu não acreditava que tinha viajado décadas no tempo para continuar sendo incomodada por Sonserinos arrogantes. Antes que ele pudesse responder peguei Meg pelo pulso e comecei a caminhar novamente, mas só comecei, porque o ser em questão me parou segurando meu braço. 

— Granger você não sabe com quem você está lidando, você pode se arrepender dessas provocações. - Disse ele perto do meu rosto de forma sussurrada, mas deixando a ameaça bem clara. 

— Eu sei exatamente com quem eu estou lidando. - Sussurrei de volta encarando seus olhos verdes. - E eu não tenho medo. - Cuspi as palavras puxando meu braço do seu aperto. 

Virei as costas para ele e com o meu sangue zunindo em meus ouvidos segui em direção a sala. Algo me dizia que está não era nem a primeira, nem a última vez que iríamos nos desentender. Me sentei ao lado de Meg e logo Dumbledore entrou na sala apressado e mandando todos ficarem quietos. 

Como esse era o último ano, apenas alunos que tinham tirado ótimos no N.I.E.M iriam participar, eu me perguntava o que Dumbledore tinha inventado para eu estar participando, mas não importava porque eu teria que estudar muito para não deixar ninguém suspeitar de nada. A aula seria sob combates, o ultimo conteúdo antes de estudarmos a maldições imperdoáveis, começaríamos pelo básico, ou seja, posição em combate. 

— Bom acho que seria melhor, se você pudessem ver na pratica o que estou dizendo.- Ele pronunciou ao perceber a cara de interrogação da maioria dos alunos, acho que quase nenhum ali tinha visto algum duelo. -  Talvez um pequeno duelo aqui mesmo? 

Os alunos ficaram empolgados com a possibilidade enquanto eu, por outro lado, já imaginava que aquilo não iria dar muito certo. Eram duas casas rivais e era meio óbvio, menos para Dumbledore, que ia dar errado. 

— Eu vou escolher dois alunos, um de cada casa. Senhor Riddle, por favor. - Dumbledore já preparava um espaço à frente da sala. 

Imediatamente Riddle levantou sorrindo e caminhou em direção ao local que o professor tinha preparado. 

—  Claro, professor. - Ele era tão bajulador, eu me questionava como ninguém percebia. 

Dumbledore lançou um olhar um tanto suspeito em direção ao restante de nós quando voltou a falar. 

— E agora alguém da Grifinória. Vamos ver... Senhorita Granger? - Porque ele estava fazendo aquilo, eu não sabia, mas afinal eu não sabia nem qual era o plano dele quando me mandou para cá. -  Como foi seu primeiro dia, acredito que ainda não mostrou a Hogwarts do que é capaz. 

 Dumbledore gesticulou em direção a ponta oposta em que Riddle estava. Com um sorriso forçado, levantei e fui até o centro da sala onde ia acontecer, seja lá o que ia acontecer. Meu plano só de observar não ia funcionar mesmo, era melhor que Riddle soubesse do que eu era capaz 

— Claro, Professor. - Imitei Riddle, que tinha um sorriso convencido do outro lado da sala. 

Dumbledore explicou o básico, tudo aquilo eu já tinha visto no clube do duelo que Lockhart tinha criado no segundo ano, ele mencionou sobre não usar Maldições imperdoáveis e nos mandou começar. 

— Boa sorte, Granger. - "Como ele conseguia ser tão convencido?" 

Me contive para não revirar os olhos e ergui minha varinha imitando o gesto dele e nos colocamos em posição de duelo, nós cumprimentamos abaixando levemente a cabeça e a varinha. Todo a sala pareceu segurar a respiração em expectativa, enquanto nos encarávamos, mas foi Riddle que iniciou o ataque. 

— Estupefaça! 

— Protego.- Falei criando uma barreira que desviou o ataque dele e imediatamente lancei meu contra ataque. - Ignis. 

— Aqua Eructo- Nesse momento uma barreira de água se formou na frente dele, apagando o fogo que eu havia lançado. 

E como se isso não bastasse, ele direcionou a barreira de água na minha direção me deixando encharcada e arrancando gargalhadas dos nossos colegas e meu sangue ferveu na hora. 

— Bombarda! - Minha voz dessa vez alterada. 

— Protego!- Reagiu rápido Riddle com os olhos arregalados por eu ter usado este feitiço podia literalmente abrir um buraco nele. - Confringo. 

Desviei a tempo do feitiço que quando atingiu a parede atrás de mim fez com ela explodisse. Me levantei rapidamente e com minha raiva duplicada e sem pensar duas vezes lancei um feitiço silencioso. 

"Expulso." 

Riddle foi atingido em cheio já que não esperava que eu usasse feitiços silenciosos, e acabou voando em direção a parede atrás dele. Quando levantou pude reconhecer em seu rosto, agora mais feroz, traços do Voldemort do meu presente. Sabia que ele também usaria feitiços silenciosos por isso conjurei um Protego que se mantinha por mais tempo. 

Todos assistiam calados e de boca aberta nosso duelo silencioso, apenas as explosões de cores de nossas varinhas indicavam que estávamos lutando. De vez em quando nós éramos atingidos e saímos voando pela sala, o nariz de Riddle sangrava e meu braço tinha alguns cortes também. Dumbledore resolveu interferir, seria a única maneira de nos fazer sair do quase transe em que entramos durante a luta. 

— Brilhante! - Bradou batendo palmas e interrompendo nosso duelo. - Foi um duelo incrível, acho todos tiveram um ótimo exemplo. Hogwarts certamente tem um grande potencial em vocês dois. 

Eu e Riddle nos encarávamos com nossas respirações alteradas, simplesmente não conseguia desviar os olhos daquela imensidão verde escura que eram os dele. Dumbledore alheio a isso continuava falando. 

— Foi realmente incrível, mas a aula acabou.Vamos declarar empate mais que justo já que ambos foram sensacionais. - Os alunos começaram a sair, eu e Riddle continuávamos presos no mesmo lugar. - Parabéns aos dois, parece que você finalmente arranjou alguém a sua altura Riddle. -Dumbledore nos interrompeu. 

Riddle desviou o olhar para o professor quando respondeu, com óbvio desagrado. 

— É o que parece. Com licença professor. 

Ele saiu apressadamente da sala e eu segui seu exemplo, pegando meus livros e me despedindo do professor segui apressada pelos corredores. Fui direto para a sala comunal da Grifinória, chegando lá encontrei com Meg e Rick trocando sorrisos. 

"Será que era mais que amizade?" 

— Oi. - Eu disse sem querer atrapalhar, mas sentindo que já estava. 

— Oi. - Respondeu Meg corada, mas sorrindo na minha direção quando continuou. - Hermione você foi demais, parabéns. 

Ela levantou da poltrona que estava e me deu um abraço apertado que eu demorei a retribuir. 

— Obrigada, Meg. - Falei sem jeito. - Agora eu vou subir para tomar um banho e depois vamos juntas para o jantar? 

— Sim, Risck e eu vamos esperar por você aqui está bem? - Perguntou ela meio envergonhada. 

"Aí tem." Pensei já indo em direção as escadas que levavam ao dormitório das meninas. Subi correndo e peguei qualquer roupa que vi pela frente fui tomar banho. Eu estava precisando por minha cabeça em ordem, o dia tinha sido muito confuso e agora depois de tudo eu simplesmente não conseguia tirar a imagem daquele ser da cabeça. 

Não era saudável para mim ficar muito tempo pensando em alguém como ele, mas era inevitável parecia que meu cérebro só conseguia se lembrar de imagens dele. 

.... 

Assim que terminei o jantar eu fui direto para a biblioteca procurar por algo que me ajudasse com o vira-tempo, os feitiços de buscas não surtiram efeito, o que era algo que eu já esperava. Resolvi procurar do modo trouxa, prateleira por prateleira, ainda bem que eu conhecia aquele lugar como a palma da minha mão e poupei tempo procurando nas seções certas. 

Havia muito material sobre vira-tempos num geral, mas muito pouco sobre aquele feito de safira que eu usava no pescoço. Ao final consegui achar dois livros enormes que pareciam apontar na direção que eu precisava. 

O primeiro livro continha apenas informações de como ele havia sido construído, e uma biografia de sua construtora, uma bruxa muito poderosa que construiu o vira-tempo para poder voltar a viver com o seu amor, que tinha morrido durante um duelo com o marido dela. "Muito romântico, porém, nada útil". 

No segundo livro, encontrei a biografia de antigos bruxos que foram donos do vira-tempo, achei estranho porque eram sempre casais, nunca uma pessoa só, só casais haviam sido donos daquele objeto. Contudo, apenas falava sobre a vida deles, muito pouco sobre como eles viraram donos daquele dispositivo. Como eu ainda estava na metade do livro, esperava encontrar algo mais útil nas próximas páginas, mas de tão concentrada não notei quando Riddle se aproximou. 

— Espero que saiba que é contra as regras ficar fora da cama depois do horário, senhorita Granger. 


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